Os Beatles na British Library – Londres

Ver os discos originais e os instrumentos que fizeram parte da história musical dos Beatles no “The Beatles Story Museum” em Liverpool não tem preço, mas não deixa de ser muito emocionante também ver ao vivo a caligrafia de John e Paul nas letras originais de Help! , Yesterday, Ticket to Ride, A Hard Day`s Night e outras raridades dos Beatles, e isso é possível visitando a British Library em Londres!

Ela está localizada próxima à estação de metrô “King’s Cross St. Pancras Station”, local onde um Beatlemaníaco não deve deixar de visitar, estando em Londres!

Seguem algumas fotos da King`s Cross St. Pancras Station

20121129 01 King's Cross St. Pancras station20121129 02 King's Cross St. Pancras station20121129 03 King's Cross St. Pancras station20121129 04 King's Cross St. Pancras station20121129 05 British LibraryChegando lá podemos encontrar um tesouro de artefatos dos Beatles, incluindo algumas coisas que não se pode encontrar em qualquer outro lugar do mundo. E o melhor de tudo é que a entrada para a biblioteca é totalmente gratuita, para que possamos ver todas essas coisas maravilhosas.

Fotos de letras originais, alguns manuscritos de músicas, registros e imagens originais de canções escritas pela dupla Lennon & McCartney.

(Antes, algumas imagens da galeria onde estão as coisas dos Beatles, que é a Sir John Ritblat Gallery).

20121129 07 BL - Sir John Ritblat GallerySir John Ritblat Gallery

Sir John Ritblat Gallery

Sir John Ritblat Gallery - Music section20121129 10 BL - Sir John Ritblat Gallery - Music section20121129 11 BL - Sir John Ritblat Gallery - The Beatles20121129 12 BL - Sir John Ritblat Gallery - The Beatles20121129 13 BL - Sir John Ritblat Gallery - The BeatlesManuscrito Yesterday

Manuscrito de “Yesterday”
Manuscrito de "Michelle"

Manuscrito de “Michelle”

Sir John Ritblat Gallery - The Beatles Michelle

Sir John Ritblat Gallery – The Beatles Michelle

 Sir John Ritblat Gallery - The Beatles

Sir John Ritblat Gallery – The Beatles

Manuscrito Ticket to Ride e Hard Day's Night

Manuscrito Ticket to Ride e A Hard Day’s Night

Sir John Ritblat Gallery - The Beatles A Hard Day's Night

Sir John Ritblat Gallery – The Beatles A Hard Day’s Night

Manuscrito de Help!

Manuscrito de Help!

Notem que esta não é a letra definitiva da canção escrita por Lennon, e neste manuscrito, se olharmos bem, podemos encontrar alguns “segredos” escondidos…

Sir John Ritblat Gallery - The Beatles Help!

Sir John Ritblat Gallery – The Beatles Help!

Manuscrito de Ticket to Ride

Manuscrito de Ticket to Ride

Manuscrito - Untitled verse by John Lennon

Manuscrito – Untitled verse by John Lennon

Sir John Ritblat Gallery - The Beatles - Untitled verse by John

Sir John Ritblat Gallery – The Beatles – Untitled verse by John

Original No. 1 copy of "The Beatles Book", a very rare publication that was published monthly from 1963 until 1969, chronicling many of the Beatles events of the 60s.

Original No. 1 copy of “The Beatles Book”, a very rare publication that was published monthly from 1963 until 1969, chronicling many of the Beatles events of the 60s.

Também encontra-se na galeria este exemplar (foto acima) original do “The Beatles Book” número 1, uma publicação muito rara que havia mensalmente, de 1963 até 1969, e trazia a cronologia dos muitos eventos dos quais os Beatles participavam nos anos 60.

The Beatles Book“Hope you enjoy the pictures”! :)

“Mamunia” e sua relação com o Hotel “La Mamounia” em Marrakech!

Uma canção de nome sofisticado, creditada a Paul e Linda McCartney,  abre o lado B do álbum “Band on the Run”, de Paul McCartney &Wings!

O nome dela é “Mamunia”, e foi escrita durante uma estada do casal Paul e Linda McCartney em Marrakech, onde estiveram hospedados no Hotel La Mamounia, há quase 40 anos, exatamente no início de 1973, cujo título foi inspirado no nome do Hotel.

Mamunia significa “porto seguro” (safe haven) em Árabe, e de acordo com o autor John Blaney, McCartney usou o termo como uma metáfora ao renascer (rebirth).

Mamunia é uma das várias canções do álbum Band on The Run, incluindo a faixa título e também “Bluebird”, que expõem o tema de fuga e liberdade. Os versos da canção usam a chuva (rain) como uma metáfora para tempos difíceis com os quais as pessoas se deparam.

A mensagem da canção é não reclamarmos das dificuldades, pois todos nós nos deparamos com elas e nestes tempos, quando enfrentamos momentos difíceis, o melhor é focarmos no nosso “porto seguro”.

“Mamunia” expande o tema e os sentimentos também contidos na canção “Rain”, dos Beatles!

Segundo Paul McCartney, ela foi a primeira música do álbum a ser gravada em Lagos, na Nigéria, e foi em meio a uma tempestade tropical.

Ela tem Paul nos vocais, guitarras, baixo e sintetizador; Linda no backing vocal e Denny Laine na guitarra e também no backing vocal. Inclui ainda uma percussão tocada por um dos “roadies” que o acompanhavam. Como em “Bluebird”, “Mamunia” é essencialmente acústica. O crítico em música, Roberto Christgau, descreveu a introdução da canção como sendo “Afro-soul” (de alma africana).

Visitando Marrakech este mês de novembro, minha filha conheceu alguns lugares excêntricos e interessantes, entre eles o Hotel La Mamounia, que inspirou o título da canção, e que é um dos hotéis mais chiques da cidade, ponto turístico para quem visita o Marrocos.

Hotel La Mamounia – Marrakech / Marrocos – Foto 1

Hotel La Mamounia – Marrakech / Marrocos – Foto 2

Hotel La Mamounia – Marrakech / Marrocos – Foto 3

Hotel La Mamounia – Marrakech / Marrocos – Foto 4

Mamunia – Letra e Vídeo

Mamunia

Mamunia Mamunia Mamunia
Oh Oh Oh
Mamunia Mamunia Oh Oh Oh Oh

The Rain Comes Falling From The Sky,
It Fills The Streams That Fill The Sea
And That’s Where Life Began For You And Me,

So The Next Time You See Rain It Ain’t Bad,
Don’t Complain It Rains For You,
The Next Time You See L.A. Rainclouds,
Don’t Complain It Rains For You And Me

Mamunia Mamunia Mamunia
Oh Oh Oh
Mamunia Mamunia Oh Oh Oh Oh

It Might Have Been A Bright Blue Day
But Rainclouds Had To Come This Way
They’re Watering Everything That They Can See.

The seed is waiting in the earth,
For the rain to come and give it birth,
That’s all it really needs to set it free.

Mamunia Mamunia Mamunia
Oh Oh Oh
Mamunia Mamunia Oh Oh Oh Oh

So The Next Time You See Rain, It Ain’t Bad
Don’t Complain, It Rains For You.
So Lay Down Your Um-ber-ellas
Strip Off Your Plastic Macs.
You’ve Never Felt The Rain My Friends,
Till You’ve Felt It Running Down Your Backs

So The Next Time You See Rain, It Ain’t Bad
Don’t Complain, It Rains For You.
The Next Time You See L.A. Rainclouds
Don’t Complain It Rains For You And Me.

Mamunia Mamunia Mamunia
Oh Oh Oh
Mamunia Mamunia Oh Oh Oh Oh

Mamunia Mamunia Mamunia
Oh Oh Oh
Mamunia Mamunia Oh Oh Oh Oh

Onze anos sem George Harrison – Homenagem ao “Quiet Beatle”!

Em 29 de novembro de 2001 o mundo perdia George Harrison, o lendário guitarrista dos Beatles, que fazia a guitarra chorar, como diz sua canção mais famosa.

Como forma de homenageá-lo, segue um texto  sobre o Guitarrista que ele foi, e suas primeiras guitarras.

O Guitarrista

É justo dizer que George Harrison não foi o guitarrista lider dos Beatles simplesmente por acaso, mas sim pelo seu talento e tenacidade, e foi com isso que ele conquistou seu lugar dentro da banda.

Harrison tinha uma aparência engraçada, era um menino muito magro, a quem Paul McCartney costumava encontrar no ônibus indo para a escola.

Ele tinha um fraco por roupas coloridas e, acima de tudo, um amor por violão, que ele compartilhava com o amigo McCartney, um pouco mais velho que ele. Em 1958, com nada mais significativo em seu currículo que um show no Clube da Legião Britânica com seu irmão Peter e um casal de colegas, o jovem de 15 anos começou a sentar-se na companhia de um grupo em que McCartney havia acabado de se juntar – The Quarry Men – ele preenchia o quadro quando um ou outro dos guitarristas do grupo não aparecia. Em pouco tempo, já bem afinado depois de praticar arduamente e dedicar-se com afinco aos sucessos americanos de Rhythm & Blue, Country e Western, ele ganhou posição permanente como membro da banda.

Durante um período de pouco trabalho em 1959, Harrison tocou com o Quarteto “Les Stewart”, mas em agosto ele estava de volta com os Beatles para abrir o Casbah Club, e após cada show, o grupo ia tocar lá.

No decorrer daquela jornada George passou do uso de sua primeira guitarra, que havia sido confeccionada em casa, para uma que ele tinha somente sonhado em possuir, que foi a sua ’57 Les Paul da Guitarras Gibson.

Com uma carreira solo povoada tanto por muito sucesso no mundo todo como por grandes perdas, Harrison ganhou o respeito de fãs, músicos e críticos com sua paleta única de humor único, devoção, ironia e habilidade. “Eu acredito que eu amo a minha guitarra mais do que os outros amam as suas”, disse uma vez Harrison à Beatles Monthly. “Para John e Paul, escrever canções é muito importante e tocar guitarra é um meio para finalizá-las. Enquanto eles estavam compondo novas músicas eu podia me divertir completamente apenas dedilhando ali por perto com meu violão a noite inteira. Sou fascinado por novos sons que eu possa obter de diferentes instrumentos que eu experimentar. Não estou certo de que isso me faça particularmente um músico. Apenas me chamem de fanático por uma guitarra e eu ficarei satisfeito.”

As Guitarras

Qual teria sido a primeira guitarra de Harrison? De acordo com Paul McCartney em uma entrevista (Bacon interview) foi mesmo um caso de faça você mesmo. “Começamos a conversar no ônibus e ele tinha interesse em guitarras e em música, assim como eu. Resultou que ele ia tentar fazer uma guitarra, e faria o corpinho sólido estilo havaiano, que era tipo um bom jeito para começar. Você não tinha que entrar no corpo oco nem nada, o que foi muito difícil. E ele fez isso, e nós nos tornamos bons amigos. Ele fez aquela coisa havaiana e não era ruim, uma ação verdadeiramente difícil, eu diria. ” Não há registro de que esta guitarra ainda exista”.

1956: Egmond steel-strung Spanish style (sunburst, vintage unknown):

Harrison comprou esta “Guitarra de Principiante,” fabricada na Holanda por Egmond e distribuída pela Rosetti, do colega de escola Raymond Hughes, por 3 £ (libras), dinheiro que ele recebeu de sua mãe. Em outra conta, seu pai pagou por ela o preço de £2.50. O anúncio desta guitarra dizia ser “o modelo mais barato da série”, por 4 libras, sete shillings e seis pences. Enquanto estava tentando acertar a negociação, o rapaz acidentalmente retirou o pescoço do corpo da guitarra, mas após algumas semanas guardada no armário, a Egmond foi resgatada pelo colega de guitarra Peter Harrison, que emendou o instrumento de seu irmão. Harrison fez sua estréia no show business com esta guitarra no ano seguinte, no Speke British Legion Club, onde “The Rebels”, um grupo de skiffle formado pelos Harrisons e três companheiros, tocaram em seu primeiro e único show. A guitarra – exceto a parte da cabeça – foi leiloada em Londres durante os anos 80, e graças a seu anônimo proprietário britânico, foi emprestada para o Rock and Roll Hall of Fame em Cleveland, de 1995 a 2002.

Em 2003 esta pequena Egmond – agora valendo cerca de US$ 800 mil – foi para uma exposição no Museu dos Beatles em Liverpool.

A Egmond exposta no Museu dos Beatles em Liverpool

1958: Hofner President f-hole acoustic (vintage unknown):

Num enorme salto desde seu primeiro instrumento e com uma pequena ajuda de sua mãe, Harrison comprou este simpático Hofner, um top de linha, single-cutaway “estilo cello “, um modelo com um acabamento “sunburst” e um “tailpiece” para compensar, por £ 30. Ele tocou com o Hofner President até trocá-lo no ano seguinte por um Hofner Club 40, com um membro do Swinging Blue Jeans.

Boas vibrações: Antes de montar um pequeno captador, Harrison obteve volume extra tocando esta guitarra com sua cabeça contra um guarda-roupa.

1959: Hofner Club 40 model 244 (vintage unknown)

The Faces celebrate their Star Club award: George’s Club 40?

1959: Resonet Futurama

1959:  Resonet Futurama

FONTE: As Guitarras de George Harrison

“Rubber Soul”, o sexto álbum dos Beatles, faz aniversário!

Lançado em 03 de dezembro de 1965, o álbum Rubber Soul é eclético e sofisticado, e certamente é um dos mais revolucionários e belos discos da obra dos Beatles!

Tendo sido gravado em quatro meses, foi lançado em 03 de dezembro de 1965, mas parece que foi “ontem”!

As gravações começaram em Abbey Road em 17 de Junho e de 12 de Outubro a 11 de Novembro de 1965 ele foi finalizado; dele faz parte as canções Drive My Car, Norwegian Wood (this bird has flown), You won’t see me, Nowhere Man, Think for Yourself, The Word, Michelle, What goes On, Girl, I’m looking throught you, In my life, Wait, If I needed Someone e Run for your life, portanto, estão presentes no disco os gêneros Folk Rock e Pop Rock, tendo a duração de 35:50 e produzido por George Martin.

Gravadoras:  Parlophone, Capitol e EMI.

Muitos poderiam perguntar: “porque recebeu este nome de alma de borracha”?

Durante muitos anos ninguém soube responder, até mesmo porque os próprios Beatles nunca explicaram o porquê desse nome! Mas Mark Lewisohn, no seu livro “The Beatles Recording Sessions” escreveu algo que parece esclarecer este nome tão esdrúxulo!
Ele diz que durante as gravações de “I’m Down” (a gente pode ouvir isso no take alternativo que saiu no Anthology 2), Paul fala várias vezes a frase “Plastic Soul, Man!”.
Perguntado sobre essa frase Paul disse que era uma maneira como os negros chamavam os brancos que cantavam Blues!
Eles então tiveram a idéia e apenas trocaram “Plastic” (plástico) por “Rubber” (borracha) e ficou “Rubber Soul” (Alma de Borracha).

Já no Anthology, Paul conta que após uma sessão de fotos, o fotógrafo começou a projetar os slides das opções numa cartolina enquanto eles olhavam com a responsabilidade de dar suas opiniões e escolher uma, e iam dizendo: “no, no, no, no”, por que não estavam gostando de nenhuma.
Lá pelas tantas, a cartolina escorregou, ficou inclinada, aí então eles deliraram e disseram: “Dá pra fazer desse jeito, dá pra imprimir assim distorcido?” O fotógrafo disse que sim e estava caracterizado aí o título para o álbum: “RUBBER SOUL” = ALMA DE BORRACHA, e as figuras dos Beatles meio esticadas ou distorcidas.

Portanto, há duas versões:

1 – “…To show them to The Beatles so they could choose the one they liked,
Freeman took a piece of white cardboard the size of an album cover,
and using a projector, showed the images on this white cardboard.
Because the piece of cardboard was slightly tilted, the images seen
were somewhat elongated. The Beatles seeing this said, “Wow, can you
reproduce the image like that?” Freeman said yes, and the cover was
born.”

2 – …”The title came from an expression that black musicians were using to
describe The Rolling Stones, which Paul then parodied from the
original “Plastic Soul” to “Rubber Soul”. “

A gente sabe que nem eles mesmos se lembram de muita coisa, então fica a dúvida entre as duas versões!

O Rubber Soul também está entre os 7 álbuns dos Beatles escolhidos entre os “1001 Discos para se ouvir antes de morrer”, onde 90 críticos de todo o mundo escolheram seus discos favoritos e fizeram o seguinte comentário:

“Em 1964, os americanos que compraram ‘Meet The Beatles’ foram apresentados a 4 rapazes de franja e terninho que não pareciam encarnar de forma alguma o desejo de liberdade. Apenas 2 anos depois é que os fãs puderam chegar perto de conhecer os verdadeiros Beatles – estrelas do pop cheias de imaginação. E só mais tarde a banda – particularmente Lennon – iria desnudar sua alma. Mas ‘Rubber Soul’ já valia a pena.
O álbum injeta mística no mundo dos Beatles. A capa psicodélica – a foto, feita por uma lente grande-angular, dá ao grupo, muito sério, um ar “ligadão” – nem traz o nome da banda (era a primeira vez que isso acontecia nos EUA).

Das letras obscuras, a melhor é a de ‘Norwegian Wood’, de Lennon – que, como ‘I’m Looking Through You’, de McCartney, faz alusão à sua turbulenta vida pessoal. ‘Nowhere Man’, porém, descarta totalmente o romance – coisa rara para o grupo até então.

A sentimental ‘Michelle’ compensa em beleza o que não tem em profundidade, enquanto ‘Girl’ é enganosamente simples (bem mais sofisticada do que ‘Just like a Woman’, de Bob Dylan, segundo o crítico Greil Marcus).

Musicalmente, ‘Rubber Soul’ é um passo à frente. Os elementos-chave do disco incluem a cítara e em ‘Think for Yourself’, o baixo distorcido – como ‘The Word’, é um rock sem data de validade.

A maior ofensa ao reinado dos Beatles não é ‘Ob-La-Di Ob-La-Da’. É o fato de ‘Rubber Soul’ ser tão subestimado. O álbum não contém hits (sucesso nos EUA como single, ‘Nowhere Man’ não foi incluída na versão americana do LP), mas seria um destaque na discografia de qualquer banda menor.”

Making off do Rubber Soul.

O livro “Can’t buy me love”, de Jonathan Gould, faz uma análise do álbum, música por música, como segue:

1 – O disco “Rubber Soul” começa com a fanfarra lancinante de guitarra solo, que pende no ar como uma provocação até ser apanhada pelo ritmo soul pulsante de uma música chamada “Drive my car”. Cantada com voz rouca por Paul e John, que berram a melodia monotônica numa harmonia dissonante a duas vozes, “Drive my Car” é a primeira das ditas “músicas cômicas’’ de “Rubber Soul”. A letra aplica a clássica metáfora de blues de “Me and My Chauffeur”, de Memphis Minnie, a um encontro quase romântico entre um garoto prestativo com boas possibilidades e uma garota ambiciosa que quer ser estrela de cinema. “Baby, you can drive my car/And maybe I’ll love you” […] ela promete no refrão, oferta que é acompanhada por um cintilar sugestivo de tercetos de semínimas ao piano. Com a marcha engatada e os pneus cantando no deleite da antecipação, as fantasias do rapaz quanto ao emprego proveitoso são desenloradas pela slide guitar de Paul, num solo libertino que conduz à última estrofe, onde a entrevista de emprego termina com a confissão da garota: “I’ve got no car and it’s breaking my heart/But I’ve got a driver and that’s a start”[…]. Assim, ela deixa a música, escoltada pelas vozes dos Beatles, que gorjeiam:”Beep-beep! Beep-beep! Yeah!”.

2 – O primeiro dos três petardos de John Lennon em Rubber Soul, a balada “Norwegian Wood (This bird has flown)”, descreve um encontro também frágil e inconcluso, dessa vez ambientado num plano mais alto da sociedade pop do que “Drive My Car’”. “Tentei ser sofisticado ao escrever sobre um caso de amor, mas sob uma tal cortina de fumaça que era impossível perceber”, recordou Lennon. Qualquer que seja a base, fato ou ficção, “Norwegian Wood” traz implícita a história de uma garota e um beatle, em oposição à de uma garota e um garoto. Balada narrativa de sonoridade tradicional, de melodia modal ritmada em andamento 12/8, cantada à batida de um violão, a homenagem a Dylan é clara desde o primeiro verso. Porém, mais uma vez, em contraste com a verborragia de Dylan, a letra de Lennon não desperdiça uma só palavra. Toda a ambientação física e dinâmica social é evocada na estrofe de abertura,cujo verso inicial parodia o início de centenas de baladas tradicionais: “I once had a girl/Or should I say, she once had me” […]. A melodia solene atravessa a escala numa série de arpejos e John a canta com um arde resignação profunda.

3 – Porém, a música em si é uma comédia emocional de humor negro sobre uma dança de sedução entre dois amantes em potencial com intenções diferentes em mente. Embora a expressão “Norwegian Wood” tenha sido tomada por alguns como referência a maconha ou haxixe, não se refere a nada mais ou menos intoxicante do que a mobília de teça em estilo escandinavo com a qual a jovem e ambiciosa garota pretende transformar seu minúsculo quarto de república numa vitrine de sensualidade e “design cool”. Simboliza as pretensões da garota, bem como a rotina minimalista da sedução (vinho, conversa, cama) que ela parece ter em mente, e se estende à música: George Harrison toca a melodia no início de cada parte numa cítara indiana (com corpo de teça), que dá à música um efeito instrumental de exotismo tão calculado quanto o avanço da garota. São um par perfeito: o sitar, cujas notas claras e metálicas soam contra um fundo de sobretons mais obscuros, e a garota, que existe num estado análogo de vibração receptiva com o que a cerca, ao dizer a frase de efeito: “Isn’t it good?” […}.

4 – Exceto, é claro, que “não” é bom – isso fica patente desde o início. Embora não fique claro por completo qual dos dois se opõe, a noite dificilmente termina como o beatle pretende ao investir seu tempo. E o final da música é uma charada ainda mais complicada, uma conclusão tão enigmática quanto a abertura foi concisa. Ao acordar pela manhã e ver que a garota se foi, John canta: “So I lit a fire: Isn’t it good? Norwegian Wood” […]. Descrevam essas palavras uma chama rancorosa na lareira, alimentada por teca, para aquecer uma noite na banheira, ou talvez (como aventaria McCartney) uma conflagração mais generalizada, “Norwegian Wood” termina com um ato múltiplo de revanche, dirigido tanto à garota quanto à própria idéia de desfecho. Quando todas as outras tentativas de resolução falharam, a música parece dizer: por que não simplesmente incendiar o lugar?

Depois da intriga claustrofóbica dessa vinheta de humor negro, “You Won’t See Me” parece vir de outra dimensão, trazida pela introdução sincopada de acordes de guitarra e ataques de pratos, que chegam como uma pancada na cabeça. “When I call you up, your line’s engaged”[…], canta Paul, abrindo a terceira faixa consecutiva com o tema da má comunicação. Passada a introdução, a música se estabelece numa comédia típica dos Beatles, com contrastes entre o vocal principal e os de fundo, embelezada por rufares e floreios de bateria e uma linha de baixo hiperativa ao estilo da Motown, que se agita tão longe diante da batida que o andamento parece se arrastar. Enquanto Paul explica sua situação – está perdendo a cabeça porque a ex-namorada se recusa a atender suas ligações -, John e George respondem com o mesmo veredicto “blasé” a cada argumento de seu apelo bem pensado. “Woo-ooo-la-la-la”, cantam eles, incorporando a indiferença da garota ao transformar as vozes em dois ouvidos surdos.

5 – “Nowhere Man” abre com uma barragem de sarcasmo sibilante de Liverpool, o vocal “a cappella” sobreposto numa harmonia a três vozes gravadas em dois canais. “He’s a real nowhere man/Sitting in his nowhere land” […]. Mas a zombaria recua conforme os instrumentos se juntam à música, que entra nos eixos em direção a uma posição mais solidária. Na resolução, enquanto os vocais de fundo cantam “ooh” e “aah”, John tenta atrair essa alma perdida para fora do casulo ao incentivá-la a ouvir, tentá-la com a possibilidade de que o próprio mundo está sob seu comando. O solo de guitarra que se segue é formado por notas tão altas e claras que poderiam ser tocadas com martelos de sinos nas cordas de alguma lira celestial. Essa aproximação arrepiante de “o mundo sob seu comando” – o melhor solo gravado por George Harrison desde “A Hard Day’s Night” – eleva a música a um novo plano emocional ante de se resumir em um único harmônico agudo e de uma delicadeza maravilhosa que brilha através da profusão de pratos como um lampejo de iluminação. Quando os cantores retornam com a estrofe, é como se uma enorme confederação de Homens de Lugar Nenhum estivesse cantando, e qualquer vestígio de distanciamento satírico deu lugar à contradição musical dessas três vozes imensas em harmonia próxima e simpática, que se juntam em nome do percalço existencial de um único e solitário tolo.

6 – Se as músicas de George Harrison em “Help!” soavam como imitações de Lennon e McCartney, “Think for Yourself”, a primeira de suas duas contribuições a “Rubber Soul”, refletiu a admiração do autor por Bob Dylan e pelos Rolling Stones. Do sucesso dos Stones “Satisfaction”, “Think for Yourself” tomou emprestado o efeito eletrônico chamado “fuzz”, que acrescenta uma distorção rasgada e visceral a qualquer nota que passe por seu circuito elétrico primitivo. Desenvolvido para o uso com guitarras, o “fuzz” de “Think for Yourself” soa ainda mais extremo por ser aplicado ao baixo de Paul McCartney, cujo padrão toscamente sincopado de tercetos de semínimas responde a cada verso das estrofes como os latidos de um schnauzer raivoso, mordendo e agarrando a coleira. Esse efeito, combinado à melodia inerte e à harmonia em acorde menor, dá à faixa o tom de amargor adequado à letra, na qual George aspira a níveis dylanescos de acusação: “I’ve got a word or two to say about the things that you do/You’ve telling all those lies about the good things that we can have if we close our eyes” […], zomba ele.

7 – Harrison parece ter concebido a música como uma forma de comentário social. “Deve ser sobre alguém, a julgar pelo modo como soa…talvez o governo”, escreveria ele. Mas é duvidoso que muitos de seus ouvintes a tenham ouvido dessa maneira em 1965. Tanto quanto hoje, as músicas populares então supostamente deveriam tratar de situações românticas até que se provasse o contrário. E a suposição de que a letra se dirigia de fato a uma garota situou “Think for Yourself” num novo gênero de “anti” músicas de amor, cujo pioneiro foi Bob Dylan (com “It Ain’t Me Babe”, em 1964), depois refinado pelos Rolling Stones. As atitudes abertamente misóginas que figuravam com proeminência na música pop da década de 1960 poderiam ser traçadas até dez anos antes, com a infusão máscula do blues na loja de bugigangas do romance pop. Mas a política sexual do blues, com seu arranjo infindo de mulheres caprichosas, mentirosas, infiéis e de coração duro, se focava, em essência, no poder sexual e emocional que as mulheres exerciam sobre os homens (e vice-versa). O componente de novidade na música pop dos anos 1960 foi uma disposição voluntária em ridicularizar as sensibilidades e vulnerabilidades das mulheres de maneira tão ávida quanto suas forças, e em reservar escárnio especial para as tentativas femininas de alimentar os ideais do amor romântico (“as coisas boas que podemos ter se fecharmos nossos olhos”). (…)

8 – O lado Um de “Rubber Soul” termina com duas faixas que apresentam um contraste musical quase tão forte quanto o de “Yesterday” e “Dizzy Miss Lizzy” ao final de “Help!”. “The Word” é soul music fundamentalista de meados da década de 1960. As estrofes apresentam uma melodia bluesística simples (cantada por John, que predomina, e Paul) sobre uma pulsação vibrante de baixo, bateria, piano e guinchos lancinantes e sincompadosde guitarra. Depois, durante o solo instrumental, o lamento estridente do harmônio de George Martin se une à música e soa como um órgão de igreja se contorcendo numa crise de fé. A letra pode ser entendida como uma paródia afetuosa do casamento do sagrado e do mundano que repousa no coração da soul music: “Say the Word and you’ll be free/ Say the word and be like me” […] – à luz da idolatria dos fãs vivenciada pelos Beatles, esse primeiro capítulo do evangelho segundo John e Paul toma um quê de autoparódia também. Mas o efeito cumulativo não é cômico. A repetição da expressão “say the Word” […] no início de cada verso se torna um encantamento no decorrer da música e o dístico da resolução, “It’s so fine, it’s sunshine/It’s the word Love” […], é cantado em tom sério, acompanhado de tríades maiores claras, que soam como a “luz do sol” depois da harmonia em acorde bemolizado com sétima das estrofes. Se John Lennon nunca tivesse assumido outra posição oracular numa música, “The Word” poderia ser entendida como uma paródia elogiosa da soul music e ficaria por isso mesmo. Mas Lennon estava se tornando mais interessado na revelação de sabedoria do que qualquer um teria imaginado.

9 – O sucesso comercial de “Yesterday” e a manada de cantores “main stream” que fizeram interpretações da música naturalmente inspiraram Paul McCartney a criar outras composições com melodias românticas mais convencionais – “as Grandes Baladas”,como John Lennon gostava de chamá-las. A primeira tentativa foi “Michelle”, que encerra o lado Um de “Rubber Soul”. Em termos estritamente musicais, “Michelle” é uma obra precoce. Ao revitalizar uma melodia escrita por Paul alguns anos antes, ele e John a costuraram sobre uma sequência suave de acordes menores, maiores relativos, diminutos, aumentados e com sétima maior – qualquer um dos quais teria representado um grande evento composicional para a música dos Beatles um ano ou dois antes.

Porém, bem mais patente do que a genialidade harmônica é o fato de “Michelle” ser executada ao estilo sentimental de uma música francesa de cabaré, com trechos da letra cantados de fato em francês. “Michelle, ma belle, these are words that go together well” […], começa a estrofe, “sont des mots qui vont três bien ensemble” (a tradução foi providenciada por Jill Vaughn, professora de francês e esposa do velho amigo de escola de Paul, Ivan Vaugh).

10 – Embora o som de Paul McCartney cantando em francês tenha sido ouvido por alguns fãs de música pop como prova de que os Beatles estavam respirando ares culturais, “Michelle” tem premissa francesa plausível. A música apresente as nações soberanas de Garoto e Garota, Masculino e Feminino, tentando alcançar uma à outra através do golfo da linguagem. Como se consciente da necessidade de manter a pretensão em xeque, McCartney atenua o vocal cantando tudo com sutileza. A própria frase “I love you” é de dificuldade notória de se cantar numa música de amor – e ocorre duas vezes em “Michelle”. Na primeira, na resolução, a ondulação “I love you I love you I lo-o-ove you” de Paul soa forçada. A segunda acontece no início do breve solo de guitarra de George Harrison, em que Paul despeja as palavras uma a uma com inflexão crescente, a expressividade pendendo da nota da melodia que mais remete ao blues, de modo a expressar a delicadeza da conexão melhor do que qualquer outra coisa na música. Esse chamado fantasmagórico de amor é o momento mais espontâneo de “Michelle” e estranhamente incrementado pela entrada da guitarra de Harrison, que chega vagueando pela música como um dos garçons dos cafés existencialistas de Jean-Paul Sartre, consciente de estar interpretando o papel da guitarra numa música pop francesa. Ao divergir com brevidade de toda a afetação da faixa, o solo de George livra “Michelle” das convenções do gênero. Sob essa amortização, Paul canta outra estrofe antes de sair bamboleando pela enevoada noite parisiense.

11 – O lado Dois de “Rubber Soul” começa com “What Goes On”, uma música country and western de mediocridade quase palpável, datada da época em que John Lennon integrava os Quarry Men. Com John no vocal, os Beatles tentaram gravá-la em 1963 e, numa decisão sábia, desistiram. Durante as sessões de “Rubber Soul”, a música ganhou nova letra e serviu como uma luva para Ringo, que cumpre seu dever por dois minutos e meio, depois dos quais cede o microfone a John, que canta a sensível balada “Girl”. De ritmo e harmonia em tom menor que lembram vagamente o compositor Kurt Weill, “Girl” é uma música complementar a “Michelle”: substitui o clima francês de McCartney por uma atmosfera de cabaré alemão. O título é, ao mesmo tempo, genérico e intimista, enquanto a letra estende a ambivalência emocional de “Norwegian Wood” de um encontro de uma noite para o contexto de uma relação contínua. John a canta com o mesmo tom de resignação que usou na música anterior (“And she promises the earth to me and I believe her/After all this time I don’t know why”). A ambivalência é cristalizada pelo refrão maravilhosamente simples, no qual John meio ronrona, meio ruge a expressão “ah, girl” como uma exaltação trêmula, seguida por uma inspiração súbita e seca que, de algum modo, traça a diferença entre um suspiro de encantamento e um gemido de exasperação. Depois, na coda, o relacionamento entre esses dois amantes ganha uma encenação instrumental, sob a forma de um diálogo entre um violão, que brinca em colcheias, e um prato em mínimas, abafado com a mão.

12 – “Tell Me What You See”, “I’ve Just Seen a Face”, “You wont see me”, “We Can Work It Out” – os títulos sozinhos já atestam que muitas das músicas compostas por Paul McCartney no decorrer de 1965 foram baseadas no desenredo de um encontro cara a cara (se não necessariamente de olhos nos olhos) entre amantes. “I’m Looking Through You” é como uma sequência desiludida de todas elas. A faixa começa hesitante, com a batida de um violão (na verdade, é um início falso, como se Paul não estivesse conseguindo entrar no estado de espírito certo na primeira tentativa). Então é pega por uma percussão peculiar e insistente sob a estrofe de abertura, que descreve a sensação de incompreensão sobre a garota que ele pensava conhecer (o som insistente é como a paciência dele, prestes a explodir) e então se abre no verso “I’m looking through you – you’re not the same” […], que é respondido por uma série de interjeições estridentes de guitarra. Uma vez que a música pega embalo, vai embora – a batida suave da estrofe de abertura dá lugar à energia ligeira e ao clima de rhytm and blues animado. “Love has a nasty habit of disappearing overnight” […], adverte o beatle que alegara acreditar no “ontem”, só que desta vez Paul, sempre disposto e amoroso, foi quem ficou farto.

13 – Em seguida, vem uma terceira balada de John, “In My Life”, composta e cantada com Paul de maneira devocional que lembra “If I Fell”. Com a introdução onírica de guitarra e a batida de potência surpreendente (é uma balada de ritmo marcado), a música tinha um débito consciente para com o recente sucesso de Smokey Robinson, “The Tracks of My Tears”, o que fez dela o exemplo mais recente do intenso intercâmbio cultural entre os estúdios Hitsville da Motown e os da EMI em Abbey Road. Dado o profundo respeito de Lennon por Robinson, ele deve ter sentido uma satisfação especial em 1965, quando o homem a quem imitara por vários anos começou a dar sinais de estar imitando “a ele”, ao acrescentar os temas de mascaramento emocional que caracterizaram duas das músicas de John em “Beatles for Sale”, “I Don’t Want to Spoil the Party” e “I’m a Loser”, em uma das mais eloqüentes baladas soul já compostas. Em “Rubber Soul”, Lennon retribuiu o elogio de maneira graciosa. “Tracks of My Tears” influenciou “In My Life”, em essência, na entrega vocal e na textura instrumental: a melodia não tinha semelhança alguma e a letra era mais pessoal do que qualquer outra escrita por Lennon até então. Os primeiros esboços da estrofe de abertura eram repletos de citações de locais de Liverpool e, embora tenham sido gradativamente removidos da versão final, a carga emocional propiciada por eles se mantém nessa música sábia e comovente.

14 – Marcada pela bateria de Ringo, numa combinação percussiva bem pensada que marca a passagem do tempo como um velho e surrado relógio de parede, e agraciada com uma melodia elegante e eficaz, encerrada numa oitava perfeita de espaço musical que envolve a tônica da música, a letra atinge um equilíbrio delicado entre os sentimentos de nostalgia e satisfação. Na primeira estrofe, John se recorda nostálgico dos lugares de que se lembra e das pessoas (“lovers and friends”) que estes trazem à mente, evocando os mortos e os vivos e afirmando o amor por todos eles. Na segunda estrofe, ele faz pesar esse senso de nostalgia na sua vida presente, permitindo que nenhum desses amigos e amantes “se compare a você/E essas memórias perdem o significado quando penso no amor como algo novo” […].

John Lennon gostava de falar sobre resolução quando falava sobre composição. Fosse devido aos elogios de Dick James a “No Reply” ou a Dylan, cujas estrofes finais de fato soavam como capítulos finais, Lennon apostava muito na idéia de que boas letras deveriam se resolver, chegar a alguma conclusão no final. Na prática, finais certinhos podem quase sempre parecer banais em músicas pop, mas “In My Life” estabelece duas emoções e alcança uma resolução genuína para ambas, ao terminar num tom afirmativo convincente (é a única música em “Rubber Soul” que ressoa o tema de base original dos Beatles de felicidade num relacionamento).

15 – A segunda estrofe é seguida por um solo de piano, tocado por George Martin num estilo barroco ornamental (incapaz de articular as notas nesse andamento, Martin engenhosamente gravou o solo na metade da velocidade, uma oitava abaixo, e acelerou a fita, técnica que deu ao piano uma sonoridade de cravo). A estilização barroca de Martin, embora por si só satisfatória por completo, é uma paródia suave das inclinações nostálgicas da música; assim como a bateria mecânica (como um relógio) de Ringo ajuda a manter a sentimentalidade em xeque. O solo é seguido por uma repetição da segunda metade da estrofe, e a música termina com a mais doce das surpresas: enquanto a música vai parando sob o último verso, John, numa alusão a Smokey Robinson, entoa “In my-y-life” em falsete antes de voltar ao alcance normal para “I love you more”. É como se a primeira metade do verso fosse dominada pela mente, e a segunda pelo coração.

16 – O restante de “Rubber Soul” é algo anticlimático, em seguida a essa faixa brilhante. “Wait” é um regresso óbvio. Mais um acréscimo ao extenso catálogo de músicas “de volta para casa” dos Beatles, foi gravada originalmente e rejeitada para a trilha sonora de “Help!” e, então, revitalizada na última hora para preencher “Rubber Soul”. Conta com uma parte de percussão vivaz, com maracas e pandeiro, um refrão arfante de “Wait!”, numa imitação direta de “Help!”, e uma concessão culpada de Paul, que canta: “I feel as though, you ought to know, that I’ve been good – as good as I can be” [..]. “If I Needed Someone”, música de amor de George Harrison, é uma composição mais substanciosa, que refletiu a admiração recíproca dos Beatles pelos Byrds, a quem haviam conhecido durante a recente estadia em Los Angeles. O instrumental da faixa é dominado pelos timbres encorpados e ressoantes da guitarra de doze cordas introduzida por Harrison no LP “A Hard Day’s Night” e, em seguida, adotada por Jim McGuinn como a marca registrada instrumental de sua banda. Cantada em harmonia paralela a três vozes, como faziam os Byrds, a música é um exercício de romance hipotético. “If I needed someone to love, you’re the one that I’d be thinking of” […], começa George. Esse tema da pessoa certa no momento errado é refletido de maneira interessante pela música, cuja melodia toda é fraseada nos contratempos. Combinado à linha de baixo em arpejos drásticos de McCartney, esse movimento disjunto ajuda a criar a ilusão de que a música sempre ascende no refrão, o que acumula uma pressão climática que, então, é aliviada num refrão exuberante de “ahhs” (com Paul cantando uma terça acima e John uma “décima” retumbante abaixo do vocal principal de George), que cai como uma força da natureza. Depois de toda a intriga emocional das músicas de ‘Rubber Soul”, essa faixa serve como um lembrete agradável da energia cinética pura dos primeiros trabalhos dos Beatles.

17 – A faixa final do álbum, “Run for Your Life”, de John Lennon, é outra tentativa de homenagem, mas dessa vez mal-sucedida. A característica que se destaca em “Run for Your Life” é a que a letra inclui uma citação direta de uma música gravada por Elvis Presley no início da carreira. Lançada em 1955, “Baby Let’s Play House” foi o quarto compacto de Presley pela Sun Records e se mantém como um monumento obscuro às contracorrentes social e musical das quais o rock’n’roll se originou (…)

“Run for Your Life” deveria ser um lembrete de tudo aquilo que a música de Presley fora outrora – um ato não apenas de homenagem, mas de conhecimento de causa na referência a um disco que apenas um fã dedicadíssimo conheceria. E teria sido emocionante se os Beatles tivessem se posto à altura do desafio de honrar sua inspiração original.

18 – Mas a gratidão nunca foi a maior das qualidades do grupo, e “Run for Your Life” transparece como uma releitura pouco inspirada e de inflexão rockabilly de “You Can’t do That”. “I catch you with another man – that’s the end” […], canta John, que iria contra si mesmo para expressar o desgostos pela música, a qual alegou ter composto apenas para agradar a George Harrison, cuja guitarra solo dá a ela o único brilho. A música é notória principalmente pela maneira como consegue reduzir o impacto do disco que celebra. O efeito arrepiante de “Baby Let’s Play House” derivava das indiretas quase psicóticas que Presley trouxera à musica ao esperar até o último dos versos para expor a profundidade de seus sentimentos. Em “Run for Your Life”, porém, Lennon “começa” onde Presley terminou, ao cantar o verso fatídico, “Wel I’d rather see you dead little girl than to be with another man” […], como o “primeiro” da música – como se fosse a coisa mais comum que alguém fosse capaz de dizer. E isso, talvez, foi o ponto de descuido. Por mais revolucionária que tenha soado uma década antes, quando Elvis Presley primeiro encarnou o papel, ao final de 1965 essa coisa toda de rapazes brancos posando como bárbaros em músicas pop já se tornara um artifício clichê.

Tradução das faixas do álbum

RUBBER SOUL – 03-12-1965

Drive My car
Norwegian Wood (this bird has flown)
You won’t see me
Nowhere man
Think for yourself
The word
Michelle
What goes on
Girl
I’m looking throught you
In my life
Wait
If I needed someone
Run for your life

Drive my Car – Dirigir o meu carro
Asked a girl what she wanted to be
Perguntei pra uma garota o que ela queria ser
She said, baby, can´t you see?
Ela disse: queridinho, não dá pra ver?
I wanna be famous,
Eu quero ser famosa
A star of the screen
Uma artista de cinema
But you can do something in between
E vc pode ir fazendo alguma coisa enquanto isso

Baby, you can drive my car
Queridinho, vc pode dirigir o meu carro?
Yes, I´m gonna be a star
Sim, eu vou ser uma estrela
Baby you can drive my car
Queridinho vc pode dirigir o meu carro?
And maybe I´ll love you
E assim, de repente, pode ser que eu te ame

I told that girl that my prospects were good
Eu disse para a garota que eu ia pensar com carinho no assunto
And she said, baby, it´s understood
E ela disse: queridinho, eu compreendo
Working for peanuts is all very fine
Trabalhar pra ganhar uma mixaria não vale a pena
But I can show you a better time
Em compensação eu posso te proporcionar bons momentos
Baby you can drive my car… 2x
Queridinho vc pode dirigir o meu carro?… 2x

I told that girl I could start right away
Eu disse para aquela garota que eu podia começar imediatamente
And she said, listen me, I´ve got something to say
E ela falou: Preste atenção, eu tenho uma coisa pra te dizer
I got no car and it´s breaking my heart
Eu não tenho carro nenhum e isso faz doer o meu coração
But I´ve found a driver and that´s a start
Mas eu encontrei um motorista e isso já é um começo

Baby, you can drive my car
Queridinho, você pode dirigir o meu carro? (repete…)

Norwegian Wood (this bird has flown)
(Esta tradução foi feita por mim)
Madeira Norueguesa (esta garota bateu asas e voou)

I once had a girl, or should I say, she once had me.
Certa vez tive uma garota, ou melhor dizendo, ela certa vez teve a mim.
She showed me her room, isn’t it good, norwegian wood?
Ela mostrou-me seu quarto, não é boa, esta madeira norueguesa?
She asked me to stay and she told me to sit anywhere,
Ela me pediu para ficar e disse-me que sentasse em qualquer lugar,
So I looked around and I noticed there wasn’t a chair.
Então olhei ao redor e percebi que não havia nenhuma cadeira.
I sat on a rug, biding my time, drinking her wine.
Sentei-me num tapetinho, esperando a hora, bebendo seu vinho.
We talked until two and then she said, “it’s time for bed”.
Conversamos até às duas e depois ela disse: “é hora de dormir”.
She told me she worked in the morning and started to laugh.
Ela me contou que trabalhava logo cedo e começou a rir.
I told her I didn’t and crawled off to sleep in the bath.
Eu disse a ela que eu não, e rastejei até o banheiro para dormir.
And when I awoke I was alone, this bird had flown.
E quando eu acordei eu estava sozinho, a garota havia batido as asas.
So I lit a fire, isn’t it good, norwegian wood.
Então acendi uma fogueira, não é boa, esta madeira norueguesa.

Norwegian Wood (this bird has flown)
(Esta foi feita pelo Samuel)
Madeira Norueguesa (a garota ‘tirou o time’)

I once had a girl, or should I say, she once had me.
Certa ocasião, eu tive uma garota, ou seria mais certo eu dizer que era ela quem me tinha?
She showed me her room, isn’t it good? Norwegian wood
Ela me levou até o seu quarto – bom isso, não é? – mobiliados com madeira norueguesa
She asked me to stay and she told me to sit anywhere,
Ela me pediu para que eu não saísse dali e que era para eu me sentar onde eu quisesse
So I looked around and I noticed there wasn’t a chair.
Olhei em volta e percebi que não havia cadeira alguma

I sat on a rug, biding my time, drinking her wine.
Fiquei, então, sentado num tapete, esperando a hora de dar o bote e bebendo o vinho dela
We talked until two and then she said, “It’s time for bed”.
Conversamos até às 2h quando, então, ela me disse: “tá na hora de dormir”

She told me she worked in the morning and started to laugh.
Ela explicou que saía de manhã para trabalhar e desandou a dar risada (nota: zombando, talvez)
I told her I didn’t and crawled off to sleep in the bath.
Eu lhe disse que não era o meu caso e fui me arrastando até uma banheira onde dormi
And when I awoke I was alone, this bird had flown.
Quando eu acordei, vi que estava sozinho, a garota tinha ‘tirado o time’
So I lit a fire, isn’t it good? Norwegian wood.
Pra me vingar, fiz uma fogueira – bom isso, não é? – com os móveis de madeira norueguesa

Nota: talvez ele tenha se arrastado até a banheira por ter se embriagado com o vinho dela, e incluí a palavra vingar à guisa de interpretação própria, bem como a palavras mobiliado e móveis para fazer algum sentido com a madeira norueguesa.

You Won’t See Me
Vc não vai querer me ver

When I call you up, Your line’s engaged.
Quando eu te ligo a sua linha está ocupada
I have had enough, So act your age.
Estou farto disto, vê se amadurece

We have lost the time That was so hard to find
Estamos perdendo um tempo que foi muito difícil de achar
And I will lose my mind If you won’t see me.
Eu vou perder a cabeça se você não quiser me ver

You won’t see me.
Vc não vai querer me ver

I don’t know why you Should want to hide.
Não sei por que razão vc se esconderia de mim
But I can’t get through. My hands are tied.
Não consigo dar um passo adiante. Estou de mãos atadas.
I don’t want to stay. I don’t have much to say
Mas eu não vou ficar parado. Não sei mais o que dizer
And I can turn away And you won’t see me.
Mas eu posso virar uma outra pessoa, e ainda assim você não vai querer me ver

You won’t see me.
Vc não vai querer me ver

Time after time You refuse to even listen.
Por várias e repetidas vezes você sequer se dispõe a me ouvir
I wouldn’t mind If I knew what I was missing.
Eu não me importaria tanto se eu descobrisse onde é que estou falhando

Though the days are few They’re filled with tears.
Estes últimos dias, embora poucos, têm sido repletos de lágrimas, pra mim
And since I lost you, It feels like years
E eles parecem que viraram anos, desde o momento em que eu te perdi

Yes, it seems so long, Girl, since you’ve been gone
É isso mesmo, parece que já faz muito tempo, garota, que você me deixou
And I just can’t go on If you won’t see me.
Eu simplesmente não vou conseguir mais viver se vc não quiser me ver
You won’t see me
Vc não vai querer me ver

Time after time.. repete

Nowhere Man
Homem de lugar nenhum

He’s a real nowhere man,
Ele é um autêntico homem de lugar nenhum
Sitting in his nowhere land,
que vive numa terra de lugar nenhum
Making all his nowhere plans
que só faz planos de se estar em lugar nenhum
For nobody.
para pessoa alguma

Doesn’t have a point of view,
Ele não tem uma opinião própria
Knows not where he’s going to,
Não sabe para onde está indo
Isn’t he a bit like you and me?
Ele não é um pouquinho parecido comigo e contigo?

Nowhere man, please listen,
Homem de lugar nenhum, ouça por favor
You don’t know what you’re missing,
Você não sabe o que está perdendo
Nowhere man,
Homem de lugar nenhum
the world is at your command.
O mundo está às suas ordens

He’s as blind as he can be,
Ele é cego até dizer chega
Just sees what he wants to see,
E enxerga só o que lhe convém
Nowhere man can you see me at all?
Homem de lugar nenhum, vc consegue me enxergar de qualquer jeito?

Nowhere man, don’t worry,
Homem de lugar nenhum, não se estresse
Take your time, don’t hurry,
Vai devagar, não tenha pressa
Leave it all ‘till somebody else Lends you a hand.
Jogue tudo pro alto até que alguém apareça pra te ajudar

Doesn’t have a point of view…. repete

Think for yourself
Arranje-se sozinha

I’ve got a word or two
Eu tenho algo sério e importante
To say about the things that you do,
para falar sobre a sua forma de proceder
You’re telling all those lies,
Você anda falando somente mentiras
About the good things we can have
Sobre coisas boas que nós podemos ter
If we close our eyes
mesmo de olhos fechados

Do what you want to do,
Faça o que você quiser fazer
And go where you’re going to,
E vá para onde pretender ir
Think for yourself,
Arranje-se sozinha
‘Cos I won’t be there with you,
porque eu não vou entrar nessa contigo

I left you far behind
Eu te afastei
The ruins of the life that you had in mind
das idéias que vc tinha de arruinar a sua vida
And though you still can’t see
E como vc ainda não conseguiu perceber isso
I know your mind’s made up,
Eu sei que vc está disposta
You’re gonna cause more misery
a causar mais desgraça ainda

Do what you want to do,
Faça o que você quiser fazer
And go where you’re going to,
E vá para onde pretender ir
Think for yourself,
Arranje-se sozinha
‘Cos I won’t be there with you,
porque eu não vou entrar nessa contigo

Although your mind’s opaque,
Embora sua mente seja obscura
Try thinking more, If just for your own sake
Tente pensar mais um pouco, e só se for pro seu próprio bem

The future still looks good,
O futuro ainda parece promissor
And you’ve got time to rectify
E ainda há tempo de vc você corrigir
All the things that you should.
todas as coisas que anda devendo corrigir

Do what you want to do,
Faça o que você quiser fazer
And go where you’re going to,
E vá para onde pretender ir
Think for yourself,
Arranje-se sozinha
‘Cos I won’t be there with you,
porque eu não vou entrar nessa contigo
(repete…)

Think for yourself,
Arranje-se sozinha
‘Cos I won’t be there with you.
porque eu não vou entrar nessa contigo

The Word – A palavra
Say the word and you’ll be free,
Diga a palavra e vc se sentirá livre
Say the word and be like me,
Diga a palavra e seja igual a mim
Say the word I’m thinking of,
Diga a palavra na qual estou pensando
Have you heard the word is love
Já ouviu falar que a palavra é amor?
It’s so fine, it’s sunshine,
Isso é tão legal, isto é radiante
It’s the word love.
Isso é a palavra amor

In the beginning I misunderstood,
No começo eu entendia mal
But now I’ve got it the word is good
Mas agora, eu já saquei, a palavra tem a ver com o bem

Say the word and you’ll be free,
Diga a palavra e vc se sentirá livre
Say the word and be like me,
Diga a palavra e seja igual a mim
Say the word I’m thinking of,
Diga a palavra na qual estou pensando
Have you heard the word is love
Já ouviu falar que a palavra é amor?

It’s so fine, it’s sunshine,
Isso é tão legal, isto é radiante
It’s the word love.
Isso é a palavra amor

Everywhere I go I hear it said,
Onde quer que eu vá eu oço falarem nela
In the good and the bad books that I have read.
ela está em todos os livros bons ou ruins que eu tenho lido

Say the word and you’ll be free,
Diga a palavra e vc se sentirá livre
Say the word and be like me,
Diga a palavra e seja igual a mim
Say the word I’m thinking of,
Diga a palavra na qual estou pensando
Have you heard the word is love
Já ouviu falar que a palavra é amor?

Now that I know what I feel must be right,
Agora que eu sei o que me parece ser o certo
I mean to show ev’rybody the light,
eu quero a todos a luz levar
Give the world a chance to say,
Dê ao mundo uma chance de dizer
That the word is just the way,
que a palavra é justamente o caminho
It’s the word I’m thinking of,
ela é a palavra na qual estou pensando
And the only word is love,
e a única palavra é amor
It’s so fine, it’s sunshine,
Isso é tão legal, isto é radiante
It’s the word love.
Isso é a palavra amor
Say the word love (4x)
Diga a palavra amor

Michelle
Michelle ma belle
Michelle, minha bela
These are words that go together well
Estas são palavras que, juntas, casam bem
My michelle
Minha Michelle
Michelle ma belle
Michelle, minha bela
Sont les mots qui vont trés bien ensemble
São palavras que, juntas, casam muito bem
Trés bien ensemble
casam muito bem juntas

I love you, I love you, I love you
Eu te amo, Eu te amo, Eu te amo
That’s all I want to say
É tudo o que eu quero te dizer
Until I find a way
Até eu encontrar um jeito de falar contigo
I will say the only words I know that you’ll understand
eu só vou te dizer as palavras que eu sei que vc vai conseguir entender

Michelle ma belle
Michelle , minha bela
Sont les mots qui vont trés bien ensemble
São palavras que, juntas, casam muito bem
Trés bien ensemble
casam muito bem juntas

I need to, I need to, I need to
Eu preciso, eu preciso, eu preciso
I need to make you see
Eu preciso fazer você enxergar
Oh what you mean to me
O que você significa para mim
Until I do I’m hoping you will know what I mean
Até que isso aconteça eu espero que você saiba o que eu significo pra vc
I love you
Eu te amo

I want you, I want you, I want you
Eu te quero, eu te quero, eu te quero
I think you know by now
Eu acho que você já sabe disso
I’ll get to you somehow
Eu vou te ganhar de qualquer jeito
Until I do I’m telling you so you’ll understand
Até que isso aconteça eu vou falar contigo de uma forma que vc possa me entender

Michelle ma belle
Michelle , minha bela
Sont les mots qui vont trés bien ensemble
São palavras que, juntas, casam muito bem
Trés bien ensemble
casam muito bem juntas

And I will say the only words I know that you’ll understand
E eu só vou te dizer as palavras que eu sei que vc vai conseguir entender
My Michelle
Minha Michelle

What Goes On – O que se passa
What goes on in your heart,
O que se passa no seu coração?
What goes on in your mind?
O que se passa na sua cabeça?
You are tearing me apart,
Vc está sendo muito má pra mim
When you treat me so unkind,
Quando vc me trata tão rispidamente
What goes on in your mind?
na sua cabeça, o que se passa?

The other day I saw you, As I walked along the road,
Outro dia, saí pra dar um passeio e te vi
But when I saw him with you I could feel my future fold
Mas quando eu vi vc do lado dele percebi o que estava me aguardando
It’s so easy for a girl like you to lie, Tell my why?
É muito fácil para uma garota do seu tipo mentir, me diga: por quê?

What goes on in your heart,
O que se passa no seu coração?
What goes on in your mind?
O que se passa na sua cabeça?
You are tearing me apart,
Vc está sendo muito má pra mim
When you treat me so unkind,
Quando vc me trata tão rispidamente
What goes on in your mind?
na sua cabeça, o que se passa?

I met you in the morning
Eu te conheci numa manhã
Waiting for the tides of time,
em que vc estava de bobeira
But now the tide is turning,
Mas agora a maré tá mudando
I can see that I was blind
reconheço que eu não enxergava nada
It’s so easy for a girl like you to lie, Tell me why?
É muito fácil para uma garota do seu tipo mentir, me diga: por quê?

What goes on in your heart
O que se passa no seu coração?

I used to think of no-one else,
Eu não era de pensar em mais ninguém
But you were just the same,
Mas pra vc isso não fazia diferença
You didn’t even think of me
Vc sequer pensava em mim
As someone with a name,
como alguém que tem um nome
Did you mean to break my heart and watch me die, Tell me why?
Era sua intenção partir o meu coração e me ver morto? Me diga: por quê?

What goes on in your heart, (repete…)

GIRL – Garota
Is there anybody going to listen to my story,
Há alguém aí disposto a ouvir a minha história
All about the girl who came to stay?
que é toda sobre uma garota que chegou para ficar?
She’s the kind of girl you want so much it makes you sorry
Ela é o tipo de garota que quanto mais ela te maltrata mais você a deseja
Still you don’t regret a single day
E não há um dia sequer que vc, quietinho, se lastime por isso

Ah… Girl! Girl!
Ah… Garota! Garota!

When I think of all the times I’ve tried so hard to leave her
É só eu lembrar das vezes que, a duras penas, eu tentei deixá-la
She will turn to me and start to cry
que ela se volta para mim e desanda a chorar
And she promises the earth to me and I believe her
Ela me promete ‘mundos e fundos’, e eu ainda acredito nela
After all, this time, I don’t know why
E hoje, apesar de tudo, eu não sei explicar porque
Ah… Girl! Girl!
Ah… Garota! Garota!

She’s the kind of girl who puts you down,
Ela é o tipo de garota que te humilha
When friends are there, you feel a fool.
Você se sente um palhaço quando ela faz isso na frente dos seus amigos
When you say she’s looking good,
Quando você diz que ela está ótima
She acts as if it’s understood
Ela age como se isso fosse óbvio
She’s cool, cool, cool, cool
Ela é demais, demais, demais, demais

Ah… Girl! Girl!
Ah… Garota! Garota!

Was she told when she was young that pain would lead to pleasure?
Será que disseram para ela, desde pequenininha, que a dor acaba levando ao prazer?
Did she understand it when they said
Será que foi isso que ela entendeu por lhe terem dito
That a man must break his back to earn his day of leisure?
que um homem tem que ‘cortar um dobrado’ para merecer um dia de descanso?
Will she still believe it when he’s dead?
Será que ela vai continuar pensando assim, mesmo depois dele morrer?

Ah… Girl! Girl!
Ah… Garota! Garota!

I’m Looking Through You
Eu estou te analisando mentalmente

I’m looking through you
Eu estou te analisando mentalmente
Where did you go
Por onde vc andou?
I thought I knew you
Pensei que te conhecia
What did I know
Conhecia o que?
You don’t look different
Você não aparenta ter mudado
But you have changed
Mas mudou
I’m looking through you
Eu estou te analisando mentalmente
You’re not the same
Você não é mais a mesma

Your lips are moving
Os seus lábios me beijam
I cannot hear
Mas eu não consigo senti-los
Your voice is soothing
Sua voz é suave
But the words aren’t clear
Mas não é inteligível o que vc fala
You don’t sound different
Você não aparenta ter mudado
I’ve learned the game
Já saquei qual é o lance
I’m looking through you
Eu estou te analisando mentalmente
You’re not the same
Você não é mais a mesma

Why, tell me why
Porque, diga-me porque
Did you not treat me right
Você não cuidava bem de mim
Love has a nasty habit
O amor tem uma mania muito desagradável
Of disappearing overnight
de desaparecer da noite pro dia

You’re thinking of me
Você está pensando em mim
The same old way
Do mesmo jeito de sempre
You were above me
Você estava acima de mim
But not today
Mas hoje isso mudou
The only difference
A única diferença
Is you’re down there
É que vc hoje está lá embaixo
I’m looking though you
Eu estou te analisando mentalmente
And you’re nowhere
Mas não te vejo em lugar nenhum

Why, tell me why
Porque, diga-me porque
Did you not treat me right
Você não cuidava bem de mim
Love has a nasty habit
O amor tem uma mania muito desagradável
Of disappearing overnight
de desaparecer da noite pro dia
I’m looking through you
Eu estou te analisando mentalmente
Where did you go
Por onde vc andou?
I thought I knew you
Pensei que te conhecia
What did I know
Conhecia o que?
You don’t look different
Você não aparenta ter mudado
But you have changed
Mas mudou
I’m looking through you
Eu estou te analisando mentalmente
You’re not the same
Você não é mais a mesma
Yeh, I tell you you’ve changed
É isso aí, te digo que vc mudou

In My Life – Em minha vida
There are places I remember all my life, Though some have changed,
Há lugares que eu me lembro a vida toda, embora alguns não sejam mais os mesmos
Some forever, not for better,
Alguns mudaram para sempre, mas não foi para melhor
Some have gone and some remain.
Uns já não existem e outros continuam existindo
All these places had their moments
Cada um desses lugares tiveram os seus momentos
With lovers and friends I still can recall.
Com amores e amigos dos quais ainda consigo lembrar
Some are dead and some are living.
Alguns já morreram e outros ainda vivem
In my life I’ve loved them all.
Na minha vida, eu amei todos eles

But of all these friends and lovers,
Mas de todos esses amigos e amores
There is no one compares with you,
Não há ninguém que possa se comparar a você
And these memories lose their meaning
E essas lembranças perdem o sentido
When I think of love as something new.
Quando eu penso no amor em termos de algo que se renova

Though I know I’ll never lose affection For people and things that went before,
Embora eu saiba que eu nunca vou perder o afeto pelas pessoas e coisas antigas
I know I’ll often stop and think about them,
e embora eu saiba que, freqüentemente, eu vou parar para pensar nelas
In my life I’ll love you more.
É você quem eu vou mais amar na minha vida

(repete…..)

Wait – Espere
It’s been a long time, now I’m coming back home,
Já passou muito tempo, mas agora eu estou voltando pra casa
I’ve been away now, oh how I’ve been alone,
Eu estou distante, agora, oh, como eu tenho me sentido sozinho
Wait till I come back to your side,
Espere até eu ficar de novo ao seu lado
We’ll forget the tears we cried
Vamos deixar de lado as lágrimas que derramamos

But if your heart breaks, don’t wait, turn me away,
Mas se o seu coração estiver ferido, não ligue pra mim
And if your heart’s strong, hold on, I won’t delay,
Mas se o seu coração estiver batendo forte, agüenta a mão, eu não vou demorar

Wait till I come back to your side,
Espere até eu ficar de novo ao seu lado
We’ll forget the tears we’ve cried.
Vamos deixar de lado as lágrimas que derramamos

I feel as though you ought to know
Eu acho que vc deveria procurar saber
That I’ve been good, as good as I can be,
Que eu estou passando bem, dentro dos meus limites
And if you do, I’ll trust in you,
Se vc preocupar com isso, eu vou acreditar em vc
And know that you will wait for me.
e ter a certeza de que vc vai estar esperando por mim

It’s been a long time, now I’m coming back home,
Já passou muito tempo, mas agora eu estou voltando
I’ve been away now, oh how I’ve been alone
Eu estou distante, agora, oh, como eu tenho me sentido sozinho

Wait till I come back to your side ….(repete)

If I Needed Someone
Se eu estivesse precisando de alguém

If I needed someone to love
Se eu estivesse precisando de alguém para amar
You’re the one that I’d be thinking of
Você seria essa pessoa em quem eu estaria pensando

If I needed someone
Se eu estivesse precisando de alguém
If I had some more time to spend
Se eu tivesse um tempo a mais pra gastar
Then I guess I’d be with you my friend
Creio que estaria contigo minha companheira

If I needed someone
Se eu estivesse precisando de alguém

Had you come some other day
Se vc tivesse aparecido em algum outro dia
It might not have been like this
a situação poderia ser outra da que é agora
But you see now I’m too much in love
Mas você está vendo, agora, que eu estou completamente apaixonado

Carve your number on my wall and
Grave o número do seu telefone no meu muro
Maybe you will get a call from me
que é possível você receber uma ligação minha

If I needed someone
Se eu estivesse precisando de alguém

If I had some more time to spend … (repete)

Run For Your Life
Tome cuidado com a sua vida

Well, I’d rather see you dead, little girl,
Bem, eu prefiro te ver morta, fofinha,
Than to be with another man.
Do que vivendo com outro homem
You better keep your head, little girl,
É melhor vc manter a cabeça no lugar, fofinha
Or you won’t know where I am.
senão vc não vai me reconhecer

You better run for your life if you can, little girl;
Se vc tem como tomar cuidado com a sua vida, então é melhor fazê-lo, fofinha
Hide your head in the sand, little girl;
”Fique na sua” , fofinha
Catch you with another man,
Te pegar com outro homem
That’s the end, little girl.
Isto é o fim, fofinha

Well, you know that I’m a wicked guy
Bem, vc sabe que eu não sou flor que se cheire
And I was born with a jealous mind
Eu já nasci ciumento
And I can’t spend my whole life tryin’
E não tô a fim de passar a minha vida inteira
Just to make you tow the line.
Só me preocupando em te botar na linha

You better run for your life if you can, little girl;
Se vc tem como tomar cuidado com a sua vida, então é melhor fazê-lo, fofinha
Hide your head in the sand, little girl;
”Fique na sua” , fofinha
Catch you with another man,
Te pegar com outro homem
That’s the end, little girl.
Isto é a morte, fofinha

Let this be a sermon, I mean everything I’ve said.
Tome como um sermão tudo isto que estou te dizendo
Baby, I’m determined
Querida, eu não tenho a mínima dúvida
That I’d rather see you dead.
de que eu prefiro te ver morta

You better run for your life if you can, little girl… (repete)

O álbum Rubber Soul, de 1965, também é um dos 7 álbuns dos Beatles escolhidos entre os “1001 Discos para se ouvir antes de morrer”, onde 90 críticos de todo o mundo escolheram seus discos favoritos.

“Em 1964, os americanos que compraram ‘Meet The Beatles’ foram apresentados a 4 rapazes de franja e terninho que não pareciam encarnar de forma alguma o desejo de liberdade. Apenas 2 anos depois é que os fãs puderam chegar perto de conhecer os verdadeiros Beatles – estrelas do pop cheias de imaginação. E só mais tarde a banda – particularmente Lennon – iria desnudar sua alma. Mas ‘Rubber Soul’ já valia a pena.
O álbum injeta mística no mundo dos Beatles. A capa psicodélica – a foto, feita por uma lente grande-angular, dá ao grupo, muito sério, um ar “ligadão” – nem traz o nome da banda (era a primeira vez que isso acontecia nos EUA).

Das letras obscuras, a melhor é a de ‘Norwegian Wood’, de Lennon – que, como ‘I’m Looking Through You’, de McCartney, faz alusão à sua turbulenta vida pessoal. ‘Nowhere Man’, porém, descarta totalmente o romance – coisa rara para o grupo até então.

A sentimental ‘Michelle’ compensa em beleza o que não tem em profundidade, enquanto ‘Girl’ é enganosamente simples (bem mais sofisticada do que ‘Just like a Woman’, de Bob Dylan, segundo o crítico Greil Marcus).

Musicalmente, ‘Rubber Soul’ é um passo à frente. Os elementos-chave do disco incluem a cítara e, em ‘Think for Yourself’, o baixo distorcido – como ‘The Word’, é um rock sem data de validade.

A maior ofensa ao reinado dos Beatles não é ‘Ob-La-Di Ob-La-Da’. É o fato de ‘Rubber Soul’ ser tão subestimado. O álbum não contém hits (sucesso nos EUA como single, ‘Nowhere Man’ não foi incluída na versão americana do LP), mas seria um destaque na discografia de qualquer banda menor.”

Fonte:

1 – Comunidade do Orkut, Rubber Soul

2 – Comunidade do Orkut, Chá com a Beatlemania

Jerry Adriani e Raul Seixas: Documentário

Dois grandes cantores da Jovem Guarda estiveram presentes no início da carreira de Raul Seixas, que foram Leno Azevedo (vide post) e Jerry Adriani.

Jerry foi responsável pela contratação de Raul Seixas pela CBS e por ocasião do lançamento de seu CD em 2011, ele concedeu entrevista à “TV O Dia” sobre o amigo.

No vídeo a seguir, Jerry Adriani homenageia o amigo Raul Seixas, interpretando a canção “Gita”, um dos primeiros sucessos do “Maluco Beleza”. A apresentação fez parte de um programa especial exibido pela extinta Rede Manchete, em 1992, na época em que Jerry divulgava seu disco “Elvis Vive”. O vídeo começa com Jerry comentando sobre Raul e na seqüência, o próprio Raul fala, com a voz em “off”, a respeito do amigo. Jerry foi o responsável pela vinda de Raul Seixas para o Rio de Janeiro. “Raulzito e os Panteras, como eram conhecidos, formavam a banda de apoio que tocou com Jerry durante três anos, e Raul produziu alguns discos do cantor na CBS (hoje Sony).

Jerry e Raul: Imagens do acervo pessoal de Jhuba

No áudio abaixo podemos ouvir o próprio Raul Seixas comentando sobre o motivo do seu apelido “Raulzito” e falando sobre o seu grupo “Os Panteras”, confirmando a amizade com Jerry Adriani, que o levou para o Rio de Janeiro, onde depois foi contratado pelo selo CBS. Raul ainda imita o amigo Jerry!

Nesta entrevista a Danilo Gentile, Jerry conta como a banda Os Panteras, e Raul Seixas entraram em sua carreira.

Fotos de Jerry e Raul, do acervo de Rodrigo Titarelli

Raul Seixas, Waldir serrão (hoje numa casa de Repouso em Salvador), Jerry Adriani e Leno – na piscina do Clube Riviera na Barra da Tijuca, em 1970..

Jerry Adriani está de volta ao Brasil após turnê nos E.U.A.

O cantor Jerry Adriani lançou seu novo disco em outubro e ainda em novembro deve lançar também um novo DVD.

Entre os dias 14 e 17 de novembro ele esteve nos Estados Unidos, passando por New Jersey e Nova York, para cantar no final do concurso Miss Brasil EUA!

Este concurso, Miss Brasil nos EUA acontece entre as brasileiras que moram por lá e acontece em New Jersey.

Jerry está de volta de sua viagem aos Estados Unidos e publicou algumas fotos de sua estada em Nova York, deixando um recado para seus amigos e fãs!

Jerry Adriany NY escreveu em 21 de novembro de 2012:

OLÁ MEUS AMIGOS…ESTOU DE VOLTA DE NY…FOI TUDO MARAVILHOSO, CANTEI SÁBADO LÁ EM NEW JERSEY NO CONCURSO MISS BRASIL USA…FOI UMA ÓTIMA VIAGEM.. FALO MAIS SOBRE TUDO…AÍ ALGUMAS FOTOS QUE TIREI NA SEGUNDA FEIRA NA BROADWAY…NEW YORK, COMO SEMPRE, MARAVILHOSA…É UMA FESTA ETERNA…EU PARTICULARMENTE ADORO…AGORA ESTOU DE SAÍDA, POIS ÀS 21,00 HS EU TENHO ENSAIO PARA A GRAVAÇÃO DO DVD. NA SEMANA QUE VEM, DIA 28 NA TV SÉCULO XXI EM VALINHOS SP…O CD FAMÍLIA, JÁ ESTÁ À VENDA NAS LOJAS AMERICANAS…UM ENORME BEIJO À TODOS, MUITA SAÚDE E SAUDADES…

JERRY ADRIANI

Ao Jerry, desejamos muito sucesso com o novo CD e DVD!
Seus fãs do Facebook

Algumas Canções Raras de Leno e suas mensagens “subliminares”!

https://www.facebook.com/pages/Vida-e-Obra-de-Johnny-McCartney/414377658626986

Canções como Jovem Guarda, Imagens, Mudanças, Boas Vibrações, Encontro no Tempo e Esquinas Nacionais, todas compostas por Leno, são raridades e não são ainda muito divulgadas e conhecidas, embora contenham mensagens lindas de amor, amizade e “boas vibrações”!

Algumas das fotos inseridas aqui são do encarte de uma coletânea lançada pelo selo independente de Leno, o Natal Records. Trata-se de um CD organizado e produzido pelo próprio Leno.

A canção “Jovem Guarda”, por exemplo, tem uma das letras mais significativas para quem viveu naqueles velhos tempos, belos dias em que nas tardes de domingo esperávamos ansiosamente pelo início do programa comandado por Roberto Carlos.

Sua letra foi alterada por ocasião da festa de gravação do DVD “Jovem Guarda Para Sempre”. A letra original está no LP de 1976 e também na coleção de CDs da Jovem Guarda lançada por Marcelo Fróes em 1999, entre eles o “Meu nome é Gileno”.

Jovem Guarda – Letra Original e áudio

Volto aqui se não se importa
Por favor, não feche a porta
Depois assim, de tanto tempo, sem me ver
Agora eu não sei se a sua vida
está igual ou dividida
Eu só sei que o medo nos seus olhos fez você mudar
Será que acordou daquele sonho
daquele velho sonho
Talvez não se ache mais tão nova pra sonhar
Não fuja do seu próprio encontro
Vem comigo agora e pronto
Que o vento sopra
o sol desponta
E acho que eu já vou

Cante pra não chorar
Cante se já chorou
Se você foi Jovem Guarda
Guarda o que passou

Os amigos que marcaram
Os amantes que te amaram
E as promessas que afinal ninguém cumpriu
Toda aquela inconseqüência
transformou-se numa ausência
E o que hoje resta da sua festa
Se perdeu, sumiu!
Mas cante pra não chorar
Cante se já chorou
Se você foi jovem guarda
Guarda o que passou

Se ainda espera ser amada
Vem que aqui não tem mais nada
Olha o vento sopra
O sol desponta
Onde a gente for…

Letra II (modificada)

JOVEM GUARDA (Letra e vídeo)

Volto aqui se não se importa
Por favor não feche a porta
Depois assim de tanto tempo sem lhe ver
Agora eu não sei se a sua vida
Está igual ou dividida
Eu só sei que algo em seu olhar fez você mudar Será que ainda sonha aquele sonho
Aquele velho sonho
No espírito pra sempre jovem pra sonhar

Não fuja do seu próprio encontro
Vem comigo agora e pronto
Porque o vento sopra, o sol desponta
E acho que eu já vou.

Cante a canção de amor, cante o que já cantou
Quando a gente é jovem guarda
Guarda o que sonhou
Cante a canção de amor, cante o que já cantou
Quando a gente é jovem guarda
Guarda o que ficou

Os amigos que marcaram
Os amantes que se amaram
E a eterna melodia que tocou
Toda aquela transparência
Nunca virou uma ausência
Pois lá no fundo do coração nossa canção ficou

Cante a canção de amor, cante o que já cantou
Quando a gente é jovem guarda
Guarda o que sonhou
Cante a canção de amor, cante o que já cantou
Quando a gente é jovem guarda
Guarda o que ficou

Vou te fazer sentir amada
Vem comigo nessa estrada
Porque o vento sopra, o sol desponta
Aonde a gente for, aonde a gente for…

O CD “O melhor de Leno”, lançado no início do século XXI pelo selo Natal Records, com  registro NRCD 008, contém canções que abrangem um período existencialista do cantor, que são obras lançadas de 1974 a1988.Este CD contem raridades, como as canções “Mudanças”, “Imagens”, “Boas Vibraçoes”, Encontros no Tempo”, “Esquinas Nacionais”, entre outras.

Mudanças – Letra e Áudio

Nesta canção Leno fala de sua mudança de vida, pois estava indo morar fora do Brasil, como ele mesmo me conta aqui:

Oi Lucinha , foi mesmo uma época de mudanças...

Leno Azevedo 21 de novembro de 2012 00:46
“Oi Lucinha , foi mesmo uma época de mudanças pra mim , que me levou a morar um tempo fora do Brasil…Musicalmente, era eu” brincando de James Taylor ” que adoro!”

Quando as dúvidas parecem não crescer
Não deixe as neuroses virem ser
Siga em frente sem parar
Não deixe como está
E as coisas vão mudando até você
Há um momento em que nem tudo é claro e são
Mas tem gente que vê na escuridão
Que antes de um salto fatal
Sente um medo natural
Mas durante o salto nada importa não
Renascer
Renascer!
De um próprio parto às vezes, renascer
Resonhar
Resonhar!
Um sonho que jamais sonhou viver
Não deixe as neuroses virem ser
Siga em frente sem parar
Não deixe como está
Que as coisas vão chegando
Tudo vai se transformando
E as coisas vão mudando pra você

Imagens – Letra e Áudio

“Imagens” foi uma composição de Leno para a esposa que ele perdeu tragicamente em um acidente de carro, em 1982.

Neste áudio podemos ouvir os Golden Boys e Leno ao vivo, em um especial exibido pela TV Cultura, tempos atrás.

A Letra

“Boas Vibrações” e “Encontro no Tempo” foram compostas durante o tempo em que Leno viveu em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Boas vibrações, por exemplo, é inspirada em uma usual saudação desejando “boas energias”. Na gravação Leno faz uso do “falsete”, dando mais brilho à interpretação.

Boas Vibrações – Letra e áudio

É bom sentir sua presença,
Ouvir a voz no seu olhar
Que sempre faz nascer
as boas vibrações
No ar, no ar
A claridade dos desejos
Em qualquer coisa que fizer
Nesse seu jeito de ser mulher
Eu tenho sido refém da minha ilusão
Mas se quiser você pode até me resgatar
da velha solidão
O seu amor na consciência
Suas razões no coração
Podem afastar a dor que existe em mim
Depois então
A claridade dos desejos
Em qualquer coisa que fizer
Nesse seu jeito de ser mulher
É bom sentir sua presença
Ouvir a voz no seu olhar
Com tão boas vibrações no ar

“Encontros no Tempo”, também composta no período em que morou em Los Angeles, tem a ver com o sucesso solo de Lilian nos anos 80, com a música “Sou Rebelde”, época em que ela fez uma declaração a uma Revista dizendo que ainda gostaria de gravar uma música com Leno, pois muito além do sucesso da dupla, curtia mesmo era cantar com ele.

Leno compôs estas duas canções e gravou a base em Los Angeles; voltando ao Brasil, convidou Lilian para participar do seu LP “Encontros no Tempo”.

Leno fala sobre a última vez que esteve com Lilian:

Oi Ana Paula , foi no show em homenagem ao...

Leno Azevedo 21 de novembro de 2012 00:43
“Foi no show em homenagem ao Getulio Côrtes no Asa Branca , Lapa , RJ , em 2005 .Creio não termos nos encontrado depois. Demos uma canja e foi nossa ” last performance together” !

LP ENCONTROS NO TEMPO
Direção de produção e estúdio: Leno
Arranjos: leno
Técnicos de gravação: Leão, Ederaldo, Roger Harris [los angeles] assistentes de gravação: Gilberto, Peninha e Pedro
Mixagem: Rafael, Loureiro e Leno [Estúdio Transamérica] assistentes de mixagem: Billie e Iaci
Montagem: Manoel Magalhães
Gravado nos estúdios: Hawai e Transamérica
Capa: Departamento de Arte CBS
Fotos: Frederico Mendes
Layout: Iaci Miranda

Participaram deste Projeto: renato barros, cláudio condé, robertinho de recife, sérgio dias, lilian knapp, zé renato, jane duboc, geraldo azevedo, jackson do pandeiro, denny cordell, laudir de oliveira, antonio adolfo, paulo césar barros, marquinhos ribeiro, flor de cactus, frederico mendes, sérgio lopes e a todos que com seu apoio e carinho colaboraram no resultado final deste trabalho.

Encontros no Tempo – Letra e Áudio

Encontros no Tempo
Com gente do peito
Gente que de alguma forma se transou
Gente que se foi no meio da tempestade forte
Que caiu em toda parte
Muita gente pela noite
Pelas mesas desses bares
Pelas praças e teatros
Pelos palcos da cidade
Todos tomaram rumos
Muitos perderam o medo
Mas foi descoberto cedo
Eu o tempo não esperaria ninguém
Encontros no tempo
Na volta do ciclo
Tudo que de alguma forma
Se encontrou
Tudo que se amou
Se faz multidão em minha mente
Quando lembro tanta gente
Muita gente pela noite
Pelas mesas desses bares
Pelas praças e teatros
Pelos palcos da cidade
Todos tomaram rumos
Muitos perderam o medo
Mas foi descoberto cedo
Que o tempo não esperaria ninguém
Encontros no tempo
Amigos contrastes
Entre aquilo que se foi ou que se é ou poderá ser
Os olhos da antiga namorada
Ou do velho camarada
Muita gente pela noite
Pelas mesas desses bares
Pelas praças e teatros
Pelos palcos da cidade
Todos tomaram rumos
Muitos perderam o medo
Mas foi descoberto cedo
Que o tempo não esperaria ninguém
Todos tomaram rumos
Muitos perderam cedo
E foi descoberto o medo
Que o tempo não esperaria ninguém

“Esquinas Nacionais” é outra raridade, e foi gravada inicialmente pela cantora Amelinha.

Esquinas Nacionais – Letra e Áudio

Os milhares de guerrilheiros mentais
Que sofreram ou piraram nessas décadas fatais
Transformaram-se em faíscas
Iluminando a vereda nas longas noites do tempo
Nas esquinas nacionais
Os milhares de guerrilheiros vocais
Que na mansidão do canto
Nas calçadas e quintais
Bloquearam avanço trágico
Das forças da reação
Localizaram pra sempre
Bem dentro em meu coração
Os milhares de guerrilheiros artísticos
Que na criação introspecta
Contrabalançaram a dor
Não faz muito tempo ainda
Não sentiam esperança
E buscavam mais beleza
Em cada canção de amor
Nos milhares de guerrilheiros poetas
Censurados e queimados
Em Fahrenheit 101
Por todas cartas da Flávia
Por nada que foi em vão
Trazendo e trarão na mente
Memórias da escuridão
Os milhares de guerrilheiros mentais
Que sofreram ou piraram
nestas décadas fatais
Transformaram-se em faíscas
Iluminando a vereda
Nas longas noites do tempo
Nas esquinas nacionais
Nas longas noites do tempo
Nas esquinas nacionais

Um passeio por Cavendish Avenue (St John`s Wood) e Green Street (Mayfair) Londres

Passeando por Londres em 19 de novembro de 2012, por volta das 14 horas, fizemos um registro bem Beatlemaníaco!

https://vimeo.com/63779676

Um passeio por Cavendish Avenue e Green Street (Mayfair) – Londres from Lucinha Zanetti on Vimeo.

Neste vídeo aparece a casa que pertence a Paul McCartney há mais de quarenta anos em Londres, localizada no número 7 da Cavendish Avenue, St. John`s Wood, NW8 9JE, portanto a pouca distância do Estúdio de Abbey Road, que está localizado no número 3 Abbey Road, St. John`s Wood, NW8 9AY.

Também registramos em Green Street, o único apartamento onde os Beatles moraram juntos, no endereço número 57, letra L – bairro de Mayfair.

Green Street – número 57, letra L – bairro de Mayfair / Londres

O apartamento fica a dois quarteirões da Oxford Street,uma ótima localização em Londres!

Neste vídeo, os historiadores Mark Lewisohn e Adam Smith, que estiveram lá em 2008, mostram por dentro o apartamento onde todos os quatro Beatles moraram em 1963.

Mais algumas fotos clicadas nas proximidades da casa de Paul em Cavendish

Cavendish Avenue

Estes são apenas dois entre tantos lugares que marcam a história dos Beatles na capital britânica, e para nós, Beatlemaníacos, vale muito a pena conhecer!

Cópia da fita gravada pelos Beatles e Rejeitada pela Decca Records vai a Leilão!

Uma das fitas com gravações feitas pelos Beatles durante a sessão de gravação para teste na Decca Records, em janeiro de 1962, irá a leilão em 27 de novembro próximo, no Reino Unido, conforme anunciou nesta sexta-feira, 16/11, o leiloeiro da “Fame Bureau” de UK”.

A fita contendo 10 faixas, descrita como sendo uma cópia máster de segurança gravada em mono, apresenta as canções:

1. “Like Dreamers Do,”
2. “Money,”
3. “Take Good Care of My Baby,”
4. “Sure to Fall,”
5. “Three Cool Cats,”
6. “Love of The Loved,”
7. “Memphis,”
8. “Crying Waiting Hoping,”
9. “Till There Was You”
10. and “Searchin’.”

A fita foi rejeitada pela Decca antes de o grupo assinar com a Parlophone Records.
“Disseram-nos que esta é uma cópia máster feita de segurança,” disse Ted Owen do “Fame Bureau” ao site Beatles Examiner. “Veio da Capitol Records de Los Angeles”.
Owen disse: “Uma coisa ótima pra mim é a qualidade,” que ele descreve como sendo “antiga” (pristine). O valor da fita é estimado entre £18,000/20,000 ($28,600 a $31,770 USD).
O leilão acontecerá às 17h do dia 27 de novembro no Clube London Playboy. Outros itens dos Beatles em leilão incluem um disco de ouro, prêmio do RIAA para o “The Beatles Anthology 3” e algumas provas da capa não lançadas do álbum “Yesterday and Today”, incluindo uma prova da foto da capa de açougueiro.

Vide Fotos Aqui

A propósito, seguem alguns vídeos exibindo as faixas constantes das famosas “Decca Tapes”!

The Beatles Decca Session

A audição aconteceu no dia 01 de janeiro de 1962, numa segunda-feira, no Decca Studios, em Londres.

Pete Best é quem está na bateria.

Parte I

1. Like Dreamers Do
2. Money
3. To Know Her is to Love Her
4. Memphis

Parte II

5. ‘Til There was You
6. Sure to Fall
7. Besame Mucho
8. Love of the Loved

Parte III

9. Hello Little Girl
10. Three Cool Cats
11. September in the Rain
12. Take Good Care of my Baby

Parte IV

13. Crying, Waiting, Hoping
14. The Sheik of Araby
15. Searchin’

Fonte: Examiner

Na ocasião dos 50 anos da famosa rejeição, várias reportagens foram publicadas, como esta do The Independent, que fala sobre o homem que rejeitou os Beatles, Dick Rowe e seu filho Richard Rowe.

SON OF MAN WHO TURNED DOWN THE BEATLES ACQUIRES FAB FOUR’S EARLY HITS

Jan 13, 2012: The son of the man who famously refused signing the Beatles has now acquired John Lennon and Paul Mccartney’s early hits as a partner at boutique music publisher Round Hill Music. Richard Rowe, whose father Dick turned down the Fab Four when he was an executive at Decca Records, and Round Hill founder Joss Gruss have landed the songs ‘She Loves You’, ‘I Saw Her Standing There’, ‘Misery’, ‘From Me to You’, ‘There’s a Place’ and ‘I Wanna Be Your Man’ – one of the first hits for The Rolling Stones, among a catalogue of classics as part of a new partnership with Adage Classics. The catalogue also contains other songs including ‘Come Go with Me’ by the Del-Vikings and Gene MCDaniel’s ‘100 Pounds of Clay’.

“Although my father was head of A&R for Decca and signed the Rolling Stones, Cat Stevens and others, he was mainly remembered as the man that turned down the Beatles… To have this opportunity to acquire these early major Beatles songs has been a dream come true,” Contact Music quoted Rowe as saying. Round Hill Music will now administer the North American rights to the early Beatles songs. (ANI)

Outra reportagem:

Direitos autorais de seis primeiras canções dos Beatles mudam de mãos em negócio financeiro surpreendente.

Uma pequena editora de música competiu e venceu contra várias editoras maiores pelos direitos autorais de um punhado de canções do início dos Beatles, relata o Financial Times.

Round Hill Music e Adage Classics agora possuem direitos autorais dos EUA de “From Me To You”, “Misery”, There’s A Place “,” I Wanna Be Your Man “,” I Saw Her Standing There “e” She Loves You “. As canções foram originalmente de propriedade de Gil Music Corp of New York, fundada por George Pincus e faziam parte de um pequeno grupo não abrangidos pelo Northern Songs, a editora de música dos Beatles.

Um dos parceiros da Round Hill Music tem algumas ligações com momentos significativos da história dos Beatles. Richard Rowe, vice-presidente de desenvolvimento de negócios, é o filho de Dick Rowe, da Decca Records A & Rhomem que rejeitou os Beatles após a sua audição em 1 de janeiro de 1962. O Rowe mais velho faleceu no início de dezembro.

E de acordo com o site da Round Hill, a mais jovem Rowe também foi anteriormente presidente da Sony / ATV Music Publishing e trabalhou para a Sony Music/CBS por 25 anos. Dizem que era Rowe que negociou a aquisição da ATV Music Publishing, que incluía o catálogo dos Beatles.

Fonte: Vide Blog

E um livro sugeriu que tudo não passou de uma lenda urbana, como segue a reportagem também do Independent:

The man who rejected the Beatles

Exactly 50 years ago, Decca’s Dick Rowe turned down the Fab Four, so heading an unenviable club of talent-spotters who passed up their biggest chance. But is it all an urban myth? A new book suggests so.

Nota: A fita foi vendida por £35,000($56,350) depois de um percalço de última hora no leilão.

Leia sobre a venda na reportagem do The Beatles College, aqui.

Entrevista Exclusiva com George Freedman.

Na eminência de lançar sua nova composição intitulada “Século XXI”, George Freedman me concedeu entrevista exclusiva, respondendo com toda sua simpatia e presteza, a algumas perguntas que lhe fiz via Skype.

Nestes vídeos editados por Johnny di Botafogo, segue a entrevista exclusiva para seus fãs e amigos.

PARTE I

PARTE II

Seguem algumas fotos de George e nosso encontro em São Paulo, ocasião em que ele autografou meus LPs “Multiplication” e “Coisinha Estúpida”, e também meu violão. 😉

NOTA: Onde eu falo sobre “futuro recente”, ouçam “futuro próximo”, por favor! É que eu me enrolei toda ao fazer as perguntas!! ahahaha