#TBT RECORDANDO RENATO E SEUS BLUE CAPS EM BRUMADO/BA EM 29-03-1996!

Todos sabem que Renato e Seus Blue Caps excursiona pelo Brasil levando seu show sem fronteiras de norte a sul do país através dos tempos, e hoje eu gostaria de mostrar aos fãs que gostariam de ver a banda se apresentando em uma outra época, sempre muito curiosos para saber qual era o repertório da banda, um show que aconteceu em 1996.

Cid Chaves e Renato Barros em Brumado/BA (1996)

A filmagem realizada na cidade de Brumado, Bahia, aconteceu em 29 de março de 1996, quando no repertório havia as seguintes canções:

1 – Vou Subir bem Mais Alto que Você
2 – Se Você Soubesse
3 – Como Num Sonho
4 – Faça o que eu digo mas não faça o que eu falo
5 – Não vá embora sem me dizer
6 – Dona do meu coração
7 – Memórias
8 – Gatinha Manhosa
9 – Não Demore Mais
10 – Menina Feia
11 – Ana
12 – Playboy
13 – Como há dez anos atrás
14 – Cláudia
15 – Não Te Esquecerei
16 – O Meu Primeiro Amor
17 – Até o Fim
18 – Você não soube Amar
19 – A Irmão do meu Melhor Amigo
20 – Feche os Olhos
21 – Não me diga adeus
22 – Meu bem não me quer
23 – Menina Linda
24 – Obrigado pela Atenção

“Repertório fantástico, bateria linda do Gelson, guitarra nas mãos do Renato Barros como se tivesse uns três guitarristas tocando (o cara é impressionante), além das vozes que sempre me trazem alegria, Cid com a mesma energia e voz espetacular, como sempre, baixo e teclado com timbres excepcionais. Essas são as características que me chamaram atenção neste vídeo. Este show ocorreu há 24 anos mas parece que foi ontem… A banda continua impecável! Vida longa a Renato e Seus Blue Caps!” (Por Antonio Carlos Correa)

Renato Barros é entrevistado por sua neta Juliana Keller.

Esta entrevista aconteceu em 18 de agosto de 2019, quando Renato Barros levou sua nova guitarra para a casa de sua filha Renata pra fazer testes com ela usando um amplificador.
Esta nova guitarra Renato ganhou de presente de suas filhas no dia dos pais, em 11 de agosto de 2019. É uma Fender Stratocaster Squire na cor grená, mais leve que a sua tradicional guitarra amadeirada, a qual Renato guarda com muito carinho.

Aproveitando a presença do avô com sua nova guitarra, Juliana Keller fez algumas perguntas, que ele respondeu com toda calma que lhe é peculiar…

Juliana: Vô, qual é a música que você mais gosta de tocar no show?

Renato: Que eu mais gosto de tocar no show? Cara, eu gosto de todas por que somos nós que fazemos o repertório então eu participo na escolha das músicas… Eu acho que eu gosto de todas.

Juliana: Fala pra gente alguém que você admira muito aqui no Brasil.

Renato: Edson Arantes do Nascimento. Pra quem não conhece, talvez os que são mais jovens, é o Pelé. É o maior jogador do Brasil e do mundo, é o atleta do século! Pelé, que graças a Deus gosta do nosso trabalho. Então eu acho que ele é o meu preferido.

Juliana: Fala pra gente quem você considera a rainha do rock brasileiro.

Renato: Rainha do rock brasileiro? Eu era apaixonado por ela, eu tinha uns quatorze, quinze anos. Além de eu ser apaixonado por ela sem nem conhecer, ela gravava muito, ela foi a pioneira na gravação do rock and roll no Brasil, chama-se Celly Campello – “Banho de Lua”, “Estúpido Cupido” – pra mim ela é única, pra mim não existe nada que se compare a Celly Campello, mesmo depois desse tempo todo.

Juliana: E internacional?

Renato: No rock? Mulher? Carly Simon, Carole King, que, aliás, eu conheci a Carole King em Nova York durante uma gravação do James Taylor, eu acho que eles tinham um lance lá. Carole King e Carly Simon, as duas assim que me vêm à cabeça. Devem ter existido outras, mas eu me lembrei agora dessas.

Juliana: Qual a sua música preferida gravada por outra pessoa?

Renato: Ah! Eu poderia citar músicas do Roberto Carlos, tem muitas que eu adoro, do Erasmo, do Michael Sullivan, mas o meu compositor preferido é o Tom Jobim, apesar de ser da Bossa Nova. A música que nós cantamos do Tom Jobim no Show é Corcovado.
(Neste momento Renato dedilha sua nova guitarra e canta os primeiros versos da canção de Jobim).

Juliana: Qual a música que você gostaria de cantar no show?

Renato: Ah! Se eu pudesse eu tocaria um monte de músicas do Frank Sinatra, por que é o meu ídolo né! Todo mundo pensa que é Elvis Presley, os Beatles, mas não é não. Meu ídolo é o Frank Sinatra.
Aí eu cantaria, por exemplo… (e começa a dedilhar e cantarolar) “I’ve got you under my skin…”. Essa aí.

Juliana: Fala pra gente o que você acha dos Beatles?

Renato: Dos Beatles? Caramba, quem sou eu pra falar isso, mas pra ser sincero, os Beatles chegaram na minha vida quando eu já estava pronto. A grande diferença é essa. Por que eu acho que um artista, uma música, ela é muito importante quando ela vem na nossa adolescência e realmente ela marca o momento, marca uma série de coisas. Os Beatles foram fantásticos, principalmente na minha vida, mas eu nunca fui um Beatlemaníaco né, eu nunca fui, apesar de ter me servido muito das músicas dos Beatles e de ser muito grato ao trabalho do Paul McCartney, do John Lennon, George Harrison , até do Ringo. Eu sou muito grato a esses caras, mas eu nunca fui um Beatlemaníaco por que quando eles apareceram pra mim eu já estava no meio musical, então a minha influência veio do Rock. A minha influência no Rock era Elvis Presley, era o Little Richard, Bill Halley (cantarolando “One, two, three o’clock, four o’clock, rock”), então essas foram as minhas influências verdadeiras.
Mas os Beatles foram fantásticos (neste momento Renato toca e canta um trechinho da canção “All my Loving” dos Beatles).

Juliana: Fala pra gente quais são os seus ídolos internacionais?

Renato: Nossa, são tantos… Mas na música ou nas artes?

Juliana: Tudo! Todas as pessoas que você admira.

Renato: Jerry Lewis, Dean Martin, esses no cinema e na música.
Frank Sinatra, claro, e Nat King Cole na música, esses foram os caras que fizeram a minha cabeça quando eu era criança. Minha mãe gostava deles né, e eu ouvia desde criança. Um cara que eu adorava era o Nat King Cole, eu era apaixonado. Aí veio o rock, e eu já citei aqui o Elvis Presley, Little Richard, Chuck Berry, Bill Halley e na Inglaterra tinha um cara chamado Cliff Richard, também foi um cara que fez muito a minha cabeça para o rock.
Depois o tempo passou, eu voltei às coisas que a minha mãe me influenciava, que eram as músicas mais sérias né! Aí me interessei pelo jazz, eu adoro jazz, eu não sou músico de jazz, mas eu ouço muito, muito, muitas orquestras maravilhosas, músicos maravilhosos, aí mudou… Ah! Esqueci o Neil Sedaka. Neil Sedaka foi um cara muito importante, Paul Anka também foi muito importante na nossa vida… É muito difícil, assim, sintetizar tudo.

Juliana: Agora diga qual é a música que você mais gosta e que você compôs.

Renato: Complicado, por que apesar de eu não gostar muito das músicas que eu fiz, essa aqui eu concordo que é muito bonita mesmo, principalmente com a nova versão…
(E Renato começa a tocar e cantar Devolva-me)
… “Rasgue as minhas cartas e não me procure mais, assim será melhor meu bem…”.

Juliana: Agora a mais pedida.

Renato: A mais pedida é essa: (e toca “Menina Linda”). Essa a gente não pode nunca deixar de tocar!

Juliana: Qual a música do Elvis que você mais gosta?

Renato: Música do Elvis que eu mais gosto? Esta aqui olha…
(Neste momento Renato chama seu cachorro pra perto dele e canta “You ain’t nothing but a hound dog, crying all the time”).
Eu gostava mesmo dessa música!

Juliana: E no mundo do Rock, qual foi a primeira música que você escutou que te impactou?

Renato: Primeira música do Rock? Little Richard. Ela era assim…
(E canta Tutti Frutti, imitando aquele som rouco de Little Richard).
Eu fiquei tão impressionado com essa música que eu era garoto, devia ter uns dez anos, eu não sabia o nome dela, mas eu queria comprar o disco, eu não sabia o título dela nem como eu ia falar com o balconista, aí eu fui lá comprar e falei para o cara que eu queria comprar um disco, mas que não sabia o nome.
Aí ele me perguntou, mas você não sabe nem cantarolar um pedacinho? Aí eu cantei para o balconista “Ah whop bop a loom ah whop a lop bam bam, tutti frutti, aw rooty”… (risos)
E ele me deu lá o disco do Little Richard! (risos)

Juliana: Vô, qual é a música que você mais gosta de tocar no show?

Renato: Que eu mais gosto de tocar no show é “Você não Soube Amar”.

Juliana: Então toca um pouco aí pra gente…

(Renato toca um trecho da música e em seguida diz…)

Renato: Ah! É muito diferente tocar no show e aqui na sala…
(risos)

JOVEM GUARDA 54 ANOS

Em agosto de 2015 todo mundo voltou a falar sobre o movimento da Jovem Guarda, pois aquele programa que deu origem àquela revolução musical completava 50 anos!
Estamos em agosto de 2019 e novamente é hora de se falar sobre aquele período em que o rock and roll denominado no Brasil de iê iê iê marcou as nossas vidas!

Quando o programa fez 50 anos em 22 de agosto 2015, aconteceram várias reportagens transmitidas pelos canais de TV, como esta em que podemos ver uma entrevista com Antonio Aguillar para o SBT.

.

.

Muita coisa já foi dita sobre o que foi a Jovem Guarda, mas só quem viveu a época pode compreender melhor o que aquilo tudo significou para nós, jovens na faixa dos 12 aos 18 anos naquela época.

Muitas histórias foram mal contadas também, um exemplo é quando ao falar de Jovem Guarda as emissoras de TV apresentam imagens do Show do Dia 7, um programa mensal que havia na TV Record, pois muito pouco ou quase nada sobrou das fitas do programa, dado que outros programas eram gravados em cima (questão de economia, talvez? Mas jamais saberemos…)
Digo isto por que havia um funcionário de uma emissora de TV chamado Ricardo que confidenciou a um amigo que por fins econômicos, o nosso Jovem Guarda que era “gravado” e que rodava o país em fitas, teve nessas fitas os capítulos da novela “As Pupilas do Senhor Reitor” gravados em cima do programa. Este seria o motivo principal de não termos nenhuma imagem pra contar a história. Não foram só os famosos incêndios que privaram as novas gerações de conhecerem visualmente toda aquela história, incêndios aqueles que na verdade inutilizaram a novela.
Não sei se alguém poderá confirmar isso, mas “reza a lenda” que as gravações em vídeo tape com “Fitas AMPEX”, que é a marca ou tipo que havia na época, devido ao preço e à pouca quantidade, eram enviadas a outros Estados para passarem o Programa Jovem Guarda e ficar em arquivo. Assim, possivelmente eram reutilizadas nas gravações da novela…

O fato é que durante aqueles quatro anos que fizeram história, nós os fãs e também os artistas (e pelo visto muito menos os responsáveis pelo programa de TV) mal sabíamos que aquele breve espaço de tempo ficaria marcado para sempre em nossas vidas e na cultura musical do Brasil.

E pensar que muitos diziam na época que “aquilo não ia durar nem um mês…”.

Em 1965: Firmou-se o marco do movimento com o programa comandado pelo Roberto Carlos, cujas raízes já haviam sido plantadas por Renato e Seus Blue Caps, fenômeno nacional com a versão de “I Should Have known Better”, dos Beatles, com o título de “Menina Linda”, também com a música “O Escândalo”, “Canto pra fingir”, entre muitas outras de Renato, tanto que a banda foi primordial para os artistas que fizeram parte do movimento, embora Renato e seus Blue Caps dificilmente seja citado por eles e pelo jornalismo musical do país, como tendo sido um artista importante e participativo.

Muitos outros artistas que começaram a partir de 1958/59 também se empenhavam para que o rock e a música jovem de uma forma geral fossem totalmente aceitos por todos, já desde o programa Ritmos para a Juventude, comandado pelo Antonio Aguillar. Eram eles George Freedman, Rossini Pinto, Carlos Gonzaga, Cely Campello, Toni Campello e a turma toda da Young.

Cid Chaves e Renato Barros

Em 1966: Criaram-se os maiores sucessos do Movimento dito “iê iê iê” (nome dado por causa da canção She Loves You, dos Beatles, cujo refrão diz “She loves you, Yeah Yeah Yeah”), como “Feche os Olhos”, “Você não soube amar”, “Devolva-me”, “Eu não sabia que você existia”, “A Volta”, “Pare o Casamento”, “O Bom” (embora o LP seja de 1967, o compacto é de 1966), “Meu Bem” etc… Sendo que “Quero que Vá Tudo pro Inferno”, “Festa de Arromba”, “Ternura” e outros sucessos surgiram mesmo em 1965.

Em 1967: Aconteceu a maior vendagem de discos de todo o Movimento Jovem Guarda, com a CBS liderando o mercado das gravadoras. Roberto Carlos era primeiro lugar, sempre seguido de perto por Renato e Seus Blue Caps em segundo e muitas vezes em primeiro lugar.

Em 1968: Alguns artistas foram pressionados por intelectuais que não aceitavam que músicas simples pudessem fazer tanto sucesso, e foram partindo para outros estilos e o movimento foi tomando outras formas até terminar, porém ficou eternizado na nossa memória e nos anais da historia da música no Brasil!

Quando falamos que as sementes da Jovem Guarda já vinham sendo plantadas mesmo antes de 1965, é claro que não podemos esquecer destes inúmeros artistas que contribuíram para isto: Renato e Seus Blue Caps, George Freedman, Hamilton di Giorgio, Tony Campello, Sérgio Reis, Demétrius, Ronnie Cord, Bobby de Carlo, Dori Edson, Carlos Gonzaga, Marcos Roberto, Cyro Aguiar, The Jet Blacks, The Jordans, The Clevers, Celly Campello, Cleide Alves, Wanderléa, Rosemary, Ed Wilson, Sergio Murilo, Helio Justo, Célia Villela, Selmita, Meire Pavão, Trio Esperança, Golden Boys e tantos outros que já gravavam música jovem mesmo antes do programa existir.

O programa Jovem Guarda foi oficialmente ao ar em 05 de setembro de 1965 (havia sido gravado em 22 de agosto de 1965), transmitido ao vivo para São Paulo e exibido em videotape em cinco capitais e algumas cidades do interior paulista, já que na ocasião não havia rede para cobertura nacional (fitas essas utilizadas depois para a gravação da novela).

A Jovem Guarda foi revolucionária, não na visão política e social da época, mas revolucionária no romantismo, na moda e no comportamento da juventude brasileira. A Jovem Guarda não surgiu do nada – antes foi preciso pavimentar a estrada do rock no Brasil e isso foi feito pelos pioneiros, como já citei, Renato e Seus Blue Caps, Tony e Celly Campello, Carlos Gonzaga, The Jordans, The Jet Black’s, The Youngsters (The Angels), Bolão e seus Rocketes, Demétrius, Betinho e seu Conjunto, Wilson Miranda, George Freedman, Bobby de Carlo, Célia Villela, entre outros. Esse pessoal foi quem deu o pontapé inicial.

A expressão da Jovem Guarda ultrapassou as fronteiras do programa de TV, transformando-se no belíssimo movimento musical que foi além dos anos 60, chegando até por volta de 1974, que foi o ano em que foi lançado o último volume da série de LPs “As 14 Mais” da CBS, coleção que era uma espécie de termômetro do movimento Jovem Guarda.
O nome a princípio seria “Festa de Arromba”, porém depois para diferenciar dos artistas da “Velha Guarda”, o nome foi trocado para “Jovem Guarda”.

O Programa Jovem Guarda exibido pela TV Record canal 7 teve seu início em 22 de agosto de 1965 e em uma primeira fase teve o comando de Roberto Carlos até 17 de janeiro de 1968.

A segunda fase, pós saída de Roberto, foi de 24 de janeiro de 1968 a 16 de junho de 1968, sob o comando de Erasmo Carlos e Wanderléa.

DEPOIMENTOS DE ARTISTAS SOBRE O QUE SIGNIFICOU A JOVEM GUARDA PRA ELES

“A Jovem Guarda significou a minha entrada no hall da fama. Foi o período mais feliz de minha adolescência. Foi um período de, somente, alegria. Era tudo por amor à arte, à música. Gostávamos do que fazíamos, tínhamos sonhos, ideais. O dinheiro era consequência. Levávamos alegria para as diversas cidades por onde passávamos. Estas lembranças são gostosas. Tínhamos amor por nossa arte… pena que voou… passou depressa…” (George Freedman)

“A jovem guarda foi, em minha opinião, o maior movimento musical do país nascido sob a influência dos “BEATLES” assim como de todos os artistas ingleses dos anos 60 que transformaram o rock norte-americano de ELVIS, LITTLE RICHARD, CHUCKY BERRY e até BOBBY DARIN com o seu “SPLISH SPLASH”, o primeiro grande sucesso do Roberto Carlos, gravação da qual tive a honra de participar como guitarrista, mesmo ainda aprendendo a tocar (continuo aprendendo rs.rs.rs.). Graças ao SPLISH SPLASH ocorreu o surgimento da chamada ‘Jovem Guarda’.” (Renato Barros, da banda Renato e Seus Blue Caps)

“A Jovem Guarda foi um programa de TV, que revolucionou todo o cenário artístico musical na década de 60 do qual tenho a honra de ter sido parte integrante.” (Bobby de Carlo)

“DIGAMOS QUE A JOVEM GUARDA FOI O IMPULSO FINAL QUE NOSSA CARREIRA PRECISAVA… ALÉM DA CHANCE DE CONVIVER COM PESSOAS QUE ATÉ ENTÃO ERAM NOSSOS ÍDOLOS… E DE FAZERMOS AMIZADES, QUE ATÉ HOJE CONTINUAM EM NOSSAS VIDAS… NÃO VOU CITAR NOMES (MUITO MEDO DE ESQUECER DE ALGUÉM…) : SÓ UM , POIS FOI RESPONSÁVEL COM SUAS CANÇÕES, QUE A NÓS CONFIOU PARA SERMOS OS PRIMEIROS A GRAVAR E CONSEQUENTEMENTE FAZER SUCESSO…ROBERTO CARLOS.” (Ronald Antonucci, da dupla Os Vips)

“A JOVEM GUARDA A MEU VER, FOI MUITO MAIS DO QUE ESPERAVAM OS RADICAIS DE PLANTÃO… ACHO QUE EM TERMOS DE MOVIMENTO FOI UM DOS MAIORES SENÃO O MAIOR MOVIMENTO MUSICAL DO NOSSO PAÍS… A JG NÃO SIGNIFICOU APENAS O SUCESSO NA ÁREA MUSICAL, MAS TAMBÉM UMA TRANSFORMAÇÃO COMPORTAMENTAL DOS JOVENS DE TODO PAÍS…TEVE SIM, A INFLUENCIA DO ROCK, DE BEATLES NO AUGE DA BEATLEMANIA, MAS ACRESCENTOU BRASILIDADE AOS TEMAS…DAÍ, O GRANDE SUCESSO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL . A INFLUÊNCIA MUSICAL DA JG SE FAZ SENTIR AINDA HOJE EM DIVERSOS ESTILOS MUSICAIS, DO ROCK NACIONAL A OUTROS ESTILOS, COMO A MÚSICA ROMÂNTICA . TODOS COM CERTEZA BEBERAM DA FONTE DESSE FENÔMENO QUE É A JOVEM GUARDA ORA COMPLETANDO 50 ANOS DE EXISTÊNCIA E PERMANECERÁ VIVO , ACOMPANHANDO AS GERAÇÕES QUE SE SUCEDEM AOS JOVENS QUE CURTEM A NOSSA MÚSICA LEVE E MARCANTE, QUE RETRATOU TÃO BEM A ÉPOCA COM REBELDIA, OUSADIA E ROMANTISMO … NUNCA NOS ESQUECENDO DE QUE A TROPICÁLIA FOI O PRIMEIRO MOVIMENTO A ENTENDER A NOSSA PROPOSTA…”. (JERRY ADRIANI)

“A Jovem Guarda tornou público o talento do músico brasileiro e abriu um enorme mercado de trabalho que perdura até hoje…” (Marco Aurélio Carvalho Rocha, da banda The Jordans)

“Éramos alienados???? por quê??? Será porque usávamos outro tipo de comunicação, uma música que vinha de fora????
Eu era um cantor caipira, tentando fazer rock diante da tradicional família Taubateana. Só faltou pintar a polícia. Fomos suspensos por 15 dias no clube. mas não dava para voltar atrás. A Jovem Guarda chegou realmente a mudar minha cabeça, pois eu tive que abdicar do meu topete e assumir o penteado ” lambida de vaca “. fiquei ridículo e parafraseei Shakespeare: “topete or not topete” ???????
Tive que acompanhar o momento para não ser engolido pela onda da Jovem Guarda. Passei um ano e pouco no programa. Emplaquei “Pertinho do Mar”, que não era um rock e sim um twist-jovem guarda. Mas não era fácil. Usar terninhos, aquela disciplina de produção, me revoltei !!!!
Eu só podia cantar uma música, enquanto os “astros (Roberto, Erasmo, Wanderléa…)” cantavam duas, três…
Ensaiei com os Jordans um pot-pourri com três ou quatro músicas, que dariam um total de quase 07 minutos. Como era ao vivo, não puderam me tirar do ar. Na semana seguinte já não estava mais cantando no programa. Eu sou na verdade um produto na primeira safra do Rock Brasileiro. Não Havia inocência nesta época. Havia sacanagem, mas era feita com muuuito amor !!!!” (Tony Campello – uma citação colocada no livro “No Embalo da Jovem Guarda”, de Ricardo Pugialli, lançado em 2000)

George Freedman no Vale do Anhangabaú em São Paulo nos 30 anos da Jovem Guarda Foto: Luiz Avelima “Nesse dia, quase morri.., pressão foi a 23 x 18! Tive um AVC.. (George Freedman)

 

A música brasileira perde Waldemar Mozena, o Risonho dos Incríveis, um dos maiores guitarristas do rock brasileiro!

Lançado em 1962 pelo radialista Antonio Aguillar, Risonho foi integrado aos Clevers como guitarrista da banda.
Havia na Rádio Nacional de São Paulo um programa comandado por Antonio Aguillar, cujo nome era “Ritmos para a Juventude”. No início a banda The Jet Black’s acompanhava os cantores que se apresentavam neste programa, mas com o sucesso, começou a trilhar seu próprio caminho.
Foi então que houve a necessidade de se criar uma banda exclusiva para acompanhar os cantores da época, e Antonio Aguillar criou o grupo The Clevers.
Para integrar seu novo conjunto, Aguillar chamou os músicos Manito, Mingo, Neno e Netinho.
Neno apresentou Waldemar Mozena, guitarrista solo, ao Antonio Aguillar, que o apelidou de “Risonho”, pois o músico sorria muito quando conversavam.
Waldemar era bancário, foi criado em Valparaíso/SP e tocava guitarra nas horas vagas.
Quando entrou para os Clevers, a banda começou a fazer muito sucesso e logo seguiu para a Itália levados pelo empresário de Rita Pavone na época, Teddy Reno, tendo sido designado um empresário brasileiro para acompanha-los no lugar de Antonio Aguillar, que não poderia seguir com a banda devido aos muitos compromissos com seu programa no Brasil.
O grupo fez muito sucesso no exterior e retornou ao Brasil mudando o nome para Os Incríveis.
Risonho estava afastado do grupo já há bastante tempo, devido a sérios problemas de saúde. Morava com a família no interior de São Paulo aonde veio a falecer domingo, dia 04 de agosto de 2019, acometido por um infarto.
Sua morte foi comunicada nas redes sociais por sua esposa Marlene Mozena em 05 de agosto, segunda-feira, cumprindo um pedido do marido…

Como escreveu o radialista Rubens Stone, amigo do artista, “Risonho fez solos maravilhosos em canções como “Perdi Você”, “Minha Oração”, “Não Resta nem Ilusão”, entre tantas outras lindas canções, em especial a obra-prima máxima do rock instrumental brasileiro, a ensolarada “O Milionário”! Entre 1962 e 1970, Risonho gravou diversos trabalhos com o The Clevers e depois, com Os Incríveis. O álbum Para Os Jovens Que Amam Os Beatles e Os Rolling Stones e…Os Incríveis é uma obra-prima do rock e da Jovem Guarda. É o disco que traz a 2ª versão do clássico “O Milionário”, gravado originalmente em 1965. Foi neste belíssimo álbum de 1967, que Risonho imprimiu de maneira sublime a sua marca como guitarrista solo. Bastaria esta gravação e Risonho já seria um dos maiores Guitar Heroes da história. Mas ele gravou muitos outros discos fenomenais, como guitarrista dos Incríveis”.

Risonho solando “O Milionário” no show dos Incríveis em 2010 na cidade de Joinville/SC.


.