Mensagem do neto de Carlos Gonzaga sobre sua morte na Itália.

Jonatas Guarino, neto e coordenador da assessoria do cantor Carlos Gonzaga, em entrevista ao jornalista e radialista Antônio Aguillar informou que o seu avô foi enterrado no cemitério da cidade de Velletti, na região metropolitana de Roma, na Itália. Carlos Gonzaga foi um dos pioneiros afrodescendentes que fez muito sucesso nos anos de 1960 com as músicas “Diana” e “Bat Masterson”. Ele faleceu no último dia 25 de agosto num hospital na Itália.

Segundo o neto, o corpo do avô não foi transladado para o Brasil porque ele já vinha morando nos últimos anos naquele país, junto com uma de suas filhas. “Além disso os valores para um translado são muito altos e nossa família, a exemplo do meu avô, não tinha condições para esse custo exacerbado”, justificou. “Nós não somos de uma família rica. São todos trabalhadores e lutam com a vida. Meu próprio avô, o Carlos Gonzaga, não era de uma geração onde o artista ficava rico. Ele viveu bem, com o todo o conforto necessário, mas nunca foi uma pessoa rica como são muitos artistas de agora”.

Carlos Gonzaga nasceu em Paraisópolis, sul de Minas Gerais, e migrou para São Paulo em 1940. Trabalhou como carregador de malas e numa indústria que fabricava cadeiras para salões de barbeiro. Começou a frequentar os programas de auditório das rádios paulistanas e seu timbre de voz acentuado chamou a atenção da gravadora RCA Victor, que em 1958 o convidou para gravar a música “Diana”, que estourou nas paradas de sucesso.

Prestes a completar 100 anos em fevereiro do ano que vem, Carlos Gonzaga realizava shows, viajando para se apresentar por várias cidades em várias partes do Brasil até pouco antes da pandemia do coronavírus. Segundo seu neto, sua última apresentação em público em solo brasileiro foi na Virada Paulista, dois ou três anos antes da pandemia.

No Brasil, morou os últimos anos na cidade de Santo André, onde frequentava, no Parque Novo Mundo, o Salão do Reino das Testemunhas de Jeová, incentivado por uma de suas filhas. O neto Jonatas informou que a violência no ABC paulista e região metropolitana de São Paulo fez sua mãe levar Carlos Gonzaga para morar junto com outra filha na Itália. “Tenho uma tia, casada com um italiano, que já morava faz muitos anos na Itália”.

Segundo Jonatas, sua mãe tinha sido assaltada três vezes e o próprio Carlos Gonzaga passou pela experiência de ter sido assaltado a mão armada na região do ABC paulista. Durante a entrevista para Antônio Aguillar, Jonatas elogiou o sistema de saúde existente na Itália. “Nós só temos que agradecer a todos os médicos e o pessoal do hospital que, sem conhecer a importância de Carlos Gonzaga no Brasil, o trataram desde os primeiros momentos que ele precisou da melhor forma possível.

“Infelizmente não existe tratamento em nenhum lugar do mundo para que possa comprar a vida de qualquer ser humano”, afirmou, acrescentando que seu avô faleceu de causa natural em razão da idade. “A saúde na Europa funciona e muito bem. A gente espera que todos, no mundo inteiro, tenham também acesso aos melhores tratamentos quando precisar.

“Não quero aqui fazer discurso político, mas a gente torce muito para que a situação do Brasil mude”, frisou. “Lutemos, todos nós, por uma mudança na sociedade brasileira. Não é possível vivermos com tamanha diferença social. Quando você vem para um país europeu a gente vê que isso é possível, não existem tantas diferenças de classes. Enquanto as pessoas ficarem aí no Brasil brigando por esquerda e direita as coisas não acontecem”.

Jonatas Guarino não descarta que o corpo do cantor Carlos Gonzaga possa ser transladado no futuro para o Brasil. “Mas isso aí não sabemos ainda”, afirmou pedindo para as pessoas acessarem a página oficial de Carlos Gonzaga no Facebook clicando aqui neste link.

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https://www.facebook.com/CarlosGonzagaOficial/

Da esquerda pra direita estão Paulo Isidoro, Tico, Fafá, Lumumba (Pike Riverte) e Gonzaga.

Ouçam a entrevista de Jonatas Guarino para o jornalista Antônio Aguillar no Youtube:

Morreu na Itália o pioneiro do Rock no Brasil, Carlos Gonzaga.

Em 25 de agosto de 2023, saiu de cena aos 99 anos o cantor popular que ficou conhecido por músicas como Diana, Oh Carol, Bat Masterson e Cavaleiros do Céu.

José Gonzaga Ferreira, seu verdadeiro nome, nasceu em Paraisópolis (MG) em 1924.

Homem simples, começou cedo a trabalhar carregando malas na estação de trem.

Depois de passar por várias cidades se fixou em SP no final dos anos 1940. Trabalhava no conserto de móveis, mas desejava cantar.

Então participou pela primeira vez de um programa de calouros em uma Rádio.

Ganhou vários concursos, com sua afinação e voz potente. Foi contratado e virou cantor fixo da Rádio Tupi de São Paulo.

Daí vieram as primeiras gravações.

Carlos Gonzaga estourou em meio a onda da Jovem Guarda, nos anos sessenta, e se apresentou em todos os estados.

E seguiu pela vida, cantando ao vivo e sem escolher palcos. Gravou vários discos e se manteve ativo por mais de 60 anos.

Nos últimos tempos morava na Itália com a família. A morte foi de causas naturais…

10.02.1924
25.08.2023

Texto: Jornalista Cláudio Teran

Carlos Gonzaga no início de carreira

O corpo do cantor Carlos Gonzaga será sepultado nesta Segunda-feira, 28 de Agosto de 2023, às 10h00 da manhã no horário local (5h da manhã no horário de Brasília), no Cemitério Monumental da cidade de Velletri (RM) na Itália, conforme informação da família do cantor.

Nos 58 anos da Jovem Guarda, vamos falar de um dos principais artistas do movimento: Jerry Adriani!

Foi na Rádio Cacique de São Caetano do Sul-SP, que Jair Alves de Souza se juntava a outros rapazes sonhadores e com grande ambição musical, numa época em que sentiram pela primeira vez a picada e o veneno do Rock and Roll, que começavam a aparecer em São Caetano do Sul, todo sábado à tarde, no saudoso programa “Antenor Zanardi”, em 1962.

Nesta foto podemos ver Osvaldo Coque ao lado do símbolo da Rádio, ao fundo do mágico palco da saudosa Rádio Cacique, frequentado por aqueles rapazes sonhadores na época, como José Carlos (depois Dave MacLean), Jair Alves de Souza (depois Jerry Adriani), Guilherme Dotta, ex integrante dos conjuntos The Crazie Boys, The Driving Guitars (neste já com a inclusão do jovem Jerry Hudson) e The Jet Black`s, e nosso amigo Zezinho Mulero, que foi quem me relatou esta história.

Nesta foto estão Guilherme Dotta, à esquerda (apelidado de Marcote), Roberto Dotta, na bateria não sabemos o nome, e outro irmão de Guilherme, o Laércio Dotta, com a guitarra, à direita. Eles formavam Os Rebeldes, já com a inclusão do jovem “Jerry Hudson” (nosso Jerry Adriani).

Jerry então começou sua carreira no grupo Os Rebeldes, em São Caetano do Sul, e quem contou a mim sobre este início de carreira de Jerry Adriani pela Rádio Cacique foi o também músico Zezinho Mulero, que inclusive esteve no show em comemoração aos 50 anos de carreira do amigo, que por coincidência aconteceu no mesmo dia do Show promovido por Antonio Aguillar no Club Homs em São Paulo, quando da comemoração dos 50 anos da Jovem Guarda, em 22 de agosto de 2015.
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APRESENTAÇÃO DE JERRY EM 22 DE AGOSTO DE 2015 NO CLUB HOMS


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Zezinho Mulero presenciou a primeira apresentação de Jerry Adriani, ainda como Jerry Hudson, na Rádio Cacique, cantando “Tutti Frutti”, sucesso de Elvis Presley na época. Jerry trajava calça rancheira, camisa vermelha, coturno, tinha o rosto cheio de acne e os cabelos exageradamente repletos de brilhantina.

Disse-me o Zezinho que a princípio ele e os amigos acharam aquele rapaz antipático, mas depois viram que era um cara bacana.
Depois do programa saíram juntos para tomar uma “cuba libre”, foram paquerar as gatinhas no Jardim Primeiro de Maio lá de São Caetano do Sul e depois, lá pelas 9 horas da noite, cada um tomava seu rumo pra casa…

Entre estes jovens amigos estavam o Zezinho Mulero, Jerry Hudson, Guilherme Dotta, e mais dois outros amigos, eram todos garotos “duros” e precisavam fazer até vaquinha para poderem tomar uma cuba, mas diz Zezinho que foi muito bom este convívio, e o Jerry gostava muito de relembrar esses momentos de juventude.

Guilherme Dotta foi o responsável pelo início de Jerry Adriani no mundo do disco, pois foi ele quem o apresentou ao saudoso Júlio Rozemberg, que na época tinha um programa aos domingos pela manhã na TV Cultura.

Interessante citarmos que quando o Guilherme Dotta levou Jerry ao escritório de Júlio Rozemberg, a Secretária disse que eles aguardassem, e Guilherme então pegou seu violão e ficou ensaiando com o Jerry. Neste meio tempo chegou o cantor Nilton César, que entrou direto para a sala de Júlio e perguntou: “quem é esse rapazinho que está ensaiando aí”? “Contrata logo, porque senão eu contrato!”

São histórias que o próprio Guilherme Dotta contava para os amigos, portanto quando se falar na história de Jerry Adriani, não se pode esquecer de citar também o saudoso Guilherme Dotta.

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Nas fotos a seguir podemos ver Jerry Adriani com Zezinho Mulero e também seu ingresso para o Show de 50 anos de carreira que Jerry apresentou em São Caetano do Sul…

Esta foto está bem desfocada, porém tem história: o saudoso Guilherme Dotta, que pertenceu aos conjuntos The Crazie Boys, The Driving Guitars, Os Rebeldes, The Flyers e The Jet Black`s, tocando no Clube da GM, Programa General Mirim, nos anos 60.

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Ainda em vida, Jerry Adriani enviou este documento para o amigo Zezinho, que tenta junto às autoridades do município, que seja dado seu nome a alguma RUA ou PRAÇA da cidade de São Caetano do Sul.


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Espero que tenham gostado de saber um pouco mais sobre este inesquecível ídolo da música jovem, que foi Jerry Adriani!