George Harrison, o guitarrista dos Beatles será sempre lembrado pelo fantástico músico que foi e pela importante contribuição à música pop do século XX!
A contribuição de George Harrison para a música do Século XX é bem mais substancial do que podemos imaginar. Junto aos seus companheiros, George formatou o modelo da canção Pop. Além disso, como instrumentista, o estilo de Harrison é algo muito difícil de ser imitado e a sua digital sonora é praticamente única. George Harrison sempre abdicou dos virtuosismos exasperados, optando por um caminho mais sóbrio como instrumentista, com destaque para o slide em detrimento das longas improvisações.
Durante sua passagem pelos Beatles, as composições próprias começaram a aparecer timidamente e foram evoluindo com o passar dos anos para temas do calibre de “IUf I needed someone”, “Taxman”, “While my guitar gently weeps”, “Here Comes the sun” e seu grande sucesso Beatle, “Something”.
Foi ele quem conduziu o grupo no caminho da meditação transcendental e da música indiana, sendo também o introdutor da cítara na música ocidental.
Com o final da banda em 1970, Harrison deslanchou com seu álbum de estreia, “All Things Must Pass”, um bolachão triplo onde desfilavam mega sucessos comerciais como “My Sweet Lord” e “What is Life”, miscigenadas a canções mais introspectivas e impregnadas de uma bem dosada carga espiritual e religiosa.
Para ajudar o país de seu amigo Ravi Shankar, protagonizou em 1971 o primeiro mega concerto beneficente da história, o lendário Concert for Bangladesh, realizado no Madison Square Garden.
A partir de 1972 a carreira e a vida de George oscilaram entre altos e baixos vertiginosos. Junto a sua banda de apoio, fez uma desastrosa digressão pelos Estados Unidos em 1974, no mesmo ano, a esposa dele na época, Patty Boyd, o abandonou para dividir a cama com Eric Clapton, seu melhor amigo e confidente naqueles tempos de amor livre. Mas vida que segue, logo em seguida ele acabou encontrando a tão almejada alma gêmea, a mexicana Olívia Arias, que lhe daria seu único filho, Dhani Harrison.
Em 1981 gravou o sucesso “All those years ago”, homenageando o amigo John Lennon, assassinado no ano anterior.
Meia década depois retornaria às paradas dos dois lados do Atlântico com o álbum “Cloud Nine”, considerado tanto pela crítica quanto pelo público, um de seus melhores trabalhos.
No final dos anos 80 integrou ao lado de Bob Dylan, Tom Petty, Roy Orbison e Jeff Lynne o quinteto “Travelling Wilburys”, uma banda de super astros que demarcou sua comunhão e parceria em dois álbuns muito elogiados.
Em 1991 Harrison voltou aos palcos, reaproximando-se de Eric Clapton (numa clara demonstração de grandeza e ausência de ressentimentos), na festejada turnê pelo Japão (que virou um LP duplo) ao lado do velho amigo e camarada.
Nos anos seguintes, junto a McCartney e Ringo Starr, participou do projeto Anthology, revivendo com seus antigos partners os anos dourados do fabuloso quarteto fantástico do Rock`n`roll.
Nos três últimos anos de vida, enquanto lutava contra um câncer, dedicava grande parte do tempo a uma de suas maiores paixões, a jardinagem!
Harrison não queria ser lembrado como um astro pó (era conhecido por ser o mais tímido e discreto dos Beatles), como também fugia acintosamente dos holofotes e de toda a purpurina do mainstream, preferindo sempre a companhia da família e o isolamento como estilo de vida.
Em 2001, finalmente, perdeu a batalha para o câncer e retornou para o jardim.
Após a sua morte, Bob Dylan disse em uma entrevista: “Ele tinha a força de cem homens. O mundo se tornou um lugar mais solitário sem George”.
Um ano depois chegou às lojas o álbum póstumo “Brainwashed”, um interessante registro da última safra de composições de Harrison, trabalho este que foi dedicado a todos os jardineiros do mundo! Outro belo recado do eterno menino tímido daquela bandinha inglesa que mudou o mundo nos anos 60!
Segundo um velho provérbio oriental, em grande parte das vezes a felicidade está escondida no nosso próprio jardim, mas é muito provável que ela esteja coberta pelo mato e ervas daninhas. Quem sabe em um dia qualquer desses iguais a tantos outros, sigamos o conselho de George, voltando os olhos para o nosso próprio quintal e até mesmo, quem sabe, transformando o mundo num lugar bem mais bonito e agradável de se viver.
Precisamos urgentemente retornar ao jardim!
(Por Eduardo Lenz de Macedo e Márcio Grings)
“Quando ouvi My Sweet Lord achei que seria meu ex-beatle favorito… não foi e pra ser
sincero, não gostava muito de seus discos solos. Mas o tempo passa, a gente teimosamente insiste em ouvir de
novo, e mais uma vez, e outra e então descobrimos, quase que tardiamente, que mais do que um roqueiro ali
estava um cara de uma sensibilidade ímpar, um compositor que revelava sua alma em suas canções, que tocava sua guitarra com a leveza de quem acaricia a mulher amada. Porra, George, você não podia ter partido tão cedo, o mundo não pode se dar ao luxo de perder pessoas como você. Esteja em paz, amigo, jamais o esqueceremos, pois sua alegria, seu bom humor, seu sorriso estará sempre alegrando nossas vidas.”
(Gerson da Silva)
“É incrível como certas pessoas mexem tanto com a gente! Mesmo depois de terem partido ainda as sentimos
como se estivessem vivas! Com George não poderia ser diferente! Apesar de já se passarem tantos anos, ainda não consigo aceitar que ele se foi, principalmente quando escuto suas músicas! Não sinto uma tristeza, apenas saudade! Era como se ele fizesse parte da minha família! Isso pode parecer até um exagero, mas não é!
Suas mensagens de paz e amor continuam a ecoar a cada momento em que escutamos suas canções… Talvez essa seja uma maneira de sentirmos que ele ainda vive em nossos corações…”
(Jorge Washington Sobrinho)
Fonte: Antiga comunidade do Orkut, “We Love the Beatles Forever”