Antonio Aguillar – Biografia Completa

Antonio Aguillar, brasileiro, casado, jornalista, radialista, residente na Rua Major Freire, 98 apto. 33 no Bairro Vila Monte Alegre – CEP 04304-110 São Paulo, nasceu dia 18 de outubro de 1929 em São José do Rio Preto, SP.
Filho de José Aguillar e Maria Dolores Finhana, de origem espanhola.
Na adolescência, em sua cidade natal, trabalhou em um tradicional estúdio fotográfico DEMONTE, onde aprendeu a arte de revelar filmes e fotografar (isso em 1940), colecionando imagens de pessoas e da cidade de São José do Rio Preto. Chegou a doar mais de 50 imagens da cidade para o acervo da Secretaria da Cultura do Município de São José do Rio Preto.
Ao completar 18 anos em 1948, com o consentimento de seus pais, mudou-se para São Paulo, conduzindo uma pequena câmara tipo fole e passou a fotografar pessoas, familiares, vários locais históricos da cidade de São Paulo, até se tornar jornalista e trabalhar em 1950 no jornal O Estado de S.Paulo, onde ficou até 1960.

Antonio Aguillar aos 19 anos.

Comprou uma Câmera Speed Graphic 6X9 com filme de rolo, Parker, de última geração e assim fez sua vida de repórter fotográfico no tradicional jornal da Capital Paulista.
La iniciou fotografando os desfiles de 7 de setembro, reuniões e inaugurações importantes para inserir no Estadão, onde passou pelas paginas do Suplemento Feminino, Suplemento Agrícola e outros.

O tempo foi passando e Aguillar se tornou repórter policial do Jornal, com plantões na antiga Central de Polícia, no Pátio do Colégio em São Paulo.
Antonio Aguillar sempre foi uma pessoa organizada e naquele tempo a direção do Jornal não arquivava os negativos, mas os profissionais guardavam e hoje ele mantem em seu acervo particular, mais de mil negativos históricos de suas reportagens fotográficas, com a seleção dos principais negativos, copiados no tamanho 30×40, para exposições que passaram pela própria redação do jornal, sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, SESC, Associação dos Funcionários Públicos Estaduais, Conjunto Nacional, e por várias cidades do interior, etc.

No final dos anos 50, inaugurava-se a Rádio Eldorado AM na sede do Estadão, Rua Major Quedinho, 28 em São Paulo. Escalado para fotografar esse grande evento, Antonio Aguillar apaixonou-se pelo rádio, do qual era fã em sua cidade natal. No decorrer do tempo, fez na rádio Eldorado um teste de locutor e foi considerado fora dos padrões da emissora, mas não desistiu da ideia. Aguillar ficou sabendo que seu colega Hélio Damante, colunista religioso do Estadão, havia recusado um convite do clero para dirigir o departamento de jornalismo da Radio 9 de Julho, localizada na Rua Wenceslau Braz, 79. Hélio deu a Aguillar uma carta de apresentação ao Cônego Olavo Braga Scardigno, Diretor Artístico da emissora pertencente ao clero, onde iniciou redigindo boletins informativos para o Jornalista Joelmir Betting ler no ar de hora em hora.
Alguns meses depois foi indicado para comandar o programa Calouros 9 de Julho, onde se tornou conhecido popularmente.
Paulo Rogério, radialista da organização Victor Costa (1960), contratou Aguillar para locução comercial na Radio Excelsior.
Naquele tempo as emissoras de rádio tinham auditórios para programas ao vivo, com a presença de público.
Pedro Geraldo Costa comandava ao lado da Professora Zita Martins o programa infantil “Clube dos Garotos” e quando se aposentou, Antonio Aguillar foi convidado para assumir o comando desse programa de auditório, com inovações que deram certo.
Com o falecimento do comunicador Jayme Moreira Filho, comandante do programa de calouros intitulado “Aí Vem o Pato”, com produção de Luciano Calegari, Antonio Aguillar assumiu o tradicional programa, criando diplomas para os melhores calouros e nessa inovação ganhou prestígio do Diretor Artístico Francisco Abreu. Mais uma oportunidade após a saída de Moreira Jr., que comandava o programa diário “Ritmos para a Juventude”. Era uma programação de rock n’ roll e tinha muita audiência, principalmente entre os jovens da época.
Ao assumir o comando do programa Aguillar divulgava os discos de Carlos Gonzaga, Tony Campello, Celly Campello, The Jordans, Elvis Presley, Chuck Berry, Paul Anka, Neil Sedaka, Brenda Lee, etc. A presença dos jovens durante o programa era enorme e dai surgiu a ideia de se fazer ao vivo aos sábados, no auditório localizado na Rua Sebastião Pereira, 219, onde hoje se localiza o Minhocão (Viaduto Jango Goulart).
Os finais de semana se tornaram uma loucura durante a apresentação do programa Ritmos para a Juventude, ao vivo das 15h às 17h, mas agora faltava criar grupos musicais que tocassem rock.
Naquela época tinha o Atílio e seu Regional, mas não tocava rock. Ai então Antonio Aguillar convidou Joe Primo, nome artístico Joe Primo, que chamou Bobby De Carlo e assim criaram um grupo musical especializado. Nasceu ali o conjunto The Vampires, que acompanhava os artistas que iam cantar ao vivo.
Era uma euforia e tinha audiência total. Às vezes necessitava ter a interferência do Juizado de Menores, devido às reclamações dos pais preocupados com suas filhas. O guitarrista José Provetti, nome artístico Gato, entrou para a banda quando o nome já havia sido mudado para The Jet Blacks. Gravaram e foram contratados pela Boate Lancaster, localizada na Rua Augusta em São Paulo.
Eu então me vi obrigado a criar um novo grupo porque essa banda viajava muito para shows e não podia tocar na programação da emissora.
Mingo e Neno tocavam nos Jordans, deixaram a banda e procuraram o Aguillar na Rádio Nacional de SPaulo, hoje Globo, e pediram uma oportunidade ao disck jockey Antonio Aguillar que fosse criada uma nova banda.
Aguillar combinou com os rapazes, que para não perder o grupo, criaria The Clevers com a sua patente. Aceita a proposta, Neno apresentou Luiz Franco Thomaz, da cidade de Itariri, e como ele tinha ganhado uma bateria nova do avô, Aguillar lhe deu o nome artístico de NETINHO.
Waldemar Mozena era guitarrista de uma orquestra do interior e foi apresentado para integrar a nova banda. Como ele sorria por qualquer coisa, Aguillar deu-lhe o nome artístico de RISONHO.
A nova banda formada pelo Aguillar tinha como integrantes Risonho – guitarra, Mingo – guitarra base e vocalista, Neno – contrabaixo, Netinho – bateria e Manito – Saxofonista. Essa banda gravou na Continental a música El Relicario e foi o maior sucesso em todo o Brasil.
Quando Aguillar deixou a TV Excelsior, programa Festival da Juventude, para ingressar na TV Record – Teatro Record em 1964, os Clevers acompanharam a cantora Rita Pavone, que esteve no programa Reino da Juventude para receber uma guitarra especial de presente. Ela cantou com o acompanhamento dos Clevers e se encantou com o grupo. Num entendimento com o Aguillar, ela aceitou fazer uma jogada de marketing, que seria informar na imprensa que ela era a namorada do Netinho. Foi assim que The Clevers acabou indo numa turnê para a Itália para acompanhar a italianinha e acabaram se entusiasmando muito por lá. Pela imaturidade dos garotos, eles acabaram rompendo relações comerciais com Aguillar, que acabou criando The Flyers, um novo grupo musical composto por grandes profissionais.
Na época, o Chacrinha (Abelardo Barbosa), que era velho amigo de Aguillar, pediu que ele desse uma oportunidade ao desconhecido Roberto Carlos, que tinha sido lançado pelo Carlos Imperial no Rio de Janeiro cantando Bossa Nova. Aguillar recebeu Roberto Carlos em São Paulo e ajudou muito divulgando o artista em seus programas de radio e televisão, além do noticiário nas revistas especializadas.
Aguillar deixou a Record e Roberto foi convidado para criar o programa JOVEM GUARDA, e todos os músicos e cantores que passaram pelos programas do Aguillar, fizeram o programa de Roberto Carlos, que ao lado do Erasmo Carlos e Wanderléa, comandaram esse grande movimento musical que perdura até hoje.
Antonio Aguillar aposentou-se em 1981 e se mudou com a família (esposa Celia, filhas Débora e Gabriela), para São José do Rio Preto, onde passou por varias emissoras de rádio da cidade.
Em São José do Rio Preto nasceu seu filho Douglas Aguillar e depois de 12 anos mudou-se para Santos, fazendo programas de rádio em várias emissoras.
Trabalhou na Rádio Independência AM, Rádio Onda Nova FM e Radio Centro América a qual ajudou fundar e nela fazia os programas sertanejos pela manhã e aos domingos, Reino da Garotada ao vivo, direto de uma churrascaria, onde reunia mais de 500 crianças que desfrutavam no pátio ao vivo das atrações com palhaços, artistas e prêmios.
Em 1995 Aguillar e sua família resolveram mudar para Santos.
Aguillar, trabalhou na Rádio Tribuna AM, Radio Club quando era propriedade do Pelé e chegou a produzir um programa na Rádio Cultura AM, para o famoso Lombardi do SBT.
Em 2005 resolveu retornar a São Paulo, residindo na Rua Carlos Sampaio, antigo endereço e no mesmo apartamento 41.
Trabalhou durante15 anos na Rádio Capital AM. Com a pandemia do Corona Vírus em 2020, teve que se ausentar da Radio Capital e atualmente está na Rádio Calhambeque, uma emissora da internet, no horário de 12h às 14h, com o programa Jovens Tardes de Domingo, com reprise aos sábados das 12h às 14h. Para sintonizar a Rádio Calhambeque: http://www.radiocalhambeque.com .
Atualmente com 92 anos de idade, Aguillar ficou limitado ao seu trabalho radiofônico, mas continua fazendo suas edições para Johnny Lopes, responsável pela rádio Calhambeque. Com um glaucoma infernal, enxerga apenas com 80% da vista esquerda. A vista do lado direito apagou, embora continue com o tratamento de colírios indicados pelos médicos (Maleato Timolol 0,5% e Tartarato de Brimonidina 0,2%); Aguillar teve um câncer de próstata e há mais de 15 anos passou por uma cirurgia radical, para não deixar a doença progredir. Fez também há mais de 10 anos uma cirurgia do fêmur na perna esquerda, com a colocação de um titânio. Aguillar usa aparelhos auditivos, e continua trabalhando em sua casa nas edições de seus programas históricos (Ritmos para a Juventude – Radio Nacional de São Paulo – hoje Globo, Ritmos para a Juventude na TV Paulista Canal 5 (hoje Globo) em 1961 – Rádio Record , Rádio Tupi, Rádio Gazeta de S.Paulo, TV Excelsior Canal 9 Festival da Juventude – 1963 – TV Record, Teatro Record Rua da Consolação, Reino da Juventude – 1964, onde apresentava no auditório os grandes astros, entre os quais, The Clevers, The Jordans, The Flyers, The Jet Black`s, Dick Danello, Sergio Reis, Rita Pavone, Os Vips, Deny e Dino, Waldireni, Nilton Cesar, Marcos Roberto, Antonio Marcos, Dori Edson, Os Caçulas, Prini Lorez, Jean Carlo, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, Ary Sanches, Jerry Adriani, Leno e Lilian, The Golden Boys, etc… etc… etc .
Como havia recebido um convite do Hélio Ribeiro, criador da Radio Capital, para ingressar na nova emissora de S.Paulo e não pode aceitar porque estava de mudança para outra cidade, agora foi procurar o novo diretor dessa emissora de radio e falou com Francisco Paes de Barros. Iniciou nesta Rádio em 2005 com o programa Jovens Tardes de Domingo e permaneceu no ar uma vez por semana, durante 15 anos. Só deixou a emissora em virtude da pandemia, pois não era permitido em sua idade avançada, continuar realizando seu programa musical, que era ao vivo.
Daí para a frente passou a editar seu programa de casa, através do computador, e esta no ar pela Rádio Calhambeque (Google) aos domingos das 12h às 14h, com reprise aos sábados no mesmo horário.
Esta é a trajetória de vida do radialista, jornalista e fotógrafo Antonio Aguillar, conhecido nos anos 60 como “O Timoneiro da Juventude Feliz e Sadia”!
Por Antonio Aguillar
Revisão por Lucinha Zanetti em 29 de janeiro de 2022.

FOTOS ILUSTRATIVAS

“Antonio Aguillar e Jacqueline Myrna na TV Excelsior Canal 9 Nestor Pestana em São Paulo. anos 60, programa Festival da Juventude. Hoje ela reside nos Estados Unidos onde sempre mantenho contato com ela através da internet. Jacqueline apresentava o programa junto comigo e falava arrarraquarra. Era muito engraçado e os telespectadores riam do modo dela pronunciar as palavras. Diziam que ela era de origem francesa, mas na verdade ela era Romena e pronunciava um português arrastado. Boas lembranças saudade”.

Antonio Aguillar e Jackeline Myrna

Vicente Rao e Ruy Mesquita na redação do jornal o Estado de S.Paulo, na Rua Major Quedinho, 28, 5o. andar, anos 50. Um flagrante histórico de autoria de Antonio Aguillar.

Antonio Aguillar fotografa Vicente Rao e Ruy Mesquita

Numa noite nos anos 50 Antonio Aguillar fotografou o Brigadeiro Eduardo Gomes que visitava Júlio de Mesquita Filho, Diretor do Jornal o Estado de S.Paulo nas oficinas do periódico, quando conversavam sobre política.

Nesta foto, Antonio Aguillar recebe o cantor Demétrius em seu programa Ritmos para a juventude nos anos 60, na Rádio Nacional de São Paulo, hoje Globo. Demétrius havia gravado um LP com a musica Corina Corina e foi lá no programa para divulgar, pois era um cantor muito querido e foi sem dúvida um grande ídolo da juventude.