Anunciado o lançamento de músicas inéditas de George Harrison: “Early Takes Vol. 1”

Embora seja conhecido pelos fãs como “o Beatle quieto”, George Harrison deixou para trás uma riqueza em discos lendários até sua morte em 2001. Os fãs também tiveram à disposição um número de faixas “demo” não lançadas durante os anos em que não houve lançamentos oficiais, incluindo demos solo gravadas ainda nos últimos dias com os Beatles até o momento de transição para o seu trabalho de estréia que foi o álbum “All Things Must Pass”.

Algumas destas demos, juntamente com outras raridades, serão lançadas nos Estados Unidos dia primeiro de maio, num álbum intitulado “Early Takes Vol. 1”. Será um conjunto de dez canções mostradas no documentário de Martin Scorcese de outubro de 2011 sobre George Harrison, o “Living in the Material World”. Tanto o DVD como as edições em “blu-ray” do documentário estão prontas para serem lançadas no mesmo dia.

Muitas destas faixas parecem ser iguais aquelas lançadas no famoso bootleg Beatle chamado “Beware of ABCKO”, pelo menos uma das quais também aparece no lançamento do Antologia 3 dos Beatles. As colaborações de Harrison com Bob Dylan também são evidenciadas, incluindo um “early take” da faixa escrita por eles em co-autoria, “I`d Have you Anytime” e a demo de Harrison da canção de Dylan, “Mama You Been On My Mind”. Raridades dos últimos álbuns tais como “Thirty Three and 1/3” e “Living in the Material World” também aparecem na coletânea.

A caixa será disponibilizada tanto em vinil como em CD e deverá ser disponibilizada para pré-venda em breve no site Amazon.

Os fãs de Harrison que tiverem iPads também poderão verificar a coleção de guitarras do cantor e compositor com exclusividade em The Guitar Collection: George Harrison`app, disponível pelo iTunes.

Estas serão as músicas pertencentes ao álbum:

1.  My Sweet Lord (demo)
2.  Run Of The Mill (demo)
3.  I’d Have You Any Time (early take)
4.  Mama You’ve Been On My Mind (demo)
5.  Let It Be Me (demo)
6.  Woman Don’t You Cry For Me (early take)
7.  Awaiting On You All (early take)
8.  Behind That Locked Door (demo)
9.  All Things Must Pass (demo)
10. The Light That Has Lighted The World (demo)

The Beatles, The Beat Brothers & Tony Sheridan

Pesquisando sobre o inicio da carreira dos Beatles em Hamburgo, época em que eles fizeram a famosa participação com Tony Sheridan, um cantor de certa fama nos “early sixties”, resolvi criar este tópico a título informativo.

Tony Sheridan

A banda de apoio de Tony Sheridan em Hamburgo, com quem os Beatles compartilharam gravações e apresentações, era a chamada “The Beat Brothers”, cujos integrantes eram:

Colin Milander (bass – baixo)

Johnny Watson (drums – bateria)

Roy Young (organist – órgão)

Rikky Barnes (sax – saxofone)

Era uma banda jazzística e em algumas apresentações chamaram Ringo Starr, dos Hurricanes, para tocar na bateria com eles.

Separei algumas fotos da época e também de capas do disco contendo as canções de Tony Sheridan e os Beatles (The Beat Brothers)

Dezembro de 1962, Ringo na bateria acompanhando Tony Sheridan e sua banda de apoio, The Beat Brothers

Dezembro de 1962 - Ringo na bateria acompanhando Tony Sheridan e sua banda de apoio, The Beat Brothers, com Tony Sheridan

Março de 1962 – Ringo deixou os Hurricanes para tocar bateria com Tony Sheridan e The Beat Brothers em Hamburgo; não gostou e retornou para os Hurricanes

Março de 1962 - Ringo deixou os Hurricanes para tocar bateria com Tony Sheridan e The Beat Brothers em Hamburgo; não gostou e retornou para os Hurricanes

Tony sheridan and The Beat Brothers

Tony sheridan and The Beat Brothers

George, John e Tony Sheridan (Paul atrás, ao piano) – Tony and the Beatles

Tony Sheridan and the Beatles: George, John e Tony Sheridan (Paul atrás, ao piano)

Capa do disco: Tony Sheridan foi substituído na capa pelos Beatles

Tony Sheridan foi substituído na capa pelos Beatles

The Beatles - This Is The-Savage Young Beatles

The Beatles & The Beat Brothers – Early Tapes of the Beatles – Foto da Capa 1

The Beatles & The Beat Brothers - Early Tapes of the Beatles - Foto 1

The Beatles & The Beat Brothers – Early Tapes of the Beatles – Foto da Capa 2

The Beatles & The Beat Brothers - Early Tapes of the Beatles

Reunindo uma combinação de fatos através de vídeos e documentários que assisti sobre os Beatles, descobri que o produtor alemão Bert Kaempfert, da Polydor alemã, já tinha idéia de gravar os Beatles. Inclusive foi este produtor quem trouxe os Beat Brothers para a Alemanha, e lá houve o encontro deles com Tony Sheridan, e passaram a ser sua banda de apoio, como já vimos acima.
Este produtor tinha uma casa de shows em Hamburgo e começou a contratar algumas bandas de Liverpool. Nessa época Tony Sheridon já fazia algum sucesso por lá.
Esta casa veio a se chamar Star Club.
Os Beat Brothers tocavam com Tony Sheridon na casa de espetáculos chamada Blue Angels, e algumas vezes os músicos que o acompanhavam eram substituídos.
Allan Williams levou os Beatles para Hamburgo e quando chegaram lá, foram para o Indra Club e depois para o Top Ten Club, por que receberam uma grande proposta para serem contratados neste clube, desrespeitando o contrato com o Indra. Foi aí que o dono até chamou a polícia, denunciando George por ser menor de idade.
Bert Kaempfert, sabendo dos Beatles, fez um contrato para que eles tocassem também com o Tony Sheridan. A Polygram alemã não achou nada de especial neles, e o primeiro LP, chamado The Swing, saiu com o nome de Tony Sheridan & The Beat Brothers, sendo o carro chefe a música My Bonnie – lançado em novembro de 1961.
Descobriu-se depois que eram os Beatles quem tocavam e faziam backing vocal em My Bonnie. Há várias estórias a respeito desta constatação, como aquela do rapaz que foi à loja de Brian e pediu o disco.
No meio das gravações, os Beatles demonstraram a Bert que sabiam a que vieram, e gravam Ain´t she Sweet e Cry for a Shadow, porém estas gravações não foram aproveitadas.

Não foi uma atitude muito digna da parte da gravadora Polydor alemã, que desprezou o lançamento do disco, mas logo depois, lançou o LP cujo nome era The Beatles First, contendo na capa somente os Beatles, apenas citando o nome de Tony Sheridan, e em seguida, em 06 de janeiro de 1962, sai o compacto contendo My Bonnie e The Saints pela Polydor alemã.
Bert Kaempfert não gostou e foi então que saiu do projeto.

Nesta foto eles já eram The Beatles!

Capa do disco (frente e verso)

Capa do disco - frente

Contracapa do disco

The Beat Brothers Colin Melander, Peter Wharton, Tony Sheridan e Rick Hardy († 2006) – Foto recente

The Beat Brothers: Colin Melander, Peter Wharton, Tony Sheridan e Rick Hardy († 2006)

Segue um video com canções de Tony Sheridan, com a participação dos Beatles

01 – WhY (Can`t You Love me Again)
02 – Cry For a Shadow
03 – Let`s Dance
04 – Ya , Ya
05 – What`d I Say
06 – Ruby Baby
07 – Take Out Some Insurance
08 – Sweet Georgia Brown

The Beatles aprovam este tópico!!! hahaha

Tópico Relacionado: “A Importância de Hamburgo”

Nota: Tony Sheridan faleceu em 16 February 2013, aos 73 anos.

Nota postada em sua fan page no Facebook, pela família:

“Tony Sheridan,
Our beloved father and friend!
Thank you for your love and inspiration.
You left us today at 12:00 pm.

Your loving family,
Wendy, Bennet, Felim, Amber and Arunima
Rosi and Ricky
The close family and friends”

R.I.P. Tony Sheridan!

Fatos e Fotos sobre a História dos Beatles – “Early Years” – PARTE II

Este ano de 2012 faz 50 anos que a Beatlemania tomou conta do mundo, e os Beatles estavam ainda no topo quando em 10 de abril de 1970 Paul McCartney anunciou que eles estavam se separando!
Em homenagem aos 50 anos com a Beatlemania, e 42 anos desta triste data para os fãs da Banda, é que vou escrever aqui um pouco dos “early years” na vida dos Beatles, com ilustrações da trajetória dos FAB FOUR, mostrando em rápidas pinceladas um pouco daquela época, quando tudo começou…

LINK PARA A PARTE I

22 Agosto 1962 – John Lennon no The Cavern Club

22 Agosto 1962 – The Cavern Club

22 Agosto 1962 - The Beatles no The Cavern Club

22 Agosto 1962 - The Cavern Club

22 Agosto 1962 - Paul McCartney - The Cavern Club

22 Agosto 1962 - The Cavern Club

4 de Setembro de 1962 - Albert Dock, Liverpool

4 de Setembro de 1962 - Albert Dock, Liverpool

4 de Setembro de 1962 - Albert Dock, Liverpool

4 de Setembro de 1962 - Albert Dock, Liverpool

4 de Setembro de 1962 - Albert Dock, Liverpool

04 Setembro 1962 – warehouse

04 Setembro 1962 – warehouse

04 Setembro 1962 – warehouse

04 Setembro 1962 – warehouse

04 Setembro 1962 – warehouse

04 Setembro 1962 – warehouse

04 Setembro 1962 – warehouse

04 Setembro 1962 – warehouse

10 Setembro 1962 - Rushworths's Music - George e John comprando novos violões - Na foto, com Bob Hobbs e John Rushworth

04 Setembro 1962 - E.M.I. Studios - Abbey Road NW8 - gravando Love me Do/PS I Love You

04 Setembro 1962 - E.M.I. Studios - Abbey Road NW8 - gravando Love me Do/PS I Love You

04 Setembro 1962 - E.M.I. Studios - Abbey Road NW8 - gravando Love me Do/PS I Love You

04 Setembro 1962 - E.M.I. Studios - Abbey Road NW8 - gravando Love me Do/PS I Love You

04 Setembro 1962 - E.M.I. Studios - Abbey Road NW8 - gravando Love me Do/PS I Love You

04 Setembro 1962 - E.M.I. Studios - Abbey Road NW8 - gravando Love me Do/PS I Love You

04 Setembro 1962 - E.M.I. Studios - Abbey Road NW8 - gravando Love me Do/PS I Love You

04 Setembro 1962 - E.M.I. Studios - Abbey Road NW8 - gravando Love me Do/PS I Love You

05 Setembro 1962 - Dawn Adams entrevista os Beatles

05 Setembro 1962 - Dawn Adams entrevista os Beatles

5 Setembro 1962 - Speke Liverpool Airport

12 Outubro 1962 - The Tower Ballroom - Os Beatles com Little Richard

Outubro 1962 - Paul em frente a sua casa

Outubro 1962 - Paul e John ensaiando

Outubro 1962 - Paul e John ensaiando na casa de Paul na 20 Forthlin Road.

Outubro de 1962 - entrevistados por Monty Lister para o programa "Sunday Spin 27"

14 Novembro 1962 - Astrid Studios - Hamburg - Paul McCartney

14 Novembro 1962 - Astrid Studios - Hamburg - John Lennon

14 November 1962 - Astrid's Studios – Hamburg

14 November 1962 - Astrid's Studios – Hamburg

14 November 1962 - Astrid's Studios – Hamburg

14 November 1962 - Astrid's Studios – Hamburg

15 Dezembro 1962 - Majestic Ballroom

15 Dezembro 1962 - Majestic Ballroom

15 Dezembro 1962 - Majestic Ballroom- Bill Murray dá o prêmio "The Mersey Beat Poll"

15 Dezembro 1962 - Majestic Ballroom- Bill Murray dá o prêmio "The Mersey Beat Poll"

15 Dezembro 1962 - Majestic Ballroom- Brian discursa

15 Dezembro 1962 - Majestic Ballroom

Star-Club - Hamburgo

31 Dezembro 1962 - The Star Club - Poster do Show

31 Dezembro 1962 - The Star Club

31 Dezembro 1962 - The Star Club

Janeiro de 1963 - The Cavern Club - Paul, John, Ray McFall e Cinthya Lennon

10 Janeiro 1963 - The Grafton Ballroom

10 Janeiro 1963 The Grafton Rooms

George Harrison

11 January 1963 - The Cavern Club

11 January 1963 - The Cavern Club

12 Janeiro 1963 - Invicta Ballroom

16 Janeiro 1963 - Tv Granada - cantando "Ask me Why" (nunca foi lançado devido aos óculos que John usava na apresentação)

17 January 1963 - The Cavern Club

17 January 1963 - The Cavern Club

17 January 1963 - The Cavern Club

17 January 1963 - The Cavern Club

21 Janeiro 1963 - E.M.I. House

22 Janeiro 1963 - Primeiros Logos dos Beatles, feitos por Tex O'Hara

22 Janeiro 1963 - Primeiros Logos dos Beatles, feitos por Tex O'Hara

22 Janeiro 1963 - Primeiros Logos dos Beatles, feitos por Tex O'Hara

24 January 1963 - NEMS Record Store - The Beatles divulgam seu single "Please Please me"

24 January 1963 - NEMS Record Store - The Beatles divulgam seu single "Please Please me"

24 January 1963 - NEMS Record Store - The Beatles divulgam seu single "Please Please me" e autografam o compacto

24 January 1963 - NEMS Record Store - The Beatles divulgam seu single "Please Please me" e autografam o compacto

OUT NOW

10 Fevereiro 1963 - George Harrison com fans

10 Fevereiro 1963 - Paul autografa para uma fã

10 Fevereiro 1963 - John Lennon com uma fã

10 Fevereiro 1963 - Beatles passeiam em Londres no auge do sucesso do single "Please Please Me".

12 Fevereiro 1963 - Azena Ballroom Geadless - Cartaz do show dos Beatles

12 Fevereiro 1963 - Azena Ballroom Geadless

12 Fevereiro 1963 - Astoria Ballroom

12 Fevereiro 1963 - Astoria Ballroom

12 Fevereiro 1963 - Astoria Ballroom

12 Fevereiro 1963 - Astoria Ballroom

12 Fevereiro 1963 - Astoria Ballroom

17 Fevereiro 1963 - Teddington Studio Center (cantando PS I Love You)

17 Fevereiro 1963 - Thank you Lucky Stars - com Bill Futy

19 Fevereiro 1963 - The Cavern Club

19 Fevereiro 1963 - The Cavern Club

19 Fevereiro 1963 - The Cavern Club

19 Fevereiro 1963 - Paul e John no The Cavern Club

19 Fevereiro 1963 - No The Cavern Club

19 Fevereiro 1963 - The Cavern Club

19 Fevereiro 1963 - Liverpool

05 Março 1963 - E.M.I Home

FONTE: Pesquisa fotográfica realizada por Johnny di Botafogo em The Savage Young Beatles

Matérias Relacionadas e já publicadas neste Blog:

1) Convivendo há mais de 50 anos com a Beatlemania!

2) Os Apelidos e Pseudônimos dos Fab Four

3) Liverpool planeja festividades para comemorar os 50 anos da estréia dos Beatles no Cavern Club

LINK PARA A PARTE III

Fatos e Fotos sobre a História dos Beatles – “Early Years” – Parte III

Este ano de 2012 faz 50 anos que a Beatlemania tomou conta do mundo, e os Beatles estavam ainda no topo quando em 10 de abril de 1970 Paul McCartney anunciou que eles estavam se separando!
Em homenagem aos 50 anos com a Beatlemania, e 42 anos desta triste data para os fãs da Banda, é que vou escrever aqui um pouco dos “early years” na vida dos Beatles, com ilustrações da trajetória dos FAB FOUR, mostrando em rápidas pinceladas um pouco daquela época, quando tudo começou…

LINK PARA A PARTE I

LINK PARA A PARTE II

05 Março 1963 - E.M.I. Studios - Manchester Square - Abbey Road NW8 - Londres - com Dick James e George Martin

05 Março 1963 - E.M.I. Studios - George Martin, Dick James e Brian Epstein

05 Março 1963 - Nas escadas dos E.M.I. Studios - Manchester Square - Abbey Road NW8 – Londres

05 Março 1963 - E.M.I. Studios - 5 Março 1963 - E.M.I. Studios - Manchester Square - Abbey Road NW8

05 Março 1963 - E.M.I. Studios - Manchester Square - Abbey Road NW8 – Londres

05 Março 1963 - E.M.I. Studios - Manchester Square - Abbey Road NW8 - Londres - Beatles reunidos para gravarem "From me to you", "Thank you Girl" e "One After 909"

05 Março 1963 - E.M.I. Studios - Manchester Square - Abbey Road NW8 - Londres - Beatles gravando "From me to you", "Thank you Girl" e "One After 909"

05 Março 1963 - E.M.I. Studios - Manchester Square - Abbey Road NW8 - Londres - Beatles gravando "From me to you", "Thank you Girl" e "One After 909"

05 Março 1963 - E.M.I. Studios - Manchester Square - Abbey Road NW8 - Londres - Beatles gravando "From me to you", "Thank you Girl" e "One After 909"

08 Março 1963 - Apresentação no Royal Albert Hall

08 Março 1963 - Royal Albert Hall

25 Março 1963 - Horner Brothers barbershop - Beatles cortam o cabelo

25 Março 1963 - Horner Brothers barbershop - Ringo corta o cabelo

25 Março 1963 - Horner Brothers barbershop - George corta o cabelo

25 Março 1963 - Horner Brothers barbershop - John corta o cabelo

25 Março 1963 - Horner Brothers barbershop - Paul corta o cabelo

25 Março 1963 - Horner Brothers barbershop - Bom Humor "Beatle" ao cortarem os cabelos

25 Março 1963 - Horner Brothers barbershop - Beatles cortando o cabelo

25 Março 1963 - No The Cavern Club

25 Março 1963 - 20 Forthlin Road - endereço de Paul em Liverpool

25 Março 1963 - Allerton Golf,Liverpool

25 de março de 1963 - Allerton Golf, Liverpool

25 de março de 1963 - Allerton Municipal Golf Club, Liverpool

25 Março 1963 - Allerton Golf, Liverpool

25 Março 1963 - Allerton Golf, Liverpool

25 Março 1963 - Allerton Golf, Liverpool

25 Março 1963 - Allerton Golf, Liverpool

25 Março 1963 - Allerton Golf, Liverpool

31 Março 1963 - The Tower Ballroom - com Tommy Roe e Chris Montez

Os Beatles em março de 1963

04 Abril 1963 - The Beatles são homenageados pela "Stowe School" onde fazem um show às 17:30h no salão da escola "Roxburg Hall"

04 Abril 1963 - The Beatles são homenageados pela " Stowe School" onde fazem um show às 17:30 hrs no salão da escola "Roxburg Hall"

04 Abril 1963 - The Beatles são homenageados pela " Stowe School" onde fazem um show às 17:30 hrs no salão da escola "Roxburg Hall"

04 Abril 1963 - The Beatles são homenageados pela "Stowe School" onde fazem um show às 17:30 hrs no salão da escola "Roxburg Hall"

04 Abril 1963 - The Beatles são homenageados pela " Stowe School" onde fazem um show às 17:30 hrs no salão da escola "Roxburg Hall"

04 Abril 1963 - The Beatles são homenageados pela " Stowe School" onde fazem um show às 17:30 hrs no salão da escola "Roxburg Hall"

04 Abril 1963 - The Beatles são homenageados pela " Stowe School" onde fazem um show às 17:30 hrs no salão da escola "Roxburg Hall"

04 Abril 1963 - The Beatles são homenageados pela " Stowe School" onde fazem um show às 17:30 hrs no salão da escola "Roxburg Hall"

05 Abril 1963 - Beatles recebem disco de platina pela vendagem do Lp "Please Please me" - E.M.I. House

10 Abril 1963 - The Majestic Ballroom

10 Abril 1963 - The Majestic Ballroom

10 Abril 1963 - The Majestic Ballroom

10 Abril 1963 - The Majestic Ballroom

10 Abril 1963 - The Majestic Ballroom

14 Abril 1963 - Thank you Lucky Stars

14 Abril 1963 - Thank you Lucky Stars (Beatles no backstage com as garotas)

18 Abril 1963 - The Royal Albert Hall

18 Abril 1963 - The Royal Albert Hall

19 Abril 1963 - BBC Tapes

19 Abril 1963 - BBC

21 Abril 1963 - Pigalle Club - com os The Castaways

21 Abril 1963 - Empire Club

24 Abril 1963 - Majestic Ballroom

24 Abril 1963 - Majestic Ballroom

26 Abril 1963 - Music Hall (backstage)

26 Abril 1963 - Music Hall (backstage)

26 Abril 1963 - Music Hall (backstage)

26 Abril 1963 - Music Hall (backstage)

26 Abril 1963 - Music Hall (backstage)

11 Maio 1963 - Imperial Ball Room

12 Maio 1963 - Thank Your Lucky Stars - Eles tocam From me to You

12 Maio 1963 - Thank Your Lucky Stars - Eles tocam From me to You (imagens nunca lançadas devido aos óculos de John Lennon)

17 Maio 1963 - Grosvenor Room Ticket

17 Maio 1963 - Grosvenor Room

04 Junho 1963 - Ringo - Town Hall

04 Junho 1963 - Paul - Town Hall

14 Junho 1963 - Tower Ballroom

07 Julho 1963 - ABC Cinema – Blackpool

08 Julho 1963 - Winter Gardens

08 Julho 1963 - Winter Gardens

19 Julho 1963 - John Lennon - Ritz Ballroom, North Wales

02 Agosto 1963 - Grafton Rooms, Liverpool

05 Agosto 1963 - Abbotsfield Park, Lancashire

05 Agosto 1963 - Abbotsfield Park, Lancashire

06 Agosto 1963 - Springfield Ballroom, Jersey

19 Agosto 1963 - Gaumont Cinema, Bournemout

19 Agosto 1963 - Gaumont Cinema, Bournemout

15 Setembro 1963 - Royal Albert Hall

19 Outubro 1963 - Pavillion Gardens, Buxton

29 Outubro 1963 - Sporthalen, Eskilstuna, Sweden

28 Outubro 1963 - Borashalen, Boras, Sweden

27 Outubro 1963 - Circus, Goteborg, Sweden

27 Outubro 1963 - Kungliga Tenishalen, Stockholm, Sweden

27 Outubro 1963 - Kungliga Tenishalen, Stockholm, Sweden

25 Outubro 1963 - Karlstad, Sweden

25 Outubro 1963 - Karlstad, Sweden

25 Outubro 1963 - Karlstad, Sweden

29 Outubro 1963 - Borashalen, Boras, Sweden

Pete Best com a Lee Curtis and All Stars

The Pete Best Band

The Pete Best Four

06 Novembro 1963 - ABC Cinema - North Hampton (backstage)

06 Novembro 1963 - ABC Cinema - North Hampton

20 Novembro 1963 - ABC Cinema , Manchester

07 Dezembro 1963 - The Impire Theatre – Liverpool

07 Dezembro 1963 - The Impire Theatre – Liverpool

02 Dezembro 1963 - Grosvenor House Hotel

02 Dezembro 1963 - Grosvenor House Hotel

21 Dezembro 1963 - Gaumont Cinema, Bradford

THE END

Pesquisa fotográfica realizada por Johnny di Botafogo em The Savage Young Beatles

Tópicos Relacionados e já publicados neste Blog:

1 – Convivendo há mais de 50 anos com a Beatlemania!

2 – Os Apelidos e Pseudônimos dos Fab Four

3 – Liverpool planeja festividades para comemorar os 50 anos da estréia dos Beatles no Cavern Club

Fatos e Fotos da História dos Beatles – “Early Years” – PARTE I de III

Este ano de 2012 faz 50 anos que a Beatlemania tomou conta do mundo, e os Beatles estavam ainda no topo quando em 10 de abril de 1970 Paul McCartney anunciou que eles estavam se separando!
Em homenagem aos 50 anos com a Beatlemania, e 42 anos desta triste data para os fãs da Banda, é que vou escrever aqui um pouco dos “early years” na vida dos Beatles, com ilustrações da trajetória dos FAB FOUR, mostrando em rápidas pinceladas um pouco daquela época, quando tudo começou…

No ano de 1956 John Lennon era um aluno da escola chamada Quarry Bank School em Liverpool, e adorava tocar Skiffle com seus companheiros.

Nesta época Paul McCartney chorava a morte de sua mãe Mary e estudava em outro colégio de Liverpool, onde também estudava seu colega George Harrison, 9 meses mais novo que ele.

Em 1957 John Lennon decidiu formar um grupo de Skiffle e formou o grupo “The Blackjacks”, porém, este nome durou apenas uma semana e John usou o nome da escola como inspiração para criar “The Quarry Men” em março de 1957.

The Black Jacks

Não é surpresa portanto Pete Shotton ser o primeiro musico que o jovem Winston intimidaria a aprender a tocar um instrumento para entrar em “sua” banda. O duo consistia de John Lennon num violão com quatro cordas e Pete Shotton tocando esfregão com dedal, instrumento tão na moda no skiffle. Nascia assim, perto do final de 1956, The Black Jacks Skiffle Group. O nome veio graças ao fato que os dois sempre tocavam de jeans negro. Inicialmente muito satisfeito com sua realização musical, aprendendo números de Lonnie Donnegan e alguns outros sucesso da época, Lennon rapidamente percebia a necessidade de ter mais componentes. Com mais gente na banda, trazendo um maior número de instrumentos e assim aumentando a carga sonora do grupo (em outras palavras, fazendo mais barulho), poderiam, quem sabe, atrair mais a atenção de um público hipotético.

Com duas semanas de existência, the Black Jacks teria o acréscimo de Eric Griffths, que ganhara um violão novo de presente do seus pais, e Bill Smith tocando um baixo improvisado, feito de cabo de vassoura, corda e um caixote de chá pintado de preto. Os dois são amigos de Lennon da escola. Griffths e Lennon foram juntos ter aulas de violão com um tutor mas abandonaram na segunda aula. Acabaram tendo suas aulas de Julia Lennon mãe de John, que afinava os instrumentos para os dois e lhes ensinaou acordes de banjo. Este núcleo inicial da banda tocava geralmente em festas. Outros meninos se juntavam aos quatro, esporadicamente participando da formação, mesmo que, em alguns casos, durando apenas um ensaio.

Com a moda do skiffle se alastrando e crianças em todos os cantos buscando instrumentos para montarem suas bandas, o Natal de 1956 foi marcado pela quantidade de instrumentos musicais que foram presenteados pelos pais. É o caso de Colin Hanton e Rod Davis, respectivamente ganhando uma pequena bateria, e um banjo. Hanton e Griffths se conheciam de jogar futebol de rua na vizinhança. Quando soube que Hanton tinha ganho uma bateria, foi convidado para entrar na banda.

Rod Davis, o bom aluno entre eles, depois de tentar tocar o violino e o ukulele, acabou se acertando com o banjo. Mal começou a se gabar do presente que seria rapidamente convidado por Griffths a entrar para o grupo. Portanto o ano de 1957 começa com este grupo de skiffle na sua formação completa: John cantava e tocava guitarra, Colin Hanton tocava bateria, Eric Griffiths tocava guitarra, Pete Shotton tocava no “washboard”, Rod Davis no banjo e Bill Smith no baixo (bass). Bill logo foi substituído por Ivan Vaughan.

The Quarry Men – 06 de Julho de 1957 – St. Peter’s Woolton Garden – John Lennon e Eric Griffths nos violões, Pete Shotton no esfregão e dedal, Rod Davis no banjo, Len Garry no baixo improvisado e Colin Hanton na bateria.

Uma gravação feita em 06 de julho de 1957 em St. Peter’s Church Hall – Woolton, Liverpool, England.

The Quarry Men – 6 de Julho de 1957 – St. Peter’s Woolton Garden – John Lennon e Eric Griffths nos violões, Pete Shotton no esfregão e dedal, Len Garry no baixo improvisado e Colin Hanton na bateria.

Primeiras gravações dos The Quarrymen: Eric Griffiths, Colin Hanton, Rod Davis, John Lennon, Pete Shotton & Len Garry.

Saturday 6 July 1957 – St. Peters Church Field – Garden Fete, Woolton Parish Church – Liverpool, England

Cartaz do show dos The Quarry Men – 6 Julho de 1957

The Eddie Clayton Skiffle Group – 1957 – Ringo na bateria

Em 1957 um amigo em comum apresenta Paul a John e aí começa o sonho…

Era 06 de julho de 1957 e Ivan Vaughan convidou Paul McCartney para assistir uma apresentação de uma banda na Igreja de Woolton Parish. O rapaz de 15 anos foi apresentado ao garoto de 16 e tem início ali uma parceria única: Lennon & McCartney!

Paul toca “Twenty Flight Rock”, de Eddie Cochran, e John fica encantado com ele.

Twenty Flight Rock com Eddie Cochran

E com Paul McCartney

Retrato de como foi o encontro entre John e Paul na noite do dia 06 de Julho de 1957

Paul entra para o The Quarry Men – 23 de Novembro de 1957 – New Clubmoor Hall, Liverpool

Paul fala para John que tem um amigo que sabia tocar “Raunchy” e George Harrison é aceito no grupo. Os integrantes do The Quarry Men agora passam a ser em número de sete, com Paul na guitarra e vocais, John Lowe ao piano e George Harrison na guitarra e vocais. Em breve Griffiths e outros membros iriam sair, ficando a banda com o número de cinco integrantes. O grupo aparecia em muitos locais de disputa de talentos, mas faziam muito poucas apresentações.George entra para o The Quarry Men – 1958

The Quarry Men – 1958

The Quarry Men – Dezembro de 1958

Cartão de visitas dos “The Quarry Men”

The Quarry Men – 29 de Agosto de 1959 – Casbah Club – Paul, John, Cinthya Powell (sentada) e um casal de amigos:

A primeira coisa que gravaram foi a música “That´ll be the Day”, de Buddy Holly, e eles estavam sempre no Clube Jacaranda em Liverpool, que era um clube onde todos se encontravam.

Nesta época John Lennon tinha um amigo que estudava com ele na chamada Liverpool College of Art. Era Stuart Sutcliffe, e sua entrada nos Beatles deu-se pela amizade que havia entre os dois.

Stu era um jovem interessado em pintura e, ao receber 75 libras com a venda de algumas de suas obras, perguntou a John o que ele poderia fazer com aquele dinheiro, e a resposta foi: “um baixo Hoffner”!

Stu foi convencido por John a comprar um contrabaixo elétrico e entrar para os Beatles, porém não sabia tocar nenhuma nota. Seu estilo musical era limitado e, sendo algo que o incomodava, era comum vê-lo tocando de costas para o público.

A banda de John Lennon foi trocando de nomes, sendo alguns os seguintes:

1956 – The Black Jacks Skiffle Group

1957 – The Quarry Men Skiffle Group (março)

The Rainbow

1958 – Johnny & The Moondogs

1960:

– The Beatals (janeiro a março)

– The Nerk Twins – John e Paul em Berkshire (abril)

– The Silver Beetles, numa audição realizada c/ Larry Parnes (maio)

– The Silver Beats, p/ usarem nas apresentações contratadas por Larry Parnes*

– The Silver Beetles, na primeira excursão oficial do grupo, na Escócia*

– The Silver Beatles (junho)

– The Beatles (durante a 2ª viagem a Hamburgo)

Foi quando John tinha 12 anos que ele teve uma visão que deu origem ao nome “Beetles” = Besouros.

Paul conta que viu o filme “O Selvagem” e alguns personagens eram chamados de “beetles”.

The Silver Beatles – 1960 – John, Paul e ao fundo, Tomas Moore na bateria

The Silver Beatles – 1960 – John, Paul e George e ao fundo, Tomas Moore na bateri

Rory Storm and The Hurricanes, a antiga banda de Ringo Starr – 3 de Maio de 1960

The Silver Beatles – 10 de Maio de 1960 – Wyven Social Club, Liverpool. Stu, John, Paul, George e Johnny Hutchinson na bateria

A banda foi convidada pelo empresário Allan Williams para uma turnê em Hamburgo.

Eles então precisavam de um baterista e George Harrison lembrou que havia um rapaz chamado Pete Best que tinha uma bateria.

Não há muitos registros sobre a banda a que pertencia Pete Best antes de ser convidado a entrar para os Beatles, mas era a “The Black Jacks”, mesmo nome da banda de John Lennon antes de se chamar “The Quarry Men”.

A mãe de Pete, Mona Best, comprou um kit Premier na loja Blackler’s Music. Assim, Pete pode formar seu próprio grupo, já que todos os garotos estavam formando um.

O nome de seu conjunto era ” The Black Jacks”, com Chas Newby* (baixo), Bill Barlow (guitarra) e Ken Brown (guitarra). Logo o grupo estava fixo no Casbah Club, de sua mãe Mona.

Pete foi chamado e foi com eles para Hamburgo, uma cidade alucinante, onde imperava o pecado…

Foi lá que eles começaram a tomar “Preledin”, que era o que os mantinham acordados e dispostos para trabalhar em cima de um palco durante 7/8 horas seguidas.

George conta que nesta época Pete Best deixou muito a desejar, e desagradou muito a eles.

Foi então que chamaram Ringo Starr, que ia e vinha entre uma banda e outra.

The Beatles – 17 de Agosto de 1960 – no Indra Club, Hamburgo – Paul, John, George, Stu e Pete Best

The Beatles no Indra Club, Hamburg – 17 de Agosto de 1960 – George, John, Paul, Stu e Pete Best

The Beatles no Indra Club, Hamburg – 17 de Agosto de 1960 – John, George, Pete, Paul e Stu

Rory Storm and The Hurricanes – Setembro de 1960

The Bealtles – Novembro de 1960 – Hamburg

Paul (com Stu ao fundo) – Novembro de 1960 – Hamburgo

John (com Stu ao fundo) – Novembro de 1960 – Hamburgo

Paul e George – Novembro de 1960 – Hamburg

George Harrison e Johnny Gentle – 1960 – Blues Angels

George, Stu e John – Novembro de 1960 – Hamburgo

The Beatles – Novembro de 1960 – carroceria de um caminhão de um circo de Hamburgo – Pete, George, John, Paul e Stu

Cartaz de um show dos Beatles – 12 de Fevereiro de 1961

09 de Dezembro de 1961 – The Palais Ballroom

10 de Novembro de 1961 – The Tower Ballroom: Beatles, Tony Sheridan, Rory Storm e outras bandas

8 de Dezembro de 1961 – The Tower Ballroom

The Cavern Club – 8 Dezembro 1961

The Tower Ballroom – 10 Novembro 1961 – Paul McCartney

The Tower Ballroom – 10 Novembro 1961 – Paul McCartney

Jurgen Volmer (fotógrafo dos Beatles) e Paul McCartney – Paris 14 Outubro 1961

14 de Outubro de 1961 – John Lennon em Paris

Cartaz do show “Operation Big Beat” 10 de Novembro de 1961 – The Tower Ballroom

The Cavern Club – Novembro 1961 – Paul, John, Pete e George

10 de Novembro de 1961 – The Tower Ballroom

24 Novembro 1961 – The Tower Ballroom com o cantor Davyl Jones

24 Novembro 1961 – The Tower Ballroom com o cantor Davyl Jones

The Jet Five – Dezembro de 1961 – St Luke’s

The Cavern Club – 8 Dezembro 1961

The Cavern Cub – 8 Dezembro de 1961 – com o cantor Davyl Jones

The Cavern Cub – 8 Dezembro de 1961 – com o cantor Davyl Jones

09 de Dezembro de 1961 – The Tower Ballroom

09 de Dezembro de 1961 – The Tower Ballroom

Albert Marrion Studios – 17 Dezembro 1961

Albert Marrion Studios – 17 Dezembro 1961

Albert Marrion Studios – 17 Dezembro 1961

Dezembro de 1961 – John e Paul

Albert Marrion Studios – 17 Dezembro 1961 – Ringo e George

01 de Janeiro de 1962 – Beatles são eleitos a melhor banda de Liverpool

07 de Março de 1962 – cartaz do show no BBC Theatre Playhouse (autografados pelos Beatles)

17 Março 1962 – Paul com sua namorada Dorothy Rhone na festa de Joan McEvoy

17 Março 1962 – Festa na casa de Joan McEvoy com os Beatles e amigos

29 Março de 1962 – Fotos promocionais

29 de Março de 1962 – The Odd Spot – Pete Best

29 de Março de 1962 – The Odd Spot – George Harrison e Paul McCartney

29 de Março de 1962 – The Odd Spot – George Harrison e Paul McCartney

29 Março de 1962 – Fotos promocionais

29 Março de 1962 – Fotos promocionais

29 de Março de 1962 – The Odd Spot – Paul McCartney

5 de Abril de 1962 – an evening with John, George, Paul e Pete – The Cavern Club – Cartaz do show

05 de Abril de 1962 – uma noite com John, George, Paul e Pete – Poster

05 de Abril de 1962 – carteirinha de uma fã dos Beatles

5 de Abril de 1962 – Uma noite com John, George, Paul e Pete

05 de Abril de 1962 – Uma noite com John, George, Paul e Pete – (Paul na bateria)

10 Abril de 1962 – Morre Stu Sutcliffe, ex-baixista dos Beatles

31 Maio de 1962 – Hamburg – George Harrison

31 Maio de 1962 – Hamburg – John Lennon

31 Maio de 1962 – Hamburg – George Harrison

31 Maio de 1962 – Hamburg – John Lennon

31 Maio de 1962 – Hamburg – John Lennon

31 Maio de 1962 – Hamburg – John Lennon

The Star Club – 31 Maio 1962 – The Star Club

The Star Club – 31 Maio de 1962 – Paul McCartney

The Star Club – 31 Maio de 1962 – Pete Best, John Lennon, Paul McCartney e George Harrison

The Star Club – 31 Maio de 1962 – Pete Best

The Star Club – 31 Maio de 1962 – Paul McCartney

The Star Club – 31 Maio de 1962 – John Lennon

The Star Club – 31 Maio de 1962 – Gene Vicent, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Pete Best

2 Junho de 1962 – Aeroporto de Hamburgo (Paul, Pete e George, de costas)

03 de Junho de 1962 – The Cavern Club – Paul e Pete

06 Junho 1962 – Paul e John no The Cavern Club

06 Junho 1962 – Ringo é contratado para gravar com os Beatles, mas Pete continua sendo o baterista dos Beatles para os Shows.

11 de Junho 1962 – BBC Playhouse Theatre (Ringo está na bateria)

21 Junho 1962 – The Tower Ballroom – com os amigos Delbert McLinton e Bruce Channel

21 de Junho 1962 – The Tower Ballroom – backstage (John, Paul, Pete e George)

01 de Julho 1962 – The Cavern Club – John Lennon, Paul McCartney e Gene Vicent

06 Julho 1962 – Royal Iris Riverboat, Liverpool – Paul, Pete e John

06 Julho 1962 – Paul John e George

Julho de 1962 – Paul McCartney

27 Julho 1962 – The Tower Balroom

27 Julho 1962 – cartaz do show de Joe Brown com Os Beatles e outras bandas de Liverpool

Em 16 Agosto 1962 – Pete Best é demitido dos Beatles.

Quando ainda estavam em Hamburgo, Paul começou a se desentender com Stu. George Harrison conta que precisavam de um baixista para colocar em seu lugar, porém ele não queria o cargo, John Lennon também não, então Paul aceitou ser o baixista da banda.

Voltaram a Liverpool e lá a moda do momento eram os “The Shadows”, e todos os conjuntos queriam copiá-los.

Havia também a necessidade de locomoção na cidade, carregando todos os instrumentos, então Pete Best indicou Neil Aspinall para fazer o transporte deles.

Seguem se apresentando e tocam “Long Tall Sally”:

E eis que um rapaz vai até uma loja de discos em Liverpool e pede ao dono o disco “My Bonnie”, dos Beatles! O dia era 28 de outubro de 1960 e o rapaz, Raymond Jones.

A loja era de Brian Epstein, que não conhecia a música – Brian vai então assistí-los no Cavern por sugestão do garoto e se impressiona com aquele clima escuro, cheio de fumaça, música beat tocando… mas algo aconteceu e ele foi atingido pela música deles, pelo ritmo e pelo senso de humor daqueles rapazes cheios de charme e simpatia.

(Ainda não se confirmou na história se este acontecimento existiu mesmo ou foi criado na imaginação de Brian.)

O primeiro passo foi mudar aquelas roupas de couro e fora de moda, pelos famosos e simpáticos terninhos.

Paul comenta que foi acusado de ter traído a eles por aceitar a troca, mas ele também diz que se lembra que todos concordaram e Brian não precisou arrastar ninguém ao alfaiate, todos foram muito felizes.

O Teste Na Decca

John Lennon conta que a fita era boa para a época, mas George Harrison lembra que Dick Rowe, o homem que não assinou com eles, falou na época que bandas que usavam guitarras estavam com seus dias contados.

George Harrison conta também que Brian andava com aquela fita debaixo do braço e alguém na loja HMV na Oxford Street conhecia o George Martin e sugeriu que ele mostrasse a fita a ele.

George Martin então lhes deu um teste na Abbey Road. Ele gostou e achou que eles tinham um carisma incrível; só isso já venderia muito. Mas foi aí que George Martin não gostou do baterista!

George Harrison conta que historicamente pode parecer que eles fizeram uma maldade com Pete Best, mas a história mostra que o Ringo era um membro da banda e só não havia aparecido no filme até aquela cena.

Brian liga para Ringo e pergunta se ele queria se juntar à banda.

Ele responde: “Sure! When”?

Brian responde: “Now”!

Ringo pede um prazo para se desligar de sua antiga banda e junta-se aos Beatles num sábado, na sessão do mei-dia no Cavern. Era 22 de agosto de 1962… a platéia grita:

“Queremos Pete”!

Em 22 de agosto de 1962, Ringo entra definitivamente para os Beatles.

Os Beatles foram heróis de uma era e são ainda o espírito de seu tempo. Tocaram no lugar certo, encontraram as pessoas certas, mas antes de tudo e de qualquer coisa, eles eram muito bons!

Fonte da pesquisa:

1) DVD Anthology

2) The Compleat Beatles

3) “The Day John Met Paul” e “Puttin’ On The Style”

4) Beatles Brasil

5) Pesquisa fotográfica realizada por Johnny di Botafogo em  The Savage Young Beatles

Addendum:

“The Quarry Men At Home” é um álbum com músicas que os Beatles tocaram de 1957 a 1960.

Chapter One – CO 25190 – Total Playing Time : 40:34.
Tracks 1-16 are from a rehearsal by the Quarrymen in Liverpool, May 1960. The Quarrymen was the first Beatles’ configuration. It included Stuart Sutcliffe on bass.
Track 17 is a Quarrymen-acetate from 1958.
Track 18 is one of the recordings by Tony Sheridan and The Beatles in 1962.
Tracks 19-20 are The Beatles recorded live at The Star Club, Hamburg, December 1962.
Track list :

1. Hallelujah, I Love Her So – Ray Charles – Paul McCartney

2. One After 909 – Lennon / McCartney – Lead vocal: John Lennon

3. I’ll Always Be In Love With You – Green / Ruby? – Vocal: John Lennon?
4. You’ll Be Mine – Lennon/McCartney – Lead vocal: Paul McCartney
5. Matchbox – Carl Perkins – Vocal: John Lennon
6. Wildcat – Gene Vincent? – Vocal: George Harrison?
7. Some Days – Siverstein / Taylor? – Vocal: Paul McCartney
8. Looking Glass – George Harrison? – Instrumental
9. I’ll Follow The Sun – Lennon / McCartney – Vocal: Paul McCartney
10. One After 909 – Lennon / McCartney – Lead vocal: John Lennon
11. Well Darling – ? – Vocals ?
12. You Must Write Every Day – ? – Lead vocal: John Lennon ?
13. Movin’n Groovin – Duane Eddy ? – Instrumental
14. That’s When Your Heartaches Begin – ? – Vocal: ?
15. Hello Little Girl – Lennon / McCartney – Vocals: Paul & John
16. The World Is Waiting For The Sunrise – Lockhart / Seitz ? – Vocal: ?
17. That’ll Be The Day – Allison / Holly / Petty – Vocal: John Lennon
18. Sweet Georgia Brown – Bernie / Pinkard /Casey – The Beatles with Tony Sheridan
19. I Saw Her Standing – Lennon / McCartney – Lead vocal: Paul McCartney
20. Red Hot – Emerson ? – Vocal: John Lennon, background talk from George Harrison

In spite of all the danger

The first song ever recorded by The Quarrymen,who will become the Beatles.Recorded in 1958,in a “home” studio with only one mic.George was only 15 years old,John 18 and Paul

16.Not even Pete Best was there.Its called “That’ll Be the Day”

This is a little mash up of the 30 seconds from the fete, and 1960 version of One After 909, (spooky), and a passable jam session. One thing though, I am now more sure than ever that the 1960 tapes are not all from the one place, there are 2 different styles, one is virtually music lesson learning mode, and others are far more accomplished ( in comparison ). I think the blues/rock jam is Hambug 60, but that’s just my opinion.

Another collage here, this time using images from the beginnings of the Beatles up to their first major breakthrogh. The track is a 1960 recording / rehearsal of an early Lennon McCartney, ‘Well, Darling.’ Now to say it’s lo-fi is an understatement, but it still has charm. A must for real Beatle nuts as the first few notes blasted out are by none other than Stu Sutcliffe. His bass playing is a pleasant surprise, he was nowhere near as bad as has been painted all these years, pardon the pun, not imaginative or with the usual variations / runs most bass players employ, as he does tend to play each note over and over staccato style, but they are the right notes!


.
The Beatles Decca Session – 1 January 1962 – Monday – Decca Studios, London

Part 1 of The Beatles audition for Decca Records. Pete Best on drums.

1. Like Dreamers Do
2. Money
3. To Know Her is to Love Her
4. Memphis

1 January 1962 – Monday – Decca Studios, London

Part 2 of The Beatles audition for Decca Records. Pete Best on drums.

5. ‘Til There was You
6. Sure to Fall
7. Besame Mucho
8. Love of the Loved

1 January 1962 – Monday – Decca Studios, London

Part 3 of The Beatles audition for Decca Records. Pete Best on drums.

9. Hello Little Girl
10. Three Cool Cats
11. September in the Rain
12. Take Good Care of my Baby

1 January 1962 – Monday – Decca Studios, London

Part 4 of The Beatles audition for Decca Records. Pete Best on drums.

13. Crying, Waiting, Hoping
14. The Sheik of Araby
15. Searchin’

LINK PARA A PARTE II

LINK PARA A PARTE III

“From Me to You” – 49 anos em 11 de abril de 2012

A canção From me to You, dos Beatles, foi lançada no dia 11 de abril de 1963 e está completando 49 anos.


Tecnicamente falando, foi o primeiro single número um dos Beatles no Reino Unido. Este single cimentou o fato de se aclamar os Beatles com o título de “Os Reis do Pop Britânico”!
Para conhecer um pouco da história desta composição de Lennon e McCartney, busquei nas biografias dos Beatles e de Paul McCartney, escritas por Bob Spitz e Barry Miles, respectivamente, e li um trecho que apresento aqui através deste vídeo:

Uma ótima reportagem sobre a canção que completa 49 anos em 11 de abril de 2012, escrita por Johnny Rhythm e publicada em 29 de fevereiro de 2012:

From Him To Them: 49 Years Ago George Martin’s Advice Cements The Beatles’ Fame

From Me to You – Royal Variety Performance – 04-11-63

Em 4 de novembro de 1963, os Beatles apresentaram-se no Royal Variety Show em Londres, na presença da família real britânica e consequentemente, da rainha Isabel II do Reino Unido e From me To You foi uma das canções apresentadas pela banda.

Apresentação ao vivo em Miami – 1964

Gene Vincent e os Quarry Men

Os rapazes que formavam o conjunto “The Quarry Men” costumavam se reunir na casa de Julia, Mãe de John Lennon, e foi lá que eles descobriram Gene Vincent. Julia havia conseguido uma cópia americana de “Be-Bop-A-Lula”, e os rapazes tocaram sem parar até que ela implorou para que tirassem aquele disco da vitrola.
De todos os cantores de rock que John Lennon já ouvira além de Elvis, Ele achava que Vincent era o que chegava mais próximo da voz ideal do rock´n´roll; havia um rugido mortal, ameaçador, temperado com sexualidade e embalado com uma imagem incrível. Lennon nem precisava ver Vincent para captar a predileção do cantor por couro preto, motos velozes e mulheres mais rápidas ainda; estava tudo ali, na mesma estrada enevoada.

A revista Rolling Stone intitulou Gene Vincent e seus Blue Caps como sendo “a primeira banda de rock´n´roll do mundo”. A revista Rolling Stone intitulou Gene Vincent e seus Blue Caps como sendo “a primeira banda de rock´n´roll do mundo”.

Gene Vincent ou Eugene Vincent Craddock (11 de fevereiro de 1935 – 12 de outubro de 1971) foi um músico norte-americano de rockabilly, mais conhecido por seu sucesso “Be-Bop-A-Lula”. Ele começou sua carreira tocando em diversas bandas de música country em Norfolk, Virgínia, depois de deixar a Marinha com uma lesão permanente na perna. Ele assinou contrato com a Capitol Records com sua banda de apoio, The Blue Caps.

Depois que “Be-Bop-A-Lula” transformou-se num grande sucesso em 1956, Gene Vincent & os Blue Caps não conseguiram emplacar outros hits de tamanha repercusão, mas tiveram uma carreira pontilhada de sucessos como: “Bluejean Bop”, “Race With the Devil”, “Lotta Lovin'”, “Crazy Legs” et “Baby Blue”. Vincent inclusive foi um dos primeiros astros de rock a estrelar um filme, chamado The Girl Can’t Help It.
A carreira de Gene teve uma enorme perda de popularidade a partir da metade dos anos 60, com a chegada das “english bands”, embora ele continuasse a fazer sucesso na Europa, principalmente na Inglaterra e na França.

Fontes:
– Wikipedia
The Beatles A Biografia – Bob Spitz

Site oficial de Gene Vincent

Gene Vincent – Be-Bop-A-Lula

Gene Vincent – Long Tall Sally

Gene Vincent fez muito sucesso com um LP, tendo ficado muito tempo nas paradas de sucesso em 1956, ao contrário da maioria, que na época só conseguia emplacar com um compacto, ou uma música, nunca com um LP, geralmente contendo 12 canções.

Gene Vincent desapareceu tão rápido quanto surgiu!

Curiosidades sobre Gene Vincent:

O conjunto brasileiro Renato e Seus Blue Caps chamou-se assim por causa de Gene Vincent and His Blue Caps. Na época, Ed Wilson, irmão de Renato e Paulo César, então integrante do grupo, lembrou-se de Gene Vincent e assim o conjunto que anteriormente se chamava “Bacaninhas do Rock da Piedade”, recebeu o nome de Renato e Seus Blue Caps.
Gene Vincent & His Blue Caps iniciou-se em 1956, e tinha este nome por usarem bonés da cor azul.
Um fato marcante na carreira do cantor foi a morte de seu melhor amigo Eddie Cochran em um acidente automobilístico, durante uma turnê que ambos faziam pela Inglaterra no ano de 1960. Gene que também estava no veículo teve a antiga lesão de sua perna agravada e até o fim de sua vida não se recuperou psicologicamente do ocorrido.

Aqui, uma linda balada-rock, intitulada “In My Dreams”

“Lembranças de Lennon”

Trata-se da Histórica entrevista que John Lennon concedeu a Jann S. Wenner, da Revista Rolling Stone, em Nova York, no dia 8 de dezembro de 1970, exatamente 10 anos antes de ser covardemente assassinado.

Naquela época John e Yoko haviam terminado de gravar recentemente seu álbum “Plastic Ono Band”  na Inglaterra e foram para Nova York atender aos detalhes do lançamento do álbum, fazer algumas filmagens, e também para uma visita particular.

Ajudaram na transcrição e edição da entrevista, Jonathon Cott, Charles Perry, Sheryl Ball e Ellen Wolper.

Em 8 de dezembro de 1970, Jann Wenner, editor da revista Rolling Stone, entrevistou o casal John Lennon e Yoko Ono, e o que seria mais uma conversa comum sobre o processo de criação do novo disco, pois John tinha acabado de gravar Plastic Ono Band, transformou-se num momento histórico do jornalismo musical. Pela primeira vez um artista consagrado abria o jogo sobre drogas, sexo e, principalmente, seus problemas com parceiros de trabalho e desafetos.

Publicada nas edições de janeiro e fevereiro de 1971 da Rolling Stone, a primeira saiu com o título “The Working Class Hero”, lançada em 21 de janeiro de 1971, e a segunda teve o título “Life with the Lions”, lançada em 04 de fevereiro de 1971.

Em 2001, a íntegra dessa entrevista aparece no livro Lembranças de Lennon (tradução de Márcio Grillo; Conrad Editora; 155 páginas).

Wenner teve a sorte de encontrar Lennon num momento delicado. O cantor ainda não havia se recuperado da dissolução dos Beatles, ocorrida oito meses antes, e dera para seguir a terapia do “grito primal” – que consistia em fazer o paciente berrar e colocar  para fora os seus sentimentos. Por causa dessa combinação de fatores, Wenner presenciou uma lavação de roupa suja sem precedentes. Lennon minimiza a importância dos Beatles e os chama de “vendidos”, tolos e egoístas. Reclama, ressentido, que durante anos o quarteto foi obrigado a esconder sua predileção por rock e experiências com drogas para parecer um grupo de rapazes bem-comportados. A situação se tornou insuportável quando, no auge da fama, os Beatles ganharam ares de semideuses. Eram visitados por cegos e aleijados em busca de cura após os shows, e muitas vezes tinham de acordar tarde da noite porque alguma autoridade local insistia em cumprimentá-los. “Era preciso se humilhar para ser um Beatle”, desabafa Lennon.

É lógico que todos esses ataques não foram gratuitos. O cantor viu na entrevista uma bela chance de definir sua imagem de “artista rebelde”, em contraposição à felicidade burguesa do “ex-amigo” Paul. Muitas das idéias defendidas por John também cairiam por terra. Ele acreditava, por exemplo, que Yoko Ono era uma excelente cantora, quando, na verdade, ela só sabia gritar mais do que um hamster sob tortura. E Allen Klein, empresário que Lennon achava ser melhor para os Beatles, dilapidou boa parte das economias do cantor. Mesmo assim, Lembranças de Lennon entra para a história como um dos relatos mais sinceros do cotidiano de um artista pop.

Em 2009, na edição de agosto, a Revista Rolling Stone publicou novamente esta entrevista concedida por John Lennon em 1971, quando então o músico explicou sobre a ruptura dos Beatles. A entrevista fora realizada pelo editor Jann Wenner, que decidiu torná-la pública para ajudar o jornalista Mikail Gilmore, que estava fazendo uma investigação sobre a separação da banda britânica, conforme informou na época o jornal espanhol “ABC”.

A razão já conhecida e a principal, sobre a ruptura foi a relação conturbada entre os outros membros dos Beatles – Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr – e Yoko Ono. Segundo John Lennon, “Ringo portava-se melhor”, mas “os outros dois” magoaram o casal “seriamente”. “Nunca os perdoarei”, disse ele. “Eles desprezavam-na… parecia que eu tinha que escolher entre estar feliz casado com eles ou com Yoko. E escolhi Yoko.”

Por outro lado, Lennon não aguentava a mediatização do grupo. “Nós nos vendemos e eu sentia-me desgostoso com isso”. Na entrevista, afirmou que a ruptura da banda já se previa há algum tempo. Confessa que a música “estava morta” desde que começaram a ter êxito, no início dos anos 60. Por esse motivo, disse, nunca chegaram a melhorar.
No entanto, Paul McCartney parece ter sido um dos fatores primordiais para que Lennon decidisse acabar com os Beatles. John Lennon acusou McCartney de querer ser o líder do grupo e que, tanto ele como Harrison e Starr não lidavam bem com a situação. “Estávamos fartos de ser a sombra de Paul”…

A entrevista original à Rolling Stone em 1971

Parte 1

Parte 2

Em 1975, a família  Lennon tornou-se indisponível para a imprensa, e apesar de muita especulação na imprensa, eles surgiram para dissipar os rumores algum tempo depois.

John e Yoko decidiram falar à Playboy numa extensa entrevista.

O escritor Free-lance David Sheff foi foi convocado para a atribuição e quando ele e o editor da Playboy se encontraram com Yoko Ono para discutirem as regras que seriam adotadas, ela foi clara: respondendo às referências de outras celebridades que já foram entrevistadas na Playboy, ela disse “People like Carter represent only their country. John and I represent the world.” (pessoas como Carter representam somente o seu país. John e eu representamos o mundo).

E apesar de Yoko adiar sempre a entrevista, pois queria que os Astros estivessem favoráveis para levá-la adiante, a entrevista aconteceu, e está aqui:

A entrevista à Playboy em 1980 (traduzida)

Playboy: Comecemos por John. O que você andou fazendo desde 1975?
Lennon: Andei fazendo pão e cuidando do bebê.
Playboy: O quê?
Lennon: Cansam de me perguntar, ‘Mas o que você tem feito?’ eu respondo: Você está brincando? Toda dona-de-casa sabe que bebês e pães são um trabalho de tempo integral.
Playboy: Por que você se tornou um homem caseiro?
Lennon: Dos 22 aos 30 anos passei minha vida envolvido em contratos e compromissos. Eu não era um homem livre. Meus contratos eram uma manifestação física de uma prisão. Passou a ser mais importante para mim me encarar e encarar a realidade do que prosseguir no mundo do rock’n’roll – e ficar oscilando de acordo com os caprichos de meu próprio desempenho ou da opinião pública. O rock já não tinha graça para mim. Decidi não seguir os caminhos habituais de quem lida com o negócio – ir para Las Vegas e cantar seus sucessos, se você está feliz, ou ir para o inferno, que é para onde foi Elvis Presley.
Playboy: Muita gente teria continuado a trabalhar mesmo assim. É porque não consegue achar uma saída?
Lennon: Muita gente não vive com Yoko Ono.
Playboy: Quer dizer…
Lennon: Muita gente não tem uma companhia que lhe diga a verdade e se recuse a viver com um artista de merda, que é o que eu sei muito bem ser.

Playboy: Yoko, o que você sentiu ao ver John se tornando um homem caseiro?
Ono: Quando John e eu saíamos as pessoas perguntavam a John, “O que você anda fazendo?” Mas nunca perguntavam a mim, pois, como sou mulher, nunca se espera que eu faça alguma coisa.
Lennon: Enquanto eu limpava a sujeira do gato ou alimentava Sean, Yoko se sentava à mesa, em salões enfumaçados, com executivos de terno e colete que mal conseguiam abotoar, de tão gordos.
Ono: Eu me encarregava dos negócios – a APPLE, a MACLEN (respectivamente, a gravadora e editora dos Beatles) – e dos novos investimentos.
Playboy: Você tinha alguma experiência de negócios?
Ono: Eu aprendi. De início meu próprio contador e meu advogado não conseguiam encarar o fato de eu lhes dizer o que fazer.
Lennon: Mais ou menos a atitude de quem diz:”esta é a mulher de John, mas ela não pode estar ‘realmente’ representando-o.”
Ono: Você ficaria assustado se soubesse como fui insultada por eles.
Lennon: Eles não aguentavam. Mas têm de aguentar, pois é ela quem nos representa. Eles são machos, Você sabe: imensos e gordos, bebedores de vodca, fanfarrões, iguais a cães amestrados – treinados para atacar o tempo todo. Recentemente, Yoko fez o possível para fechar um negócio que nos daria um monte de dinheiro, inclusive à eles, mas eles lutaram e lutaram para que ela não o fizesse, porque a idéia era dela e ela é uma mulher. Mas ela acabou fazendo, e um dos rapazes lhe disse: “Bravo! John Lennon ataca outra vez”. Mas John Lennon não tinha nada a ver com aquilo.
Playboy: Por que vocês estão de volta às gravações e à vida pública?

Lennon: Há hora para respirar o ar e há hora para soltar o ar. Sentimos vontade de voltar, agora que temos coisas a dizer. Yoko e eu tínhamos tentado fazer música junto, muito tempo atrás, mas as pessoas achavam que os Beatles eram uma coisa sagrada que não devia ser abandonada. Agora, ou as pessoas já se esqueceram disso ou ficaram adultas. Não será mais a história do maravilhoso príncipe do rock’n’roll que compõe você estranhas baladas ao lado daquela exótica mulher-dragão do Oriente.
Playboy: como vocês reagiram aos comentários negativos dirigidos anos a fio, à ‘mulher-dragão’. como diz você?
Lennon: Nós dois somos pessoas sensíveis e ficamos muito magoados. Não podíamos compreender, Quando você está apaixonado e vem alguém e diz:’Como você pode estar com aquela mulher?’, você só tem a responder:”O que você quer dizer? Estou com a deusa do amor, a plenitude de toda a minha vida. Por que você quer atirar uma pedra nela ou me punir por estar amando-a?”
Playboy: Mas o que dizer da acusação de que John Lennon está sob o feitiço de Yoko, sob seu controle?
Lennon: Isso é baboseira. Ninguém me controla. Sou incontrolável. Sou o único a me controlar, mesmo assim…

Playboy: Muita gente acredita nisso.
Ono: Não.
Lennon: Olhe, se alguém tiver que me impressionar, seja um Maharishi ou uma Yoko Ono, chega a hora em que o imperador fica nu. Há um ponto em que passo a perceber. Portanto, vocês aí que pensam que estou de olhos vendados, isto é um insulto a mim. Não que vocês estejam menosprezando Yoko, pois isso é um problema de ‘vocês’. O que conta é o que ‘eu’ penso dela. Pois fodam-se! Vocês não sabem o que está acontecendo.
Ono: Naturalmente, é um insulto total a mim…
Lennon: Ela não precisa de mim. Não precisa de um Beatle. Quem precisa de um Beatle?Playboy: Por que então dizem isso?
Lennon: As pessoas querem se apegar a alguma coisa, a alguém. Mas quem diz ter algum interesse em mim, como um artista individual ou mesmo como um dos Beatles, e não consegue entender por que eu estou com Yoko, então é porque não entendeu nada de mim. Essa gente só quer ‘tietar’ – não importa com quem seja. Mick Jagger ou outro qualquer. Vão tietar o Mick Jagger, então. Eu não preciso disso. Vão perseguir os WINGS. Me esqueçam. Se é isso que vocês querem, vão atrás de Paul ou de Mick. Não estou aqui para isso.
Playboy: Você…
Lennon: Espere um minuto; às vezes não consigo me desvencilhar desse assunto. Ninguém nunca insinuou que Paul me dominasse ou que eu dominasse Paul! Nunca alguém achou que isso fosse anormal, dois rapazes juntos, quatro rapazes juntos! Ninguém nunca perguntou: “Poxa, mas como esses rapazes não se separam? O que se passa nos bastidores? Qual é a de John e de Paul?” Nós passamos mais tempo juntos, naqueles dias do que eu já passei com Yoko: nós quatro dormindo no mesmo quarto, praticamente na mesma cama, no mesmo carro, vivendo lado a lado, dia e noite, ‘cagando’ e ‘mijando’ juntos! Ninguém disse uma palavra sobre domínio ou controle. Veja estão cumprimentando os Stones por estarem juntos há 112 anos. Viiva!”

Na década de 80 a pergunta é: “Por que esses caras ainda estão juntos? Não podem se virar sozinhos? Por que tem de ficar em bando?” Olha-se para os Beatles e os Stones e toda essa rapaziada começa a parecer relíquia. Os dias em que havia essas bandas masculinas será coisa de documentário. Haverá filmes mostrando aquele rapaz de batom remexendo a bunda e os 4 carinhas com maquiagem negro-pavor nos olhos tentando parecer repelentes. Será uma piada no futuro – não um casal cantando junto, ou vivendo e trabalhando junto. Quando você tem 16 anos, está certo ter companhias e ídolos masculinos. É a coisa da tribo, do grupo, tudo bem. Mas, quando você ainda faz isso aos 40, significa que na cabeça, você ainda não passou dos 16. Playboy: Apaixonar-se por Yoko e deixar os Beatles são duas coisas interligadas?
Lennon: Como disse, eu começava a querer sair, mas quando se conhece Yoko é como conhecer a primeira mulher da sua vida. Deixa-se os companheiros de bar. Não se vai mais ao futebol. Nem jogar sinuca. Nós nos casamos 3 anos depois em 69. Era o fim da turma. Aconteceu de os rapazes serem conhecidos, e não apenas companheiros de bar. Todo mundo ficou tão ‘irritado’. Jogaram muita merda na gente. Muito ódio.
Ono: Até hoje. Acabei de ler que Paul disse: “Compreendo que ele queira estar com ela. Mas por que tem que estar o tempo todo?”
Lennon: Yoko, você ainda tem de carregar essa cruz? Isso foi anos atrás.

Ono: Não, não e não. Ele disse isso recentemente. Fui para a cama com o cara de quem gostava e, de repente, na manhã seguinte, vejo aqueles 3 irmãozinhos lá na minha frente.Lennon: Sempre achei que havia algumas insinuações de Paul em “Get Back”. Quando estávamos gravando, cada vez que ele cantava “Get back to where you once belonged” (Volte para o seu lugar), ele olhava para Yoko.
Playboy: Você está brincando.
Lennon: Não, mas talvez ele diga que eu sou paranóico.Obs: A parte seguinte da entrevista se deu com Lennon sozinho.
Playboy: Falemos dos “irmãozinhos”. Por que é tão impensável a idéia de que os Beatles voltem a fazer música juntos?
Lennon: Você quer voltar ao ginásio? Por que eu haveria de recuar dez anos só para dar a ilusão de uma coisa que não existe mais?
Playboy: Esqueçamos a ilusão. Por que não fazer apenas bela música juntos?
Você admite que os Beatles fizeram bela música?
Lennon: Por que os Beatles teriam de oferecer mais? Não deram tudo nessa bendita terra, por dez anos? Não ‘se’ deram? Você é do tipo do fã amor-e-ódio, que diz: “Obrigado por tudo – mas não daria mais? Só um milagre?”
Playboy: Não estamos falando de milagres – só de boa música.
Lennon: Dean Martin e Jerry Lewis tinham de ficar juntos só porque ‘eu’ gostava deles juntos? Por que fazer as coisas só porque os outros querem? A própria ideologia dos Beatles era: faça o que bem quiser – assumir sua própria responsabilidade.
Playboy: Perfeito. Mas você não acha que os Beatles criaram o melhor rock jamais produzido? Lennon: Não. Os Beatles – veja bem, estou muito envolvido com eles, não consigo vê-los com objetividade. Mas não me satisfaz nenhuma porra de álbum que os Beatles fizeram. Não haveria ‘um’ só que eu fizesse de novo. Fizemos coisa boa, mas fizemos coisa ruim.

Playboy: Muita gente acha que nenhuma das canções que Paul fez sózinho se compara às que ele fez como Beatle. Você acredita que ‘suas’ canções terão a perenidade de “Eleanor Rigby” ou “Strawberry Fields”?
Lennon: “Imagine”, “Love” e aquelas músicas da ‘Plastic Ono Band’ estão no mesmo nível de ‘qualquer’ música que eu fiz como Beatle. Pode até ser que se leve vinte, trinta anos para apreciá-las.
Playboy: Parece que você está querendo dizer:”Era apenas boa música”. Mas o mundo inteiro diz: “Não era só boa música, era ‘a melhor’.
Lennon: Bem, e daí? ‘Não será mais’! todo mundo fala de uma coisa boa que acaba como se a vida estivesse no fim. Mas, veja, eu já terei 40 anos quando esta entrevista for publicada. Paul tem 38. Elton John, Bob Dylan…Somos relativamente jovens. O jogo não acabou. Se Deus quiser, ainda haverá quarenta anos de produtividade pela frente.
Playboy: Não acha que seria interessante – nada transcendental, só ‘interessante’ – vocês se reunirem e promoverem esse cruzamento de talentos?
Lennon: Não seria ‘interessante’ trazer Elvis de volta para os seus anos iniciais? Mas não quero tirá-lo do túmulo. Os Beatles não existem e não podem existir de novo. John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Richard Starkey podem fazer um concerto, mas não serão mais os Beatles, porque não temos mais 20 anos. Não podemos ser o que não somos. Teremos de ser crucificados de novo? De andar sobre ás águas de novo, só porque um bando de idiotas não assistiu à cena na época, ou não acreditou no que via? Nunca. Não dá para voltar para uma casa que não existe mais.
Playboy: Fora os milhões que ofereceram a vocês para um concerto conjunto, o que você achou da “generosa” oferta de 3.200 dólares para aparecerem juntos no “Saturday Night Live”? Lennon: Paul e eu estávamos vendo o programa na minha casa. Quase corremos pro estúdio só de sacanagem.

Playboy: Você e Paul vendo TV juntos?
Lennon: Foi um período que Paul chegava em casa, e simplesmente batia. Eu o deixava entrar. Até que lhe disse:”Por favor, telefone antes. Não estamos mais em 1956 e abrir a porta não é a mesma coisa”. Ele ficou irritado com isso, mas eu não disse por mal. Só queria dizer que a gente ficava o dia inteiro cuidando do bebê e que, de repente, chegava um cara batendo à porta… Playboy: Foi a última vez que você viu Paul?
Lennon: Sim, mas eu não queria isso.
Playboy: Muita gente quer saber se o ‘Quarteto Fantástico’ é composto por inimigos mortais ou pelos melhores amigos.
Lennon: Nem uma coisa nem outra. Não vejo ‘nenhum’ dos Beatles há não sei quanto tempo. Alguém me perguntou o que eu achava do último disco do Paul e eu disse que parecia deprimido e triste. Aí percebi que não tinha ouvido a coisa toda. Ouvi uma faixa “Coming Up”, que acho um bom trabalho, e mais alguma coisa que me deu essa impressão. Mas não acompanho o trabalho dele. Não sei dos WINGS. Estou cagando para o que os WINGS estão fazendo, assim como George, Ringo, Bob Dylan. Não é por mal, é que ando muito ocupado com minha própria vida.
Playboy: Como funcionava a parceria Lennon-McCartney?
Lennon: Digamos que ele oferecia a claridade, o otimismo e eu a tristeza, um cortante pessimismo. Achei até que não conseguia fazer baladas, só rocks diretos e estridentes. Mas quando lembro de “In My Life” e até coisas antigas como “This Boy”, vejo que também sabia fazer melodias. Paul tinha muita técnica, podia tocar um monte de instrumentos. Ele dizia:”Por que você não mudou isto aqui? Você já usou esta nota cinquenta vezes”. Mas era eu quem desenvolvia, uma canção – que, em geral, Paul começava.
Playboy: Quem fazia as letras?

Lennon: Sempre me dei bem com as letras, embora Paul seja um letrista bem mais capaz do que ele próprio haveria de imaginar. “Hey Jude” é uma letra dos diabos!
Playboy: Um exemplo de letra que você e Paul trabalharam juntos?
Lennon: Em “We Can Work It Out”, Paul fez a metade inicial, eu fiz o fecho. Você tem Paul escrevendo, “We can work it out (Nós podemos resolver isto) – muito otimismo, percebe? e eu, impaciente: “Life is very short and there’s no time for fushing and fighting, my friend…(A vida é muito curta e não há tempo para futrica e briga, meu amigo.)
Playboy: Você não andou dizendo que vocês faziam a maior parte das canções separados? Lennon: Estava mentindo (ri). Estava ressentido. Mas, na verdade, muitas das músicas foram feitas cara a cara.
Playboy: Mas outras ‘eram’ feitas a parte, não eram?
Lennon: Eram. “Sgt. Pepper” foi idéia de Paul. Lembro que ele trabalhou muito na coisa até me chamar para dizer que estava na hora de compor. sob a pressão de 10 dias de trabalho, eu me arranjei para fazer “Lucy in the sky” e “Day in the Life”. A gente não se comunicava muito. Foi por isso que fiquei ressentido com a história. Hoje entendo que era o eterno jogo da competição.
Playboy: Vc não acha que aquela magia entre vocês dois é algo que vocês perderam, em seu trabalho individual?
Lennon: Não sinto perda alguma. Não quero que isso soe negativo, como se eu não tivesse precisado de Paul, porque, quando ele estava lá a coisa obviamente funcionou. Mas não posso… é mais fácil dizer o que eu dei a ele do que o que ele me deu. E ele diria o mesmo.

Playboy: Não é possível que, com vocês, tenha sido o caso de um todo criativo maior do que a soma das partes?
Lennon: Não sei se irá surpreender você: quando os Beatles tocaram nos EUA pela 1ª vez, era pura técnica. No sentido de que já éramos putas velhas. A excitação tinha se dissipado após tantas apresentações e tanto tempo.
Playboy: Mudemos para Ringo. O que você pensa dele musicalmente?
Lennon: Ringo era um astro em Liverpool. Um baterista profissional que cantava e executava, tinha o conjunto “Ringo Startime”. O talento de Ringo desabrocharia, de uma forma ou de outra – como ator, baterista, cantor, não sei. havia algo de promissor nele e ele teria despontado com ou sem os Beatles. Ringo é um demônio de baterista. Não é tecnicamente bom, mas penso que a bateria de ringo é subestimada, assim como o baixo de Paul. PAUL FOI UM DOS BAIXOS MAIS INOVADORES DE QUALQUER ÉPOCA. E metade do que ele faz hoje é amadurecimento do tempo dos Beatles. Ele é egocêntrico em tudo que lhe diz respeito, mas sempre foi menos orgulhoso do que deveria ser em relação a seu baixo. Paul e Ringo não eram tecnicamente uma beleza… Nenhum de nós era técnico de música. Nenhum de nós lia partitura. Nem escrevia.
Playboy: E que tal o solo de George?
Lennon: “All Things Must Pass” era bom. Mas ele foi um pouco longe demais.
Playboy: Você fala do processo em que ele foi acusado de ter feito em “My Sweet Lord” um plágio de “He’s So Fine”?
Lennon: Bem, foi ele quem quis. Ele sabia o que estava fazendo.
Playboy: Conscientemente, você acha?
Lennon: Não é tão tolo assim. Poderia ter mexido numas partes da música e ninguém mexeria com ele, mas ele deixou assim e pagou o preço. Talvez tenha achado que Deus o tiraria dessa.
Playboy: Você não falou muito de George nessa entrevista.
Lennon: Fiquei magoado com o livro de George, “I, Me, Mine”. Portanto, esse é um recado para ele.

Ele publicou um livro sobre sua vida e, graças a omissões propositais, diz que minha influência na sua vida foi zero.
Playboy: Por quê?
Lennon: Porque a relação de George comigo era a de um jovem discípulo com um cara mais velho. Ele é mais novo. É que George ainda acumula ressentimentos contra mim, pois fui o pai que deixou a casa. Não quero ser egocêntrico, mas ele era um discípulo meu quando começamos. Eu já estudava arte e Paul e George estavam no ginásio. Eu me lembro quando ele me chamou para pedir ajuda em “Taxman”. Dei uns toques, já que ele havia pedido. Ele veio a mim porque não podia ir a Paul, pois Paul não o teria ajudado. Eu não queria fazer. Já tinha o meu trabalho e o de Paul. Mas eu não quis ferí-lo e o ajudei. A gente sempre permitia a George uma faixa por LP. As músicas que ele e Ringo cantavam, a princípio, eram as mais fáceis de cantar. Portanto, eu me magoei um pouco com o livro do George. Mas não se enganem. Eu ainda amo esses caras. Os Beatles acabaram, mas John, Paul, George e Ringo continuam.
Playboy: E se vocês se reunissem num concerto-gigante de caridade?
Lennon: Eu não gosto de caridade.
Playboy: Como?
Lennon: Por que é sempre roubalheira. Eu não me apresento para ganho pessoal desde 66, a última apresentação dos Beatles. Desde então, cada concerto que Yoko e eu fizemos foi para obras de caridade específicas. Cada concerto que a gente fez foi uma massada ou uma roubalheira. Hoje, a gente prefere dar dinheiro a quem a gente quer. Sabe o que é dízimo?Playboy: É dar uma percentagem fixa da sua renda.

Lennon: Perfeito. Eu vou fazer isso, de maneira privada. Não quero ficar aprisionado nesse negócio de salvar o mundo no palco.
Playboy: E o concerto por Bangladesh com George e outros caras como Dylan?
Lennon: Bangladesh foi uma merda. É tudo rouballheira. Melhor esquecer. Vocês aí que estão me lendo, não se abalem em me mandar todo esse lixo:”Venha salvar os índios, venha salvar os negros, os veteranos de guerra!” Todo aquele que ‘eu’ quiser salvar, será salvo pelo dízimo, exatamente dez por cento de tudo o que nós ganhamos.
Playboy: Mas isso não é nada diante do que Sid Bernstein, empresário, disse que vocês podem levantar, através de um concerto televisado para todo o mundo. Ele calcula uns 200 milhões de dólares numa única noite.
Lennon: Isso é uma espécie de comercial para Sid Bernstein, que eu não compro.
Playboy: Mas 200 milhões de dólares para um país miserável da América Latina…
Lennon: De onde as pessoas tiram essa idéia de que os Beatles deviam dar 200 milhões de dólares para a América Latina? Olha, os EUA já despejaram bilhões em lugares como esse. Não significou nada. Depois que os 200 milhões se forem, o que acontecerá? É um circulo vicioso. Pode-se despejar dinheiro infinitamente. Depois do Peru, o Harlem; depois, a Inglaterra. Não haverá um concerto. Teríamos de dedicar o resto da vida a uma excursão mundial, e eu não estou preparado para isso. Não nesta vida pelo menos.

Yoko volta a conversa.

Playboy: Vocês são socialistas, não?
Lennon: Na Inglaterra, só há duas coisas a ser, basicamente: ou você está com o movimento operário ou está com os capitalistas. se você é da classe de onde eu venho, ou você se torna um troglodita de direita, ou você se torna um socialista por instinto, como eu era. Quer dizer: eu achava que as pessoas tinham direito a ganhar sua dentadura e ter a saúde cuidada, e o resto. Fora isso, eu queria ser rico.
Playboy: Seja qual for sua política, vocês têm jogado muito bem o jogo capitalista.
Ono: Não há dúvida de que nós ainda vivemos num mundo capitalista. Para mudar o mundo, a gente tem de primeiro cuidar da gente mesma. Eu não tenho um tostão,é tudo de John, eu sou dura. Mas eu uso o dinheiro dele e tenho de encarar essa hipocrisia. Costumava pensar que o dinheiro é obsceno, que os artistas não têm de pensar em dinheiro. Mas para mudar a sociedade, há dois caminhos: pela violência ou pelo poder do dinheiro dentro do sistema.
Playboy: E como jogar o jogo sem cair na armadilha – o dinheiro pelo dinheiro?
Ono: Não há um limite. deve ser paralelo ao nosso nível de segurança. Falo de segurança emocional, também.
Playboy: Mas por que 150 milhões? Não bastariam 100? Ou um milhão?
Lennon: O que você sugere que eu faça? Desisitir de tudo e cair na vida? Os budistas dizem: “Livre-se do sentimento de posse.” fugir do dinheiro não ajudaria a chegar lá.
Playboy: Mas como se chega lá?
Lennon: Leva tempo para se livrar de todo esse lixo que eu vinha carregando e que influenciava meu modo de pensar e de viver. Devo muito a Yoko, que me mostrou que eu ainda estava ‘possuído’. fisicamente me libertei qdo me apaixonei por Yoko, mas mentalmente tive esses 10 últimos anos de luta. Eu aprendi tudo com Yoko.
Playboy: Uma relação professor-aluno?

Lennon: É uma relação professor-aluno. As pessoas não entendem. Eu sou o famoso, aquele que supõe saber tudo, mas ‘ela’ é minha professora. Ela já estava lá quando eu não estava em lugar algum, quando eu não passava de um zé-ninguém. Ela é meu Don Juan (o mestre índio yaqui de Carlos Castañeda). É o que as pessoas não querem entender. Sou casado com o porra do Don Juan, o que é a dificuldade. Don Juan não tem de rir, não tem de ser charmoso; Don Juan só ‘é’. E o que se passa em volta de Don Juan é irrelevante para Don Juan.
Playboy: Como ele te ensinou?
Lennon: Quando Don Juan disse…Quando Don Yoko disse: “Saia! Você não está pegando a coisa!”, foi como ser mandado para o deserto. E a razão pela qual ela não deixava eu voltar era porque eu não estava preparado prá voltar. Eu tinha de experimentar as coisas dentro de mim mesmo.
Playboy: Você está se referindo a sua separação?
Lennon: Sim. Nós estivemos separados no início dos anos 70. Ela me deu um pé na bunda. De repente eu estava sozinho.
Playboy: O que aconteceu?
Lennon: Bem,a princípio, pensei: hip-hurra! Você sabe: vida de solteiro. Viva! Então acordei um dia e pensei: “Que é isso? Quero ir prá casa!” Mas ela não me deixou voltar. Foi por isso que foram 18 meses de separação. Falávamos sempre por telefone e eu pedia para voltar, e ela dizia que eu não estava preparado. Fazer o quê? Está bem – e mais um trago.

Playboy: E aí, mais um trago?
Lennon: Na bebida, eu estava escondendo o que sentia. Foi um final de semana perdido que durou 18 meses. Nunca bebi tanto na vida.
Playboy: Por que você deu um pé em John, Yoko?
Ono: Muitas coisas. Sou do tipo de mulher que vai embora; há uma música no novo disco que fala disso. Em vez de lidar com os problemas da relação, prefiro ir embora. É por isso que sobrevivo. As mulheres tendem a ir mais fundo, mas eu não. Achei que devia mudar porque estava sofrendo estando com John.
Playboy: Por quê?
Ono: A pressão do público, pois fui eu quem levou os Beatles à ruptura e quem impediu que eles ficassem juntos de novo. Meu trabalho também ficou prejudicado. Pensei em deixar de ser a Sra. Lennon e achei que seria uma boa ele ir para Los Angeles e me deixar sozinha. Eu tinha aguentando a barra por muito tempo. Quando os Beatles ainda estavam juntos, nós dois num quarto, numa cama, mas se alguém esquecesse de fechar a porta um dos assistentes dos Beatles iria entrar e falar com ele, como se eu não existisse. Eu era invisível. As pessoas em torno do John me viram como uma terrível ameaça. Ouvi dizer que havia planos para me matar. Não os Beatles, mas o pessoal em volta deles.
Playboy: Como vocês se reencontraram?
Ono: Comecei a perceber que John não era lá um problema. John é ótima pessoa. Era a sociedade que tinha se tornado insuportável. Começamos a namorar de novo. Queria estar segura. Estou agradecida a inteligência de John.
Playboy: E Sean que tem 5 anos, ele sabe que seu pai foi um Beatle?
Lennon: Eu não disse nada. Não havia razão: nunca tocamos os discos dos Beatles. Sean viu “Yellow Submarine” na casa de um amigo, aí tive que lhe explicar o que a minha figura fazia num desenho animado.

Playboy: E Julian do seu 1º casamento, deve ser um adolescente.
Lennon: Sim, Cyn ganhou a guarda. Fico com ele nas férias e ficou uma linha aberta. Ele tem 17 anos.
Playboy: Você diz que Sean é seu primeiro filho. Não se importa de magoar Julian?
Lennon: Não vou mentir a Julian. 90% das pessoas deste planeta, especialmente no Ocidente, nasceram de uma garrafa de uísque numa noite de sábado – são acidentes. Não conheço ninguém que seja um filho planejado. Todos nós somos embalos de sábado à noite. Julian faz parte dessa maioria, tanto quanto eu. Sean é um filho planejado, e aí está a diferença. Não amo Julian menos, como filho, mesmo que tenha saído de uma garrafa de uísque, mesmo que não houvesse pílulas naquela época. Ele está aqui pertence a mim e sempre me pertencerá.
Playboy: E o novo disco como é?
Lennon: Resumindo: é sobre coisas ordinárias entre duas pessoas ordinárias. As letras são diretas. Simples e objetivas. Já passei pela minha fase dylanesca há muito tempo, com músicas como “I am the Walrus”: o truque de nunca dizer o que você quer dizer, para dar a impressão de algo mais. Uma boa brincadeira.
Playboy: De que tipo de música você gosta?
Lennon: Bem, gosto de qualquer música. Não distingo estilos de música ou pessoas, por si próprias. Não posso dizer que aprecie os “Pretenders”, mas gosto dos seus discos. Gosto do “B-52’s”, pois os vi tocando Yoko, foi lindo.
Ono: Fizemos muita coisa punk, anos atrás.
Lennon: Adoro essa coisa punk. É pura. Só não sou fanático em relação a pessoas que destróem a si mesmas.
Playboy: Você discorda do que Neil Young diz:”É melhor explodir do que esmorecer”?

Lennon: Detesto isso. Não gosto do culto da morte, de um James Dean morto, de um John Wayne morto. Eu cultuo as pessoas que sobrevivem. Gloria Swanson, Greta Garbo. Estão dizendo por aí que John Wayne desafiou o câncer – que lutou contra ele como um verdadeiro homem. Sinto muito que tenha morrido, mas ele não lutou contra o câncer; o câncer que lutou contra ele.
Playboy: John, você escuta seus discos?
Lennon: Menos ainda.
Playboy: Nem os clássicos?
Lennon: Você está brincando? Nunca os ouviria por minha própria iniciativa. Quando os ouço só me lembro das circunstâncias em que foram gravados – é como um ator que se visse num filme velho. Fico me lembrando de Abbey Road, a gravação, quem brigou com quem…
Playboy: Suas músicas são ainda muito tocadas. Como você se sente?
Lennon: Fico sempre orgulhoso e satisfeito. Me dá prazer, mesmo pq muitas das minhas músicas não são lá essas coisas. Vou a um restaurante e a banda logo ataca de “YESTERDAY”. Até autografei o violino de um sujeito, na Espanha, depois que ele tocou “Yesterday”.
Playboy: O que vocês diriam àqueles que insistem que todo o rock, depois dos Beatles, é cópia dos Beatles?
Lennon: Toda música é cópia. são variações sobre o tema. tente dizer a garotada dos anos 70, que vibra com os Bee Gees, que a música deles é só cópia dos Beatles. Não há nada de errado com eles.
Playboy: As músicas dos Beatles não eram pelo menos mais inteligentes?
Lennon: Os Beatles eram mais intelectualizados, por isso eles se destacavam nesse nível, também. Mas o apelo básico dos Beatles não era a inteligência; era sua música. Só depois que alguém do TIMES de Londres disse que havia cadências eólicas em “It Won’t Be Long” é que a classe média passou a prestar atenção – pois alguém tinha inventado uma etiqueta para a coisa.
Playboy: Há cadências eólicas em “It Won’t Be Long”?

Lennon: Até hoje não tenho a “menor” idéia do que seja isso. Serão pássaros exóticos?Playboy: Como você reage às más interpretações de suas músicas? Como naquele episódio de “Paul está morto”. você disse isso em “Glass Onion”. E, em “I am the Walrus”, você disse “eu enterrei Paul” (I buried Paul)?
Lennon: Eu disse “molho Cranberry” (Cranberry sauce). Foi isso. Há quem goste de ping-pong, há quem goste de ficar escavando túmulos. há quem faça tudo para não viver o aqui-e-agora.
Playboy: E quando suas canções levavam a atitudes destrutivas, como ocorreu com Charles Mansos, que dizia que as suas letras eram mensagens para ele?
Lennon: Não tinha nada a ver comigo. É como essa figura, o Filho de Sam, que trocava ideías com um cachorro. Manson era uma versão extremada dessa gente que entendeu que as iniciais de “Lucy in the Sky with Diamonds” eram LSD e que eu estava falando de ácido.
Playboy: De onde surgiu “Lucy…”?
Lennon: Meu filho Julian veio um dia da escola com um desenho dele de uma colega, Lucy. Ele tinha rabiscado estrelas no céu e chamou o retrato de “Lucy in the Sky with diamonds”. Simples, não?
Playboy: As outras imagens na canção não eram inspiradas por drogas?
Lennon: Eram de “Alice no País das Maravilhas”.
Playboy: E “In My Life”
Lennon: Foi a primeira canção que escrevi conscientemente relacionada com minha vida (canta):”Há lugares de que eu me lembrarei/Por toda minha vida, embora alguns tenham mudado…” antes, a gente escrevia à la “Everly Brothers”, canções pop com nenhuma idéia dentro delas. “In My Life” começava como um passeio de ônibus da minha casa na “Menlove Avenue”, 250, até a cidade, mencionando os lugares que eu lembrava. Escrevi e ficou chato. Aí eu resolvi deixar prá lá e as palavras foram voltando, com os amigos e amores do passado. Paul ajudou.
Playboy: E “Yesterday”?

Lennon: Sempre recebi os maiores elogios por “Yesterday”. Mas é uma música de Paul – filha de Paul. Muito bem-feita. Bela – mas nunca desejei que fosse minha.
Playboy: “With a little help from my freinds”?
Lennon: É de Paul. com uma pequena ajuda minha. É meu:”O que você vê quando apaga a luz? Eu não sei, mas sei que é meu…”
Playboy: “I Am the Walrus”?
Lennon: A 1ª linha foi num final de semana numa viagem de ácido. A segunda no outro final de semana na viagem de ácido seguinte. E foi terminada depois que conheci Yoko. Criticava o Hare Krishna, Allen Ginsberg, por exemplo. a referência “pinguim elementar” é a atitude ingênua, de se sair cantando “Hare Krishna”, ou de jogar toda sua fé em qualquer ídolo. Eu estava escrevendo de forma obscura, à lá Bob Dylan, naquela época.
Playboy: E “She Came in Through the Bathroom Window”?
Lennon: Foi escrita por Paul quando estávamos em NYC, formando a Apple e ele conheceu Linda. Talvez fosse ela a tal que entrou pela janela do banheiro. Só pode ter sido ela. Não sei. ‘Alguém’ entrou pela janela do banheiro.
Playboy: “I Feel Fine”?
Lennon: Sou eu, inclusive o acorde de guitarra que foi o primeiro feedback jamais gravado. Desafio qualquer um a me mostrar um disco anterior – a menos que seja um velho disco de blues dos anos 20 – que tenha um feedback.
Playboy: “When I’m 64”?
Lennon: Paul, completamente. Nunca sonharia em escrever nada parecido.
Playboy: “A Day in the Life”?

Lennon: Exatamente o que diz: eu estava lendo o jornal, um dia, e notei duas histórias. Uma sobre o herdeiro da Guiness(Tara Browne) que se matou num carro. Era a manchete. Morreu em londres numa batida de carro. na página seguinte, havia a notícia dos 4 mil buracos de Blackburn, Lancashire. Isto é, nas ruas de Blackburn. Iam tapá-los todos. A contribuição de Paul foi o belo e pequeno arranjo na hora em que se fala “I’d love to turn you on”. Eu tinha o núcleo da canção e a letra, mas ele contribuiu com essa passagem.
Playboy: “I wanna be your man”?

Lennon: Paul e eu fizemos essa para os Stones. Fomos vê-los tocar em Richmond. Eles queriam uma música e fomos ver que tipo de som eles faziam. Paul tinha um trecho e nós a cantarolamos. eles disseram, “Ok, é o nosso estilo”. Eu e Paul fomos para um canto e a terminamos. voltamos e Mick e Keith disseram:”Meu Deus, vejam isto. Eles foram lá e já terminaram.” Demos a música para eles. Uma esmola. Isso mostra a importância que a gente atribuía a eles. Nós não lhes daríamos algo que fosse realmente estrondoso. Era o primeiro disco dos Stones. Mick e Keith pensaram:”Se eles podem fazer uma música assim tão facilmente, nós podemos tentar.”

Playboy: “Help!”?
Lennon: Quando “Help!” surgiu em 65, eu estava realmente pedindo socorro. Muita gente pensa que é só um rock-pauleira. Eu na época não percebi. Mais tarde é que senti que estava, de fato, pedindo ajuda. Foi meu período negro. Veja o filme: ele – eu – está gordo, muito inseguro, completamente perdido. Hoje em dia sinto-me muito mais positivo, é isso, embora ainda passe por fossas profundas, daquelas que dão vontade de pular pela janela.
Playboy: Por que o desespero, em “Help!”?
Lennon: O fenõmeno Beatles estava passando dos limites. Fumávamos maconha no café da manhã. A gente se enchia de fumo e era impossível alguém entrar em contato com a gente, pois era o tempo todo aquela história de olhos esgazeados, sorrisos bestificados. Estávamos sempre na nossa.
Playboy: “I’m a Loser” é coisa pessoal?

Lennon: Uma parte de mim suspeita que eu sou um perdedor e, a outra acha que eu sou Deus Todo-Poderoso.
Playboy: Você ainda toma drogas?
Lennon: Não. Se alguém me passa um baseado até fumo, mas não vou atrás. Já cheirei coca, mas é uma droga idiota, pois você tem de cheirar de novo a cada 20 minutos. Toda sua concentração se resume em ficar esperando pelo toque seguinte. E ácido estou sem há anos. Não podemos deixar de agradecer à CIA e ao Exército pelo LSD. Eles inventaram o LSD para controlar as pessoas e o que nos deram foi a liberdade. Se você dá uma olhada nos relatórios oficiais sobre ácido, percebe que todos aqueles que pulam pela janela ou se matam sob efeito de LSD na verdade já tinham tentado antes.
Playboy: Voltemos às músicas:”Hey Jude”, de Paul?
Lennon: Ele disse que é sobre Julian. Ele sabia que eu estava rompendo com Cyn e deixando Julian com ela. Paul era como um tio para Julian. Mas sempre a entendi como um recado para mim. Estou até parecendo um daqueles fãs que ficam buscando coisas nas letras… Pense nisto: Yoko tinha acabado de entrar em cena. Paul diz: “Hey Jude” – “Ei, John”. Inconscientemente, ele dizia:”Vá em frente, deixe-me”. No nível consciente, ele não queria que eu fosse em frente. O anjo que há dentro dele dizia: “Deus te abençoe”. O demônio dentro dele não queria perder o parceiro.
Playboy: “Because”?
Lennon: Estava ouvindo Yoko tocar a “Sonata ao Luar”, de Beethoven. Aí eu pedi:” Você pode tocar esses acordes de trás para a frente?” Ela tocou e fiz “Because” a partir daí. A letra é clara, nenhuma merda, nehuma referência obscura.
Playboy: “Do You Want to Know a Secret”?
Lennon: A idéia veio de uma canção que mamãe cantava pra mim de um filme de Disney. Escrevi e dei para George cantar. Pensei que seria um bom veículo para ele, pois só tem 3 notas e ele não é o melhor cantor do mundo. Esta é uma das razões pelas quais fiquei magoado com o livro dele. Nunca tive um tostão de qualquer música de George ou Ringo.

Nunca pedi nada pelas minhas contribuições às músicas de George, como “Taxman”. Nem mesmo o reconhecimento. É por isso que posso ter ressentimentos de George e Ringo.
Playboy: “Happiness is a Warm Gun”?
Lennon: Não, não é sobre heroína. Havia lá uma revista de armas, com um revólver fumeguante na capa e um artigo chamado “Happiness is a Warm Gun”. Os trocadilhos sexuais são pelo início de minha relação com Yoko e eu vivia com idéia fixa sobre sexo na época. Quando não estávamos no estúdio, estávamos na cama.
Playboy: “Across the Universe”?
Lennon: Os Beatles não fizeram uma boa gravação de “Across…”. Acho que inconcientemente, nós… Acho que Paul inconcientemente tentou destruir minhas melhores músicas. Nós ficávamos fazendo foguetes experimentais em cima das minhas melhores obras, como “Strawberry..”, que eu sempre considerei muito mal gravada. Funcionou, mas não era o que devia ser. Eu permitia contudo. Passamos horas depurando minuciosamente as músicas de Paul, mas quando chegava nas minhas, nascia uma certa atmosfera de preguiça e de experimentação.
Playboy: Sabotagem?
Lennon: Inconsciente. Fiquei magoado. Paul vai negar, pois ele tem rosto suave e dirá que não existiu.
Playboy: O novo álbum tem uma música: “Os Tempos Duros Acabaram” (Por enquanto) O que diz?
Lennon: Não é uma mensagem nova: dê uma chance a paz. Com “Imagine” a gente dizia “Pode-se imaginar um mundo sem países ou religiões?” É a mesma mensagem de novo.
Playboy: Deve haver gente esperando por seu disco como obra de um profeta. Assim, “Como Lennon definiu os anos 60 e 70, ele vai definir os 80”. Como vc se sente?
Lennon: É triste. Não estamos dizendo nada de novo. Primeiro porque já dissemos antes. E 100 milhões de pessoas já disseram também.
Playboy: Mas suas canções têm mensagens.
Lennon: O que estamos dizendo é: “Eis o que está acontecendo conosco”. Não queremos que seja: “Eu sou o iluminado; vocês são o rebanho a quem eu mostrarei o caminho”.

Playboy: O que você sente ao saber que até alguém como Dylan entra nessa de misticismo?Lennon: Seja qual for a razão, é uma coisa pessoal e ele deve precisar disso. mas todo esse negócio de religião sofre do mal do “Avante, soldados de Cristo!”. Há muita conversa sobre soldados, marchas e conversões. Não estou incluindo o budismo, embora eu não seja budista tanto quanto não sou cristão. Mas há algo que admiro no budismo: não há proselitismo.
Playboy: Você era um fã de Dylan?
Lennon: Não, deixei de ouvir Dylan depois de “Highway 64” e, mesmo na época, eu ouvia porque George me fazia sentar e ficar lá, escutando.
Playboy: Qual o sonho dos anos 80 para você, John?
Lennon: Bem, você faz seu próprio sonho. É a história dos Beatles, não é? É a história de Yoko. É o que eu digo agora. Faça seu próprio sonho. Se você quer salvar o Peru, vá salvar o Peru. É bem possível fazer alguma coisa, mas dotá-lo de líderes ou parquímetros não resolverão. Não espere que Jimmy Carter ou Ronald Reagan ou John Lennon ou Yoko Ono ou Bob Dylan ou Jesus Cristo venha e o faça por você. Você têm de fazê-lo sozinho. É o que os grandes mestres têm dito desde que os tempos começaram.
Eles podem apontar o caminho, deixar indicações em vários livros que são chamados de sagrados e venerados por suas capas, e não por aquilo que dizem, mas as instruções estão aí para que todos as vejam. Sempre estiveram e sempre estarão. Não há nada de novo sob o sol. Todos os caminhos levam a Roma. E as pessoas não podem fazê-lo por você. Eu não posso te despertar. “Você! pode se despertar. Eu não posso te curar. “Você” pode se curar.

Playboy: O que impede as pessoas de aceitarem essa mensagem?
Lennon: O medo do desconhecido. É o medo dele que impele todo mundo para os sonhos, as ilusões, as guerras,a paz, o amor, o ódio, tudo isso – é ilusão. É isso o desconhecido. Aceite o desconhecido e será uma viagem tranquila. Tudo é desconhecido – aí você estará à frente do jogo. É o que é. Certo?

Fim

John Lennon: A última Entrevista

Três dias antes de sua morte, John Lennon conversou com a “Rolling Stone” durante nove horas. Pela primeira vez, no aniversário dos 30 anos da morte de Lennon, a revista apresentou esta extraordinária entrevista realizada por Jonathan Cott em 05 de dezembro de 1980, por inteiro.

Leiam aqui:

https://www.rollingstone.com/music/music-news/john-lennon-the-last-interview-179443/

“YES IT IS”, segundo o livro The Beatles – Gravações Comentadas e Discografia.

Em 2009 foi lançado o livro The Beatles – Gravações Comentadas – Discografia Completa (vide fotos da capa e contracapa abaixo).

Capa do Livro

Destaco aqui a canção “Yes it Is”, que no Brasil foi lançada tardiamente, daí muitos fãs terem tomado conhecimento bem depois, desta pérola composta por John Lennon e assinada por Lennon & McCartney.

“YES IT IS”

1Yes It Is, está no LP Duplo Love Songs

Lado 2 – Faixa 6

Lançamento Uk: 28/11/1977 – Parlophone

Lançamento EUA: 24/11/1977 – Capitol

CD: Não foi lançado

Produtores George Martin e Phil Spector

2 Yes It Is, está no LP The Beatles “Rarities”

Lado 1 – Faixa 2

Lançamento UK: Outubro 1979 – Parlophone

Lançamento EUA: Não lançado

CD: Não lançado

Yes It Is (Lennon-McCartney) 2:40

Gravação: 16/02/1965, EMI Studios, Abbey Road, Londres

John Lennon: Violão e solo vocal/vocal em harmonia

Paul McCartney: Baixo e vocal em Harmonia

George Harrison: Guitarra solo e vocal em harmonia

Ringo Starr: Bateria

Lado B do compacto de “Ticket To Ride” (que aparece em Help! ), lançado em 09/04/1965, esta bela balada foi gravada em 14 tomadas no dia 16/02/1965. Composta por John, lembra “This Boy”, também de autoria dele, com harmonização semelhante a três vozes, cantada por John, Paul e George, com Lennon fazendo o solo nas segundas partes. O som entrecortado da guitarra ao fundo é fruto das experiências de George com um pedal de volume na época.

3 –  Yes It Is, está no LP Beatles VI

Lançamento: 14/06/1965 – Capitol

Produtor: George Martin

4 Yes It Is, está na fita cassete Only The Beatles…

       Lado 2 – Faixa 2

Lançamento UK: 30/06/1986 – Parlophone (apenas fita cassete)

Lançamento EUA: Não lançado

Produtor: George Martin

Comercializada por reembolso postal numa promoção da Heineken, esta fita cassete ganhou anúncios nos jornais ingleses e esteve à venda por pouco tempo, já que foi recolhida devido a objeções dos Beatles.

A fita traz 12 faixas, como a versão em estéreo (até então inédita) de “Yes It Is”, a gravação de “Love Me Do” lançada em compacto e outras dez músicas de vários períodos da carreira dos Beatles. Apesar do que diz o encarte, a versão de “This Boy”, que aparece aqui não é inédita, e sim a remixagem em estéreo lançada anteriormente em Love Songs e outras coletâneas. Apesar disso, a versão estereofônica lançada em compactos na Austrália e no Canadá em 1976 foi incluída no álbum Past Masters – Vol. One, de 1988.

A promoção curta e limitada desta fita faz dela um item muito procurado por colecionadores.

5 Yes It Is, está no CD Anthology 2

Yes It Is (Lennon- McCartney) 1:50

Gravação: 16/02/1965 – EMI Studios, Londres

Produtor: George Martin

Engenheiro de som: Norman Smith

Edição da segunda tomada de gravação (de 1:02) acrescentada à máster (a tomada14).