Algumas Reportagens sobre a Jovem Guarda publicadas pela Revista Intervalo entre os anos de 1965 a 1968.

Seguem as reportagens, com destaque para George Freedman, The Jet Black’s, Bobby de Carlo, Meire e Albert Pavão, Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléa.

Roberto Carlos foge pra não ficar nú 1

RC manda fazer terno a la Beatles

TV Record 1

TV Record 2

Ringo na revista Intervalo

RC amando 1

RC amando 2

Wanderléa 2

Wilson Miranda e Jet Blacks

Tony Campelo contratado pela Record

The Jet Blacks - Rio Hit Parade

The Bells nasceram no natal

Os Jovens foram ingratos diz Aguillar

Os Incriveis x Beatles

Os Incríveis afastados 5 dias

Jovvem Guarda com Jet Blacks

Jovem Guarda com Jet Blacks

Jet Blacks revista Intervalo 24 de abril de 1966

Jet Blacks primeiro lugar

Jet Blacks novo não é o mesmo

Jet Blacks lançam o LP Top Top Top

Jet Blacks e Erasmo - campanha do agasalho

Jet Blacks de 6 para 8 componentes

Jerry Adriani - um passo à frente

Jerry Adriani - discos mais vendidos

Jerry - canção da semana

Irmãos Pavão

Beatles Argentinos - juventude no brasil é uma brasa

Martinha George e outros horóscopo

Horóscopo da JG 1

Horóscopo da JG 2

Horóscopo da JG 3

Horóscopo da JG 4

Guitarras do ie ie ie mandam brasa

Guitarras do ie ie ie mandam brasa - página 2

George Freedman no Jovem Guarda

Gato e o Clube do Clan

Gato - Deny e Dino

Festa de Arromba e Jet Blacks - letra

Erasmo - grandalhão boa pinta

 

Cleide Alves - Brotinho da JG

Chapeuzinho Vermelho

Chacrinha

Calhambeque é sucesso

Bobby de Carlo e o filme juventude e ternura

Bobby de Carlo - autocrítica

Beatles Argentinos 1

Amor de Lilian usa rabo de cavalo

Altemar Dutra - um cantor por um milhão 2

Altemar Dutra - um cantor por um milhão

The Bells nasceram no natal

Jorge Friedman

George Jorge

Carlos Manga fecha as portas do JG

Eduardo Araújo - Sinatra brasileiro

George Freedman censura Sinatra

George Freedman censura Sinatra 2

George Freedman de garçon

George Freedman na família Trappo

Erasmo compõe com Tim

George compõe

George Freedman vai a Aparecida

George Freedman e seu carro pop

George Freedman e Vanusa cafezinho

Chico Viola - ganhadores

George Freedman e Nerino Silva

George Freedman e Nerino Silva parte 2

George Freedman e o disco voador

Martinha George e outros horóscopo

George Freedman - Francis Albert

Freedman sonha com mina de ouro

Freedman cidadão brasileiro

Freedman Aguilar e outros

Freedman compacto

George Freedman e Waldirene

Freedman e Waldireni na RCA

Freedman e o jurado

Freedman e o jurado 2

Joelma

Freedman - Aracy e Silvio

Bolacha da semana

Os Santos, The Brazilian Bitles e Os Baobás: Bandas de Rock formadas nos anos 60, sob a influência da Beatlemania!

Como eu havia publicado aqui nesta reportagem da Revista Fatos & Fotos, no Brasil demorou quase dois anos até que as bandas de rock se adaptassem à nova moda ditada pelos Beatles.

Na década de sessenta havia dezenas de grupos instrumentais de rock criados sob a influência dos Shadows, Ventures e dos Beatles, alguns menos conhecidos, como The Sparks, The Sticks & Stones, Les Strangers,The Jones, The Mettleds, The Demons, The Argonauts, The American Shadows, Nin and Your Boys, Os Comanches, The Black Boys, Jacinto & His Boys, Jerry Jefferson, outros mais conhecidos como The Silvery Boys, Lafayette e seu Conjunto, Betinho e seu Conjunto, Os Santos, Os Baobás, etc. Alguns ficaram registrados com o lançamento de um álbum (LP) mas a grande maioria deles gravou apenas um ou dois singles. O que é importante notar é que mais de 100 álbuns instrumentais foram gravados na década de 1960 por bandas instrumentais locais, segundo nos informou Santo Humberto Luneta, o que mostra o importante papel desses grupos no desenvolvimento do cenário do Rock no Brasil.

OS SANTOS

Os Santos - 1965

Os Santos – 1965

A Banda Os Santos foi um grupo de rock instrumental e vocal da Jovem Guarda, formado no Rio de Janeiro em 1965. Na formação do grupo participaram Euclides – ex The Pop’s na guitarra solo, Jair, guitarra ritmo, José Antonio, o Bolonha, no baixo, Carlinhos na bateria e posteriormente Rostan, o Tonzinho, na bateria. Por terem acompanhado Ronnie Von na gravação do seu primeiro compacto simples, contendo a música “Meu Bem”, foram logo contratados pela gravadora Polydor. Gravaram um compacto duplo em agosto de 1966 com as músicas Nunca Mais, Vai Ser Bom, Eve of Destruction e a Noite Que Passou, essa última uma versão escrita por Antônio Aguillar para a canção The Night Before, dos Beatles.
Depois de um tempo de pouca atividade, receberam uma ajuda do produtor, músico e apresentador Carlos Imperial e a partir disso lançaram três LP pela gravadora Equipe, todos instrumentais, sendo dois deles com músicas de natal. Seguem fotos do álbum lançado em 1968, AS 12 MARAVILHAS EM IÊ IÊ IÊ, todo instrumental, com algumas músicas antigas para a época. Esse disco foi considerado como um dos melhores do gênero, muito elogiado no exterior.

Em seu programa “Jovens Tardes de Domingo” de 08 de junho de 2014, Antonio Aguillar mostrou esta rara versão da canção dos Beatles, The Night Before, cuja versão ele fez em 1965, cantada aqui pelo conjunto Os Santos.

Os Santos – A Noite que Passou (versão da canção dos Beatles, The Night Before).

Os Santos 2Os Santos 3

Euclides de Paula, o guitarrista, também fez parte do conjunto Renato e Seus Blue Caps e depois todo o grupo deu origem à formação de Luizinho e os Dinamites. Quando o grupo deixou o Luizinho , após gravarem um LP na RCA Victor, Paulo Ribeiro e mais alguns colegas dele do conjunto The Flemings foram chamados por Luizinho para formarem os novos Dinamites, onde Paulo tocou durante seis meses.

Paulo me presenteou com o pandeiro dos Flemings, durante o show dos 50 anos da Jovem Guarda realizado no Club Homs em São Paulo, em 22 de agosto de 2015…

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Após a primeira parada do conjunto The Flemings, Paulo Ribeiro levou os remanescentes dos Flemings, Paulo Mendes (bateria) e João para substituirem juntamente com ele os integrantes dos Dinamites do Luizinho. Euclides, o guitarrista solo, tinha tocado com Renato e Seus Blue Caps e juntamente com Bolonha (baixo), Carlos (bateria ) e Jair (guitarra) formaram “OS SANTOS”, deixando Luizinho com um tremendo LP gravado com versões de músicas de Cliff Richards do LP Rock Turbulento. Luizinho gostou do entrosamento que já havia entre os músicos dos Flemings, os quais tinham experiência na música jovem.
Após alguns ensaios estavam prontos para se apresentarem, quando o Luiz resolveu fazer uma guitarra canhota pra ele mesmo tocar, pois antes ele sempre cantava como o Cliff Richards. Em seguida fez com que todos se vestissem como os Beatles e saiu para fazer os shows sozinho. Poucos meses depois resolveu desfazer os Dinamites e se lançar sozinho imitando o Trini Lopes, sem nenhuma razão, pois o grupo estava muito bom, contou-me o próprio Paulo Ribeiro.

THE BRAZILIAN BITLES

Havia um conjunto carioca que se formou a partir do núcleo de outra banda da época, The Dangers, em julho de 1965, no qual participavam o guitarrista Vitor Trucco e o cantor e guitarrista Jorge Eduardo. Eles se uniram a Luiz Toth na bateria, Fábio Block no baixo e Eliseu da Silva Barra, o Ely Barra, no teclado. Cultivaram o cabelo em formato de cuia (mop top) e formaram os Beatles Brasileiros, totalmente influenciados pela Beatlemania, no período em que o quarteto de Liverpool estava no auge. Mas a banda não se limitou apenas às influências dos Beatles; seus músicos procuraram diversificar sempre e com isso criaram um repertório variado, entre canções originais do grupo e versões roqueiras da melhor qualidade, como o sucesso “Gata (Wild Thing)”, dos Troggs, além de tantas outras raras preciosidades do melhor do rock dos anos 60.

Os Brazilian Bitles contavam na sua formação original com Vitor Trucco (guitarra solo e depois, baixo), Luiz Toth (bateria), Fábio Block (Baixo, depois guitarra), Jorge Eduardo De Almeida (Voz e guitarra-base) e Eliseu Da Silva Barra, o Ely Barra (cantor e teclados).
Estrearam na boate “La Candelabre”, com grande repercussão da mídia. O repertório da banda trazia de Beatles a Rolling Stones, passando por Chuck Berry, Little Richard e The Who, além das bandas americanas de garagem e ainda mais, o grupo trazia também influências do cancioneiro romântico brasileiro. Tudo isso misturado e transformado em canções próprias conquistou de forma arrebatadora a juventude brasileira dos meados dos 60.
As canções, permeadas de climas modernos, psicodélicos e de garagem, além de uma boa dose de romantismo nas baladas, causou sensação, e músicas como “Dedicado A Quem Amei”, “Deixe Em Paz Meu Coração” e “Cabelos Longos, Ideias Curtas” se tornaram hits radiofônicos instantâneos.
Uma das principais características dos Brazilian Bitles era o seu grande humor e as cabeleiras dos seus integrantes. Este visual associado à juventude radiante dos seus integrantes, fez com que a banda fosse convidada a participar no cinema do filme “Rio, Verão E amor”, de 1966, o primeiro filme colorido brasileiro.
Na TV Excelsior do Rio, o grupo passou a apresentar o programa BBC – “Brazilian Bitles Club”. O programa ia ao ar aos sábados à tarde e fez grande sucesso entre o público jovem carioca.

The Brazilian Bitles atuou na música jovem como uma das mais inovadoras e competentes bandas brasileiras, na divulgação do rock e da jovem guarda. Eles talvez tenham sido o primeiro grupo brasileiro a associar música e humor, como faria o Ultraje A Rigor, vinte anos depois. Eventos como a famosa “Missa do Iê Iê Iê” e a participação do grupo no cinema e na televisão confirma tudo isto. Somente a versão de Rossini Pinto para o clássico “Satisfaction”, dos Stones, gravada pelo grupo como “Não Tem jeito”, já colocaria a banda como uma das mais importantes do rock no Brasil. Mas eles fizeram muito mais.

Em 1967, gravaram seu disco de estreia, “É ONDA”, pelo selo Polydor, com grande sucesso. O título do álbum era moderníssimo para a época, somente as cabeças jovens mais antenadas entenderiam aquela fantástica palavra, “É Onda”, palavra que traduzia todo o alucinante estilo de vida jovem dos anos 60.
(Texto de Rubens Stone publicado no grupo The Brazilian Bitles no Facebook.

Brazilian Bitles - Luiz Toth, Jorge Eduardo Almeida, Fabio Block, Ely Barra e Vitor Trucco

Brazilian Bitles – Luiz Toth, Jorge Eduardo Almeida, Fabio Block, Ely Barra e Vitor Trucco

Brazilian Bitles

OS BAOBÁS

Grupo de rock criado em São Paulo em 1965, com seis integrantes, entre os quais, Arnolpho Batista, Liminha e Tico Terpins. No ano seguinte (1966) lançou pela Mocambo um compacto simples com as músicas “Bye bye my darling” e “Pintada de preto”. Eram especialistas em versões dos Rolling Stones, The Doors e Jimi Hendrix. No início fez parte do grupo o baixista Arnolpho Lima, o Liminha, que depois integrou Os Mutantes e que nos anos 1980 e 1990 se tornou o principal produtor musical do país. Deixou o conjunto em 1967 sendo substituído por Tico Terpins, que anos depois fundou o grupo de punk rock “Joelho de Porco”. Ainda em 1967 o conjunto lançou “Don’t bring me down” e “When loves come knocking”. No ano seguinte, 1968, gravaram seu único LP.
O LP original (1968) é um disco basicamente de covers, que devido ao mistério em torno da história da banda levou muita gente aos “sebos” (lojas de vinil antigo) do Brasil atrás de uma cópia. Aquela capa colorida, apenas com o nome da banda em vermelho (sem o “Os”), no entanto, fez a alegria de poucos. Gravado por uma pequena editora, a Mocambo/Rozenblit, em 1968, o álbum é uma das maiores raridades da discografia nacional.
A história recontada dos Baobás tem seu ponto alto na presença entre os seus integrantes do atual produtor e ex-baixista dos Mutantes, Arnolpho Lima Filho, o Liminha. Aliás, com uma passagem meteórica pela banda, pois participou do único álbum, por tabela: ele gravou apenas o compacto com “Ligth My Fire (Doors) e Tonite (Guga, cantor da banda), esta última presente no LP. Liminha, que aparece na capa do compacto, é geralmente confundido fisicamente com o também baixista Nescau, presente na foto do LP.
A história inteira da banda, que desembocou na gravação deste álbum Antologia, começa com a Beatlemania, quando adotaram o nome de Rubber Souls, e participavam de programas de televisão na capital paulista. Em 1966, estrearam com o compacto Pintada de Preto (Painted It Black, dos Rolling Stones) / Bye Bye My Darling (deles), ao qual se seguiram mais quatro singles, entre eles Happy Together (Turtles) e Down Down, um punk na linha “nuggets”, de autoria do ex-O’Seis (o pré-Mutantes), Rafael Vilardi, então membro da banda.
A primeira e original formação do grupo contava com Ricardo Contins (guitarra), Jorge Pagura (bateria), Carlos (baixo), Renato (guitarra solo) e Arquimedes (pandeiro). Mas pela banda ainda passaram, além dos já citados, Tito, Tuca (ex-Lunáticos, depois Beatniks, Galaxies e Sunday), Guga, Calia e Tico Terpins (depois Joelho de Porco). Do disco, participam (da esquerda para a direita na foto da capa): Tuca, Nescau, Guga, Calia, Tico Terpins e Pagura.
O repertório do álbum é um mergulho na clássica e importada psicodelia da época, incluindo covers para Doors (“Hello, I Love You”), Love (“Orange Skies”) e Kinks (“Well, Respected Man”). Conta ainda com hits do momento (“The Dock Of The Bay” – Otis Redding), standars como “Hey Joe” (Jimi Hendrix) e duas interessantes composições próprias – “Tonite” e “Got To Say Goodbye” (do guitarrista Tuca), ambas cantadas em inglês.
O nome Baobás – árvore gigante e frondosa da África – retirado do livro “O Pequeno Princípe”, foi sugestão de Ronnie Von, que também batizou os Mutantes. Além do padrinho, com quem gravaram um compacto (“Menina Azul” em 1967), o grupo também acompanhou Caetano Veloso em programas de televisão e shows, substituindo os Beat Boys. Clássica banda de garagem, com as conhecidas exceções, a maioria dos integrantes virou os anos setenta nas universidades, de onde saíram médicos, dentistas e empresários.
(Texto de Fernando Rosa, publicado no site Senhor F e levado para o grupo Eterna Jovem Guarda por Sylvio Habibe.)

Os Baobás

Durante a sua existência, a banda lançou cinco compactos/singles e um LP, além de participações em gravações.

Discografia:

Compactos simples/singles:
Bye Bye My Baby / Pintada de Preto (Paint It Black) (Mocambo / Rozenblit CS-1.182) – 07/1966
Happy Together / Down Down (Mocambo / Rozenblit CS-1246) – 12/1966
Don’t Bring Me Down / When Love Comes Knocking (At Your Door) (Mocambo / Rozenblit CS-1.272) – 03/1967
Light My Fire (Acenda Meu Fogo) / Tonite (Esta Noite) (Mocambo / Rozenblit CS-1.307) – 06/1967
The Dock Of The Bay (As Docas da Bahia) / Spooky (Mocambo / Rozenblit CS-1.334) – 03/1968

Os Baobás cm 1

Os Baobás cm 2

Os Baobás cm 3

Os Baobás cm 4

Os Baobás cm 5

Os Baobás cm 6

Os Baobás cm 7

Os Baobás cm 8

Long play/L.P.:
Baobás (Mocambo / Rozenblit 40.388) – Junho/1968

Os Baobás/Down Down (Ricardo Contins)
Segundo compacto do grupo Os Baobás, então formado por Ricardo Contins (guitarra e vocal), Jorge Pagura (bateria), Carlos (contra-baixo) e o ex-O’Seis (o pré-Mutantes) Rafael Vilardi (guitarra). Uma das melhores e mais comentadas bandas dos anos sessenta, que teve seis formações diferentes, incluindo a participação de Liminha (ex-Thunders, Lunáticos e Mutantes, e produtor nos anos 80 e 90). Originalmente chamados Rubber Souls, estrearam tocando Beatles no programa JR Juventude, no Canal 4, e gravaram seu primeiro compacto, com “Pintada De Preto”/”Painted Black” e “Bye Bye My Darling”, editado já com o novo nome – Os Baobás. Gravaram cinco compactos e um LP ao longo de seus quatro anos de vida – de 65 a 68, incluindo o raro cover para “Light My Fire” (The Doors).

Os Baobás 2

O conjunto teve várias formações e nesta da foto do único LP, abaixo, o o sexto à direita é o grande neurocirurgião Dr. Jorge Pagura, aquele mesmo que cuidou de Osmar Santos, logo após seu acidente, no Hospital Albert Einstein em São Paulo; quinto da esquerda para a direita é o falecido Tico Terpins, que depois fez parte do Joelho de Porco, e que era sócio do também falecido Zé Rodrix, em uma agência de jingles. (Informação de Fares Darwiche)

O conjunto teve várias formações e nesta da foto do único LP, abaixo, o o sexto à direita é o grande neurocirurgião Dr. Jorge Pagura, aquele mesmo que cuidou de Osmar Santos, logo após seu acidente, no Hospital Albert Einstein em São Paulo; quinto da esquerda para a direita é o falecido Tico Terpins, que depois fez parte do Joelho de Porco, e que era sócio do também falecido Zé Rodrix, em uma agência de jingles. (Informação de Fares Darwiche)

O conjunto teve várias formações e nesta da foto do único LP, abaixo, o sexto à direita é o grande neurocirurgião Dr. Jorge Pagura, aquele mesmo que cuidou de Osmar Santos, logo após seu acidente, no Hospital Albert Einstein em São Paulo; quinto da esquerda para a direita é o falecido Tico Terpins, que depois fez parte do Joelho de Porco, e que era sócio do também falecido Zé Rodrix, em uma agência de jingles. (Informação de Fares Darwiche)

Fontes da pesquisa:

1 – Grupo Eterna Jovem guarda no Facebook
2 – Ronnie Von, O Príncipe que Podia ser Rei, de Antonio Guerreiro / Luiz Cesar Pimentel

Um Beatle em cada esquina! De como surgiram as bandas de Rock no Brasil.

Este era o título da reportagem da Revista “Fatos & Fotos” em sua edição de 24 de julho de 1965.

Os Beatles foram lançados no cenário norte-americano no final de 1963-início de 1964, mas levou muito mais tempo para que o quarteto britânico do mop top começasse a causar boa impressão aos adolescentes brasileiros.
Os brasileiros estavam vivendo diferentes estilos de vida e talvez porque houvesse um golpe militar de direita em abril de 1964, as coisas ficavam um pouco deformadas e levava mais tempo para que as novas idéias chegassem aqui pelas nossas praias do sul.

As bandas de rock instrumental como The Jet Black’s, The Flyers, The Clevers e The Jordans usavam cabelos curtos e ainda copiavam The Shadows e The Ventures. Demorou quase dois anos até que as bandas de rock se adaptassem à nova moda ditada pelos Beatles.

Este artigo de julho de 1965 da revista “Fatos & Fotos” mostra oito bandas brasileiras e suas brincadeiras. Podemos ver que os cabelos ainda eram bem curtos… mas eles estavam tentando arduamente mudar.

“Ousados, loucos, cabeludos, farsantes, geniais, os brasileiros também entram na era da desintegração musical”. 🙂

“No começo era só cabelo comprido. Depois, o penteado. Mais tarde, os gestos e as músicas. Vieram as calças apertadinhas e curtas, os blusões coloridos, a botinha dos Beatles, em tudo ou quase tudo mostrando a influência dos famosos cabeludos ingleses na nova geração musical brasileira. Depois que The Beatles foram condecorados pela Rainha, os cabeludos brasileiros se tornaram mais audaciosos, com gestos mais longos, cabelos mais compridos, calças mais apertadas ainda. Ninguém se surpreenderá se em breve nossas garotas comerem a grama pisada pelos nossos cabeludos. É a Beatlemania que chegou ao Brasil. Mas quem são os Beatles brasileiros?”

Um Beatle em cada esquina

The Clevers, banda criada por Antonio Aguillar, aqui fotografada no final do ano de 1965, poucas semanas antes de Neno, o primeiro da esquerda para a direita, deixar a banda para entrar para os Jordans.

Os Incríveis se chamavam, antigamente, The Clevers. Além de excelentes instrumentistas, os 05 jovens que compõem o grupo devem sua fama principalmente ao namoro do baterista Netinho com Rita Pavone. Netinho é Luiz Franco Tomas, Neno é Demerval Teixeira Rodrigues, Risonho é Waldemar Mozena, Mingo é Domingos Orlando e Manito é Antonio Rosa Sanches. Os Incríveis estão, atualmente, na Argentina.

The Clevers in late 1965 just a few weeks before Neno 1st man from left to right - left the band for The Jordans

Há nove anos, 06 rapazes (atualmente cabeludos), cantores e instrumentistas, solteiros e profissionais da musica, uniram-se para formar The Jordans. Na intimidade são conhecidos como Silval, Ziquito, Irupê, Tony, Foguinho e Aladim. Andaram pela América do Sul e, em breve, embarcarão para a Europa. Prometem fazer um desafio aos Beatles na Inglaterra. Recebem por cada apresentação, uma média de Cr$ 700 mil.

The Jordans era a banda mais antiga. Eles começaram em 1956 e gravaram por volta de 1962.

The Jordans era a banda mais antiga. Eles começaram em 1956 e gravaram por volta de 1962.

The Rebels começaram a tocar em 1958 por diversão. Depois, resolveram fazer dinheiro. Pararam por causa dos estudos e voltaram em 1962. São considerados os mais técnicos de todo país. Usam um uniforme preto com uma grande caveira branca e o nome nas costas. Rodolfo Favalli, Jose Carlos Camargo, Constantino Gondim Neto, Luiz Carlos Nunes e Rubens Bastos Cruz. São animadíssimos e já recusaram propostas do exterior.

The Rebels começou em 1958. Depois a banda acabou mas se juntaram novamente em 1962.

The Rebels começou em 1958. Depois a banda acabou mas se juntaram novamente em 1962.

The Beatniks, com apenas dois meses de existência, é o único conjunto de São Paulo que executa o verdadeiro Liverpool sound, maneira inglesa de tocar, com características diferentes das outras execuções. Lidio Benvenutti Junior, Marcio Morgado, Chester Charler e Domingos Tucci, os integrantes penteiam-se da mesma maneira que os Beatles ingleses.

The Beatniks

The Beatniks

Os Terríveis, todos cabeludos, são o único conjunto que usa o solovox. Toca de tudo: da música clássica ao twist e à bossa nova. Manuel Lopes, José Aroldo, Francisco Lima, João Lucci e Vicente Ferreira são Os Terríveis. Cobram entre Cr$ 250 mil e Cr$ 400 mil por audição.

Os Terríveis, banda que parou o tráfico em frente à futura Câmera Municipal de São Paulo no Viaduto Maria Paula.

Os Terríveis, banda que parou o tráfico em frente à futura Câmera Municipal de São Paulo no Viaduto Maria Paula.

Formado por Edgard, Renato, Joe Primo, Arnaldo e Luizinho, o conjunto Os Megatons faz sucesso contínuo há 02 anos (1963) em São Paulo. Nasceu do afastamento de Joe Primo dos Jet Black’s e sua principal execução é o ‘Vôo da abelha’, música dificílima, onde reproduzem musicalmente o zumbido do vôo da abelha. Cobram entre Cr$ 300 e Cr$ 600 mil por apresentação.

Os Megatons passeiam com os Bandeirantes e Pioneiros.

Os Megatons, de Primo Moreschi e Wagner T. Benatti passeiam com os Bandeirantes e Pioneiros.

Renato & seus Blue Caps são os que mais se parecem, no Rio, com The Beatles. Gestos, atuações, penteados – a semelhança é gritante. Os outros componentes são Toni, Paulo Cesar, Carlinhos e Cid. O conjunto iniciou suas atividades em 1960. Quatro anos depois alcançaram grande sucesso com a gravação de ‘Menina linda’ (I should have known better). Pedem Cr$ 400 mil por atuação.

Dois membros de Renato e Seus Blue Caps: Cid Chaves e Paulo César Barros

Dois membros de Renato e Seus Blue Caps: Cid Chaves e Paulo César Barros

São Carlinhos, São Alencar, São Euclides e São Bologna são os componentes do conjunto musical Os Santos. Cariocas de Vila Isabel, recebem cerca de Cr$ 400 mil por 1 hora de show.

Os Santos - 1965

Os Santos – 1965

Artigo da Revista “Fatos & Fotos” de 24 de julho de 1965.
Cobertura no Rio de Janeiro: Paulo Galante e Domingos Cavalcanti.
Em São Paulo: Ayrton Oliva e Geraldo Mori

Publicado originalmente por Carlus Maximus no Blog Brazilian Rock 1957 – 1964
Tradução: Lucinha Zanetti

Geraldo Alves diz que Roberto Carlos abandonou todas as pessoas e não é mais o mesmo!

Geraldo Alves e Roberto Carlos

Geraldo Alves foi o primeiro empresário artístico de Roberto Carlos. Ele era açougueiro em Limeira, interior de São Paulo, e também acordeonista. Quando trabalhava com Roberto Carlos no inicio de carreira, Geraldo Alves levava Roberto a fazer shows em circos (era moda na época) e acompanhava o cantor com o seu acordeom ou sanfona, como era chamada na época, enquanto Roberto tocava seu violão.

Geraldo Alves e Roberto Carlos 2

Depois Roberto cresceu muito artisticamente e o Geraldo foi demitido de suas funções para dar lugar ao empresário Marcos Lázaro, que era poderoso na época da Jovem Guarda.

Geraldo Alves e Roberto Carlos em 2004

Geraldo Alves e Roberto Carlos em 2004

Enfim, nesta entrevista a seguir Geraldo Alves e sua assessora Fátima conversam com Antonio Aguillar, onde ele fala também sobre o livro que escreveu e que está nas mãos de Roberto até hoje, sem nenhuma posição e ainda aguardando um depoimento de Roberto.

É uma entrevista valiosa e importante para os fãs que acompanham a carreira de Roberto Carlos.

Atualmente Geraldo Alves está residindo novamente em Limeira e não está em boas condições, nem de saúde e nem financeira… mas são coisas da vida!

(Por Antonio Aguillar)

Emílio Russo e sua trajetória artística como um grande guitarrista desde os anos 60.

Fiz algumas perguntas ao guitarrista Emílio Russo, as quais ele respondeu e ainda contou mais historias sobre a sua trajetória artística, e também “causos” que lhe aconteceu quando fazia shows pelo Brasil.

1) Emílio, quando você começou a tocar no conjunto Os Freedmans, foi levado por quem? Como conheceu seus companheiros?

Resposta: Para o conjunto Os Freedmans não fui levado por ninguém; eu conheci o Raul de Barros através de um conjunto que ele tinha chamado Os Piratas; com a saída do Raul deste conjunto, que naquele momento queria fazer um conjunto comigo, ficamos de arrumar um bom baterista e através do saxofonista Gigi conhecemos Armandinho que conhecia por sua vez o Banzé, que era o Guitarra Base. E assim começamos a ensaiar no bairro da Pompéia, na casa do Gigi, saxofonista; dai por diante foi só tocar a bola pra frente.

2) Nesta foto da revista Intervalo de 24 de abril de 1966, você ainda não aparece… Estão no grupo o Alemão, Jurandi, Gato e Zé Paulo. Sabemos que você entrou nos Jet Black`s para substituir o Gato, então não foi em março que você entrou para a Banda, como diz a matéria da revista Intervalo? Teria sido em novembro, como está no livro de Edu Reis? Você chegou a tocar com o Gato?

Da esquerda para a direita: Alemão, Jurandi Trindade, Gato e Zé Paulo - Revista Intervalo de 24 de abril de 1966

Da esquerda para a direita: Alemão, Jurandi Trindade, Gato e Zé Paulo – Revista Intervalo de 24 de abril de 1966

Resposta: Às vezes brincávamos e trocávamos ideias.

Página completa com a Matéria da Revista Intervalo de 24 de abril de 1966…

Revista Intervalo - edição de 24 de abril de 1966. Na foto, da direita para a esquerda: Alemão, Jurandi, Gato e Zé Paulo

Revista Intervalo – edição de 24 de abril de 1966.
Na foto, da direita para a esquerda: Alemão, Jurandi, Gato e Zé Paulo

Guitarras do ie ie ie mandam brasa - página 2

Reportagem sobre a saída do Gato em março de 1966…

Por volta de Março de 1966, o conjunto era formado por Alemão, Zé Paulo, e Jurandi. O artigo da Intervalo diz que Gato estava prestes a ter um colapso nervoso devido a muitos compromissos como músico e não podia suportar mais. Os rapazes compreenderam e começaram a procurar seu substituto. Em 19 de março de 1966 Emilio Russo tornou-se oficialmente lead-guitarrista e foi apresentado por Roberto Carlos no programa Jovem Guarda num domingo, dia 20 de março de 1966 como sendo o mais novo membro da banda. Emilio tinha 21 anos (nasceu em 1945) e 1m 80cm de altura. / Around March 1966 Gato up and left The Jet Blacks who were then Alemão, Zé Paulo & Jurandir. The article at Intervalo says Gato was close to a nervous breakdown due to too many engaments as a musician and couldn't cope with it anymore. The guys understood Gato's predicament and went on the look out for a replacement. The boys went on a raid through most night-clubs in Sao Paulo and finally found lead-guitarrist Emilio playing with The Lions and popped the question to him. Emilio is an excellent guitarrist and a good looking one to boot. As of 19 March 1966, Emilio became the official lead-guitarrist with The Jet Blacks having been introduced by Roberto Carlos at 'Jovem Guarda' on the Sunday 20 March 1966 as the newest member of the band. Emilio was 21 years old (born in 1945) and 1.80 metres tall. Gato would then go into a detox joint and soon join Roberto Carlos's band.

Por volta de Março de 1966, o conjunto era formado por Alemão, Zé Paulo, e Jurandi. O artigo da Intervalo diz que Gato estava prestes a ter um colapso nervoso devido a muitos compromissos como músico e não podia suportar mais. Os rapazes compreenderam e começaram a procurar seu substituto. Em 19 de março de 1966 Emilio Russo tornou-se oficialmente lead-guitarrista e foi apresentado por Roberto Carlos no programa Jovem Guarda num domingo, dia 20 de março de 1966 como sendo o mais novo membro da banda. Emilio tinha 21 anos (nasceu em 1945) e 1m 80cm de altura. / Around March 1966 Gato up and left The Jet Blacks who were then Alemão, Zé Paulo & Jurandir. The article at Intervalo says Gato was close to a nervous breakdown due to too many engaments as a musician and couldn’t cope with it anymore. The guys understood Gato’s predicament and went on the look out for a replacement. The boys went on a raid through most night-clubs in Sao Paulo and finally found lead-guitarrist Emilio playing with The Lions and popped the question to him. Emilio is an excellent guitarrist and a good looking one to boot. As of 19 March 1966, Emilio became the official lead-guitarrist with The Jet Blacks having been introduced by Roberto Carlos at ‘Jovem Guarda’ on the Sunday 20 March 1966 as the newest member of the band. Emilio was 21 years old (born in 1945) and 1.80 metres tall. Gato would then go into a detox joint and soon join Roberto Carlos’s band.

Para quem como eu faz confusão entre Emilio Russo e Alemão, eis aqui uma foto do Alemão…
The Jet Blacks - Alemão

3) Se foi em março de 1966 que você entrou no conjunto The Jet Black`s, então você tocou com o Serginho Canhoto, que depois foi substituído pelo Alemão? Você se lembra dele? São amigos? E no final do ano, quando o Serginho saiu para a entrada do Alemão, você se recorda de como foi esta troca, quem indicou, etc?

Resposta: Você me pergunta se eu toquei com meu amigo Sérgio e posso lhe afirmar que não tive a oportunidade de tocar junto com ele. Quem fazia Base na época era o Alemão, mas se você me perguntasse hoje se eu toquei com ele, eu responderia que sim, fizemos um show no Restaurante Ed Carnes pela primeira vez que tocamos juntos e foi muito bom. Tive que improvisar alguma coisa para que tudo desse certo, mas foi bom.

“Meus dois compactos, quando entrei no The Jet Black´s” (Emílio Russo)

4) Como você entrou para Os Lions? Foi a convite de alguém?

Sobre Os Lions, viemos de uma mistura do conjunto antigo The Flamens Boys do Tatuapé. Fiquei conhecendo a banda e entrei como solista no lugar do Ziquito e a formação ficou assim: o Hajime Kamimura no contra baixo, António Galati na bateria, Wilson Tavares na guitarra base e eu na guitarra solo.
Ao passar do tempo recebemos uma proposta do grande comediante da extinta TV Tupi, Ubiratan Gonçalves, o meninão; ele fazia uma espécie de Jerry Lewis e tinha um programa de televisão só dele. Foi quando apareceu uma oportunidade de gravar um LP, seria o primeiro pela gravadora Farroupilha e gravamos o primeiro LP intitulado Os Inigualáveis, com a maior parte das musicas de autoria própria.
Depois veio o segundo LP, em seguida o compacto simples com as musicas “A bala mais rápida do oeste” e “O adeus”. Viajamos o Brasil inteiro em uma perua Chevrolet fazendo bailes e shows.
Depois disso resolvemos mudar para o Rio de Janeiro, onde o base do conjunto, o Wilson Tavares, tinha família morando e eles ofereceram um apartamento para a gente morar. O Ubiratã tinha muitos conhecidos no Rio, fizemos o programa do Chacrinha, programa Jair de Taumaturgo e o programa do Carlos imperial.
Depois voltamos a São Paulo e fomos logo tocar nas bocas do luxo. Foi na Boite Charman onde eu estreei o primeiro som de reverbere feito no Brasil. Era feito por mim e pelo Fafá, meu amigo; pegamos um alto falante, arrancamos o papelão dele e do outro lado colocamos uma bombona, passamos uma mola no meio e o som saia como se estivesse em cima de uma montanha, dando uma espécie de falso eco. Não contente com aquilo, peguei um amplificador com vibrato e pus após o eco e reverberava como uma câmara de eco falsa. Assim era que enchia de gente só para ver aquele som diferente que o conjunto tirava. Hoje em dia não é mais novidade, mas naquele tempo não existia nada parecido e foi realmente um sucesso!
Dai pra frente saímos do Charman e fomos para o Le Masque; me lembro como se fosse hoje quando entrou pela porta o baterista do The Jet Black´s, o Jurandi, para me convidar para entrar no conjunto The Jet Black´s e eu topei, dando adeus aos Lions.
Lembro-me do dia de minha estreia na Jovem Guarda, foi um mês antes do meu aniversário; eu teria que tocar uma musica do conjunto The Shadows chamada Wonderful Land e quando entrei no palco, após receber as boas vindas do rei Roberto Carlos, eu tremi na base, mas graças às minhas mãos, foi num sucesso. Depois me acostumei… a gente tinha que se apresentar e acompanhar vários artistas da jovem guarda. Depois de tudo isso o tempo passou e resolvi sair por motivos que não vou revelar, me recuso a falar a respeito; saiu eu, o Zé Paulo e o Alemão de uma vez só! Não posso revelar os motivos, mas deixo para a justiça divina que se incumbirá de julgar o que aconteceu.

Depois disso recebi uma proposta do meu grande amigo Eduardo Araújo para entrar na banda dele, que era composta de sax alto, sax barítono, piston, trombone, tumbadora, eu na guitarra solo, o Zé Álvaro no contra baixo. o grande Polvo na bateria, Dartanhã, Eduardo e Silvinha; fizemos muitos sons juntos. A banda era uma “porrada”, tanto é que muitos destes músicos de sopro estão no conjunto do Roberto Carlos até hoje.
Depois recebi uma proposta do cantor Nilton César, que estava com o maior sucesso na época e fiquei com ele por um bom tempo. Viajamos muito para fazer shows no Nordeste, Estados Unidos, Canadá, Angola, fazendo show para a colônia portuguesa.
Depois trabalhei como free lance, fiz shows com os cantores Antonio Marcos, Paulo Sérgio, Jane e Herondi. Waldireni, e muitos mais. Eu era um guitarrista muito requisitado para shows e esta é uma pequena parte de minha vida artística, sem mentiras e falsidades.

Emilio Russo

Emílio Russo

Emílio Russo e as historias que aconteceram com ele!

Emílio Russo18 de setembro de 2015 08:13

COISAS QUE TALVEZ VOCÊS NÃO SAIBAM, O EMPRESARIO DE ROBERTO CARLOS NA ÉPOCA, MARCOS LÁZARO, JUNTAMENTE COM GERALDO ALVES COMANDAVAM A AGENDA DE SHOWS EM QUE OS CANTORES E CONJUNTOS DA JOVEM GUARDA PARTICIPAVAM.
DEPOIS DE DUAS SEMANAS DE JOVENS TARDES DE DOMINGO, LOGO QUE ACABAVA O SHOW A GENTE IA PARA O APARTAMENTO DO ROBERTO CARLOS PARA SERRAR UMA BOIA E TROCAR FIGURINHAS A RESPEITO DAQUILO QUE DEVÍAMOS FAZER APÓS OS SHOWS. FOI QUANDO EM UMA DESSAS IDAS NA CASA DELE, VEIO A NOTICIA DE QUE O ROBERTO CARLOS TINHA COMPRADO UM ESPAÇO PARA SHOWS NA AVENIDA SÃO GABRIEL (NÃO ME PERGUNTE O NUMERO QUE EU NÃO ME RECORDO, SÓ SEI QUE FICAVA A DOIS QUARTEIRÕES A SUA DIREITA, BEM NA ESQUINA); NESSE DIA ME LEMBRO BEM, FOI O DIA DA INAUGURAÇÃO DA CASA DE SHOWS COM O NOME DE BARRA LIMPA; ROBERTO CARLOS CONVIDOU PARA FECHAR O SHOW A GRANDE ATRAÇÃO MUNDIAL QUE ERA O CANTOR FRANCÊS JOHNNY HOLLYDAY, QUE ESTAVA COM UM GRANDE SUCESSO NO MUNDO INTEIRO COM A MUSICA “BLACK IS BLACK”. EU ME LEMBRO QUE EU ESTAVA BEM ATRÁS DO CONJUNTO APRECIANDO O SHOW, QUE FOI UMA PORRADA DE SOM NA CARA! IMPRESSIONOU A TODOS! ELE VEIO COM UMA BANDA DE OITO FIGURAS TENDO TECLADO BAIXO, GUITARRA E BATERIA E MAIS SAX PISTON, TROMBONE E SAX BAIXO. FOI IMPRESSIONANTE E NESTE DIA EU TINHA LEVADO A MINHA SIMPLES FAMÍLIA, QUE ERA MINHA MÃE E MEU PAI, ORGULHOSOS DE MIM POR FAZER PARTE DAQUELA LINDA HISTÓRIA, E ELES COMENTARAM TAMBÉM QUE REALMENTE FOI UM GRANDE SHOW. ATÉ O GRANDE REI ROBERTO CARLOS, QUE SE APRESENTAVA SÓ COM QUATRO ELEMENTOS, RESOLVEU APÓS ESSE DIA AMPLIAR, E AO INVÉS DE RC4, PASSOU PARA UMA GRANDE BANDA, E AI VOCÊS JÁ SABEM DOS ESTOUROS DAS MUSICAS “QUANDO”, “ESTRADA DE SANTOS” E OUTRAS QUE VOCÊS CONHECEM BEM!DEPOIS DESTE SHOW ME LEMBRO QUE TERÍAMOS QUE VIAJAR, ERA UMA QUARTA FEIRA E A GENTE TINHA QUE PEGAR O AVIÃO PARA FAZER UM SHOW EM SERGIPE; ENTRAMOS TODOS NO AVIÃO JUNTO COM TODO ELENCO DA JOVEM GUARDA. AO EMBARCAR TUDO BEM, MAS QUANDO ESTÁVAMOS NO MEIO DA VIAGEM VEIO O PÂNICO TOTAL! O PILOTO FALOU PARA NÃO NOS APAVORARMOS E APERTARMOS OS CINTOS, ME LEMBRO QUE HOUVE UM PROBLEMA COM UM DOS MOTORES DO AVIÃO E AINDA BEM QUE O OUTRO MOTOR NÃO PAROU, SENÃO EU NÃO ESTARIA AQUI PARA CONTAR ESTA HISTÓRIA. GRAÇAS A DEUS ESTAMOS VIVOS E COM SAÚDE.APÓS MINHA SAÍDA DA JOVEM GUARDA, LÁ PELOS ANOS SETENTA EU MONTEI UM CONJUNTO CHAMADO OS AVENTUREIROS NA VILA MARIA. FAZÍAMOS BAILES E A GENTE TOCAVA TODOS OS SUCESSOS DAQUELA ÉPOCA EM QUE ERA PROIBIDO TOCAR MÚSICAS NACIONAIS. SÓ CANTÁVAMOS EM INGLÊS E O PÚBLICO ERA MUITO EXIGENTE TAMBÉM. O ESTUDO NO BRASIL NAQUELA ÉPOCA ERA MUITO MELHOR QUE O DE HOJE E AS PESSOAS NÃO SE DEIXAVAM LEVAR POR QUALQUER MUSICA ABACAXI COMO TEM HOJE… UM MONTE DE LIXO.DEPOIS DESTE CONJUNTO FIZEMOS O MELHOR CONJUNTO QUE VILA MARIA E ADJACÊNCIAS JÁ VIRAM: CRIAMOS O CONJUNTO VISÃO 6 – A GENTE ERA MUITO CHATO, FAZÍAMOS COVER DE TODOS OS CONJUNTOS QUE EXISTIA NA ÉPOCA, TOCÁVAMOS COM PERFEIÇÃO EM TUDO QUE FAZÍAMOS, E O CONJUNTO ERA MUITO REQUISITADO.
NESTA ONDA DOS ANOS 70 HAVIA OS SEGUINTES CONJUNTOS: ATUCO, DIMENSÃO 5, MEMPHIS KOMPHA, OPUS SOM POSITIVO, THUNDER BYRDS E PARA FORMATURAS ME LEMBRO DA GRANDE BANDA SUPER SOM T.A. TINHA TAMBÉM OS TRÊS DO RIO, RONALDO LARK E OUTRAS BANDAS. VOU LEMBRANDO E VOU CONTANDO.
UM ENORME ABRAÇO, EMILIO RUSSO, O BÃO. 😉
Emílio Russo 18 de setembro de 2015 08:29

E LÁ VAI MAIS HISTÓRIAS.

UM DIA DE DOMINGO EU ESTAVA NO APARTAMENTO DO ROBERTO CARLOS COMO SEMPRE E ME DEU UMA VONTADE DE TIRAR A CERVEJA E FUI AO BANHEIRO. QUANDO TERMINEI DE FAZER XIXI O ZÍPER DA CALÇA AO LEVANTAR QUEBROU. EU FIQUEI APAVORADO, POIS ESTAVA CHEIO DE GENTE E EU NÃO QUERIA PASSAR VERGONHA. ABRI A PORTA E CHAMEI O JURANDI PRA PEDIR UMA CALÇA DO ROBERTO EMPRESTADA E DEPOIS DE ALGUNS MINUTOS VEIO ELE COM AQUELA CALÇA PERTENCENTE A ROBERTO CARLOS!
A CALÇA SERVIU BEM MAS FICOU UM POUCO PULA BREJO, MAS TUDO BEM COISAS DA VIDA. RSRS

OUTRO APURO QUE EU PASSEI FOI QUANDO EU TOCAVA COM O EXCELENTE CANTOR NILTON CESAR E FAZÍAMOS MUITO CIRCO E NO DIA DA APRESENTAÇÃO MONTARAM O PALCO BEM ATRÁS DA JAULA DOS LEÕES. A CADA MUSICA QUE SE TOCAVA OS LEÕES FICAVAM BRAVOS, PARECIA QUE ELES NÃO GOSTAVAM DO REPERTÓRIO… AÍ EU PENSEI EM ME ARRANCAR DALI, SENÃO EU IRIA VIRAR CHURRASQUINHO DE LEÃO! ELES NOS OLHAVAM COM AQUELA CARA DE “Ó QUANTOS PETISCOS GOSTOSOS”… TÁ LOUCO…

OUTRO APURO QUE PASSEI (EU SEMPRE VITIMA DAS CALÇAS) FOI UMA VEZ ANTES DE UM SHOW, QUANDO EU SAÍ PARA FUMAR UM CIGARRO E RESOLVI, DE CURIOSO, DAR UMAS VOLTAS POR TRÁS DO CIRCO. ESTAVA TUDO MUITO ESCURO E FOI QUANDO ATOLEI O PÉ EM UMA FOSSA… CONSEGUI SAIR DELA COM MINHA CALÇA BRANCA CHEIA DAQUILO QUE VOCÊ CONHECE E JÁ ESTAVA NA HORA DO SHOW. ME LEMBRO DE NUNCA TER SIDO TÃO DESPREZADO QUANTO AQUELE DIA. ERA UM CHEIRO INSUPORTÁVEL… EU NUMA ESQUINA E O CONJUNTO NA OUTRA, E DEPOIS QUE TERMINOU O SHOW TIVE QUE JOGAR A CALÇA FORA E TOMAR UM BANHO DE BACIA POIS O CIRCO NÃO TINHA CHUVEIRO. AINDA BEM QUE O DONO DO CIRCO ERA AMIGO DO NILTON CÉSAR, SENÃO EU ESTARIA FRITO. ELE ME DEU UMA CALÇA VELHA, LARGA PRA BURRO, MAS TUDO BEM… CAVALO DADO NÃO SE OLHA OS DENTES.
ESTA É MAIS UMA HISTÓRIA DO EMILIO RUSSO, O FAMOSO CALÇA.

Emílio Russo 18 de setembro de 2015 08:54
MUITA GENTE ME PERGUNTA “PORQUE VOCÊ SAIU DO CONJUNTO SPARKS?” E EU LHES DIGO: EU NÃO GOSTO DE TRABALHAR COM PESSOAS QUE LEVAM O CONJUNTO PARA TRÁS, ISSO NÃO É BOM. PELA TEIMOSIA E INCOMPREENSÃO DO BATERISTA, EU PEDI A ELE VARIAS VEZES QUE DEVOLVESSE O NOME THE JET BLACK´S PARA QUEM FOSSE SEU LEGITIMO DONO, MAS MEU PEDIDO ENTRAVA PELA ORELHA ESQUERDA E SAIA PELA DIREITA E UM DIA, NÃO VENDO MAIS POR PARTE DELE EVOLUÇÃO NENHUMA NA BATERIA, RESOLVI PARAR. AJUDEI-O MUITO A SE TRANSFORMAR EM UM BOM BATERISTA E ELE SABE DISSO, MAS INFELIZMENTE NÃO CONSEGUI. AGUENTEI TODO ESTE TEMPO POR CAUSA DE NOSSA LONGA AMIZADE DE ANOS QUE NUNCA SERÁ APAGADA, MAS A VIDA NOS LEVA A TOMAR DECISÕES CRUÉIS… MAS, O QUE SE HÁ DE FAZER?
PRETENDO DAQUI PRA FRENTE ESPERAR DE VOCÊS QUE DEEM UMA FORÇA PARA QUE A MUSICA INSTRUMENTAL NUNCA ACABE. PARA ISSO VAMOS PRECISAR DE UM BOM EMPRESARIO QUE GOSTE E CURTA O ESTILO THE VENTURES E THE SHADOWS PARA LEVAR A BANDA NO LUGAR QUE ELA MERECE FICAR!EMILIO RUSSO, O BÃO. SE LEMBRAR MAIS HISTORIAS, DEPOIS TE CONTO.

“Em verdade, o Emílio Russo foi um dos poucos que assimilaram na integra o verdadeiro som que diferenciava os Jet Black´s de outras bandas, sem querer desmerecer nenhuma delas. O Fato de ter me afastado (contra vontade), não me impedia de acompanhar em silencio, os acertos e erros praticados na minha banda. Quando se cria alguma coisa com amor, jamais se apagará de nossa lembrança.” (Primo Moreschi, o Joe Primo)

Emílio Russo anuncia sua saída da banda The Sparks/The Jet Black’s

Emílio Russo pertencia ao conjunto The Lions, provavelmente um dos grupos instrumentais mais criativos do Brasil. Em 1964 eles lançaram seu primeiro álbum todo instrumental denominado “O incomparável” pela gravadora Farroupilha LPFA-403, com seis canções compostas por seus músicos. Antes de sua separação, os Lions gravaram seu segundo álbum em 1965, com oito músicas instrumentais. Lançaram ainda um compacto simples com as músicas “A bala mais rápida do Oeste” e “O Adeus” e ainda um compacto com as músicas “La Espanhola” e “Além das Estrelas” lançado na Argentina.
Emílio era seu guitarrista solo, um músico virtuoso, com uma base musical muito sólida.

The Lions 1

The Lions 2

Ingressou na banda The Jet Black`s em março de 1966, quando da saída de Gato, e teve a difícil tarefa de substituir aquele que foi um dos melhores guitarristas do Brasil.

Sai do conjunto The Jet Black`s em 1966

Sai do conjunto The Jet Black`s em 1966

Com os Jet Black`s Emilio Russo gravou dois compactos duplos, incluindo uma musica composta por ele e que fez muito sucesso na época, intitulada “Além das Estrelas”, e não se sabe por que, estes dois compactos não estão incluídos na Discografia da banda, segundo informação do próprio Emílio.

Compacto The Jet Blacks com Emilio Russo

Emílio ficou nos Jet Black’s até 1967 e em 1968 foi para os Sparks, onde ocupou o posto de guitarrista solo em lugar de Melzer (tendo João Alberto passado para a Guitarra Base).
Depois do falecimento de Jurandi, o baterista dos Jet Black’s, a “marca” ou o nome The Jet Black`s mudou de mãos e foi comprada por Edison Della Monica, dos Sparks, que começou a usar o nome famoso para denominar sua banda, o que causou desconforto para muitos fãs dos eternos The Jet Black`s, fundado por Primo Moreschi e Bobby de Carlo em priscas eras…

E foi então que em 26 de agosto de 2015 Emílio Russo anunciou que não concordando em usar o nome do conjunto The Jet Black`s, ele estava deixando os Sparks…

“Aos fãs do conjunto The Sparks, por onde vivi por muito tempo para poder levantar a bandeira da musica instrumental, não concordando em usar o nome do conjunto The Jet Black`s, estou de saída. A banda The Jet Blacks foi para mim uma das melhores bandas instrumentais dos anos 60, onde eu tive o privilégio de ingressar no lugar do grande guitarrista Gato, com a qual gravei dois compactos duplos incluindo uma musica minha que fez muito sucesso na época, “Além das estrelas”, o que eu estranho é que não sei por que os dois compactos que eu tive a felicidade de gravar não se encontram na discografia dos Jet Black`s.”

O Emílio sai da banda The Sparks, mas não está parando de tocar.

Nós os fãs podemos compreender pois ele foi muito ético ao tomar esta decisão, tendo tocado no legítimo The Jet Black’s também, quando o nome pertencia ao baterista Jurandi, que deixou para Guilherme Dotta. Isso sem contar que já lá nos primórdios alguém se apropriou do nome que de fato deveria pertencer ao seu fundador, no caso, Primo Moreschi.
Vamos imaginar que o fundador de uma banda famosa, por um lapso ou um descuido, esqueça de renovar a taxa anual da marca e alguém descobre isso e a toma pra si, só por que estava livre momentaneamente e depois usa o nome que já é consagrado, famoso, em sua banda de nome desconhecido. Acho que não seria de bom tom, concordam?

Em 1989 Emílio gravou um álbum instrumental ontológico, denominado “The House of the Rising Sun” (Phonodisc 034 405 565), como guitarrista dos Raios-X, um grupo instrumental de estúdio. Em 1995, Emílio Russo voltou ao estúdio e gravou um novo álbum instrumental em CD, “Uma viagem no tempo” (Coleção ARPP Registros 0013), como guitarrista líder dos The Sparks, banda instrumental formada nos anos 60.
Foi creditado pela Guitar Player, edição de fevereiro de 1997, como um dos “melhores guitarristas brasileiros”. Atualmente, ele é um famoso luthier (fabricante de guitarras e reparador) em São Paulo, e vinha participando e gravando com The Sparks e seu amigo baterista Edison Della Monica. (Informações de Santo Humberto Lunetta Filho no grupo do Facebook, Eterna Jovem Guarda)

Só nos resta desejar ao Emílio Russo que ele continue com sua guitarra fazendo sucesso em suas apresentações futuras!

Além das Estrelas – The Jet Black’s

“Grande Juri Especial” é constituído para julgar a suposta morte do Beatle Paul!

Como já contamos aqui nesta reportagem, em 9 de novembro de 1966 os jornais anunciavam que um dos principais integrantes dos Beatles teria morrido em um trágico acidente. Naquele dia, chovia muito, Paul McCartney dirigia um Aston Martin em alta velocidade, quando acabou se acidentando com outro carro ao passar direto pelo sinal fechado. Com a força da colisão, o rosto de Paul ficou irreconhecível (outras versões sustentam que o cantor foi decapitado), impossibilitando o reconhecimento do corpo…

No Brasil não foi diferente, e o Jornal da Tarde em sua edição de 25 de fevereiro de 1970 anunciou um programa chamado “Grande Juri Especial”, às 08h30 da noite, pela TV Bandeirantes Canal 13, onde seria discutida a “morte” do Beatle Paul McCartney!

Celso Teixeira contou com a participação de Russ Gibb, um disk-jockey americano, para participar do programa!
“Estará Paul McCartney vivo? Será que morreu? Aguardem o desenrolar do programa…”, diz a reportagem. 😉

Jornal fala da morte do Paul 1

Jornal fala da morte do Paul 2

Em 23 de março de 1970, o Jornal da Tarde também publicou este artigo com a matéria “Um Beatle Tenta Ressuscitar Sozinho”. 🙂

Jornal fala da morte do Paul 3

(Meus agradecimentos a Luiz Amorim por ter enviado as fotos do jornal)