O CONJUNTO MUSICAL THE ANGELS / THE YOUNGSTERS

Já falamos aqui sobre o acompanhamento que a banda The Youngsters fez no disco “Jovem Guarda”, de Roberto Carlos, com depoimentos de Luiz Carlos Siqueira, que é quem conta agora a história deste que foi um dos importantes conjuntos de Rock dos anos 60 no Brasil.

Um dos pioneiros do rock brasileiro, o grupo foi formado no Rio de Janeiro por Sérgio Becker, Saxofonista nascido em 24-03-1943 (sax tenor), pelo seu irmão Carlos Eduardo Becker, nascido em 1941 e falecido em 20/7/2009 (voz e guitarra base), por Carlos Roberto dos Santos Barreto, nascido em 1943 (guitarra solo), por Jonas Caetano Damasceno, nascido em 1942 (baixo) e por Romir Pereira de Andrade, nascido em 1941 (bateria), que foi substituído por Ivan Conti (apelidado de Mamão).
Todos os componentes do grupo moravam em Copacabana e eram liderados por Carlinhos Becker.
Ainda no período da Jovem Guarda, Carlos Becker deixou a banda e foi substituído por Luiz Carlos Siqueira, que iniciou sua carreira em 1961 tocando em bares, boates e shows na zona sul carioca.
Tocaram também em bailes nos clubes Monte Líbano e Caiçaras, entre outros.

Sérgio Becker, Saxofonista

Em 1962 passaram a atuar no programa de televisão “Encontro com os Anjos”, pelo canal 9, que era dedicado ao público jovem.
Com o sucesso alcançado, passaram a acompanhar a cantora Célia Villela.
Assistidos pelo compositor e produtor Nazareno de Brito, foram levados à gravadora Copacabana Discos com a qual assinaram contrato de dois anos. No mesmo ano, numa promoção na Rádio Guanabara no programa José Messias, ganharam o título de “Um dos conjuntos favoritos da nova geração”.
Em seguida lançaram seu primeiro disco, um compacto duplo com as músicas “Gravy (For My Mashed Potatos)”, de Karl Mann e Dave Appell; “Hully Gully Baby”, de Carlos Becker; “Hully Guitar”, de Jonas Damasceno, e “The Hully Gully”, de Smith e G. Smith.

Em 1963 lançou o primeiro LP, “Hully gully”, pela Copacabana, com as músicas “One mint julep”, de R. Toombs; “Hully’n snappin”, de Carlos Roberto; “Gravy (For my mashed potatos)”, de Karl Mann e Dave Appell; “Summertime”, de George Gershwin, Ira Gershwin, Dubose Heyward e Dorothy Heyward; “Hully Gully Baby”, de Carlos Becker; “Dear Waste Basket”, de B. Bare e C. Leach; “Will You Love Me Tomorrow”, de Carole King e Gerry Goffin; “Hully Guitar”, de Jonas Damasceno; “Sympathy”, de B. Bare e C. Williams; “The Hully Gully”, de Smith e G. Smith; “Fat’s Hully”, de Sergio Becker, e “Hully Gully In China Town”, de Romir Pereira.

Em 1964 lançou dois LPs: no primeiro, “7 dias na TV”, interpretaram as músicas “Theme from The Untouchables”, de Nelson Riddle; “77 Sunset Strip”, de M. David e Jay Livingston; “Route 66”, de Bobby Troup; “The Deputy”, de J. Marschall; “Peter Gunn”, de Henry Mancini; “Shane (the Call Of The Far-away Hill)”, de Victor Young e Mack David; “Bonanza”, de Ray Evans e Jay Livingston; “Riverboat Theme”, de Elmer Bernstein; “Hawaiian Bye”, de M. David e Jay Livingston; “Maverick”, de D. Butollph e Paul Francis Webster; ” Theme From Dr. Kildare”, de Jerry Goldsmith, Pete Rugolo e Hal Winn, e “Naked City”, de B. May. Já no segundo LP, intitulado “Happy week-end with The Angels” interpretaram “Sweetheart Sugar – Pie Huckeberry Puddin’ya Ya”, de Jimmie Williams e Jimmy Steward Jr.; “Money”, de Berry Gordy e Janie Bradford; “No Vacancy”, de Neil Sedaka e Howard Greenfield; “Liza”, de Jimmie Rodgers; “Goopy Foot”, de Carlos Roberto e Jonas; “Let Me Cry”, de Johnny Nash; “Crunchin'”, de Carlos Becker; “36-24-36”, de B. Welch, H. Marvin, Jet Harrison e Tony Mehean; “What Kind Of Love Is This”, de J. Nash; “The Itch”, de Leroy Kirkland, Pearl Woods e Freddy Johnson; “Windy And Warm”, de John D. Loudermilk, e “Makaha Beach”, de Carlos Roberto e Jonas.

Em 1965 participou juntamente com os conjuntos The Jordans, The Clevers e Os Diferentes, da coletânea “Exaltação à juventude”, pela Copacabana.
Acompanhou diversos artistas da Jovem Guarda, entre os quais, Roberto Carlos, Wanderléa, Golden Boys e Ronnie Von.
O grupo participou da gravação de grandes hits da jovem guarda incluindo os LPS “Canta para a Juventude”, “É proibido fumar” e “Jovem Guarda”, de Roberto Carlos, inclusive foi quem fez o acompanhamento no grande sucesso”Quero que vá tudo para o inferno”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

O grupo participou também das gravações das músicas “O calhambeque”, “…., “Parei..Olhei…”, “Mexerico da Candinha”; “Parei na contra-mão”; “É proibido fumar” entre outras.

Ainda em 1964, sua interpretação para “The Hully Gully”, de Smith e G. Smith, foi incluída na coletânea de sucessos “14 maiorais Nº 4”, enquanto a gravação de “If I Had a Hammer”, de Haye e Seeger, fez parte da coletânea “14 maiorais Nº 5”, da Copacabana.

Em 1964 foram contratados pela CBS e trocaram de nome para The Youngsters.

DISCOGRAFIA

Coletânea
EP THE SENSATIONAL NEW STARS
Young YEP-5, Fevereiro de 1960
01 – Listed In

The Angels
LP HULLY GULLY
Copacabana CLP 11.344, Junho de 1962

01 – One Mint Julep
(R. Toombs)
02 – Hully’n’Snappin’
(Carlos Roberto)
03 – Gravy
(For My Mashed Potatoes)
(Kal Mann-Dave Appell)
04 – Summertime
(George Gershwin-Dubose Heyward)
05 – Hully Gully Baby
(Carlos Becker)
06 – Dear Waste Basket
(B. Bare-C. Leach)
07 – Will You Love Me Tomorrow
(King-Goffin)
08 – Hully Guitar
(Jonas Damasceno)
09 – Sympathy
(B. Bare-C. Williams)
10 – The Hully Gully
(Smith-Goldsmith)
11 – Fat’s Hully
(Sérgio Becker)
12 – Hully Gully In China Town
(Romir Pereira)

The Angels
EP THE ANGELS
Copacabana 3420, Julho de 1962
01 – Gravy
(For My Mashed Potatoes)
(Kal Mann-Dave Appell)
02 – Hully Gully Baby
(Carlos Becker)
03 – Hully Guitar
(Jonas Damasceno)
04 – The Hully Gully
(Smith-Goldsmith)

The Youngsters
LP TWIST ONLY TWIST
CBS 15072, Novembro de 1963

01 – Bienvenido Amor
(Palito Ortega-D. Ramos)
02 – No Es Nada
(Palito Ortega-D. Ramos)
03 – Sola Solita
(Palito Ortega-George)
04 – Mustapha
(D.P.)
05 – Te Hecieron La Pera
(Palito Ortega-Jimmy)
06 – Despeinada
(Palito Ortega-Chico Novarro)
07 – Media Novia
(H. Becerra-Palito Ortega)
08 – Juventud Twist
(J. M. Alejandro)
09 – Camelia Camelia
(Palito Ortega-D. Ramos)
10 – Dejala Dejala
(Palito Ortega-D. Ramos)
11 – Ya, Ya, Ya
(J. Prieto)
12 – Don’t Try To Fight It, Baby
(G. Goffin-J. Keller)

The Angels
LP 7 DIAS NA TV
Copacabana CLP 11.377, Fevereiro de 1964
01 – Theme From The Untouchables
(Nelson Riddle)
02 – 77 Sunset Strip
(M. David-J. Livingston)
03 – Get Your Kiks On
(Route 66)
(Bobby Troup)
04 – The Deputy
05 – Peter Gunn
(Henry Mancini)
06 – Shane
07 – Bonanza
(Rat Evans-Jay Livingston)
08 – Riverboat Theme
(Elmer Bernstein)
09 – Hawaiian Bye
(M. David-Jay Livingston)
10 – Maverick
(D. Butollph-F. Webster)
11 – Theme From Dr. Kildare
(J. Goldsmith-P. Rugolo-Hal Winn)
12 – Naked City Theme

The Youngsters
EP TWIST ONLY TWIST
Columbia 56140, 1964

01 – Bienvenido Amor
(Palito Ortega-D. Ramos)
02 – Mustaphá
(D.P.)
03 – Media Novia
(H.Becerra-Palito Ortega)
04 – Camelia
(Palito Ortega-D. Ramos)

Robert Livi (com The Youngsters)
EP ROBERT LIVI COM THE YOUNGSTERS
Columbia 56146, 1964
01 – Bienvenido Amor
(Palito Ortega-D.Ramos)
02 – Camelia
(Palito Ortega-D.Ramos)
03 – Media Novia
(H.Becerra-Palito Ortega)
04 – Dejala Dejala
(Palito Ortega-D.Ramos)

The Angels
LP HAPPY WEEKEND WITH THE ANGELS
Copacabana CLP 11.398, Maio de 1964

01 – Sweetheart Sugar-Pie Huckleberry Puddin’ Ya Ya
(Jimmie Williams-Jimmy Steward Jr.)
02 – Money
(That’s What I Want)
(B. Gordy-J. Bradford)
03 – No Vacancy
(Neil Sedaka-Howard Greenfield)
04 – Liza
(Jimmie Rodgers)
05 – Goopy Foot
(C. Roberto-Jonas)
06 – Let Me Cry
(Johnny Nash)
07 – Crunchin’
(Carlos Becker)
08 – 36-24-36
(B. Welch-H. Marvin-Jet Harrison-Tony Mehean)
09 – What Kind Of Love Is This?
(Johnny Nash)
10 – The Itch
(Leroy Kikland-Pearl Woods-Freddy Johnson)
11 – Windy and Warm
(John D. Loudermilk)
12 – Makaha Beach
(C. Roberto-Jonas)

Coletânea
LP AS 14 MAIS, VOL.XIII
CBS 37355, Agosto de 1964

05 – America
(Leonard Bernstein-Stephen Sondhein)
07 – I Want To Hold Your Hand
(Lennon-McCartney)
10 – If I Had A Hammer
(Haye-Seeger)
12 – La Bamba
(D.P.)

The Angels
EP TEMAS DE TV
Copacabana 3482, Agosto de 1964

01 – Sweetheart Sugar-Pie Huckleberry Puddin’ Ya Ya
(Jimmie Williams-Jimmy Steward Jr.)
02 – Crunchin’
(Carlos Becker)
03 – 36-24-36
(B. Welch-H. Marvin-Jet Harrison-Tony Mehean)
04 – What Kind of Love Is This?
(Johnny Nash)

The Youngsters
EP AS 4 MAIS, VOL.VI
CBS 56172, 1964
01 – La Bamba
(D.P.)
02 – I Want To Hold Your Hand
(Lennon-McCartney)
03 – America
(Bernstein-Sondhein)
04 – If I Had A Hammer
(Hays-Seeger)

The Youngsters
LP OS FABULOSOS THE YOUNGSTERS
CBS 37.377, 1964

01 – Glad All Over
(Clark-Smith)
02 – Um Um Um Um Um Um
(C. Mayfield)
03 – Sometimes On Friday
(Burges-Russo)
04 – Do You Want To Know A Secret?
(Lennon-McCartney)
05 – Can’t You See That She’s Mine
(Clark-Smith)
06 – Afrika
(K. Herthe – A. Msarugwa)
07 – You Can’t Say Goodbye
(Trini Lopez)
08 – Bits And Pieces
(Clark-Smith)
09 – Teenage Trouble
(Mannion)
10 – I Know You
(Clark-Davidson)
11 – L’el Esercito del Surf
(Mogol-Pataccini)
12 – What Have I Got Of My Own
(Herring-Sawtell)

The Youngsters
EP OS FABULOSOS YOUNGSTERS
CBS 56181, 1964

01 – Glad All Over
(Clark-Smith)
02 – You Can’t Say Goodbye
(Trini Lopez)
03 – L’Esercito del Surf
(Mogol-Pataccini)
04 – Um, Um, Um, Um, Um, Um
(C.Mayfield)

Coletânea
LP AS 14 MAIS, VOL.XIV
CBS 37393, Março de 1965

07 – Sometimes On Friday
(Burgess versão Russo)
10 – A Hard Days Night
(Lennon-McCartney)
14 – O Bom Miguel
(Michael)
(arranjo de Carlos Becker e Rossini Pinto)
– com Jorge Silva

Coletânea
EP AS 4 MAIS, VOL.VII
CBS 56201, 1965
01 – O Bom Miguel
(Michael)
(arr. C.Becker-Rossini)
– com Jorge Silva
02 – Twist And Shout
(Russell-Medley)
03 – A Hard Day’s Night
(Lennon-McCartney)
04 – Perfidia
(A. Dominguez)
– com Jorge Silva

The Angels
EP THE ANGELS
Copacabana 3509, Julho de 1965
01 – Tropical Letkiss
02 – Letkiss Blues
03 – My Grandmother’s Time
04 – Night Killer

The Youngsters
EP OS MARAVILHOSOS “THE YOUNGSTERS”
CBS 56225, Agosto de 1965
01 – Walkin’
(Welch-Marvin Bennett)
02 – Ajoen, Ajoen
(D.P.)
03 – Tijuana
(Paul Buff)
04 – Caravan
(Ellington-Tizol)

Coletânea
LP AS 14 MAIS, VOL.XVI
CBS 37423, Agosto de 1965

06 – Tijuana
(Paul Buff) 08 – Walkin’
(Welch-Marvin-Bennett)

The Youngsters
Compacto
CBS 33414, Dezembro de 1965

01 – Vem
(Help)
(Lennon-McCartneyl versão Gileno)
02 – Quero Você Longe De Mim
(Carlos Becker)

Coletânea
LP AS 14 MAIS, VOL.XVII
CBS 37440, Janeiro de 1966

03 – Vem
(Help)
(Lennon-McCartney versão Gileno)
13 – Gente Demais
(Ticket To Ride)
(Lennon-McCartney versão Antony Middleton)

The Youngsters
Compacto
CBS 33493, 1966

01 – Falar é Fácil
(What A Crazy Life)
(Cook-Greenaway versão Carlos Becker)
02 – Te Adoro
(No Fuimos)
(Hugo-Osvaldo versão Sérgio Becker)

The Youngsters
Compacto
Polydor CSPN 51.065, Maio de 1969

01 – Neurastênico
(Betinho-Nazareno de Brito)
02 – I Wanna Be Your Man
(Lennon-McCartney)

The Youngsters
LP THE YOUNGSTERS
Polydor LPNG 44.035, Julho de 1969

01 – Route 66
02 – Gimme Gimme Good Lovin’
03 – Neurastênico
04 – Our Day Will Come
05 – Hello Stranger
06 – Hawaii Five-O
07 – Mickey’s Monkey
08 – Soulsful Strut
09 – Time Is Tight
10 – Dizzy
11 – Awake
12 – I Wanna Be Your Man

The Youngsters
Compacto
Polydor CSPN 51.078, Setembro de 1969

01 – Je T’Aime… Moi Non Plus
(Serge Gainsbourg)
02 – Awake
(Luiz Carlos Siqueira)

The Youngsters
Compacto
Polydor CSPN 51.085, Novembro de 1969

01 – Mah-Ná, Mah-Ná
(Piero Umiliani)
02 – Eu Te Amo
(Serge Gainsbourg)

Trilha Sonora Rede globo
LP VÉU DE NOIVA – Abertura
Philips, 1969

03 – Azimuth
(Mil Milhas – Tema de Marcelo)
(Marcos Valle -Novelli)
com Apolo IV
(futuro Azymuth, aqui com Marcos Valle)
08 – Azimuth
(Mil Milhas – Tema de Marcelo)
(Marcos Valle – Novelli)
com Apolo IV
(futuro Azymuth, aqui com Marcos Valle)
11 – Abertura
(Guilherme Dias Gomes)
com The Youngsters
(arranjo: Luiz Carlos Siqueira)

The Youngsters
Compacto
Polydor CSPN 51.094, Abril de 1970

01 – Vênus
(Venus)
(versão Beth Machado)
02 – Raindrops Keep Fallin’ On My Head

Regininha (01) e The Youngsters (02)
Compacto
Polydor CSPN 51.097, Abril de 1970

01 – Teletema
(Tema de Amor)
(A.Adolfo-T.Gaspar)
02 – Abertura – novela da rede globo Véu de Noiva
(Guilherme Dias Gomes)

Trilha Sonora
LP PIGMALIÃO 70 – rede globo – tema de kiko
Philips 765.108, Abril de 1970
Tema de Kiko
(Erasmo Carlos-Roberto Carlos)

O LP “Suco de Laranja”, de Renato e Seus Blue Caps, faz 40 anos!

Gravado entre os meses de junho e agosto de 1979, o disco foi lançado em setembro em meio à febre da Disco Music (Discoteque).

“Suco de Laranja” mostrou uma grande influência deste ritmo sobre Renato e Seus Blue Caps, demonstrando ótimos momentos que retratam com fidelidade um pouco da atmosfera musical do final dos anos 70.
Este disco marca a volta do baixista Paulo Cézar ao grupo e a entrada do tecladista Marco Antonio da Silva Freire, o Marquinho, que participaram da gravação da versão do sucesso internacional de Billy Joel, “My Life” (Minha Vida).

Formação:

Renato Barros: Guitarra e Vocal
Paulo Cézar Barros: Baixo e Vocal
Cid Chaves: Vocal e Sax
Gelson: Bateria
Marquinho: Teclados e Vocal
Direção de Produção e Estúdio: Renato Barros

“Em 1979, estávamos na banda eu, Cid, Paulo Cézar, Gelson e o Marquinho, que era o tecladista e infelizmente faleceu, ele foi assassinado. Até tem uma música que ele canta nesse disco, o nome é “Aperta”, e diz, “Aperta Euzinho”. É que na verdade a garotada naquela época dizia “Aperta unzinho”, dá uma fumada aqui, era aquela coisa de fumar maconha, né!
“Aperta unzinho” era gíria daquele pessoal que lidava com drogas, e a gente na verdade não tinha nada a ver com isso, mas a gente queria tá na moda e o Marquinho cantou essa música, “Aperta euzinho”, fazendo alusão a “aperta unzinho”. (Renato Barros)

O Álbum Renato e Seus Blue Caps 1969 faz 50 anos!

Em junho de 1969 Renato e Seus Blue Caps iniciou as gravações de um novo disco que seria o primeiro sem o baixista Paulo Cezar Barros.
Na primeira sessão, em 13 de junho, foram gravadas as músicas Perdi Você e Vou Fazer Você Feliz.

O álbum foi lançado em dezembro de 1969 e se chamou simplesmente “Renato e Seus Blue Caps”.
.

.

.

[01] Obrigado Pela Atenção (Raulzito)
[02] Meu Bom Amigo (Maria Vasquez-Pelin)
[03] Foi Mentira (Rossini Pinto)
[04] No Dia em Que Você Me Disse Adeus (Pedro Paulo)
[05] Eu Vivia Enganado (Hooked on a feeling) (Mark James Versão: Rossini Pinto)
[06] Disse Me Disse (Getúlio Côrtes)
[07] Não Vá Embora Sem Me Dizer (Renato Barros)
[08] Tão Sozinho (Cuore stanco) (Migliacci-Luisini-Pintucci Versão: Rossini Pinto)
[09] Não Volto Mais (Paperback writer) (Lennon-MacCartney Versão: Renato Barros)
[10] Despedida (Ed Wilson)
[11] Claudia (Lodi) (John C. Fogerty – Versão creditada a Renato Barros)
[12] Quando A Cidade Dorme (Leno)

Sobre a capa deste disco de 1969, Renato explica que foi feita em uma época em que estava em voga o psicodelismo, então eles acharam por bem fazer uma capa psicodélica, usando algumas roupas alusivas.

Na época a formação era Renato, Cid, Pedrinho, Scarambone e Tony, e encontraram um muro meio em ruínas, ao lado de um portão, e foi lá que fizeram a foto.

Na foto em frente ao portão, o primeiro que aparece, e está de colete preto, é Pedrinho, o baixista. Em seguida estão Renato, Scarambone, Tony e Cid Chaves.

Mas é o próprio Renato quem conta essa história…

Sobre aquela capa do álbum de 69, onde a gente aparece em um lugar em ruínas, é muito importante esclarecer, por que tem gente que pensa que era a minha casa toda quebrada. (risos) Não era não!
Aquilo foi o seguinte: lá na CBS quando a gente fazia um disco, não bastava fazer o disco, a gente tinha também que bolar a arte da capa, fazer o layout, aquelas coisas todas.
Então isso ficava muito por minha conta e em 1969 estava começando aquela coisa do psicodelismo, teve o Festival de Woodstock, lembra? Eu tinha ido aos Estados Unidos pela primeira vez, aí eu fui pra Califórnia, Nova York fui a Greenwich Village, aquelas coisas todas… Então, quando a gente volta de uma viagem dessas, a gente volta impregnado e eu falei poxa nós temos que fazer igual (risos), nós temos que ser modernos.
Então aquilo ficou na minha cabeça e embora eu não me lembre dos detalhes, eu sei que nós comentamos isso com o fotógrafo oficial da CBS, por que nós tínhamos um fotógrafo oficial que fazia as fotos das capas de todos os artistas. Aí eu devo ter falado com ele a ideia e ele falou, olha eu conheço um lugar que é talhado pra essa capa.
Ele então levou a gente na Gamboa.
Gamboa virou um bairro assim… muito do samba, tinha até um programa de TV chamado “Samba na Gamboa”. Nós fomos pra lá e tinha aquele muro velho, aquela coisa toda seca e em ruínas e a gente colocou umas roupas estranhas. O Toni, que nessa época era o nosso baterista, colocou um lenço na cabeça, a gente usou uns colares e eu nem me lembro como eu estava, se eu também usei, mas foi tudo assim. (risos)
Nessa época estava com a gente também o Scarambone mas ele era mais tranquilo, ele não sofria essas influências não!
Eu sei dizer que a gente fez aquela foto e a CBS gostou e colocou lá como capa desse LP de 69.
Foi muito legal, a turma gostou e tal.
O Pedrinho Medeiros, olhando a foto assim em diagonal, é logo o primeiro da foto. Ele está com um colete de couro preto, sem mangas, com os braços pra fora. Esse é o Pedrinho Medeiros, foi nosso baixista e infelizmente há uns cinco anos atrás ele nos deixou.
Foi um cara importante pra gente.

Desvendando “Strawberry Fields Forever”

Quando visitei Liverpool em janeiro de 2012, minha filha me fez uma pergunta que me deixou pensativa…

Ela perguntou, “mãe, o que é que tinha aqui neste lugar, pra John Lennon falar dele em sua música”?

Pois bem, isso me fez acreditar que muitos novos fãs dos Beatles não saibam o que é o endereço em Liverpool, que atende pelo nome de “Strawberry Field”, um lugar tão “familiar” para nós e para John Lennon!

Strawberry Field era um lar de crianças sustentado pelo Exército da Salvação em Woolton, um subúrbio de Liverpool, Inglaterra, perto da casa onde John passou sua infância.

As referências mais antigas para “Strawberry Field” datam de 1870. Em 1912 foi transferido para um mercador cuja viúva vendeu para o estado para o Exército da Salvação em 1934. Foi aberto em 07 de julho de 1936.

A casa original mais tarde foi demolida e substituída por uma construção mais simples com o propósito de servir de lar para crianças, tendo sido oficialmente aberta em 07 de novembro de 1973.

Esta casa era provida de três cômodos para abrigar três famílias, e cada cômodo era suficiente para 12 crianças.

Strawberry Field tinha uma festa anual, da qual John Lennon e sua tia Mimi participavam regularmente. A casa fechou suas portas como um lar para crianças no início de janeiro de 2005 e agora é uma igreja onde funciona um centro de orações.

O nome do abrigo de crianças tornou-se famoso em 1967, com o lançamento do single dos Beatles, “Strawberry Fields Forever”, escrito por John Lennon e creditado à dupla Lennon & McCartney, canção que mais tarde também entrou no álbum Magical Mystery Tour.

O famoso portão que marca sua entrada, certa vez foi roubado por um fã dos Beatles, tendo sido recuperado alguns dias após o ocorrido, ainda permanece no lugar, embora tenha sido substituído por uma réplica em maio de 2011.

Portões de Strawberry Field são substituídos por réplicas
Lennon cresceu perto daquela casa e costumava brincar no bosque atrás da construção com seus amigos de infância, Pete Shotton e Ivan Vaughan. Diz-se também que este lugar inspirou Lennon a tornar-se um músico.

Uma das coisas que Lennon mais gostava na infância era a festa no jardim, que acontecia todo verão em Strawberry Field. A tia de Lennon, Mimi, recorda: “Tão logo nós ouvíamos a Banda do Exército da Salvação começar, John chamava todo eufórico, andando e pulando pra lá e pra cá, Mimi, vamos, senão vamos ficar atrasados.”

John Lennon compôs a música na Espanha, quando participou do filme de Richard Lester, “How I won the war”, fazendo o papel de um certo soldado raso chamado Gripweed.

A princípio, quando Lennon estava compondo sua canção, ele a chamou de “It’s Not Too Bad” e somente depois é que a canção recebeu o título que conhecemos: “Strawberry Fields Forever”.

Segundo George Martin, a música tem toda a languidez e o peso de uma tarde espanhola de verão, apesar de ser um baú de lembranças de uma infância vivida no norte da Inglaterra.

O lugar dificilmente seria ideal para romances, mas na música tornou-se uma espécie de paraíso. As próprias palavras “Strawberry Fields” (campos de morango) evocam uma campina sob tremendo sol de verão, onde se pode flutuar e sonhar em transe…

O outro mundo de John, aquele que ele tinha na cabeça, foi sempre e para sempre o mundo em que preferiu viver. Era um lugar bem mais agradável. O mundo real, de certa forma, nunca se encaixou em suas expectativas.
Como ele dizia: “It´s getting hard to be someone, but it all works out… It doesn’t matter much to me” (“Está ficando difícil ser alguém, mas para tudo se dá um jeito… Isso não importa muito pra mim”).

O brilho dos versos de “Strawberry Fields” está em como evocam imagens fortes, usando a linguagem quase sempre ilógica e desajustada do coloquial. Toque uma fita com pessoas falando e você ouvirá palavras usadas fora do contexto, frases na ordem inversa, interrupções, “hums” e “ahs”, hesitações a toda hora. A palavra falada é uma desordem. Ouçam novamente a música de John e ouvirão essa esquisitice aqui: “Always no sometimes think it´s me, but you know I know it´s a dream…” (“Sempre e não às vezes eu acho que sou eu, mas você sabe que eu sei que é um sonho…”).

Quem mais poderia ir adiante com uma frase como essa?

Esta música é um complemento perfeito para o verso ingenuamente distorcido. Como em várias de suas músicas, muito da melodia de Strawberry Fields Forever baseia-se numa única nota, com harmonias arriscadas por trás, o que lhe dá uma chacoalhada! Esse entrelaçamento melódico é a jogada de toda a música, disparando a inesquecível introdução instrumental e permitindo que a voz de John se estendesse e finalmente permanecesse em plena monotonia.

A forma da música era maravilhosamente incomum: um verso e apenas um refrão curto, sem segunda parte. O refrão muda o clima, fazendo um marco mais definitivo. A rápida mudança de harmonia, colocando certo peso no “to” de “where I´m going to”, tem um impacto dramático que, segundo George Martin, não foi calculado, mas é produto de um gênio puramente instintivo.

Fonte: Summer of Love – The Making Of Sgt Pepper, de George Martin with William Pearson