Renato e Seus Blue Caps é uma banda de rock brasileira.
Informação Geral
Conhecido como: A banda de Rock em atividade mais antiga do planeta
Origem: Rio de Janeiro
País: Brasil
Gênero: Rock, Pop Rock, Rock Balada
Período de Atividade: 1959 – Atual
Afiliação(ões): Gene Vincent, Elvis Presley, Little Richard, The Platters, The Beatles, The Rolling Stones, Mamas and Papas, Bee Dees, Erasmo Carlos, Erasmo Esteves
Página Oficial: RENATO E SEUS BLUE CAPS ORIGINAL
Ex-integrantes:
Paulo Cézar Barros (contrabaixista/vocalista) – 1959 a 1968 / 1971 a 1974 / 1979 a 1989
Ed Wilson (Edinho) (guitarrista/vocalista) – 1959 a 1962
Roberto Simonal (saxofonista) – 1962 a 1963
Erasmo Carlos (guitarrista/vocalista) – 1963
Cláudio Caribé (baterista) – 1962
Euclides de Paula (guitarrista) – 1959 a 1961
Ivan Botticcelli (pianista/tecladista) – 1960 a 1962
Carlos Antonio (Toni) Pinheiro (baterista) – 1963 a 1971
Carlos Alberto da Costa Vieira (Carlinhos) (guitarrista) – 1965 a 1968
Ivanilton (Michael Sullivan) (cantor) – 1973 a 1976
Pedrinho Medeiros (contrabaixista) – 1969 a 1977
Cláudio (Cadinho) (contrabaixista/vocalista) – 1989 a 1993
Marco Antônio da Silva Freire, o Marquinho (tecladista/vocalista) – 1979 a 1983
Mauro da Motta Lemos (tecladista) – 1968
José Carlos Scarambone (tecladista) – 1969 a 1976
Gelson Moraes (baterista) – 1972 a 2013
Amadeu Signorelli (contrabaixista) – 1991 a 2018
Renato Barros (guitarrista/vocalista) – 1959 / 2020
Gelson Moraes Júnior (baterista) – 2013 a 2022
Formação Atual
Cid Rodrigues Chaves (saxofonista/vocalista)– 1964 / atual
Fabrício Motta (baterista) – 2022 / Atual
Darci Velasco (tecladista) – 1989 / Atual
Bruno Sanson (contrabaixista) – 2018 / Atual
Chi Lenno (guitarrista) – 2020 / Atual
BIOGRAFIA
Fundada em 1959, a banda idealizada por Renato e criada juntamente com seus irmãos Paulo Cézar e Ed Wilson, recebeu a princípio o nome de “Bacaninhas do Rock da Piedade”.
A família Barros sempre foi bastante musical e costumava se reunir no quintal da casa onde moravam no bairro da Piedade no Rio de Janeiro. O pai cantava, o tio tocava cavaquinho, violão, a mãe também tocava e cantava, chamavam os amigos e assim os irmãos começaram a se interessar por música.
Nessa época chegava ao Brasil o Rock com Bill Haley and His Comets, despertando a atenção dos jovens pelo Rock and Roll. Aconteceu primeiro na zona norte do Rio e começaram a surgir em toda esquina uma banda de rock.
Era final dos anos 50 e influenciados pelo gosto musical da família e pelo Rock and Roll de Little Richard, Bill Haley e depois Elvis Presley, os rapazes começaram a imaginar que poderiam participar de programas de rádio fazendo mímica das músicas de sucesso, algo que era bastante comum naquela época.
Perto de onde moravam havia um clube chamado “Sport Clube Opposição” que eles costumavam frequentar aos domingos à noite para assistir a um festival de Rock que acontecia lá e certo dia o Senhor Barros fez uma surpresa aos filhos. Combinou tudo com o apresentador e os meninos que estavam assistindo da plateia, foram chamados ao palco para se apresentarem.
Muito encabulados, eles subiram ao palco e tocaram um Rock.
Eram os Bacaninhas do Rock da Piedade se apresentando em público pela primeira vez.
Eles já conheciam o Gelson Moraes nessa época, pois ele tinha um conjunto de Rock em Vila Isabel e costumava frequentar também o Clube Oposição. Gelson chegava com seus amigos todos vestindo blusão de couro o que causava o ciúme nos garotos do bairro, por que as garotas ficavam todas caidinhas por eles.
O conjunto de Gelson tinha um diferencial, pois sabiam cantar as letras em inglês e isso impressionava os garotos.
Renato recorda que quando ouviu a música Tutti Frutti ficou muito interessado e foi até a loja comprar o disco. Ele não sabia falar o nome da música e precisou cantarolar para o vendedor.
Foi então de Little Richard o seu primeiro disco de rock.
Elvis Presley chegou logo em seguida para dominar as paradas. Os rapazes passaram a imitar o cantor e até passavam graxa de sapato nos cabelos pra fazer o topete ficar parecido com o de Elvis.
E foi nessa época, final dos anos 50, que começou uma febre entre os jovens, que era a de formar um conjunto próprio de rock and roll, aquele Rock primitivo mesmo.
Renato Barros sempre gostou muito de futebol e certo dia um amigo do Sr. Ermiro Barros, seu pai, disse que queria levá-lo para ser sócio do Vasco da Gama, apesar de Renato ser rubro negro.
E assim Renato e este amigo chamado Francisco foram até a Sede do Vasco da Gama na Avenida Rio Branco.
Renato tornou-se sócio e tal e na volta pra casa, como vinham a pé, passaram pela Praça Mauá e lá Renato viu uma grande fila de jovens em frente a Rádio Mayrink Veiga.
Renato era ouvinte da rádio e se interessou em saber do que se tratava. Perguntou a uma pessoa da fila, que lhe explicou que era para se fazer inscrições para o programa “Hoje é Dia de Rock”.
“Conversei com o senhor Francisco e pedi a ele que me esperasse por que eu ia entrar na fila. O produtor do programa era Jair de Taumaturgo e para fazer a inscrição eles me perguntaram qual era o nome do meu conjunto. Como eu não tinha nenhum, me lembrei do bloco de carnaval que havia no meu bairro da Piedade e coloquei na ficha o nome “Bacaninhas do Rock da Piedade”.”
Chegando a sua casa, Renato contou a novidade e chamou seus outros dois irmãos, Paulo Cézar e Edson, para se juntarem a ele na formação de um conjunto.
Sua mãe fez as roupas pra irem todos vestidos iguais e lá foram eles participar do programa “Hoje é Dia de Rock” na Rádio Mayrink Veiga, fazendo mímica.
A apresentação foi um fracasso e os irmãos levaram a maior vaia!
Havia na Rádio Mayrink Veiga este programa de auditório chamado “Hoje é dia de Rock” e lá era comum se inscreverem para fazer mímica, por que quem cantava de verdade naquela época não era muito valorizado; a onda era mesmo fazer mímica.
O programa era dirigido pelo Disk Jockey Jair de Taumaturgo e comandado por Isaac Zaltman, tinha uma audiência muito significativa, tanto que a vaia que levaram ressoou por muito tempo em seus ouvidos.
Porém foi aquela vaia que fez com que tivessem novo objetivo e os rapazes não desistiram e se empenharam para depois darem a volta por cima.
Após a apresentação desastrosa, os irmãos passaram a se dedicar à música ao vivo.
Passavam horas trancados, aperfeiçoando a técnica em seus instrumentos. Paulo Cézar, por exemplo, começou tocando piano com dois dedos e posteriormente, percebeu que seu negócio era o contrabaixo.
Até aí não havia sido formado um conjunto e haviam adotado o nome de “Bacaninhas do Rock da Piedade”, numa alusão ao bairro em que foram criados no Rio de Janeiro. Logo se juntaram aos irmãos Barros os amigos Euclides de Paula (guitarrista), Gélson Moraes (baterista) e o saxofonista Roberto Simonal (irmão do cantor Wilson Simonal).
Três meses depois daquela desastrosa apresentação, Renato voltou a entrar na fila para fazer nova inscrição, desta vez para tocarem ao vivo, não mais para fazer mímica e tocaram “Be-bop-a-Lula”, uma música gravada pela primeira vez em 1956 por Gene Vincent and His Blue Caps. Tocaram e cantaram a música de Gene Vincent, mas com um arranjo dos Everly Brothers, utilizando duas vozes, Paulo Cézar Barros (que antes tocava piano) e Ed Wilson. A novidade fez um grande sucesso, pois nenhum grupo no Brasil fazia aquilo.
Os irmãos Renato Barros (com 14 anos), Edson Barros (com 12 anos) e Paulo Cézar Barros (com 10 anos) já em 1957, foram com seu pai ao estúdio no bairro de Irajá, subúrbio do Rio, para a primeira gravação da banda, ainda amadora, que fizeram em acetato. Foi nesta gravação que Paulo Cézar cantou pela 1ª vez na vida e a musica em questão era o grande sucesso do momento, “Personality”, de Lloyd Price e também Oh! Carol, de Neil Sedaka. A gravação foi feita ainda em acetato e foi uma pena esse acetato não ter sido guardado…
Voltando ao programa “Hoje é dia de Rock”, a apresentação foi um sucesso e a mesma intensidade das vaias foi agora em aplausos. O único senão foi que Jair de Taumaturgo pediu para que trocassem o nome, que ainda era Bacaninhas do Rock da Piedade.
Perguntou a Renato, “qual é o seu nome?” Renato respondeu e aí começaram as sugestões: Renato e Seus Cometas, Renato e “seus alguma coisa”, até que ao ouvir a sugestão “Renato e Seus Blue Caps”, pois havia um grupo fazendo sucesso chamado Gene Vincent and His Blue Caps, ele gostou da sugestão e todos aceitaram (Obs.: o cantor que se diz idealizador do nome nem sonhava em iniciar no Rock, morava ainda lá em Minas e nem sonhava vir ao Rio de Janeiro…). Estava assim definido o nome do conjunto.
Já com o nome de Renato e Seus Blue Caps, inspirado em Gene Vincent, o grupo se apresentou no mesmo programa, tocando e cantando “Be-bop-a-lula” e obteve o primeiro lugar da semana e posteriormente, o prêmio de melhor do mês.
O grande lance era vencer o concurso e ir tocar no programa de Abelardo Barbosa, o Chacrinha, e já saíram do programa direto para se apresentarem lá. Receberam uma maquilagem no rosto e tomaram o ônibus em direção ao programa.
Renato sempre se destacava pelo seu carisma e além do talento, chamava atenção também pela beleza e encantava a todos.
Lá encontraram o Diretor Geral da Copacabana Discos, Nazareno de Brito, que se interessou por eles e sugeriu realizarem um disco a três. Fizeram parte do LP de 1962 com Renato e Seus Blue Caps os artistas Reynaldo Rayol e Cleide Alves e cada um deles colocaria 04 músicas, sendo que no final Reynaldo Rayol acabou colocando 05.
Em 1960 gravaram o primeiro disco de 78 rotações pela Gravadora Ciclone, em que acompanhavam o grupo vocal “Os Adolescentes”.
No ano seguinte, gravaram com Tony Billy, pela mesma etiqueta, a Ciclone.
Nesse período Gelson Moraes deixou o conjunto e Claudio Caribé entrou no grupo para ser o baterista em seu lugar.
Após a participação no programa do Chacrinha na TV Tupi, foram contratados pela Copacabana Discos, onde lançaram dois 78 rotações e dois LPs: em 1962 (Twist) e em 1963, sendo que o estreante Toni foi o baterista neste segundo LP.
O disco Twist de 1962 não aconteceu e logo depois eles conheceram Erasmo e Roberto Carlos, começaram a se apresentar em circos e ensaiavam sempre na casa deles na Piedade. Costumavam aparecer para os ensaios: Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Roberto Livi, entre outros.
No ano de 1962 Ed Wilson saiu para fazer carreira solo. Em seu lugar entrou Erasmo Carlos, que participou do disco de 1963, inclusive cantando magistralmente a música “Estrelinha”.
FORMAÇÕES
1959 – Renato Barros, Paulo Cézar Barros, Euclides de Paula (ficou até 1961) Edinho (Ed Wilson), Ivan Botticcelli (entrou em 1960)
1962- Renato Barros, Paulo Cézar Barros, Edinho (Ed Wilson), Roberto Simonal, Cláudio Caribé, Ivan Botticcelli.
1963 – Renato Barros, Paulo Cézar Barros, Erasmo Carlos, Roberto Simonal, Toni.
1964 – Renato Barros, Paulo Cézar Barros, Cid Chaves, Toni.
1965 a 1967 – Renato Barros, Paulo Cézar Barros, Cid, Carlinhos (Carlos Alberto Da Costa Vieira), Toni.
1968 – Renato Barros, Paulo Cézar Barros, Cid, Carlinhos, Toni, Mauro Motta.
1969 a 1970 – Renato Barros, Cid, Toni, Pedrinho, Scarambone.
1971 – Renato Barros, Paulo Cézar Barros, Cid, Scarambone, Toni, Pedrinho.
1972 a 1973 – Renato Barros, Paulo Cézar Barros, Cid, Scarambone, Pedrinho, Gelson.
1973 a 1976 – Renato Barros, Cid, Scarambone, Pedrinho, Ivanilton (Michael Sullivan), Gelson.
1977 – Renato Barros, Cid, Pedrinho, Gelson.
1979 a 1983 – Renato Barros, Paulo Cézar Barros, Cid, Marquinho, Gelson.
1987 a 1989 – Renato Barros, Paulo Cézar Barros, Cid, Gelson.
1989 a 1993 – Renato Barros, Cid Chaves, Gelson Moraes, Darci Velasco, Cadinho.
1993 a 1996 – Renato Barros, Cid Chaves, Gelson Moraes, Darci Velasco, Amadeu Signorelli.
1996 a 2013 – Renato Barros, Cid Chaves, Gelson Moraes, Darci Velasco, Amadeu Signorelli.
2013 a 16-06-2018 – Renato Barros, Darci Velasco, Amadeu Signorelli, Gelsinho Moraes e Cid Chaves.
14-07-2018 até 28-07-2020 – Renato Barros, Cid Chaves, Gelsinho Moraes, Darci Velasco e Bruno Sanson.
28-07-2020 até 2022 – Cid Chaves, Gelsinho Moraes, Darci Velasco, Bruno Sanson e Chi Lenno
28-01-2022 até atualidade – Cid Chaves, Fabrício Motta, Darci Velasco, Bruno Sanson e Chi Lenno
Nota: as datas são aproximadas, dado que não houve registro das saídas e entradas dos componentes, com exceção das informações de 2013 pra cá.
Com o falecimento do líder Renato Barros, entrou para a banda o guitarrista Chi Lenno. Com o falecimento de Gelsinho Moraes em 28 de janeiro de 2022, entrou em seu lugar o baterista Fabrício Motta.
DISCOGRAFIA
Twist (1962 – Copacabana)
Renato e Seus Blue Caps (1963 – SOM)
Viva a Juventude (1964 – CBS)
Isto é Renato e Seus Blue Caps (1965 – CBS)
Um Embalo Com Renato e Seus Blue Caps (1966 – CBS)
Renato e Seus Blue Caps (1967 – CBS)
Especial (1968 – CBS)
Renato e Seus Blue Caps (1969 – CBS)
Renato e Seus Blue Caps (1970 – CBS)
Renato e Seus Blue Caps (1971 – CBS)
Renato e Seus Blue Caps (1972 – CBS)
Renato e Seus Blue Caps (1973 – CBS)
Renato e Seus Blue Caps (1974 – CBS)
10 Anos de Renato e Seus Blue Caps (1976 – CBS)
Renato e Seus Blue Caps (1977 – CBS)
Suco de Laranja (1979 – CBS)
Renato e Seus Blue Caps (1981 – CBS)
Pra Sempre – Renato e Seus Blue Caps (1983 – RCA)
Batom Vermelho (1987 – Continental)
Renato e Seus Blue Caps 1996 (1996 – Globo/Columbia)
Renato e Seus Blue Caps – Ao Vivo! 2001 (2001 – WEA)
NOTAS
1) Todas as informações aqui publicadas constam do livro de memórias de RENATO BARROS, intitulado RENATO BARROS: UM MITO, UMA LENDA, escrito por Lucinha Zanetti.
2) Qualquer referência alusiva ao livro escrito por Eduardo Araújo, como informa a WIKIPEDIA é contestada pelo fundador e criador da banda Renato e Seus Blue Caps, o músico Renato Barros.
3) Estas são as informações atualizadas que a Wikipédia não quer aceitar, dando preferência a inverdades publicadas aleatoriamente, principalmente do GSHOW – Programa Mais Caminhos (site da Globo).
REFERÊNCIAS
– Vídeos de entrevistas com RENATO BARROS no Youtube
Formação atual da banda Renato e Seus Blue Caps