Homenagem aos 80 anos de George Harrison, o “Beatle Quieto”.

George Harrison nasceu às 23h42 do dia 24 de fevereiro DE 1943, e só soube disso pouco tempo antes de sua morte em 2001, tendo sempre comemorado seu aniversário no dia 25 de fevereiro. (George Harrison nasceu em 24 de fevereiro, segundo o livro “O Diário dos Beatles” de Barry Milles, Editora Madras)

Em 1992, em entrevista à Billboard Magazine, George contou que apesar de sempre ter comemorado seu aniversário no dia 25, ele havia descoberto recentemente que havia nascido no dia 24.

George Harrison era o guitarrista dos Beatles mas também é lembrado pelo músico diversificado e compositor fantástico que sempre foi e por sua importante contribuição à música Pop do século XX.

A contribuição de Harrison para a música do Século XX é muito maior do que se pode imaginar, pois ele formatou o modelo da canção Pop e como instrumentista, seu estilo é algo muito difícil de ser imitado e a sua digital sonora é praticamente única.

George Harrison sempre abdicou dos virtuosismos exasperados, optando por um caminho mais sóbrio como instrumentista, com destaque para o slide em detrimento das longas improvisações.

Durante sua passagem pelos Beatles, as composições próprias começaram a aparecer timidamente e foram evoluindo com o passar dos anos para temas do calibre de “If I Needed Someone”, “Taxman”, “While my guitarr gently weeps”, “Here comes the Sun” e seu grande sucesso enquanto um Beatle, que foi “Something”.

Foi ele quem conduziu o grupo para o caminho da meditação transcendental e da música indiana, sendo também o introdutor da cítara na música ocidental.

Com o final da banda em 1970, Harrison deslanchou com seu álbum de estreia, “All things must pass”, um bolachão triplo onde desfilavam grandes sucessos comerciais como “My Sweet Lord” e “What is Life”, miscigenadas a canções mais introspectivas e impregnadas de uma muito bem dosada carga espiritual e religiosa.

Para ajudar o pais de seu amigo Ravi Shankar, protagonizou em 1971 o primeiro mega concerto beneficente da história, que foi o lendário Concert for Bangladesh, no Madison Square Garden (foto).

A partir de 1972 a carreira e a vida de George oscilam entre altos e baixos vertiginosos. Junto a sua banda de apoio, fez uma desastrosa digressão pelos Estados Unidos em 1974; no mesmo ano, a esposa dele na época, Pattie Boyd, o abandona para dividir a cama com Eric Clapton, seu melhor amigo e confidente naqueles tempos de amor livre; mas vida que segue, logo em seguida ele acaba encontrando a tão almejada alma gêmea, a mexicana Olivia Arias, que lhe daria seu único filho, Dhani.

Em 1981 gravou o sucesso “All Those Years Ago”, homenageando o amigo John Lennon, assassinado no ano anterior.

Meia década depois retornou às paradas dos dois lados do Atlântico com o álbum “Cloud Nine”, considerado pela crítica e pelo público um e seus melhores trabalhos.

No final dos anos 80 integrou ao lado de Bob Dylan, Tom Petty, Roy Orbison e Jeff Lynne o quinteto “Travelling Wilburys”, uma banda de super astros que demarca sua comunhão e parceria em dois álbuns muito elogiados.

Em 1991 Harrison voltou aos palcos, reaproximando-se de Eric Clapton, numa clara demonstração de grandeza e ausência de ressentimentos, na festejada turnê pelo Japão, que deu origem a um LP duplo, ao lado do velho amigo camarada.

Nos anos seguintes, junto a Paul McCartney e Ringo Starr, participou do projeto Anthology, revivendo com seus antigos partners os anos dourados do fabuloso quarteto fantástico do Rock´n´Roll.

Nos três últimos anos de vida, enquanto lutava contra um câncer, dedicava grande parte do tempo a uma de suas maiores paixões: a jardinagem.

Harrison não queria ser lembrado como um astro Pop – ele era conhecido por ser o mais tímido e discreto dos Beatles – como também fugia acintosamente dos holofotes e de toda a purpurina do mainstream, preferindo sempre a companhia da família e o isolamento como estilo de vida.

Em 2001 finalmente perdeu a batalha para o câncer e retornou para o jardim…

Após a sua morte, Bob Dylan disse em uma entrevista:

“Ele tinha a força de cem homens. O mundo se tornou um lugar mais solitário sem George”.

Um ano depois chegou às lojas o álbum póstumo “Brainwashed”, um interessante registro da última safra de composições de Harrison, um trabalho que foi dedicado a todos os jardineiros do mundo, outro belo recado do eterno menino tímido daquela banda inglesa que mudou o mundo nos anos 60!
.

VEJAM AQUI A DISCOGRAFIA DE GEORGE HARRISON

.
Segundo um velho provérbio oriental, em grande parte das vezes a felicidade está escondida no próprio jardim, mas é muito provável que ela esteja coberta pelo mato e ervas daninhas. Quem sabe em um dia qualquer desses iguais a tantos outros, sigamos o conselho de George, voltando os olhos para o nosso próprio quintal e até mesmo, quem sabe, transformando o mundo num lugar bem mais bonito e agradável de se viver.
Precisamos urgentemente retornar ao jardim!

Texto de Eduardo Lenz de Macedo & Márcio Grings / 2006

Revelações de Paul McCartney sobre a banda The Beatles!

Em recente entrevista, Paul McCartney fez algumas revelações sobre o relacionamento dele com John Lennon e os Beatles, o que segue neste texto de Sarah Jones.

O texto com fotos você pode ver aqui.

.

Paul McCartney decidiu revelar algumas informações sobre John Lennon em uma recente entrevista
By Sarah Jones

A separação dos Beatles ainda é um dos acontecimentos mais infames da história da música. Mesmo após décadas, rumores continuam a correr por aí sobre o motivo por trás desse rompimento. Será que a banda realmente se odiava? Em uma chocante entrevista, Paul McCartney foi dolorosamente honesto ao falar a respeito de John Lennon e, bem, os comentários dele não foram muito lisonjeiros…

Beatlemania

É impossível descrever o tamanho dos Beatles em seu auge. A verdade é que a “Beatlemania” dominou a década de 1960. Cada show que o grupo fazia, por exemplo, lotava de jovens gritando em desespero para ter um vislumbre de seus ídolos. De repente, então, tudo acabou.
A separação
Foi McCartney quem aparentemente separou os Beatles para sempre. Em 1970, ele lançou seu primeiro álbum solo, McCartney, e com isso veio um comunicado à imprensa que chocou os fãs. Perguntaram ao astro se ele estava planejando um novo álbum ou single com os Beatles e a resposta foi simplesmente “Não”.

Adiamento do álbum

Os jornais imediatamente começaram a noticiar que McCartney havia saído dos Beatles e o resto da banda enlouqueceu. Dessa forma, eles enviaram o baterista Ringo Starr à casa de McCartney para pedir que ele adiasse o lançamento de seu álbum para depois de Let It Be. McCartney, no entanto, ficou com tanta raiva que expulsou Starr.

Archivio Cicconi/Getty Images

O incidente

Essa informação veio à tona em 1971, quando um depoimento de Starr foi ouvido em um tribunal como parte do processo legal para a dissolução dos Beatles. O baterista disse: “Fui ver Paul. Para minha surpresa, ele perdeu completamente o controle, gritando comigo, metendo os dedos em meu rosto [e] dizendo: ‘Vou acabar com você agora’ e ‘Você vai pagar’. Ele falou para colocar meu casaco e sair”.

Arrependimento

Mais tarde, McCartney arrependeu-se do ocorrido. “Na verdade, não houve briga, mas foi quase isso”, comentou ele no Beatles Anthology de 2000. “Infelizmente foi o Ringo. Quero dizer, ele provavelmente era o menos culpado de qualquer um deles”. As tensões no grupo chegaram ao limite.

John e Yoko

Bem, Lennon estava discretamente tentando deixar a banda há algum tempo. Poderíamos dizer até que ele havia embarcado em uma carreira solo antes de McCartney fazer seu anúncio. Afinal, o astro já tinha cantando algumas faixas com Yoko Ono.

Magoados

Nisso, Lennon chegou a ficar chateado por McCartney ter lançado um álbum solo primeiro – em parte, talvez, porque ele queria ter feito isso. “Ficamos todos magoados pois [Paul] não nos contou que era isso que ele faria”, revelou Lennon à Rolling Stone em 1971, apesar de ter afirmado que nunca ficou zangado com essa atitude.

Os últimos dias

Porém, quem foi que de fato colocou um ponto final nos Beatles? Pessoas diferentes disseram coisas diferentes. Em 2009, a Rolling Stone publicou um artigo intitulado de “Por que os Beatles se separaram” o qual tentava chegar ao fundo do que havia acontecido. A revista afirmou que, em 1969, McCartney era o único Beatle “que possuía algum senso de urgência” em relação ao grupo.

Brian Epstein

Ao que parece, a morte de Brian Epstein em 1967 lançou uma escura sombra sobre as coisas. Diversas pessoas acreditam que o empresário foi fundamental para a estabilidade da banda e, sem ele, o grupo acabou se afastando. O detalhe é que, enquanto Lennon achava que a morte de Epstein marcava o fim da banda, McCartney tinha outras ideias.

Magical Mystery Tour

Uma semana após a morte de Epstein, McCartney convenceu os outros Beatles a fazer um novo filme para ser exibido na BBC. Essa produção levou o nome de Magical Mystery Tour e não foi bem recebida. Quando foi ao ar no Reino Unido durante o período do Natal, a mídia não polpou críticas ao filme. Como foi McCartney quem impulsionou o projeto, isso piorou sua posição no grupo.

Yoko Ono x Beatles

E ainda havia a Yoko Ono. Ela passou um mau bocado como namorada de Lennon, visto que o sexismo e o racismo predominavam na época. Vários fãs da banda a odiavam. Os outros Beatles também não gostavam muito dela. Lennon geralmente perdia o controle sempre que alguém ousava opinar durante as sessões de gravação. Ono, contudo, podia fazer isso. Ou seja, é óbvio que o grupo ficou ressentido.

Desistindo da Banda

Além disso, os egos daqueles homens estiveram fora de controle durante os últimos dias dos Beatles. O artigo da Rolling Stone de 2009 observou: “Cada um dos Beatles tratou os outros como seus músicos de apoio – o que resultou em algumas espetaculares performances e alguns explosivos momentos no estúdio”. Não é à toa que Starr deixou o grupo por algumas semanas e George Harrison tinha aparentemente desistido de vez.

Indo Embora

Harrison saiu durante uma sessão de gravação. Ele teve uma briga com Lennon que supostamente contou com até troca de socos. Ao que tudo indica, entretanto, Lennon não se incomodou muito. Isso porque, claro, ele conseguiu que Ono fizesse as partes de Harrison. Os outros dois Beatles não faziam ideia de como agir, porque acreditavam que Lennon também deixaria a banda se eles se envolvessem.

Cinco membros

Lennon lançou a ideia do grupo chamar Eric Clapton para substituir permanentemente Harrison, todavia, isso não ocorreu. Os Beatles conseguiram se reconciliar em seguida, embora as tensões continuassem por lá. Outra coisa é que os membros da banda se ressentiam profundamente do status de Ono como o “quinto Beatle”.

Abbey Road

Assim, o icônico álbum dos Beatles, Abbey Road, foi lançado em setembro de 1969. Aquele foi, sem dúvida, o último ato do grupo. No mesmo mês, Lennon tocou no Toronto Rock and Roll Revival com Ono e Eric Clapton. Ele, inclusive, parecia preferir a companhia deles à de seus companheiros de banda.

Processo de Divórcio

De acordo com a Rolling Stone, o cantor soltou algo chocante logo depois desse show. Quando McCartney comentou em uma reunião que os Beatles deveriam voltar à estrada, Lennon supostamente respondeu: “Acho que você está doido. Não ia falar nada, mas estou acabando com o grupo. Me sinto bem. É como um divórcio”.

Fechamento de Ciclo

Se Lennon realmente disse isso é um mistério. No ano seguinte, ele fez declarações as quais indicavam que a banda ainda estava junta e cheia de planos para o futuro. Harrison, ao que parece, também queria que os Beatles voltassem a fazer shows. No entanto, o álbum solo e o “Não” de McCartney encerraram completamente esse capítulo.

A morte de Lennon

Todo mundo sabe o resto da história. Lennon foi baleado e morto em 1980, quando estava voltando ao mundo da música. Em todos os cantos do planeta, os fãs lamentaram e prestaram homenagem ao astro. Os Beatles podiam até ter se separado, mas a partir daquele momento tudo havia de fato acabado.

A morte de Harrison

Depois de alguns anos, em 2001, Harrison acabou falecendo em decorrência de um câncer. Após a morte de seu ex-companheiro de banda, McCartney divulgou a seguinte declaração: “Sabíamos que ele estava doente há muito tempo. Ele era um cara adorável, um homem bastante corajoso e com um maravilhoso senso de humor. Ele é realmente meu irmãozinho”.

Sonhos

McCartney e Starr seguem vivos, porém, McCartney é o mais público e ativo dos dois. Em 2020, ele deu uma detalhada entrevista à revista GQ e contou mais a respeito de seus antigos companheiros de banda. O cantor revelou até que ainda sonhava com eles de vez em quando.

Só trabalho

McCartney falou à revista: “A questão é que, eu como artista, penso que os sonhos geralmente estão relacionados a um show, a se preparar para uma apresentação ou a estar em um estúdio de gravação. Eu acho que muitos artistas são dessa maneira. Portanto, muitas vezes, John ou George estarão lá”.

Agradáveis Tempos

Ele continuou: “O bom é que você de fato não pensa em nada disso. É apenas normal, como ‘Ah, sim?’ e está conversando [e] falando sobre o que vamos fazer, como gravar um disco ou algo assim. Então, [John] sempre está lá, fico feliz em dizer… Normalmente é agradável demais, sabe? Eu amo esses rapazes”.

De volta ao rompimento

Contudo, apesar dessa comovente declaração, McCartney também possui algumas lembranças de tempos menos agradáveis. Ele entrou em detalhes acerca da infame separação dos Beatles durante uma conversa em 2021 com o jornalista John Wilson. A entrevista foi transmitida como parte da série This Cultural Life da BBC Radio 4.

A banda de McCartney

O músico expôs que o fim dos Beatles foi o “período mais difícil” de toda a sua vida. Seu desejo era que o grupo prosseguisse, especialmente porque eles continuavam a fazer “coisas muito boas” naquele momento. “Era minha banda, era meu trabalho, era minha vida, por isso eu queria que seguisse”, declarou McCartney.

Desabafo

Desse modo, o astro afirmou que a culpa era de Lennon. “O ponto disso, na verdade, foi que John estava construindo uma nova vida com Yoko”, disse ele. “John sempre quis se libertar da sociedade porque, você sabe, ele foi criado por sua tia Mimi, que era bastante repressiva, daí ele estava sempre procurando se libertar”.

Apontado como culpado

McCartney, a propósito, discutiu a respeito do fato de ter sido apontado como o culpado por aquele rompimento. “Eu tive que viver com isso porque era isso que as pessoas viam. Tudo o que posso fazer é dizer ‘não’… Não sou a pessoa que instigou a separação. Não, não, não. John entrou em uma sala um dia e disse que estava deixando os Beatles. Isso é instigar a separação ou não?”, ele falou enfaticamente.

O princípio do fim

McCartney revelou a Wilson que, depois disso, o grupo ficou confuso sobre como exatamente eles ficavam. O empresário deles, Allen Klein, obrigou os quatro a manter tudo longe da imprensa. “Foi estranho porque todos nós sabíamos que era o fim dos Beatles, mas não podíamos simplesmente ir embora”, explicou o músico.

Farto

Na entrevista, McCartney lembrou de Klein como alguém “duvidoso’ e acrescentou: “Naquela época, estávamos tendo pequenas reuniões e era horrível. Era o oposto do que éramos”. Entretanto, segundo o astro, ele cansou de esconder e resolveu contar tudo.

Processo Judicial

Quanto ao processo judicial, McCartney recordou-se: “Eu precisei enfrentar e o único jeito de enfrentar era processando os outros Beatles porque eles estavam com Klein. Eles me agradeceram por isso após alguns anos. Todavia, eu não instiguei a separação. Essa pessoa foi o nosso Johnny chegando um dia e dizendo: ‘Estou deixando o grupo'”.

Enorme Força

O astro esclareceu, no entanto, que não estava tentando reacender a velha rixa entre ele e Lennon. McCartney adicionou: “[John] queria ficar em um saco e deitar por uma semana em Amsterdã pela paz. Não dava para argumentar com isso”. Aliás, ele não culpou Ono, tanto que comentou: “Eles eram um ótimo casal. Havia uma força enorme lá”.

Quatro Partes

Quanto ao lado de Lennon da história do rompimento dos Beatles? Obviamente, agora ele não pode mais falar por si, porém, expôs algumas informações à Rolling Stone em 1971. O entrevistador questionou: “Sempre se falava dos Beatles – e os Beatles falavam acerca de si – como sendo quatro partes da mesma pessoa. O que aconteceu com essas quatro partes?”.

Quatro indivíduos

Lennon respondeu: “Elas se lembraram de que eram quatro indivíduos. Nós também acreditávamos no mito dos Beatles. Não sei se os outros ainda acreditam nisso. Éramos quatro caras… Éramos somente uma banda que se tornou muito, muito grande, só isso. Nosso melhor trabalho nunca foi gravado”.

Esgotados

O cantor acrescentou: “Você sabe que Brian [Epstein] nos colocou em ternos e tudo mais e nós tornamos isso muito, muito grande. Contudo, ficamos esgotados. A música já estava morta antes mesmo de fazermos a teatral turnê da Grã-Bretanha… É por isso que nunca melhoramos como músicos; nós nos matamos para fazer isso”.

A morte de Epstein

“Os Beatles se separaram depois que Brian morreu”, prosseguiu Lennon. “Fizemos o álbum duplo. É como se você tirasse cada faixa e a tornasse toda minha e de George. É como eu já disse várias vezes: era apenas eu e um grupo de apoio, Paul e um grupo de apoio. Eu gostei. Daí nós acabamos”.

Assumindo o Controle

Entretanto, Lennon também acreditava que McCartney tinha tentado “assumir” a banda após a morte de Epstein. “Não sei quanto disso quero divulgar”, revelou ele à Rolling Stone. “Paul possuía a impressão – ele tem isso agora como um pai – de que deveríamos ser gratos pelo que ele fez para manter os Beatles funcionando. Todavia, quando você olha para trás de forma objetiva, ele prosseguiu para o seu próprio bem”.

Perdidas Obras

No momento, no entanto, McCartney parece ser o guardião do legado dos Beatles. Na entrevista de 2021 à BBC, ele mencionou que havia encontrado recentemente uma música não gravada chamada “Tell Me Who He Is”. Talvez a canção tenha sido uma parte do “melhor trabalho” de que Lennon tinha falado.

Colaboração

McCartney não só achou essa faixa, como também encontrou uma perdida peça escrita por ele e Lennon. “Durante anos, venho dizendo às pessoas que eu e John escrevemos uma peça”, explicou o astro. “É uma coisa muito engraçada chamada Pilchard e trata do Messias, na verdade”. Isso, porém, não é tudo.

As letras

Em novembro de 2021, McCartney lançou um livro chamado As Letras, o qual é um trabalho autobiográfico contendo inúmeras fotos e cartas inéditas. Ele falou em um comunicado à imprensa que esperava que o exemplar “mostrasse às pessoas algo sobre [suas] canções e [sua] vida que elas nunca viram antes”.

Até o Fim

Ainda tem tempo para McCartney revelar mais a respeito dos Beatles. Uma das informações mais impressionantes em relação a Lennon e ao fim do grupo, por exemplo, veio à tona na entrevista da GQ. McCartney contou que, antes de Lennon morrer, os dois finalmente resolveram suas “discussões familiares”. O cantor acrescentou: “Pude ver [John] e falar com ele em diversas ocasiões. Assim, fomos amigos até o fim”.

Entre lágrimas e risos

Mesmo com seus incontáveis altos e baixos, parece que os membros daquela banda simplesmente não conseguiam ficar bravos uns com os outros. Depois da morte de Lennon, o restante do grupo se encontrou em 2001 já sabendo que Harrison não possuía tanto tempo de vida. O médico do músico, Gil Lederman, expôs: “Houve algumas lágrimas, mas houve mais risos do que qualquer outra coisa”.

Animado encontro

“Foi um encontro animado, e não sombrio”, continuou Lederman. “Contou com muitas risadas e muita diversão. Eles passaram horas relembrando as coisas… No final, após Paul e Ringo terem ido embora, [George] estava bem e tranquilo. Ele era um homem muito feliz. Essa reunião significou muito para ele”.

De mãos dadas

“Nós nos demos as mãos”, revelou McCartney. “É engraçado que, mesmo no auge da nossa amizade – como rapazes -, nunca demos as mãos. Simplesmente não era uma coisa de Liverpool”. Contudo, com ambos sabendo que Harrison não estaria ali por muito mais tempo, eles deixaram de lado quaisquer desatualizadas noções acerca do que os homens podem ou não fazer. Como McCartney disse, “foi adorável”.

Foto Hulton Archive-Getty Images.jpg

O GUITARRISTA GEORGE HARRISON E SUAS PRIMEIRAS GUITARRAS

George Harrison estaria fazendo aniversário em 24 de fevereiro de 2021.
Ele nasceu às 23h42 do dia 24 de fevereiro, mas só soube disso pouco tempo antes de sua morte em 2001, mas sempre comemorou seu aniversário no dia 25 de fevereiro.
(George Harrison nasceu em 24 de fevereiro, segundo o livro “O Diário dos Beatles” de Barry Milles, Editora Madras)
Em 1992, numa entrevista à Billboard Magazine, George contou que apesar de sempre ter comemorado seu aniversário no dia 25, ele havia descoberto recentemente (na ocasião) que havia nascido no dia 24/02.

Neste vídeo, nossa homenagem ao “Beatle Quieto” e místico!

O GUITARRISTA DOS BEATLES

UMA TRADUÇÃO DO TEXTO HARRISON’S GUITARS
.

.
Podemos dizer que George Harrison não foi o guitarrista líder dos Beatles por acaso, mas sim pelo seu talento e tenacidade, que o tornaram tão especial!
Harrison tinha uma aparência meio engraçada, era muito magro e Paul McCartney costumava encontrá-lo no ônibus indo para a escola em Liverpool.
Ele tinha um fraco por roupas coloridas e, acima de tudo, um amor por violão, amor esse que ele compartilhava com o amigo McCartney, que era um ano mais velho que ele.

Em 1958, com nada mais impressionante em seu currículo que um show no Clube da Legião Britânica com seu irmão Peter e um casal de colegas, o jovem de 15 anos começou a se relacionar com o grupo em que McCartney havia acabado de se juntar, chamado “The Quarry Men”, e ele era chamado para preencher o quadro quando um ou outro dos guitarristas não aparecia.
Em pouco tempo, já bem afinado depois de praticar arduamente e dedicar-se com afinco a aprender os sucessos americanos do chamado Rithm & Blue e Country & Western, ele ganhou uma posição permanente como membro da banda.

Durante um período de escassez em 1959 Harrison tocou com o Quarteto “Les Stewart” mas em agosto ele estava de volta com os Beatles para abrir o Casbah Club, de Mona Best, e esteve com eles em cada show que tocaram a partir dali.

Em uma carreira solo povoada por ambos os sucessos em todo o mundo e perdas espetaculares, Harrison ganhou o respeito de fãs, músicos e críticos com sua personalidade e carisma. Era próprio dele o humor, a devoção, a ironia e muita habilidade.

“Eu acredito que eu amo a minha guitarra mais do que os outros amam a deles”, disse uma vez Harrison à Revista Beatles Monthly”. “Para John e Paul, escrever canções é muito importante e tocar guitarra é um meio para finalizá-las. Enquanto eles estão compondo novas músicas eu podia me divertir completamente apenas rabiscando (dedilhando) com um violão por perto durante uma noite inteira. Sou fascinado por novos sons que eu possa obter de diferentes instrumentos que eu experimentar. Não estou certo de que isso me faça particularmente um músico. Apenas me chame de fanático por uma guitarra e eu estarei satisfeito.”

As Guitarras

Qual foi a primeira guitarra de Harrison?

De acordo com Paul McCartney em uma entrevista (Bacon Interview) era estritamente um caso de faça você mesmo. “Começamos a conversar no ônibus e ele tinha interesse em guitarras e em música, assim como eu. Resultou que ele ia tentar fazer uma, e faria corpinho sólido estilo havaiano, que era tipo um bom jeito de começar. Você não tinha que entrar no corpo oco nem nada, o que foi muito difícil. E ele fez isso, e nós nos tornamos bons amigos. Ele fez aquela coisa havaiana e não era ruim, uma ação verdadeiramente difícil eu diria.”
Não há registro de que esta guitarra ainda exista.

1956: Egmond steel-strung Spanish style (sunburst, vintage unknown):

Harrison comprou esta “Guitarra de Principiante,” produzida na Holanda por Egmond e distribuída pela Rosetti, do colega de escola Raymond Hughes, por 3 £ (libras) que ele obteve de sua mãe.
O anúncio desta guitarra dizia “o modelo mais barato da nossa série”, por 4 libras, sete shillings e seis pences. Enquanto estava tentando acertar a negociação, o rapaz acidentalmente retirou o pescoço do corpo, mas após algumas semanas no armário, a Egmond foi resgatada pelo colega de guitarra Peter Harrison, que emendou o instrumento de seu irmão. Harrison fez sua estreia no show business com esta guitarra no ano seguinte no Speke British Legion Club, onde “The Rebels”, um grupo de Skiffle formado pelos Harrisons e três companheiros, tocaram em seu primeiro e único show.
A guitarra – menos as cabeças de sua máquina – foi leiloada em Londres durante os anos 80, e graças a seu proprietário britânico anônimo foi emprestada para o Rock and Roll Hall of Fame em Cleveland de 1995 a 2002.
Em 2003, esta pequena Egmond – agora valendo cerca de US $ 800 mil – foi para a exposição no Museu dos Beatles em Liverpool.

1958: Hofner President f-hole acoustic (vintage unknown):

Em um salto quântico de seu primeiro instrumento, e com uma pequena ajuda de sua mãe, Harrison comprou este simpático Hofner, um topo de linha, single-cutaway “estilo cello”, um modelo com um acabamento “sunburst” e um “tailpiece” para compensar, por £ 30. Ele tocou o Hofner President até trocá-lo com um membro da Swinging Blue Jeans no ano seguinte por um Hofner Club 40.

Boas vibrações: Antes de montar um pequeno captador, Harrison obteve volume extra, tocando esta guitarra com a cabeça dela contra um guarda-roupa.

1959: Hofner Club 40 model 244 (vintage unknown).

1959: Resonet Futurama.

Mais detalhes no texto original: http://www.thecanteen.com/harrison2.html

George Harrison: (Liverpool, 24 de Fevereiro de 1943 — Los Angeles, 29 de Novembro de 2001).

George Harrison faleceu em Los Angeles em 29 de novembro de 2001 e suas cinzas foram lançadas no Rio Ganges, naquele distante dia 03 de dezembro de 2001, conforme a imprensa anunciou na época.

“A família de George Harrison lançou, nesta segunda-feira (03/12/2001), as cinzas do ex-Beatle no Rio Ganges, na Índia, considerado sagrado, após a realização de uma cerimônia particular. Segundo preceitos orientais, o movimento das cinzas no rio simboliza a jornada da alma rumo à consciência eterna. O ritual coincidiu com o minuto de meditação em memória de Harrison, que ocorreu às 21h30 de Londres (19h30 no horário brasileiro).”

Amigos, personalidades e familiares manifestaram-se:

Paul McCartney disse estar de luto pelo seu “irmãozinho”…
O ex-Beatle disse que está infeliz e destruído com a morte de George Harrison: “Sabíamos que ele estava doente há muito tempo”, disse, “Ele era um cara amável, corajoso e tinha admirável senso de humor. Era realmente meu irmão caçula”. Harrison tinha 13 anos quando se tornou amigo de McCartney na escola, em Liverpool. Foi Paul McCartney que apresentou Harrison a John Lennon, e a amizade dos três foi o núcleo que deu origem à banda, a qual se completou com o ingresso do baterista Ringo Starr.

Tony Blair, primeiro-ministro britânico:

“George Harrison será tristemente lembrado em todo o mundo. Não era apenas um músico, mas um artista que trabalhava muito para a caridade.”

Yoko Ono, viúva de John Lennon: “George nos deu tanto durante sua vida e seguirá nos dando após sua morte.

A Rainha Elizabeth, através de um porta-voz do Palácio de Buckingham: “Podem dizer que a rainha está muito triste com a morte de George Harrison.”

Comunicado da família: “Ele deixou este mundo como viveu, consciente da existência de Deus, sem medo da morte e em paz.
Ele costumava dizer: tudo o mais pode esperar, mas não a busca por Deus, nem o amor ao próximo”.

Gavin de Becker, amigo da família, ao anunciar a morte à imprensa: “Ele morreu com um único pensamento na cabeça, o de amar ao próximo”.

Nekky Lynk, comediante e vizinho do ex-Beatle: “ Isso não é justo, eu falei com ele há poucas semanas. Estou muito triste. Por que alguém como George morre enquanto há pessoas como Saddam Hussein e Osama Bin Laden ainda neste planeta?

Carla Lane, escritora: “Espero que Liverpool preste uma homenagem. Seu senso de humor era sensacional” – lamentou a amiga.

Paul McCartney foi entrevistado para falar sobre a partida de George e seu olhar traduziu a tristeza pela morte do companheiro…

Transcrição do texto sobre as palavras comovidas de Paul McCartney:
(Por Débora Dumphreys)

Paul McCartney’s reaction to George Harrison’s death.

Paul – I’m very sad, devastated, we know he’s been ill for a long time and just very sad to hear that he’s passed on. I’ve spoken to Olivia, she’s been very strong and I’d like to ask people maybe to be kind to her and Dani at this time (George’s son).
Lovely man, I love him dearly, I grew up with him and I like to remember all the great time that we had together in Liverpool with the Beatles and ever since really, say I’m very sad for him and his family and for all of us. A fantastic guy, a man, great sense of humour. I was lucky enough to see him a couple of weeks ago and he was still laughing and joking, very brave man and I’m just privileged to have known him and I love him, like he’s my brother. It’s a very sad day for me and for a lot of other people but I think he would’ve wanted us, you know, to get on and be loving and remember him as the great man he was.

Paul – Estou triste demais, arrasado mesmo, sabíamos que ele já estava doente por um longo tempo mas a gente fica triste demais ao saber que ele se foi. Falei com Olivia, ela tem sido muito forte e eu gostaria de pedir às pessoas talvez para ser gentil com ela e Dhani nessa hora. Um homem amável… eu tenho profundo carinho por ele, crescemos juntos e eu gosto de recordar todos os bons momentos que passamos juntos em Liverpool com os Beatles e sempre até hoje, de verdade, digo que estou muito triste por ele e sua família e por todos nós. Um rapaz fantástico, um homem, de grande senso de humor. Tive muita sorte de vê-lo algumas semanas atrás e ele ainda estava rindo e fazendo piadas, um homem muito forte e eu tive o privilégio de tê-lo conhecido e amado, como se ele fosse meu irmão. Hoje é um dia muito triste pra mim e para um monte de gente, mas acho que ele gostaria que nós, sabe, ficássemos bem e continuássemos a amá-lo e lembrá-lo como o grande homem que ele foi.

Reporter – You say you’ve spoken to the family. How are they?

Repórter – Você disse que conversou com a família. Como eles estão?

Paul – They’re, you know, devastated like we all are, but they’re very strong and Olivia has a son, Dani, who’s a really great guy and he’s been very strong and very supportive in this situation so you know, in a way is a…probably a blessing release, George’s been to a lot of problems recently. I understand the end was very peaceful, so that’s a blessing.

Paul – Eles estão… sabe, arrasados como todos nós, mas eles são muito fortes e Olivia tem um filho, Dhani, que é um rapaz muito bom e tem sido muito forte e muito seguro nesta situação então vejam vocês, da maneira que… provavelmente foi uma benção da maneira que terminou, pois George teve muito problemas recentemente. Quero dizer que no final foi em paz, então é uma benção.

Reporter – What do you think he will be remembered for the most, what’s his finest moments?

Repórter – Como você acha que ele será lembrado pela maioria, quais seus melhores momentos?

Paul – George I think, his music will live on forever and his personality. He’s a very strong loving man, but he didn’t suffer fools gladly, as anyone who knew him will know. He’s a great man, I think he will be remembered as a great man on his own right.

Paul – George, eu acho, sua música viverá para sempre e sua personalidade. Ele é um homem muito forte, mas ele não aturava estupidez (“suffer fools gladly”)*, como todos que o conheciam sabem. Ele é um grande homem, penso que será lembrado como um grande homem por tudo que lhe é de direito.

Reporter – When was the last time you saw him, spoke to him?

Repórter – Quando foi a última vez que você o viu, e falou com ele?

Paul – Saw him a couple of weeks ago, yeah.

Paul – Eu o vi há umas duas semana atrás, sim.

Reporter – And how was he?

Repórter – E como ele estava?

Paul – He was quite ill, obviously, but as I said, we were laughing and joking, just like nothing was going on, you know, he’s always been a very brave guy and I was impressed by his strength. But I kind of knew he’d be like that cause that’s what he always was, you know. Beautiful man!

Paul – Ele estava muito doente, obviamente, mas como eu disse, rimos e fizemos brincadeiras, como se nada estivesse acontecendo, sabe, ele esteve sempre muito forte e fiquei impressionado com sua força. Mas eu já sabia que seria assim porque aquele era o jeito que ele era sempre, sabe. Belo homem!

Reporter – Is that particularly emotional to you?

Repórter – Aquele momento foi particularmente de muita emoção pra você?

Paul – Of course it’s very emotional for anyone that loses somebody, you know, someone as long as I’ve known George. We were school friends together, we joined the Beatles together, went through all that together, so it’s very sad day. But I understand as I say, he went peacefully and…so that’s a blessing and I just prefer to now think of all the great times we had together, he’s a really lovely guy and remember him with all the warmth that I think he would have like to be remembered by.

Paul – Claro que é muita emoção pra qualquer um que perde alguém, você sabe, alguém que eu conhecia há tanto tempo como o George. Estudamos juntos na escola, nos unimos aos Beatles, juntos, passamos por tudo aquilo juntos, portanto é tudo muito triste. Mas eu entendo como eu disse, ele suportou pacificamente a tudo e… portanto foi uma benção e eu até prefiro lembrar de bons tempos que passamos juntos, ele é realmente um rapaz muito amável e vou lembrá-lo com muito carinho que é como ele deverá ser lembrado por todos.

Reporter – How will you personally be remembering him and paying tribute?

Repórter – Particularmente, como você lembrará e homenageará a ele?

Paul – Just personally, just in my own heart. I love him, you know, he’s like a baby brother to me. So, I’ll just keep quiet now and just remember him, I say, we’re obviously talking about him already and I remember him in some very silly stories. We had some great times together, you know, so that’s how I’ll choose to remember him.

Paul – No íntimo, no fundo do meu coração. Eu o amo, você sabe, ele é como meu irmão mais novo. Então, ficarei em silêncio agora lembrando-me dele, eu digo, obviamente estamos falando dele e eu relembrei dele em algumas estórias muito tolas. Passamos alguns bons momentos juntos, você sabe, assim será a forma que escolho para relembrá-lo.

Reporter – Anything you want to share with us, any particularly funny moments?

Repórter – Alguma coisa que você queira compartilhar conosco, alguns momentos particularmente engraçados?

Paul – No, they’re personal for me, you know, in time I may get around to tell you, but today is not the day for that.

Paul – Não, eles são momentos pessoais pra mim, sabe, pode ser que a seu tempo eu conte a você mas hoje não é hora certa pra isso.

Reporter – Of course. Thank you very much.

Reporter – Claro. Muitíssimo obrigado.

Paul – Ok, thanks a lot everyone. See you, thank you.

Paul – Ok, é demais pra todo mundo. Até mais, obrigado.

*’suffer fools gladly’ – conforme explicação que a Débora me deu, aí, no caso, provavelmente o Paul quis dizer que o George não tolerava estupidez, gente estúpida, tola. É uma expressão meio polêmica, que já foi usada com significados um pouco diferentes. É atribuída a São Paulo, quando ele falava à igreja de Corinto. Enfim, o Paul usou nesse sentido, tipo ‘ele não aturava estupidez’.

O Jornal Nacional noticiou a morte de George Harrison, encerrando a edição ao som de Something!


.

“ALL THINGS MUST PASS” – TUDO DEVE PASSAR

All Things Must Pass foi o terceiro álbum lançado por George Harrison.

Há quem diga que este foi o disco mais importante de George Harrison. Uma verdadeira obra-prima do artista!
Foi o primeiro trabalho lançado por ele após a separação dos Beatles.

Lançado em dezembro de 1970, o álbum revolucionou por ter sido o primeiro disco triplo em vinil da história.
Neste álbum estão reunidas todas as canções que haviam sido rejeitadas na época dos Beatles, além de terem sido incluídas mais algumas.

No CD 2, nas 5 últimas faixas (no vinil foi o terceiro disco, intitulado Apple Jam), estão as gravações de “jams sessions” realizadas por George Harrison e diversos músicos que participaram do disco.

Participam deste álbum artistas como Eric Clapton, Ringo Starr, Jim Keltner, Jim Gordon, Billy Preston, Phill Collins (não creditado), entre outros.

No início do CD 1 está a belíssima “I’d have you Anytime”, fruto da parceria de George com Bob Dylan. O próprio Dylan contribuiu também com outra canção no disco, que é “If not for you”.

O álbum ficou em primeiro lugar na Billboard nos EUA por sete semanas e para muitos foi o melhor disco solo feito por um Beatle.

.

Homenagem a Harrison durante Show de Paul McCartney em São Paulo, novembro de 2010

“A Vida Trepidante dos Beatles”: Reportagem da Revista Cinelândia de dezembro de 1965.

A Edição Extra da Revista Cinelândia de dezembro de 1965 trouxe na capa a imagem dos Beatles com o título de “A Vida Trepidante dos Beatles”, e incluiu reportagem sobre “os cabeludos de cá”, Renato e Seus Blue Caps!

A CAPA

A REPORTAGEM

Cena do Filme “Help!”

Fotos do acervo de Vicente Spina.

A discografia de George Harrison.

George Harrison nasceu em Liverpool no dia 24 de fevereiro de 1943.
Em 1992, em entrevista à Billboard Magazine, ele contou que apesar de sempre ter comemorado seu aniversário no dia 25, ele havia descoberto recentemente que nasceu no dia 24, poucos minutos antes da meia-noite.
Portanto, somente em 1992 George Harrison descobriu a data exata de seu nascimento. Até então todos comemoravam no dia 25 de fevereiro!

Em homenagem a George Harrison por ocasião de seu aniversário de nascimento, segue uma relação dos álbuns lançados pelo músico durante sua carreira solo.

Discografia de George Harrison

Discografia de George Harrison

Wonderwall Music – 1968
Electronic Sound – 1969
All Things Must Pass – 1970
The Concert For Bangla Desh – 1971
Living in The Material World – 1973
Dark Horse – 1974
Extra Texture – 1975
The Best of George Harrison
33 & 1/3 – 1976
George Harrison – 1979
Somewhere In England – 1981
Gone Troppo – 1982;
Clound Nine – 1987
Traveling Wilburys 1 – 1988
Best Of Dark Horse – 1976 a 1989 (1989)
Traveling Wilburry 2 – 1990
Live In Japan – 1991
Brainwashed – 2002

“Wonderwall Music”, o primeiro.

Este foi o primeiro disco lançado por ele em 1968, quando ainda estava nos Beatles.
Trata-se da trilha sonora do filme de mesmo nome, dirigido por Joe Massot, protagonizado por Jane Birkin e Jack MacGowran.
O filme é muito difícil de se encontrar, podendo ser considerado até certo ponto muito raro. Na verdade, o longa-metragem é mais lembrado por conta desta trilha sonora, toda escrita e gravada por George Harrison. Todas as 19 faixas do álbum são instrumentais, sendo que 11 delas foram gravadas na Índia (faixas 1, 3, 4, 6, 7, 9, 12, 13, 15, 17 e 19) e as 8 músicas restantes foram gravadas na Inglaterra (faixas 2, 5, 8, 10, 11, 14, 16 e 18).
Participaram do disco os músicos Eric Clapton, Ringo Starr e o indiano Ravi Shankar.
Em 30 de Janeiro de 1968 George Harrison finaliza o LP com a trilha de “Wonderwall” nos estúdios Abbey Road.

Faixas

1.Microbes
2.Red Lady Too
3.Tabla And Pakavaj
4.In The Park
5.Drilling A Home
6.Guru Vandana
7.Greasy Legs
8.Ski-ing
9.Gat Kirwani
10.Dream Scene
11.Party Seacombe
12.Love Scene
13.Crying
14.Cowboy Music
15.Fantasy Sequins
16.On The Bed
17.Glass Box
18.Wonderwall To Be Here
19.Singing Om

Electronic Sound, o segundo.

Depois de Wonderwall Music, foi lançado o “Electronic Sound”, considerado um dos primeiros discos eletrônicos da história da música. Foi lançado em 1969.
Pode-se dizer que este disco é “uma brincadeira” que George fez com um recém adquirido sintetizador Moog do qual ele tirava diversos sons sem muito sentido. Melhor ouvir este disco sem levá-lo muito a sério em termos de comparação com os outros de sua autoria.
Uma curiosidade: o desenho da capa do disco foi feito pelo próprio George, e este gesto se repetiria em trabalhos futuros, como no encarte do “Dark Horse”, de 1974, e também no seu último disco, “Brainwashed”, de 2001.

Faixas:

1)Under The Mersey Wall – 18:42 Gravado no Esher, Inglaterra, em fevereiro de 1969 com assistência de Rupert e Jostick, os Gêmeos Siameses

2)No Time Or Space – 25:10 Gravado na Califórnia em novembro de 1969 com a assistência de Bernie Krause

Este disco poderia ser chamado de “Avant Garde” mesmo, como disse Harrison, pois trata-se de um trabalho experimental e nada ortodoxo.

“Este disco poderia ser chamado de “Avant Garde”, mas uma descrição mais apropriada seria, (nas palavras de meu velho amigo Alvim), Indicação para um Avant Guard”. (George Harrison)

“Há uma porção de gente por aqui fazendo um monte de barulho, eis aqui mais um pouco”. (Arthur Wax *)

* Arthur Wax foi um dos pseudônimos de George Harrison.

All Things Must Pass, o terceiro.

Há quem diga que este foi o disco mais importante de George Harrison. Uma verdadeira obra-prima do artista!
Foi o primeiro trabalho lançado por ele após a separação dos Beatles.
Lançado em dezembro de 1970, o álbum revolucionou por ter sido o primeiro disco triplo em vinil da história.
Neste álbum estão reunidas todas as canções que haviam sido rejeitadas na época dos Beatles, além de terem sido incluídas mais algumas.

No CD 2, nas 5 últimas faixas (no vinil foi o terceiro disco, intitulado Apple Jam), estão as gravações de “jams sessions” realizadas por George Harrison e diversos músicos que participaram do disco.

Participam deste álbum artistas como Eric Clapton, Ringo Starr, Jim Keltner, Jim Gordon, Billy Preston, Phill Collins (não creditado), entre outros.

No início do CD 1 está a belíssima “I’d have you Anytime”, fruto da parceria de George com Bob Dylan. O próprio Dylan contribuiu também com outra canção no disco, que é “If not for you”.

O álbum ficou em primeiro lugar na Billboard nos EUA por sete semanas e para muitos foi o melhor disco solo feito por um Beatle.

The Concert For Bangla Desh, o quarto.

Primeiro Show beneficente da história, partiu de uma ideia de Ravi Shankar, amigo e mestre da George.
O espetáculo aconteceu no Madison Square Garden, em Nova York, durante duas noites do mês de agosto de 1971.
Harrison conseguiu reunir grandes músicos e amigos como Eric Clapton, Bob Dylan, Ringo Starr, Billy Preston, Leon Russell, Jesse Ed Davis, Klaus Voormann, Badfinger, além de Ravi Shankar, que acompanhado de outros músicos indianos abre o show executando a música “Bangla Dhun” durante quase 20 minutos. A partir daí, George comanda as apresentações com vários sucessos do álbum “All Things Must Pass” e outras canções da época dos Beatles.
Também se apresentam no show Billy Preston, Leon Russell e Ringo Starr cantando seus respectivos sucessos, mas o ápice do espetáculo acontece quando Bob Dylan sobe ao palco. Cantando apenas cinco músicas, Dylan leva a plateia ao delírio em um dos grandes momentos da história da música.
Outro grande momento é no final de “While My Guitar Gently Weeps”, onde acontece um magnífico solo de guitarras entre Harrison e Clapton, tornando o momento antológico.

Living in The Material World, o quinto.

Segundo álbum lançado por George no ano de 1973 e o quinto de sua carreira solo.
É um disco maravilhoso, onde George está afiadíssimo na guitarra, em composições bastante introspectivas e de muita qualidade.
Entre as mais tocantes estão “Give Me Love (Give me Peace on Earth)”, “Don’t Let me Wait Too Long”, “Who Can See it”, “Living in the Material World”, “Be here now”, “Try Some Buy Some” e “That is All”.
Participam deste trabalho Ringo Starr, Jim Keltner, Klaus Voormann, Jim Horn e Zafir Hussein.

Faixas

Give Me Love (Give Me Peace On Earth)
Sue Me, Sue You Blues
The Light That Has Lighted The World
Don’t Let Me Wait Too Long
Who Can See It
Living In The Material World
The Lord Loves The One (That Loves The Lord)
Be Here Now
Try Some Buy Some
The Day The World Gets ‘Round
That Is All

Dark Horse, o sexto.

Lançado em 1974, talvez seja um dos discos mais fracos de toda a carreira de George Harrison.
Foi gravado em três semanas e a pressa foi para que o prazo com a gravadora Apple fosse cumprido.
O ano de 1974 foi ruim para Harrison, que perdera sua esposa Pattie Boyd para seu melhor amigo, Eric Clapton.
Para piorar as coisas, George praticamente perdeu a voz, o que prejudicou bastante a gravação do disco.
Músicas de pouca inspiração aliadas ao fato dos problemas ocorridos resultaram em um trabalho pobre e de qualidade muito inferior ao que ele já havia produzido anteriormente.
Como se tudo isso não bastasse, George ainda inventou de fazer uma turnê pela América, a qual foi um desastre total.
As críticas foram tantas que ele ficou traumatizado e só voltou a se apresentar em shows em 1991, no Japão, a convite de Eric Clapton, que o convenceu a voltar a se apresentar para seu grande público.

Faixas

1) Hari’s on Tour (Express)
2) Simply Shady
3) So Sad
4) Bye Bye, Love
5) Maya Love
6) Ding Dong, Ding Dong
7) Dark Horse
8) Far East Man
9) It is “He” (Jai Sri Krishna)

Músicos participantes: Eric Clapton (em Bye Bye, Love) e Ringo Starr

Extra Texture, o sétimo.

Em 1975, George Harrison lançou o álbum Extra Texture, cujo repertório está repleto de músicas “baixo astral”.
Sua guitarra “chora” magistralmente em riffs que somente ele era capaz de fazer.

Faixas

1) You
2) The answer’s at the End
3) This guitar (Can’t keep from Crying)
4) Ooh Baby (You know that I love you)
5) World of Stone
6) A bit more of you
7) Can’t stop Thinking about You
8) Tired of Midnight Blue
9) Grey Cloudy Lies
10) His Name is Legs (Ladies and Gentlemen)

Clound Nine, o oitavo.

Faixas:

“Cloud 9” – 3:15
“That’s What It Takes” (George Harrison, Jeff Lynne, Gary Wright) – 3:59
“Fish on the Sand” – 3:22
“Just for Today” – 4:06
“This Is Love” (George Harrison, Jeff Lynne) – 3:48
“When We Was Fab” – (George Harrison, Jeff Lynne) – 3:57
“Devil’s Radio” – 3:52
“Someplace Else” – 3:51
“Wreck of the Hesperus” – 3:31
“Breath Away from Heaven” – 3:36
“Got My Mind Set on You” (Rudy Clark) – 3:52

As nova gravações incluem como faixas adicionais as canções :
“Shangai surprise” – 5.07
“Zig Zag” – 2.40

Lançado em 1987, Cloud Nine é um retorno triunfal de George depois de cinco anos sem gravar um trabalho inédito.
Seu último disco havia sido Gone Troppo (1882) que foi muito malhado pela crítica.
Excesso de sintetizadores, aliado a músicas com refrãos repetitivos, fizeram desse disco o mais fraco de George, depois de Dark Horse, de 1974.
Com Cloud Nine a história é completamente diferente, pois aconteceram grandes participações de Eric Clapton, Ringo Starr, Elton John e Jeff Lynne.
Já no início do álbum, na música que leva o título do disco, temos um verdadeiro “duelo” de guitarras entre George Harrison e Eric Clapton, que entusiasma qualquer um que goste de ouvir bons slides.
A música é maravilhosa e faz uma referência à nuvem nove, que simboliza um estado mais alto de espiritualidade e êxtase.
Assim como há sete céus, há nove nuvens.
A partir desse início grandioso, ouvimos a boa “That’s What It Takes”, que mantém o ritmo do disco.
“Fish On The Sand” é uma canção voltada para Deus e a espiritualidade, sempre presente em seu discos.
Em seguida temos a comovente e belíssima “Just For Today”, uma música reflexiva com um slide de guitarra lindo feito por Harrison.
“This Is Love” é outra grande canção, alegre, pra cima e que teve até um videoclipe na época.
Em seguida ouvimos uma das mais conhecidas do álbum, “When We Was Fab”, uma homenagem aos Beatles, que também teve um videoclipe premiado exibido na MTV.
Essa música encerra o Lado A do disco e o Lado B apresenta grandes surpresas, como a primeira canção “Devil’s Radio”, um rock agitadíssimo com grande participação das guitarras de George e Eric.
A música faz uma crítica à mídia, que se alimenta de fofocas e boatos.
Em seguida vem uma das canções mais lindas do disco, que é “Someplace Else”, considerada uma das músicas de amor mais belas que Harrison já compôs.
“Wreck Of The Hesperus” é outra boa música, onde George se compara a várias referências históricas como o Naufrágio do Hesperus, uma escuna com imigrantes Irlandeses que naufragou na costa de Massachusetts em abril de 1925 após tempestade no mar aberto, ou então a “Big Bill Broonzy”, um bluesman de Chicago que foi grande influência para Muddy Waters, um músico de blues norte-americano, considerado o pai do Chicago blues, e outros.
Depois tem a “Breath Away From Heaven”, uma música tranquila, estilo japonesa, mais uma vez nos remete à espiritualidade.
Por fim, outra grande canção que é “Got My Mind Set On You”, uma regravação dos anos 60 que ganhou força e ritmo na guitarra de George.
Com essa música Harrison conquistou a geração MTV e encerrou com chave de ouro o maravilhoso disco.

33 & 1/3, o nono.

Faixas:

“Woman Don’t You Cry For Me” – 3:18
“Dear One” – 5:08
“Beautiful Girl” – 3:39
“This Song” – 4:13
“See Yourself” – 2:51
“It’s What You Value” – 5:07
“True Love” (Cole Porter) – 2:45
“Pure Smokey” – 3:56
“Crackerbox Palace” – 3:57
“Learning How To Love You” – 4:13

Este disco foi gravado por George Harrison em 1976.
Pode-se dizer que este disco foi um retorno triunfal para o Beatle depois de ter lançado dois álbuns muito criticados, o fraquíssimo “Dark Horse”, de 1974, e o regular “Extra Texture”, de 1975.
O título “33 & 1/3”, na verdade, é a rotação (ou velocidade) de um disco de vinil, mas não é só isso; é também uma alusão à idade que George tinha em 1976, época em que o LP foi lançado. Além disso, o número três tem um formato similar ao Mantra OM(ॐ), o que possibilitou fazer uma referência ao símbolo na arte gráfica do disco.
Com relação às músicas, foi sem dúvida um grande trabalho.
Músicas contagiantes e inspiradas, com solos de guitarra maravilhosos.
Destaque para as músicas “Woman Don’t You Cry For Me”, “Beautiful Girl”(que levou cinco anos para ficar pronta, desde a época do primeiro trabalho, que foi “All Things Must Pass”), “This Song”(uma crítica bem humorada à história do plágio de “My Sweet Lord), “True Love”(versão muito bem feita de Harrison para a música de Cole Porter), “Crackerbox Palace”(outra pérola do disco) e finalmente, encerrando com chave de ouro, “Learning How To Love You”, uma música de amor lindíssima com uma melodia grandiosa.
Este foi um dos grandes trabalhos de George, sem dúvida alguma.

George Harrison – 1979, o décimo.

Faixas:

“Love Comes to Everyone” – 4:36
“Not Guilty” – 3:35
“Here Comes the Moon” – 4:48
“Soft-Hearted Hana” – 4:03
“Blow Away” – 4:00
“Faster” – 4:46
“Dark Sweet Lady” – 3:22
“Your Love Is Forever” – 3:45
“Soft Touch” – 3:59
“If You Believe” (Harrison/Gary Wright) – 2:55

Lançado logo após 33 & 1/3, há algumas curiosidades sobre esse disco, por exemplo:

– A música “Love Comes To Everyone” tem participação de Eric Clapton na guitarra solo;

– A música “Not Guilty” foi gravada pelos Beatles em 1968 para ser incluída no Álbum Branco, mas foi descartada na época, sendo incluída depois no disco Anthology. George decidiu regravá-la nesse álbum de 1979;

– “Faster” foi escrita em homenagem ao círculo de Fómula 1, em especial aos amigos de George, Jack Stewart e Niki Lauda.

Somewhere In England, o décimo primeiro.

Faixas:

1. Blood From a Clone
2. Unconsciousness Rules
3. Life Itself
4. All Those years Ago
5. Baltimore Oriole
6. Teardrops
7. That Which I have Lost
8. Writing´s on the Wall
9. Hong Kong Blues
10. Save the World

Este disco tem uma música em homenagem a John Lennon, que é “All Those Years Ago”, que contou com a participação de Paul McCartney no baixo, Ringo Starr na bateria, Linda McCartney na percussão, George Martin ao Piano e Denny Laine (que foi guitarrista da banda Wings).
Harrison originalmente escreveu a música com letras diferentes para Ringo Starr gravar. Embora ele a tenha gravado, Starr sentiu que o vocal era demasiado elevado para o seu alcance e não gostou da letra. Depois da morte de Lennon a letra foi alterada como um tributo à perda do amigo e colega de Harrison, John Lennon. Na canção, Harrison faz referência à canção dos Beatles “All You Need Is Love” e a canção de Lennon “Imagine”.
A música foi lançada como single do álbum Somewhere In England em 11 de maio de 1981 nos Estados Unidos, onde passou três semanas como 2º lugar na Billboard Hot 100 e depois lançada em 15 de maio de 1981, no Reino Unido, onde alcançou a posição 13 na UK Singles Chart. Além disso, a canção passou uma semana em 1º lugar na American adult contemporary chart.

Somewhere in England é um disco regular onde os destaques são as canções “Life Itsef”, “All Those Years Ago” e “Baltimore Oriole”.
Na época George estava brigando muito com a gravadora Warner, que queria que ele fugisse um pouco de suas raízes e migrasse para a New Age e o Punk, que estavam em evidência na época, por isso George gravou a canção “Teardrops” que tem muitos sintetizadores e que era marca registrada da New Age.
A capa do disco foi feita às pressas, pois a primeira que George fez não foi aprovada pela Warner.
A que saiu oficialmente no disco é bem simples, já a que George tinha desenvolvido era bem estilosa.
A recusa da capa por parte da Warner só pode ter sido “perseguição pura”; a Warner achava que a capa não combinava com a época, imaginem só!
Em 2004, a Warner, com o aval de Olivia e Dhani Harrison, lançou a coleção The Dark Horse Years, reunindo todos os discos de George lançados após 1976, data em que ele entrou para a gravadora depois de ter saído da Apple (o último trabalho tinha sido Dark Horse, de 1974).
Pois bem, nessa coleção, o Somewhere In England foi relançado com a capa original desenvolvida por George.

“Gone Troppo” – 1982, o décimo segundo.

Gone Troppo foi lançado pela Dark Horse Records em novembro de 1982. O trabalho artístico do álbum foi creditado a “Legs” Larry Smith.
Gone Troppo é o décimo álbum de estúdio de George Harrison, gravado e lançado em 1982. Seria o último álbum de estúdio de Harrison por cinco anos, durante os quais ele deixou um longo hiato em sua carreira, fazendo apenas gravações de trilhas sonoras ocasionais.

Faixas:

Lado Um

“Wake Up My Love” – 3:34
“That’s the Way It Goes” – 3:34
“I Really Love You” (Leroy Swearingen) – 2:54
“Greece” – 3:58
“Gone Troppo” – 4:25

Lado Dois

“Mystical One” – 3:42
“Unknown Delight” – 4:16
“Baby Don’t Run Away” – 4:01
“Dream Away” – 4:29
“Circles” – 3:46

Bonus

Gone Troppo foi remasterizado e relançado em 2004 com a faixa bonus “Mystical One”.

The Best Of Dark Horse – 1989, o décimo terceiro.

Best of Dark Horse 1976–1989 é uma compilação lançada em outubro de 1989. Sua segunda compilação, depois da coleção pela Capitol/EMI The Best of George Harrison (1976), contém músicas dos lançamentos de Harrison em sua gravadora Dark Horse entre 1976 e 1987. O álbum também inclui um single de 1989, “Cheer Down”, que foi a contribuição de Harrison para a trilha sonora do filme Lethal Weapon 2, e duas faixas gravadas especificamente para a coleção: “Poor Little Girl” e “Cockamamie Business”. Apesar da popularidade do trabalho de Harrison neste período – tanto como artista solo com seu álbum Cloud Nine (1987), quanto como membro da Traveling Wilburys – a compilação não conseguiu sucesso comercial.
Best of Dark Horse ficou fora de catálogo no início dos anos 1990, e permaneceu indisponível quando o catálogo de Dark Horse de Harrison foi reeditado em 2004. Continua sendo o único lançamento oficial a incluir “Poor Little Girl” e “Cockamamie Business”.

Faixas

1. “Poor Little Girl” previously unreleased 4:33
2. “Blow Away” George Harrison 3:59
3. “That’s the Way It Goes” Gone Troppo 3:34
4. “Cockamamie Business” previously unreleased 5:15
5. “Wake Up My Love” Gone Troppo 3:32
6. “Life Itself” Somewhere in England 4:24
7. “Got My Mind Set on You” Rudy Clark Cloud Nine 3:52
8. “Crackerbox Palace” Thirty Three & 1/3 3:56
9. “Cloud 9” Cloud Nine 3:14
10. “Here Comes the Moon” (edit) George Harrison 4:09
11. “Gone Troppo” Gone Troppo 4:23
12. “When We Was Fab” Harrison, Jeff Lynne Cloud Nine 3:56
13. “Love Comes to Everyone” (single edit) George Harrison 3:40
14. “All Those Years Ago” Somewhere in England 3:44
15. “Cheer Down”

O lançamento em vinil omitiu “Gone Troppo” e reverteu a ordem de “Crackerbox Palace” e “Cloud 9”. “Got My Mind Set on You” fecha o lado um e “Cloud 9” abre o lado dois. O lançamento em fita cassette misturou as quinze canções da lista de faixas do CD.
Neste formato, “Crackerbox Palace” encerra o lado um e “Cloud 9” abre o lado dois.

Live In Japan – foi o décimo quarto álbum, lançado em 1991

E finalmente Brainwashed, décimo quinto álbum lançado em 2002.

Faz parte da obra de Harrison dois álbuns com a banda Traveling Wilburys e também o DVD Concert For George, lançado em 2002, que apesar de não ser um disco gravado por ele, é um tributo a Harrison.

Paul McCartney revela que sempre forma de novo a banda The Beatles em seus sonhos e pensa nos ex companheiros John Lennon e George Harrison “com muita tristeza”.

Por Rebecca Davision para o MailOnline de 26 de dezembro de 2018.
Traduzido por Lucinha Zanetti

Sir Paul McCartney disse que sempre forma novamente Os Beatles em seus sonhos e admite sentir tristeza com a perda dos companheiros de banda, John Lennon e George Harrison.

Falando à Rádio BBC da Escócia, aos 76 anos Paul disse: “John e George ainda são uma grande parte da minha vida, e sempre serão.

“Teria sido maravilhoso ter os Beatles juntos de volta. As pessoas sempre dizem, como seria se isso acontecesse? Mas não podemos, portanto, lamentavelmente, isso jamais poderá acontecer.

Foto dos Beatles de 1963

Sempre penso neles com muita tristeza, por que eles ainda poderiam estar entre nós. No caso de John, foi uma coisa terrível. No caso de George, uma terrível doença.

“Mas se por algum estranho acaso isso acontecesse, seria lindo.”

E continua: “Como músico, a gente sempre tem sonhos sobre estar num estúdio ou num palco, e eu sempre estou com os rapazes.”

“Teria sido maravilhoso ter os Beatles juntos de volta. As pessoas sempre dizem, como seria se isso acontecesse? Mas não podemos, portanto, lamentavelmente, isso jamais poderá acontecer.”

“Numa dessas manhãs, eu acordei e estava com George. E aquilo foi muito bom. Eu penso em George como se ele fosse meu pequeno companheiro – ele era o mais novo do grupo.”

‘É assim que eu me encontro com John e George hoje em dia. Os Beatles se formam novamente, mas somente na minha cabeça.”

Paul acrescentou: “Apesar da tristeza, o principal é a alegria de ter conhecido aqueles dois caras. Eu sinto demais a falta deles.”

Matéria Original

klaus Voorman e a última vez que esteve com George Harrison.

Em 29 de novembro de 2017 faz 16 anos que George Harrison fez sua passagem espiritual, e me lembrei de um texto muito triste escrito por Klaus Voorman em seu livro intitulado “Warum spielst du Imagine nicht auf dem weissen Klavier, John?”, onde ele narra a última vez em que esteve com o amigo George Harrison…

“Depois do nosso curto passeio pelo jardim nós nos sentamos por ali juntos durante um longo tempo e ele queria saber como estava indo a minha família. Ele sempre perguntava sobre eles, era importante para ele saber se tudo estava bem de verdade.
“Como está Christina, ela ainda tem aquela organização de ajuda com os Sioux”? George sabia dos problemas dos Índios Americanos nos Estados Unidos. O irmão de Olívia trabalhava como professor com os Navajos e ambos sabiam das condições catastróficas nas reservas dos índios.
“Sim, parece ser algo como um destino na vida dela.”
George assentiu. “Sim, isso acontece com algumas pessoas e depois elas não conseguem mais fazer outra coisa.
Na verdade, cada um de nós tem um papel a desempenhar na terra, mas apenas poucas pessoas sabem disso. A maioria acha que só estamos aqui para ganhar muito dinheiro muito rapidamente e caminhar pelo lado ensolarado da rua. O que Christina faz certamente não é fácil mas é admirável. De onde vem o dinheiro para o projeto?”
Eu sempre ficava encantado ao ver como George ia fundo quando o assunto lhe interessava. Eu contei a ele sobre os problemas momentâneos em obter dinheiro suficiente, e que Christina queria ir às reservas dentro de quatro semanas com uma equipe de especialistas em construir outro prédio para os jovens. Eu disse a ele que os índios cresciam rápido.
George riu. “Você não quer dizer a marca que você fuma, quer?”
Ele sabia exatamente o que eu queria dizer. Nós conversamos sobre o quanto cada um poderia fazer com este material ecológico: roupas, materiais de construção, papel. Quando eu contei a ele a história sobre como o FBI havia ceifado os campos poucos dias antes da colheita no verão anterior, ele não podia acreditar. “Isso é impossível. Eu pensei que as reservas não estivessem ligadas a eles. O DEA e o FBI não deveriam estar roçando em outro lugar?” Coisas desleais, deixavam George louco da vida.
“Sim, e é por isso que ela quer isolar este prédio de jovens do outro, misto. Na Alemanha, perto de Karlsruhe, há uma empresa que faz materiais de acabamento de todo tipo. Eles doariam todo o material, mas falta dinheiro para a organização fazer o transporte.”
“Quanto custa”? perguntou George.
“Nós temos uma oferta de uma empresa de mudança. Por volta de cinco mil dólares. É muito dinheiro, mas tem um valor simbólico para os Índios, mostrar o que seria possível se os campos tivessem sido deixados para eles.”
“Ligue para Christina. Ela deve me passar um fax com a oferta. Eu tenho bons contatos com as empresas inglesas de mudanças. Talvez eu possa ajudá-los e obter uma oferta melhor.”
Liguei imediatamente para Christina e ela, claro, ficou exultante. Qualquer oferta mais barata seria mais do que bem vinda.
Quando cheguei em casa, Christina já me saudou com um largo sorriso na face. O que aconteceu? Christina havia, como conversado, passado o fax da oferta para George. Duas horas mais tarde, seu assistente ligou com a solicitação a ser enviada para o número da conta bancária da organização de Christina, a Lakota Village Fund.
“George quer pagar pelos custos do transporte.”
“Mas ele apenas queria encontrar um serviço mais barato pra nós!” Christina estava sem palavras.
“Não estou sabendo de nada. Ele me disse para enviar o dinheiro para o transporte imediato. Boa sorte, Christina.”

Bem, este era George. E não somente ele, mas este era o jeito que todos os quatro membros dos Beatles costumavam ser. Eles ajudavam e davam suporte a coisas as quais o público nunca, jamais soube a respeito.
Algumas poucas semanas mais tarde, George ligou novamente. Ele estava em Going (região montanhosa localizada na Áustria), mas nesta hora não estava em um Hotel, mas sim na casa de seu amigo Gerhard Berger. Eu havia ficado muito preocupado, por que havido saído muitas reportagens na imprensa sobre sua fraca saúde. Eu sabia que ele estava na Suiça, vendo um especialista, mas ninguém sabia contar-me realmente o que estava havendo com o meu amigo. Sua ligação telefônica me confortou, por que era a mesma velha voz, seguida de seus típicos comentários, secos e cheio de humor. Então eu dirigi de volta para a Áustria, mas desta vez com um estranho sentimento no estômago. O que eu poderia esperar? Em Going (região montanhosa na Áustria) havia um trecho relativamente longo de estrada com montanhas de pequeno porte, até se chegar a uma casa típica no estilo pseudo alpino. Fui levado até a casa por um empregado. Olívia estava trabalhando no computador. Quando ela me viu, foi em minha direção. Ela parecia triste e me pediu para segui-la até lá fora no terraço. Fazia um maravilhoso dia ensolarado, e tínhamos uma bonita vista da montanha chamada “Wilder Kaiser”. Olívia tentou preparar-me para tudo, gentilmente. Esperamos por mais de uma hora por George. Ele entrou na casa, vindo lá de fora, e usava um chapéu na cabeça. Seu rosto e corpo pareciam inchados. Resultado de todas as terapias. Sua risada e olhos brilhantes não deixavam você pensar que havia ali um homem muito doente. Ele sentou-se próximo a mim e eu evitei a pergunta idiota “como vai”. Não era necessário perguntar isso a ele. Ele começou a conversar sobre sua saúde sem nenhum aviso.
“Não é tão ruim assim, Klaus. Estou bem. Os médicos fizeram de tudo e eu vou ficar bom de novo. Acredite-me. Exceto que acho que eu deveria trocar de cabeleireiro.”
Rindo, ele tirou seu chapéu e mostrou a cabeça, que estava coberta com alguns fios de cabelo de diferentes comprimentos.
“Que tipo de câmera é aquela que você tem aí, acho que tenho a mesma. Deixe-me ver.”
Como se não tivesse percebido a minha mudez, George continuou conversando e tomou a câmera digital da minha mão, que eu tinha comprado poucas semanas atrás em Londres. Conversamos sobre ela por instantes e George mostrou-me algumas dicas das coisas que se poderia fazer com ela.
George não era apenas um excelente motorista, ele também era dedicado ao automobilismo. Ele tinha uma porção de amigos no cenário automobilístico, porém ele não suportava Michael Schumacher. Ele sempre reclamava na frente da televisão quando Schumacher competia numa corrida. Neste dia também, enquanto assistíamos a um show ao vivo da Corrida de Fórmula 1 na casa de Gerhard Berger.

“Empurre-o pra fora da pista!” ele gritava cada vez que Schumacher ultrapassava um de seus colegas. Eu sempre me divertia com isso. George, que costumava ser sempre quieto e pacifico, com a Fórmula 1 e principalmente com Schumacher, ele ficava furioso. Nada podia tirá-lo da frente da tela da TV. Ele mal olhou quando eu acidentalmente esbarrei em um grande vaso de flor e inundei a sala do Gerhard Berger.
Quanto mais tempo eu passava com George aquela tarde, mais ele me convencia de que estava ficando cada vez melhor. Ele tinha grandes planos, queria fazer algumas mudanças necessárias na Apple.
“Irrita-me ver que o mundo inteiro quer ganhar dinheiro às nossas custas, e nós não podemos administrar pra obtermos juntos, um conceito decente de propaganda (merchandising).”
Eu sabia o que ele queria dizer. O assunto “merchandising” tem sido um problema desde Brian Epstein. Ele subestimou o assunto naquela época.
Depois de poucas horas, nós dois nos sentimos como se estivéssemos fazendo um agradável passeio. Caminhamos pelos campos levemente montanhoso, mas George só podia caminhar bem devagar. Tínhamos que parar várias vezes. Sua respiração tensa demonstrava que ele estava na verdade muito fraco para isso, mas nós queríamos continuar o passeio. Ou será que ele estava só fingindo ser um homem carregado de energia?
Seu convite foi seu secreto adeus a mim. Ele queria ter algumas horas agradáveis comigo, rir, planejar e dar-me conselhos para o futuro.
“Quando você vai finalmente escrever seu próprio livro? Você vivenciou demais. Qualquer idiota que apenas apertou nossas mãos sente a necessidade de escrever um livro sobre nós. Por que não você, Klaus?”
“Por que qualquer idiota faz isso. Pra mim seria como uma traição. Todos iriam dizer: claro, agora aí vem o Voormann também.”
George olhou pra mim sem acreditar. “Não fale asneiras, Klaus. Você não tem que escrever sobre o tamanho do meu pau. De qualquer forma, o que você acha que devemos fazer? Ou todo o pessoal da Apple: Neil por exemplo. Há pessoas demais ganhando dinheiro usando o mito dos Beatles. É por isso que me incomoda que não possamos organizar nosso conceito de “merchandising”.
George estava respirando como uma locomotiva, e tivemos que nos sentar no chão de novo, de forma que ele pudesse se recuperar. Estávamos ambos deitados na grama olhando para o céu.
“Você sabe, a morte na verdade não é nada especial, nem boa nem má. É apenas um veículo que nos leva ao próximo passo ou nível.”
Ele falava sobre a morte da mesma forma que outros falam de comida ou bebida.
“Já estou aqui tempo suficiente. O que mais eu vou querer. Tenho vivido uma vida privilegiada. Já experimentei de tudo que alguém pudesse experimentar. Se eu for chamado pra ir embora agora, então é a hora certa. Acredite-me, não estou com medo.” E enquanto ele falava sobre isso, nós dois olhávamos as nuvens se movendo e passando por nós no céu azul. O humor era cheio de paz e também um pouco feliz. Caminhamos de volta vagarosamente, e ele me contou sobre sua nova casa adquirida na Suíça e o pequeno estúdio onde ele poderia trabalhar. De volta à casa, nós dois esperávamos ansiosos por uma xícara do “velho e bom Inglês”.
“Venha”, disse ele depois de alguns instantes, “vou lhe mostrar minha mais nova produção de vídeo.” Ele colocou uma fita no gravador de vídeo e sorriu descaradamente.
Era inacreditável. George havia filmado ele próprio. Estrábico, careca e faltando um dente, ele cantou diante da câmera.
“Como é a sensação de ser uma das pessoas mais bonitas.” Nós rimos até chorar. Escutamos as canções de George Formby até tarde da noite, e quando ficamos com fome mais tarde naquela noite, fomos até a cozinha, onde ele preparou sanduíches de queijo e uma xícara de Horlix pra cada um de nós.
Se eu soubesse que esta seria a minha última vez com George, eu não teria ido dormir, e teria ficado acordado a noite toda a seu lado.
Mas George não queria que eu soubesse. Ele deixou que eu dirigisse de volta acreditando que ele estava curado e que havia grandes coisas programadas para nós.
Em outubro, um aviso através da mídia dizia que ele havia sido internado em uma clínica, que os médicos não tinham muitas esperanças e tudo o mais. Eu não queria acreditar nisso e dizia a todos que ligavam que George estava passando bem, uma vez que eu havia estado com ele poucas semanas antes e ele estava em boas condições. Falei sobre todas as suas muitas ideias e que ele queria gravar um novo LP. Hoje eu sei que eu dizia isso mais para mim mesmo. Eu queria evitar, com todas as minhas forças, acreditar que o meu querido amigo estava morrendo.
No começo de novembro tentei chegar até Olívia e enviei a ela um E.mail. Sua resposta confirmou que George estava em uma clínica especial. Ele estava muito fraco, mas eles não desistiram de ter esperança. De repente o telefone começou a tocar sem parar. Editores e jornalistas queriam assegurar entrevistas comigo em caso de George falecer. O que todos acreditavam que estava prestes a acontecer. Eu me senti horrível e não podia compreender tal atitude. Meu pequeno George estava morrendo e eles estavam tentando chegar até as pessoas convenientes para fazerem os seus elogios.
Eu não atendia mais ao telefone e me escondi no porão a tocar piano por horas. Christina teve sucesso, e conseguiu manter todos afastados.
Em 29 de novembro, aconteceu. Um editor da ZDF nos ligou após ter recebido a notícia através de telégrafo. Para mim este foi um dos piores momentos de minha vida. A morte de John me bateu muito forte, mas George? A notícia de sua morte me deixou chocado. Eu não queria falar com nenhum jornalista sobre isso, nem por telefone, nem em nenhum programa de TV. Durante dias eu fui bombardeado com ligações telefônicas, mas eu não podia dizer nada. Somente alguns muito poucos é que respeitaram meus sentimentos e compreenderam.
Alguns não tinham nenhum tato, e machucavam os sentimentos. Não por mim, mas por George. Na metade de dezembro, um pacote chegou da Califórnia. O endereço do remetente era do escritório de Olivia. Era o último presente de Natal e o último cartão de Natal de George e Olivia. Aquele que ele havia organizado antes de sua morte. Mostrava um anjo com uma flor de lótus em suas mãos e as palavras “Love and Peace”.
O primeiro verão após a morte de George, Dhani e Olivia convidaram amigos próximos para uma pequena cerimônia para George. Foi um evento muito emocionante, muito positivo e muito delicado, totalmente sem a imprensa e toda a atenção costumeira. Lá se encontraram a pequena “turma”, que notavelmente acompanharam a vida de George: Eric, Paul, George Martin, sua primeira esposa Pattie, Astrid, irmão Harry, Neil Aspinall e o fiel Joan, que já trabalhava em Friar Park antes de George comprá-la. E novamente a fascinação deste parque foi sentida. O tempo permitiu que o evento acontecesse no jardim. Pequenas velas acesas flutuavam no lago, e no final, Dhani tocou uma parte da fita com os últimos sons de guitarra de George, seu planejado novo LP. Era uma peça instrumental, faltava a voz de George e ele ainda estava lá. Enquanto a típica guitarra de George tocava pela quietude do parque, os visitantes andavam ao redor quase em meditação. Todos estavam dizendo adeus, cada um a sua maneira. Ninguém falava e muitos deixaram suas lágrimas se derramarem livremente. Eu também. Oh! George, sinto tanto a sua falta!”

Do livro de Klaus Voorman, ainda lançado apenas em alemão, cujo título é “Warum spielst du Imagine nicht auf dem weissen Klavier, John?”

“Concentrava-me mais em John e Paul porque eram eles que nos davam os primeiros lugares. Mas a gente deixava George gravar uma faixa ou duas mais por pena dele. Mas hoje eu vejo que ele sempre fez grandes canções. Perdão, George”… (George Martin em depoimento sobre a história dos Beatles)

“O espírito dele estava pronto para partir”… (Frase dita por um amigo de escola de George Harrison).

TOM PETTY, por Cláudio Teran.

Nós perdemos um grande homem com a partida de Tom Petty. Excelente músico e compositor inspirado. Sujeito rock and roll em tempo integral e apaixonado pelo que fazia. E tinha um olhar de menino.
Me surpreendi ao saber que estava com 66.
Talvez porque no peito dele batia um coração de garoto.
Era também um camarada que exibia uma ironia fina, bom humor do tipo inglês, com toda aquela mordacidade, embora fosse americano.
Esses elementos por certo contribuíram para aproximá-lo de George Harrison.

Petty também tinha uma carreira vigorosa com muitos discos gravados.
E popularidade alta.
Incompreensível que não tenha emplacado por aqui já que o som dele, eivado de influências dos BEATLES; Dylan; Simon & Garfunkel; JJ Cale; The Band; The Byrds e blues antigos talvez ainda esteja para ser descoberto por muita gente.
Tom também foi um cara conciliador.
Aproximou-se de Bob Dylan, de quem era fã declarado, e o trouxe de volta à eletrificação do rock depois da longa fase gospel do começo dos anos 1980.
Em 1986 Petty e os Heartbreakers foram para a estrada como banda de apoio de Dylan na turnê Hard to Handle.
A pegada nos arranjos era do tipo, The Byrds Play Dylan, com uma diferença, o próprio Bob como frontman. As releituras são sensacionais e definitivas.

Nos Traveling Wylbury’s ele e Jeff Lynne se situaram como os fãs sortudos dos monstros sagrados e não se incomodaram em dar suporte aos ídolos Roy Orbison; George Harrison e Bob Dylan.
E aquela empreitada só não foi perfeita porque não rolou estrada nem shows ao vivo, coisa que Tom Petty adorava.

O prazer dele como guitar man o levava a trabalhar de forma incessante, compondo; gravando; excursionando; tocando. Além dos Heartbreakers tinha projetos solo, e uma camaradagem incrível que de vez em quando o levava de volta às origens.
Ele gostava de remontar as bandinhas, The Epics e The Mudcrutch, onde começou, pelo prazer de tirar um som com os caras. Lançou discos e vídeos com eles, expondo o sangue rock and roll que corria abundante em suas veias.
Outro exemplo admirável da grandeza de Tom Petty foi publicado numa entrevista à Rolling Stone:
RS: Você já ouviu a música do Red Hot Chili Peppers “Dani California”, porque a levada o arranjo parece muito com “Mary Jane’s Last Dance”?
Petty: Sim, eu ouvi. Todo mundo em todos os lugares está me perguntando isso. Bom, eu duvido seriamente que tenha havido intenção negativa. E muitas músicas de rock and roll são semelhantes. Pergunte a Chuck Berry.
The Strokes levou “American Girl” no arranjo de “Last Nite”, e vi uma entrevista com eles onde realmente admitiram. Aquilo me fez rir alto. Eu estava tipo, OK, bom para você. Isso não me incomoda.

Esse foi o homem que perdemos.

Um cara que nasceu para o rock, como ele disse na letra de You Don’t Know How It Feels.
Perdemos todos com o silêncio da sua Rickenbacker e o calar da sua aura. Ainda bem que nos restam os discos e os filmes que vamos continuar curtindo.

A alma de Tom Petty permanece lá… 1950 – 2017

Por Cláudio Teran

TOM PETTY
It’s Good to Be King