Histórico da Banda Renato e Seus Blue Caps (Release) – Atualização

Fundada em 1959, a banda de Renato começou com o nome de “Bacaninhas do Rock da Piedade” a partir de uma inscrição para o programa Hoje é Dia de Rock, fazendo mímica.
Era no bairro da Piedade no Rio de Janeiro, onde moravam, que os irmãos Barros e seus amigos costumavam se reunir, participando de festas.
Quando o Rock chegou ao Brasil ele aconteceu primeiro na zona norte do Rio e começaram a surgir em toda esquina uma banda de rock.
O dom artístico da música os irmãos receberam de berço, e foi assim que começaram a se apresentar fazendo mímica (dublagem) de grupos e cantores americanos de sucesso na época.
Havia na Rádio Mayrink Veiga um programa chamado “Hoje é dia de Rock” e lá foi Renato se inscrever para fazer mímica com seu grupo e lá se apresentaram pela primeira vez com o nome de “Bacaninhas Do Rock Da Piedade”. A apresentação foi um fracasso, e ganharam muitas vaias.
Motivado pelas vaias, Renato não desistiu e aquilo foi um incentivo para darem a volta por cima e dois meses depois, já em 1960, ele voltou a falar com Jair de Taumaturgo e se inscreveu novamente, agora para concorrer no quadro “Rock ao Vivo”, ou seja, tocando e cantando de verdade e não mais fazendo mímica.
Jair de Taumaturgo, diretor do programa, não aceitou a inscrição com o nome de “Bacaninhas Do Rock Da Piedade” e perguntou a Renato qual era o nome dele, sugerindo que fosse “Renato e “mais alguma coisa”, até que se lembraram de Gene Vincent & His Blue Caps e ficou decidido que o nome seria “Renato e Seus Blue Caps”. Com esse nome o grupo se apresentou e a apresentação foi um sucesso. A mesma intensidade das vaias foi agora em aplausos e eles ganharam o 1º lugar.
Como prêmio veio o convite para participar do programa do comunicador Abelardo Barbosa, o Chacrinha, na TV Tupi.
Os Beatles chegaram ao conhecimento de Renato através de um amigo dele chamado Aurélio, que tinha acesso às músicas antes que elas chegassem ao Brasil.
Os Beatles tiveram origem no Skiffle e no Rock and Roll dos anos 50 e inovaram, fazendo o gênero pop rock, pois todos do conjunto cantavam, além de tocarem. Renato e Seus Blue Caps então descobriu que poderia fazer isso também e começou a dividir os vocais entre os integrantes.
Certo dia Carlos Imperial mostrou um disco para Renato com uma música nova que ele não conhecia, de uma banda que ele nunca tinha ouvido falar, e pediu que ele aprendesse a letra para tocar e cantar no dia seguinte, abrindo seu programa.
Renato então pensou como iria fazer aquilo e teve a ideia de escrever uma letra em português, e deu certo.
No final do programa Imperial foi se encontrar com Renato que estava em um barzinho próximo à Rádio, chegou com uma pilha de papel dizendo ao Renato que tudo aquilo era pedido para que eles tocassem de novo a música. A música era “Menina Linda”, versão de “I should have known better”, de Lennon & McCartney.

A banda Renato e Seus Blue Caps é oriunda do Rock e a Jovem Guarda veio depois, quando os Beatles chegaram no Brasil, transformando aquele Rock and Roll em Pop Rock.
Renato tem total consciência da competência musical e artística da sua criação, embora escondida pela Jovem Guarda. Embarcou no Rock and Roll dos anos 60 mas suas origens vêm dos anos 50, pois Renato aprendia com sua mãe, que era cantora e escutava Billy Hallyday, Nat King Cole, Frank Sinatra, João Gilberto, Lupicínio Rodrigues, Dolores Duran, também com seu pai, que apreciava Luís Gonzaga e a música nordestina, e esta foi a formação musical que Renato e seus irmãos receberam.
Quando o programa Jovem Guarda nasceu, a banda já existia há mais de cinco anos e foi primordial para os artistas na época, embora Renato e seus Blue Caps dificilmente seja citado por eles e pelo jornalismo musical do país, como tendo sido um artista importante e participativo.
Na mídia, todos parecem deixar claro que a Jovem Guarda era um trio: Roberto, Erasmo e Wanderléa, mas enganam-se as pessoas que pensam desta forma.
Renato e Seus Blue Caps foi preponderante nas carreiras dos três artistas citados, mas se acostumou com a omissão, e as pessoas acreditam no que a mídia desinformada escreve e publica.
Renato e seus Blue Caps chegou ao programa Jovem Guarda pelas mãos de Marcos Lázaro, pelo simples motivo de que a música “MENINA LINDA” estava em segundo lugar em São Paulo, e isso lhe causou estranheza: “como não levaram ainda este conjunto para o programa?” Porém, não permaneceu para assistir ao final melancólico do programa, pois muito antes, ainda no auge de seu sucesso, já havia pedido rescisão de contrato à TV Record Canal 7 de São Paulo. As razões foram várias, incluindo um motivo pessoal, que era o fato de Renato adorar a praia e o Maracanã aos domingos, embora cada componente da banda tivesse tido o seu.

Mas o reconhecimento veio e continua vindo por parte de quem é mais importante, que é o reconhecimento popular. Tanto é verdade que a banda Renato e Seus Blue Caps é o artista deste seguimento que mais faz shows pelo Brasil até os dias de hoje.

Por tudo isso, a banda Renato e Seus Blue Caps deve ser considerada como sendo oriunda do Rock dos anos 60, e não da Jovem Guarda!
É uma das bandas mais carismáticas do Brasil, e foi primordial para a Jovem Guarda, tanto por ter acompanhado os artistas, participando ativamente nas gravações dos colegas, como também por ser uma das bandas de maior destaque e sucesso pelos discos lançados no Brasil nas décadas de 60/70/80/90/2000.
Renato Barros, sempre à frente do seu tempo e muito “antenado”, descobriu que poderia se juntar ao estilo musical que os Beatles estavam trazendo para o Brasil e que transformaria aquele Rock and Roll de três acordes.

Foi Renato e Seus Blue Caps quem apresentou os músicos britânicos aos brasileiros, através de versões que embalaram nossas vidas e continuam a embalar até os dias de hoje.
A música de Renato e Seus Blue Caps sobrevive ao tempo, atravessa gerações, e se mantém viva, alegre e espontânea, proporcionando aos seus seguidores e fãs a felicidade de vê-los em atividade de Norte a Sul do Brasil, apresentando shows especiais e carismáticos, como estes de agora, quando a banda se apresenta em teatros pelo Brasil, levando um espetáculo que emociona a todas as gerações.

Desde o início da carreira até os dias de hoje, Renato e Seus Blue Caps nunca parou de se apresentar, sendo considerada por muitos pesquisadores a banda de rock em atividade mais antiga do mundo, e este título é nosso, é do Brasil!
Em 28 de julho de 2020 aconteceu uma fatalidade, que foi a morte do guitarrista, produtor musical, cantor, compositor e fundador da banda, RENATO BARROS, porém Renato e Seus Blue Caps não esmoreceu, continuando na estrada e já ensaiando com um novo guitarrista, pupilo de RENATO BARROS, escolhido por ele próprio há anos atrás para assumir sua guitarra em outros momentos de ausência sua!

Seu nome é Chi Lenno, que se une a Cid Chaves, Gelsinho Moraes, Bruno Sanson e Darci Velasco para somar e assim ajudar a conduzir o legado deixado por RENATO BARROS!
O grupo já teve várias formações e atualmente conta com Cid Chaves, que a convite de Paulo César Barros entrou em 1964, quando o grupo foi contratado pela CBS, tocando saxofone. Nunca mais saiu da banda, sendo hoje um dos vocalistas.
Completam a formação o novo integrante Chi Lenno na guitarra e vocal, o gaúcho Darci Velasco nos teclados, na banda desde 1989, o carioca Bruno Sanson no contrabaixo, na banda desde julho de 2018, substituindo Amadeu Signorelli, e o carioca Gelson Moraes Júnior na bateria, que substituiu seu pai Gelson Moraes definitivamente em 2013.
Passaram pela banda músicos e profissionais da música importantes no cenário artístico nacional. Alguns tiveram maior destaque e contribuição para o legado deixado no acervo musical brasileiro.

Desde os primórdios até os dias de hoje, além dos irmãos Renato, Edson e Paulo César Barros, passaram pela banda os seguintes músicos: Euclides de Paula, Ivan Botticcelli, Roberto Simonal, Cláudio Caribé, Erasmo Esteves, Toni Pinheiro, Carlos Alberto Da Costa Vieira, Cid Chaves, Mauro da Motta Lemos, José Carlos Scarambone, Pedrinho, Cadinho, Gelson Moraes, Ivanilton (Michael Sullivan), Marquinho, Darci Velasco, Amadeu Signorelli. Gelsinho Moraes Júnior, Bruno Sanson e Chi Lenno.

Os Shows atuais apresentam os grandes sucessos da banda, como: “Menina Linda”, “Não te Esquecerei”, “Primeira Lágrima”, “Meu Bem Não Me Quer”, “Dona Do Meu Coração”, “Meu Primeiro Amor”, “Playboy”, “Até O Fim”, “Não Me Diga Adeus”, “Como Num Sonho”, “Garota Malvada”, “Ana”, entre muitos outros clássicos.

1959 – Inscrição no programa “Hoje é dia de Rock”, de Jair de Taumaturgo, Rádio Mayrink Veiga.

1960 – Gravação do primeiro disco de 78 rotações, pela gravadora Ciclone, em que acompanhavam o grupo vocal “Os Adolescentes”.

1961 – Gravação com Tony Billy, pela mesma etiqueta. Nesse período, Gelson deixa o conjunto e Claudio Caribé entra para ser o baterista do grupo.

1962 – Gravação do LP Twist. Após uma participação no programa do Chacrinha, na TV Tupi, foram contratados pela Copacabana, onde lançaram dois 78 rotações e dois LPs.

1963 – Gravação do LP Renato e Seus Blue Caps, que com a saída de Ed Wilson teve como cantor, Erasmo Carlos. Renato e Seus Blue Caps teve o primeiro vínculo com a CBS. O estreante Toni Pinheiro foi o baterista neste segundo LP. O grupo acompanhou Roberto Carlos nas gravações de Splish Splash e Parei na Contramão.

1964 – Assinaram contrato com a CBS e o LP “Viva A Juventude” foi lançado, sendo até hoje um dos mais vendidos do Brasil, e desde então a banda deslanchou e nunca mais parou, lançando um sucesso atrás do outro, tanto em forma de versões como também músicas autorais.
Aconteceu o lançamento do compacto duplo com o grande sucesso “Menina Linda” e a banda, a essa altura, tinha Renato (guitarra solo), Paulo Cezar (baixo), Cláudio (que voltara ao conjunto nas gravações desse compacto), Cid Chaves (sax) e Carlinhos, primo de Renato (guitarra base). Após esse compacto, Toni retorna mais uma vez ao posto de baterista, e o conjunto fica, então, com a formação que faria grande sucesso nos anos seguintes.

1965 – Lançamento do LP Isto é Renato e Seus Blue Caps. Convite para participação no programa Jovem Guarda. Os maiores sucessos deste disco foram Você não Soube Amar (It’s gonna be all right) (Jorge Marsden Versão: Roberval-Arthur Emílio), Feche os Olhos (All my loving) (Lennon-MacCartney Versão: Renato Barros), O Escândalo (Shame and scandal in the family) (Huon Donaldson-S. H. Brown Versão: Renato Barros), Meu Primeiro Amor (You’re going to lose that girl (Lennon-MacCartney Versão: Lilian Knapp), Espero Sentado (Keep Searchin’) (Del Shannon Versão: Lilian Knapp).

1966 – Lançamento do LP Um Embalo; viagem a Marília, interior de São Paulo, e o primeiro show realizado em um terraço para um grande público presente. Todas as músicas deste disco foram sucesso. Destaques para Meu Bem Não me Quer (My bay don’t care) (Sid Herring Vers: Renato Barros), Pra Você Não Sou Ninguém (Look thru any window) (Goldman-Silverman Versão: Paulo Cezar Barros), Até o Fim (You won’t see me) (Lennon-MacCartney Versão: Lilian Knapp), Sim, Sou Feliz (Renato Barros-Paulo Cezar Barros), Primeira Lágrima (Renato Barros), Dona do Meu Coração (Run for your love) (Lennon-MacCartney Versão: Renato Barros), Não Te Esquecerei (California dreamin’) (J. & M. Phillips Versão: Lilian Knapp), Vivo Só (For your love) (G. Gouldman Vers: Paulo Cezar Barros).

1967 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para No Dia Em Que Jesus Voltar (Paulo Cezar Barros), A Saudade que Ficou (Renato Barros-Ed Wilson), Menina Feia (Renato Barros), Não Me Diga Adeus (Carlinhos-Paulo Cezar Barros), Vou Subir Bem Mais Alto Que Você (Reach out I’ll be there) (B. Holland-E. Holland-L. Dozier Vers: Luiz Keller), A Irmã do Meu Melhor Amigo (Gileno), Ana (Anna) (Go to him) (Arthur Alexander Vers: Lisna Dantas), Um É Pouco, Dois É Bom, Três É Demais (Renato Barros), Lar Doce Lar (Renato Barros-Carlinhos).

1968 – LP Renato e Seus Blue Caps Especial – Destaques para Ela É Um Mistério Para Mim (She is still a mistery) (Sebastian Vers: Gileno), Escreva Logo (Please Mr. Postman) (B. Holland-F.C. Gorman Vers: Renato Barros), Te Adoro (No fuimos) (Hugo-Osvaldo Vers: Sergio Becker), A Esperança É a Última Que Morre (Ed Wilson),

1969 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Obrigado Pela Atenção (Raulzito), Foi Mentira (Rossini Pinto), Eu Vivia Enganado (Hooked on a feeling) (Mark James Vers: Rossini Pinto), Não Vá Embora Sem Me Dizer (Renato Barros), Não Volto Mais (Paperback writer) (Lennon-MacCartney Vers: Renato Barros), Claudia (Lodi) (J. C. Forgety Vers: Renato Barros).

1970 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Faça O que Eu Digo, Mas Não Faça O que Eu Faço (Gil-Jean), Playboy (Pedro Paulo-Raulzito), Cha-La-La Marisa (Cha-la-la, I need you) (Hank Hillman-Brian Goldwyn Vers: Roberto Bernardes), Vontade de Viver (Ed Wilson),

1971 – LP Renato e Seus Blue Caps – Influenciado pelo guitarrista Santana, Renato Barros deu ao LP uma sonoridade bem característica do início da década de 70. Destaques: 46-77-23 (Getúlio Côrtes), Esta Noite Não Sonhei com Você (Renato Barros), Sou Louco Por Você (Renato Barros-Ed Wilson), Não É Nada Disso (Renato Barros), Nós Dois (Renato Barros), Agora É Tarde (Ed Wilson), O Brinquedo se Quebrou (Renato Barros), Sheila (Mauro Motta-Raulzito).

1972 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaque para Darling, Darling (Darling, Darling) (Penny Vers: Rossini Pinto), Não Foi o Que Eu Fiz (Pedrinho-Renato Barros), Vou Mudar De Vida (Don’t want to say goodbye) (Carmem-Bryson Vers: Rossini Pinto), Por Você (Little girl) (Rainer-Ehrhardt Vers: Rossini Pinto).

1973 – LP Renato e Seus Blue Caps – Neste álbum a banda contou com a presença do músico Michael Sullivan, na época, Ivanilton. Destaques para Não Me Interessa (Lilian Knapp-Marcio Augusto), Se Você Soubesse (Renato Barros-Rossini Pinto), Guarde O Seu Amor Pra Mim (Save the last dance for me) (Doc Pomus-Mort Shuman Vers: Pedro Paulo),

1974 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Eu Não Aceito o Teu Adeus (Mauro Motta-Renato Barros), Como Num Sonho (Alessandro – Cury), Só Por Causa de Você (Renato Barros-Gileno), Recordações (Ed Wilson).

1976 – LP 10 anos de Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Como Há Dez Anos Atrás (Renato Barros), Eu Te Amei Demais (Renato Barros), Tire Os Grilos da Cabeça (Alessandro), Possso Até Lhe Abandonar (Paulo Cesar).

1977 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Nem Tudo Se Perdeu (A. Ramos-B. Cardoso), 365 Dias (Gil-Jean Marcel), Sem Você (Renato Barros), Você É Um Pedaço de Mim (Renato Barros), Tudo O Que Eu Sonhei (If I fell) (Lennon-MaCartney Vers: Fernando Adour), Não Maltrate Um Coração (Renato Barros), O Brinquedo Se Quebrou (Renato Barros).

1979 – LP Suco de Laranja – Destaques para Minha Vida (My Life) (Billy Joel Vers: José Carlos), Tudo Em Vão (Alessandro-Gibran), Suco De Laranja (Renato Barros-Pantera-Ernani Cardoso).

1981 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Mr. Tambourine Man (Mr. Tambourine Man) (Bob Dylan Vers: Leno), Tim-Tim (Fatha-Cury), Sonho Colorido (Carlinhos-Fatha), Velhos Tempos (Cury-Fatha), Sou Apenas Alguém (Woman in love) (Barry Gibb-Robin Gibb Vers: Sanry).

1983 – LP Pra Sempre – Todas as faixas foram sucesso. Destaques para Renato Collection (Renato Barros-Nanni), Pra Sempre (Renato Barros-Nanni), O Fogo Ainda Não Apagou (Hugo Belardi), Sexo Frágil (Renato Barros-Nanni), Vamos Fundo (Renato Barros-Nanni), Memórias (Renato Barros-Nanni).

1987 – LP Batom Vermelho – Destaques para Feito Sonho (Prêntice-Paulo Cesar Barros), Com Você No Coração (Renato Barros-Nanni de Souza), Nos Braços, Nos Olhos e No Coração (Renato Barros-Nanni de Souza).

1996 – LP Renato e Seus Blue Caps 1996 – Primeiro álbum a ter lançamento simultâneo em CD e LP, sendo que este último teve tiragem limitada, “Renato e Seus Blue Caps – 1996. O disco traz regravações de músicas que marcaram a carreira da banda e o destaque é a belíssima e inédita canção “Amor Sem Fim”, que foi admirada inclusive por George Martin, o famoso produtor dos Beatles.

2001 – LP Renato e Seus Blue Caps ao Vivo – No final de 2001, este tão esperado disco ao vivo foi lançado pela Warner, com 11 faixas ao vivo e mais cinco faixas inéditas, que destacamos aqui: Atriz (Renato Barros), Só Falta Você (Renato Barros) Pensamento (Ricardo Ayres – Lúcio Mauro), Sereia (Renato Barros), Que Saudade de Você (Renato Barros).

Por Lucinha Zanetti

Formação a partir de setembro de 2020, da esquerda para a direita: Chi Lenno, Gelson Moraes Jr, Cid Chaves, Darci Velasco e Bruno Sanson.

Revista Sétimo Céu Nº 127 de 1966 – Renato e Seus Blue Caps na contracapa.

A Revista Sétimo Céu nº 127, de agosto/1966, trouxe uma reportagem sobre Renato e Seus Blue Caps, intitulada “Um Sucesso em Família”, onde podemos constatar que a banda já em 1966 era considerada “um conjunto entre os melhores do país”. Sim, conjunto, porque naquela época as bandas se chamavam “conjuntos musicais”; banda mesmo eram aquelas dos desfiles militares, como se entende bem na música “A Banda”, de Chico Buarque.

A Contracapa da Revista traz esta foto com Renato Barros, Carlinhos, Toni Pinheiro, Cid Chaves e Paulo César Barros.

Contracapa da Revista Sétimo Céu de 1966

A REPORTAGEM


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A Capa da Revista já havíamos publicado aqui, e mostra Roberto Carlos.

Capa: Revista Sétimo Céu nr. 127 de 1966.

Nota:
As fotos da reportagem foram publicadas por João Francisco, um fã de Renato e Seus Blue Caps, no grupo do Facebook, Renato e Seus Blue Caps (Fã Clube Brasil).

Lamentamos informar o falecimento do ex-Blue Caps Carlinhos ocorrido hoje no Rio de Janeiro.

Faleceu nesta data de 05 de outubro de 2020, Carlos Alberto da Costa Vieira, o Carlinhos, primo dos irmãos Barros e que de 1965 a 1969 fez parte do conjunto Renato e Seus Blue Caps.

Renato e Seus Blue Caps em 1965

Nota: Desconheço a causa da morte, soubemos hoje através de publicação feita por Paulo César Barros no Facebook.

Conheçam sobre a trajetória de Carlinhos, ex-Blue Cap, neste texto de Henrique Kurtz.

. : CARLINHOS BLUE CAPS : .

Carlos Alberto da Costa Vieira
(1943-2020)

Guitarra-base e vocais. Compositor.

Foto montagem por Sylvio Augusto

Primo de Renato Barros, Ed Wilson e Paulo Cesar Barros, fundadores da banda RENATO E SEUS BLUE CAPS.
Integrante da formação clássica do conjunto.
Entrou para o RSBC em meados de 63/64, e pertenceu à banda no período de maior sucesso. Tocava guitarra-base e fazia vocais. Compôs algumas músicas e foi coautor de pelo menos dois hits no repertório dos Blue Caps: “Não Me Diga Adeus” e “Lar Doce Lar”.
Fez parte da história do grupo.
Suas composições também foram gravadas por Wanderléa, Jerry Adriani, Lafayette e outros.
Carlinhos pontuava principalmente pelo carisma, alegria e empolgação nas apresentações ao vivo.
Entrou e saiu diversas vezes da banda ao longo dos anos 60. Já no final da década, saiu em definitivo e por vontade própria, com objetivo de tentar carreira solo. Em 69, gravou um compacto pela etiqueta Caravelle, mas não obteve resultados positivos.
Mais tarde, processou a banda Renato e Seus Blue Caps e a Sony Music do Brasil Ltda. e sofreu derrota na Justiça.
Submergiu. Enfrentou uma fase difícil na vida. Dentre várias atividades, trabalhou como vigilante de galpão e pipoqueiro.
Em 2000, gravou um CD independente, “De Volta Ao Sucesso”, com apoio e produção do guitarrista J. Cezar (The Pop’s/Os Populares).
Criou um projeto musical em parceria com Paulo Leite (The Flemings/Os Jovens) baseado na nostalgia da Jovem Guarda.
Em 2015, após anos de afastamento, assistiu uma apresentação da banda RSBC na Arena Cultural Abelardo Barbosa – Chacrinha (Lona Cultural de Pedra de Guaratiba, RJ). Teve um encontro amigável e simpático com Renato Barros no camarim. Na ocasião, Renato prestou homenagem ao primo e ex-integrante durante o show, anunciando sua presença na plateia, relembrando a época e tocando uma canção de sua coautoria, “Não Me Diga Adeus”.
Carlinhos possuía um canal no YouTube (ainda disponível) com vídeos um tanto confusos, onde predominavam temas místicos, religiões, fraternidade, morte, vida, comportamento humano, ETs, espaço sideral e etc.
CARLINHOS BLUE CAPS tem créditos nos seguintes LPs da banda RENATO E SEUS BLUE CAPS:
– Viva A Juventude (65) – “Os Costeletas” (Renato Barros-Getúlio Côrtes-Carlinhos)
– Isto É Renato E Seus Blue Caps (65) – “Aprenda A Me Conquistar” (Carlinhos-Renato Barros-Lilian Knapp)
– Renato E Seus Blue Caps (67) – “Não Me Diga Adeus” (Carlinhos-Paulo Cesar Barros) e “Lar Doce Lar” (Renato Barros-Carlinhos)
Como bem disse Lucinha Zanetti em seu livro “Renato Barros Um mito! Uma lenda!” (Editora Nelpa, SP, 2019), “todos que participaram da banda Renato E Seus Blue Caps através dos tempos tiveram sua importância, deixaram seu trabalho, seu legado”.
Descanse em paz, Carlinhos Blue Caps.

Carlos Alberto da Costa Vieira, o Carlinhos

Por Henrique Kurtz

A formação de Renato e Seus Blue Caps que venceu o concurso no programa “Hoje é Dia de Rock”.

Recentemente Henrique Kurtz, o grande amigo de Renato Barros e que inclusive está citado em seu livro “Renato Barros: Um Mito, Uma Lenda”, publicou um texto descrevendo uma viagem no tempo que realizou com ele pelo Rio de Janeiro durante uma madrugada, e para ilustrar seu texto mostrou uma foto datada de 1961, quando o conjunto Renato e Seus Blue Caps se apresentou no programa do Chacrinha, um prêmio por ter vencido o concurso no programa “Hoje é Dia de Rock”, na Rádio Mayrink Veiga, em 1960.

Na foto há dois integrantes os quais poucos reconhecem, mas em 03 de outubro de 2020, conversando com Luiz Carlos Braga sobre Ed Wilson (estava fazendo dez anos de seu falecimento), ele escreveu o seguinte:

“Que saudade meu amigo, você partiu prematuramente.
Edinho foi um dos cantores mais injustiçados do cenário musical brasileiro. Lembro como se fosse hoje, quando éramos Os Bacaninhas do Rock, ensaiávamos e praticamente cada um da banda, naquele conjunto, cantávamos e a primeira vez que cantamos em público, foi no Sport Club Oposição, na Av. Suburbana, em Piedade-RJ e o Edinho iria cantar Personality, mas na hora que chegou a vez dele se apresentar, ele disse não vou cantar não, estou vermelho, ou seja envergonhado de cantar pela primeira vez, em público. Ele era muito novo, mas conseguiu superar tudo, e o ponto de partida do Renato e Seus Blue Caps foi com ele cantando Be Bop A Lula, do Everly Brothers, no programa Hoje é dia de Rock e daí pra frente, cada um seguiu seu caminho.

Lucinha Zanetti, eu fui criado junto com a família Barros, eu e o Renato estudamos e fizemos a primeira comunhão na Escola Pública Quintino Bocaiúva, no bairro do mesmo nome, vizinho a Piedade, onde morávamos, jogávamos futebol no quintal da casa dele, crescemos juntos, eu era 3 meses mais velho que o Renato, eu sou de 15 de junho e ele de 27 de setembro; o sobrenome Cosme foi em homenagem a São Cosme, irmão gêmeo de São Damião.

Participei dos Bacaninhas do Rock desde a sua formação, inclusive fizemos mímica na Rádio Mayrink Veiga, antes da apresentação ao vivo. Como eu disputava o campeonato carioca de futebol de salão, optei pelo futebol, hoje, com grande arrependimento.

A família Barros mudou-se da casa para um apartamento próximo e depois para o Méier, dali o Renato alugou um apartamento em Copacabana, onde, às vezes, eu o visitava. Ele namorava a Lisna(*1) e ligava pra ela, dava os acordes no violão e fazia eu cantar Coração de Papel e a Lisna chorava, porque ela adorava essa música.

O Renato várias vezes me convidou para fazer testes na CBS com o Seu Evandro, mas nunca fui.

Em 1970, eu casei e ficamos afastados, voltei a falar com ele em 1985, num hotel em Fortaleza, onde eu morava e era Gerente Administrativo da IBM, a última vez que falei pessoalmente com ele, também, foi num hotel em Porto Alegre, onde moro até hoje.

Sou Luiz Carlos Dias Braga, Gerente na IBM e árbitro de futebol profissional de futebol.
Tenho como certeza que foi em fevereiro de 1961 que a banda ganhou o melhor rock ao vivo, no programa hoje é dia de rock, que alavancou o sucesso da banda.
Obrigado pela oportunidade”.

Tomando então conhecimento deste integrante do conjunto ainda quando eram “Bacaninhas do Rock da Piedade”, perguntei a ele se por acaso ele poderia reconhecer o guitarrista e o baterista da foto, e ele respondeu:

“Lucinha Zanetti claro que os reconheço, na guitarra base é o Paulo Mendes e na bateria é o Carlinhos, colega nosso e morador lá em Piedade, que nessa época servia na Aeronáutica e que por estar de serviço teve uma vez que eu o substitui acompanhando o cantor Sérgio Murilo, que fazia sucesso nacional com a música Marcianita e as apresentações eram no auditório da Rádio Tupi, que era bem amplo, apesar do Programa ser da extinta Rádio Mayrink Veiga e era apresentado por Isaac Zaltmann.

Outra informação é que o programa que antecedia o Hoje é dia de Rock, era o Festival de Ritmos, que lançou um grande número de artistas, como Eduardo Araújo, que cantava Maringá, uma música antiga que ele deu um ritmo atual; Agnaldo Timóteo, que lançou a Casa do Sol Nascente.
O Getúlio Cortez era o responsável pela parte elétrica da banda”.

Portanto, na foto de 1961, da esquerda para a direita, estão os integrantes que venceram o concurso no programa “Hoje é Dia de Rock” da Rádio Mayrink Veiga, em 1960. A apresentação foi em 1961:

Foto: Jornal Correio da Manhã – Coluna de Rossini Pinto.
Nota sobre o conjunto de rock Renato e Seus Blue Caps ao lado do apresentador Abelardo “Chacrinha” Barbosa no programa Discoteca do Chacrinha, TV Tupi, em 1961.

– Renato Barros (com a guitarra nas mãos)
– Carlinhos (bateria) Não é o Carlos Alberto, que depois se tornaria membro do conjunto.
– Paulo César Barros
– Chacrinha
– Ed Wilson
– Paulo Mendes, o Paulinho (com uma guitarra nas mãos)

(*1)Lisna Dantas foi namorada de Renato Barros e fez a versão para a música “Ana”, gravada por Renato e Seus Blue Caps.

CID CHAVES SE EMOCIONA AO RETORNAR AOS PALCOS SEM RENATO BARROS!

Convidado a participar da Live dos colegas The Fevers em 03 de outubro de 2020, CID CHAVES não conseguiu segurar a emoção…

Cid Chaves e Renato Barros estiveram juntos à frente da banda Renato e Seus Blue Caps durante 57 anos.
Em 2020 a banda está completando 61 anos em atividade.


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