Os números deste Blog em 2012

Os duendes de estatísticas do WordPress.com prepararam um relatório para o ano de 2012 deste blog.

Aqui está um resumo:

4,329 films were submitted to the 2012 Cannes Film Festival. This blog had 17.000 views in 2012. If each view were a film, this blog would power 4 Film Festivals

Clique aqui para ver o relatório completo

O casamento do ano (1962)

“Em julho de 1962, Antonio Aguillar, que cuidava do conjunto The Jordans, resolve criar outro grupo de rock que leva o nome de Clevers (escolhido pelo próprio, consultando um dicionário inglês-português…). Eram eles: Waldemar Mozena (Risonho) na guitarra de solo, Domingos Orlando (Mingo) na base e voz, Demerval Rodrigues (Neno) no baixo, Antonio Rosa Sanchez (Manito) sax e Luiz Franco Thomaz (Netinho) na bateria.
Antonio Aguillar se casa em agosto e George Freedman, que lançava seu 1º LP, o “Multiplication”, era o padrinho.
Na festa de casamento, os Clevers se apresentam e mostram para os convidados “El Relicário”, um tradicional espanhol em ritmo de twist com o frenético sax de Manito.

O sucesso foi imediato e os Clevers já entraram na Continental gravando um LP. Nessa época, Aguillar vai para a TV Excelsior, canal 9 de SP e começa lá produzindo o “Show do Meio Dia” com a turma do Rock, com apresentação do Nairson Menezes. Logo recebe o horário de domingo, das 18 às 19 horas, onde passa a apresentar o “Festival da Juventude”, com a presença de um público delirante e muita audiência.”

Do livro de Albert Pavão, “Rock Brasileiro 1955-65 trajetória, personagens e discografia” – Pág. 66

Foto do acervo de Messias da Silva

Foto do acervo de Messias da Silva

Aconteceu com George Freedman!

Nos anos 60, as Revistas “InTerValo” e “Melodias” costumavam trazer notícias dos artistas, cantores e músicos, e foi o que aconteceu quando o cantor George Freedman sumiu de circulação…

Eu... George Freedman

Esta foto publicada recentemente por Messias da Silva, mostra uma reportagem sobre o que aconteceu com George Freedman quando este viajou com Nerino Silva para uma turnê no Norte do Brasil!

George Freedman com o sambista Nerino Silva 1968

George Freedman e Nerino Silva
Foto enviada por Luis Avelima

“Eu… George Freedman”

George Freedman, o cantor que se tornou popular com a gravação de “Coisinha Estúpida”, música que ocupou durante muito tempo lugar nas paradas de sucesso, fez o público sentir sua falta nos últimos 8 meses. Seus admiradores, desconhecendo a causa desta ausência tão longa, admitiram diversas hipóteses, inclusive a de um desastre, prisão e até mesmo de morte.
Mas agora George Freedman voltou; voltou para São Paulo e para os fãs e, é ele mesmo quem conta a triste aventura pela qual passou lá no Norte, para onde programara com Nerino Silva uma excursão.

George e Nerino Silva - Cópia

“Nós estamos confiantes com o sucesso da “tournèe”, pois pudemos constatar isto pelo carinho com que fomos recebidos pelo povo do Norte nas principais cidades em que estivemos, que foram Piauí e Terezina. Destas, seguimos para o interior, passando por Floriano até Codó. Foi aí que o drama começou: um mal-estar seguido por um desmaio era o princípio da tragédia que iria acabar com todos os planos da nossa viagem. Mas isto só fui saber em Maranhão, para onde partimos logo depois de termos passado alguns dias em Belém. Como a doença tornava-se cada vez mais progressiva, concordei em ser examinado pelo Dr. Murilo Sarney, irmão do Governador do Estado, Sr. José Sarney, pessoa que aprendi a respeitar e admirar nos 7 meses que lá fiquei. O diagnóstico do médico não demorou muito: a malária havia me atacado. E foi só por esta razão que eu fiquei tanto tempo afastado do público. Quanta à falta de notícias atribuo à minha incógnita lá no Hospital do Governo, em Maranhão.”

O rapaz bonitão de quase 2 metros de altura, que pesava 80 quilos, voltou para São Paulo com apenas 68 quilos, e ainda com os restos de sua doença. Mas isto não impediu que ele continuasse lutando pela carreira: um compacto simples da RCA mostra suas últimas gravações:

“Correio Sentimental”, “Eu Menti pra Você”, “Tenho Medo de te Perder”, além de uma versão.

George Freedman que já participou de diversos programas de TV, como “Família Trapo”, “São Paulo Meu Amor”, “Moacyr Franco Show”, tem agora como parceiro Puska, que o auxiliará nas versões que ele pretende fazer.
Vanusa e Paulo Henrique concordam em gravá-las. Quanto ao Norte, Freedman pretende voltar muito em breve para agradecer uma vez mais o carinho com que o trataram.

Texto: Berto Stark
Fotos: Moacir dos Santos

E a Revista noticiou…

George Freedman ressuscitou

Ronnie Wood conversa com Sir Paul McCartney e falam dos óculos de John Lennon.

Ronnie Wood pergunta a Sir Paul McCartney sobre John Lennon, sua miopia e o uso de óculos (John não costumava usar óculos nas apresentações dos Beatles ao vivo), e McCartney não hesita em contar uma situação hilária que aconteceu com eles.

Paul fala que naquela época John Lennon usava aqueles óculos dele (de tartaruga, redondos) mas que sempre que chegava uma menina bonita ele tirava os óculos pra parecer galã (mais bonito), mas aí ele não enxergava nada.

Ronnie Wood e Sir Paul

Uma noite, era época de Natal e eles saíram juntos. Quando voltavam da noitada, avistaram numa esquina um casal jogando cartas, e já era tarde, onze horas da noite. No dia seguinte John comentou com ele que estava abismado com aquilo, e que ele não podia acreditar que aquele casal estivesse lá ainda jogando cartas até aquela hora!

Paul então conta a Ronnie que passou lá em frente da casa e o que havia na verdade era um presépio, com Maria e José olhando para o Menino Jesus…

(Risos de Ronnie e Paul)

A piada era que o John ficava completamente cego sem os óculos e que confundiu as estátuas com pessoas de verdade, pensando que estavam jogando cartas…

Fonte: The Ronnie Wood Show

Antonio Aguillar entrevista Ed Carlos, ídolo do Movimento Jovem Guarda!

“Esta é uma entrevista feita com Ed Carlos, afilhado artístico de Roberto Carlos. Trata-se de um momento histórico, porque Ed Carlos não tem mais sua fala assim. Ele passou por depressões e pegou uma doença do pai, que tinha dificuldade para pronunciar as palavras. Quando Ed Carlos está bem, ele vai ao seu Restaurante ED CARNES, que foi inaugurado pelo seu padrinho artístico; quando entra em crise, fica em casa na solidão. Já tentou suicídio com uma tesoura (graças a Deus, seus familiares acudiram a tempo). Enfim, é um drama a vida desse rapaz. O Roberto o adora e sempre que pode ajuda também. Vânia, esposa de Ed Carlos, e seus três filhos o ajudam a tocar o restaurante.
Contando mais um pouquinho desse rapaz, quando o conheci ele tinha apenas 14 anos e sua mãe insistia para que eu o ajudasse na vida artística, sempre dizendo que acreditava no talento do filho. Eu pedi a ela que me desse uma declaração, que eu pudesse ter a liberdade de trazê-lo para São Paulo (ele morava em Sto André) colocá-lo num apartamento e levá-lo sempre que podia aos meus programas de radio e de televisão. Nesse meio tempo, ele conheceu o Roberto Carlos quando fazia uma visita ao meu programa de rádio. A história ele conta nesta gravação…” (por Antonio Aguillar)

Antonio Aguillar durante um programa na Rádio Capital

Antonio Aguillar durante um programa na Rádio Capital

Nesta entrevista, Ed Carlos diz:

– Que é feliz por ter participado do movimento da Jovem Guarda
– Que é feliz por ter tido bons amigos como Antonio Aguillar
– Que a Jovem Guarda marcou muito sua vida
– Que foi apresentado na Rádio Nacional por Antonio Aguillar
– Que seu primeiro grande sucesso foi “Estou Feliz”, em 1967
– Surgiu a Mini Guarda pela TV Bandeirantes, e lá foram revelados cantores como Fábio Jr., Pepeu Gomes, Baby Consuelo
– Ed Carlos fala de sua amizade com Roberto Carlos, que inaugurou seu restaurante Ed Carnes
– Roberto Carlos/Erasmo fizeram 3 músicas para Ed Carlos gravar
– RC se emociona com a música composta em sua homenagem
– Enfim, Ed Carlos conta que viu de perto tudo que aconteceu no movimento chamado Jovem Guarda, uma verdadeira família.
– O apelido “Biquinho”, dado por Lady Laura

Canta, Ed Carlos!

Mingo, que pertencia ao conjunto The Clevers/Os Incríveis, fazia um programa ao vivo chamado Country Pira, e nele certa vez recebeu Ed Carlos…

Eduardo Araújo faz revelações a Antonio Aguillar!

Numa conversa com Aguillar sobre os primórdios do Rock no Brasil, Eduardo Araújo, hoje voltado mais para a música “country”, diz: “Colocar o primeiro tijolo na construção do Rock and Roll é você aqui em São Paulo e Carlos Imperial no Rio de Janeiro”.

Eduardo Araujo 3

Eduardo Araújo revela a Antonio Aguillar que antes de tudo acontecer, seu ídolo era Little Richard!
Ouçam o próprio Eduardo dizendo quais as músicas que ele mais gostava antes de tudo acontecer!

Manito conversa com Antonio Aguillar e toca “Oceano”: uma raridade!

Em 09 de setembro de 2011 perdemos o Manito, do grupo “Os Incríveis’. Ele lutava contra um câncer na laringe desde 2006 e morreu dormindo em sua casa numa sexta-feira, em São Paulo.
O Saxofonista Antonio Rosas Sanches, o Manito, tinha apenas 68 anos e era considerado um dos músicos mais virtuosos do “iê-iê-iê”. Era chamado de o “homem dos mil instrumentos”, pois tocava, além do saxofone, também guitarra, baixo, bateria, diversos instrumentos de sopro, teclados, enfim, era um multi-instrumentista!
Ele começou tocando bateria, depois aprendeu acordeom, violino, trompete,clarinete, sax alto, sax tenor, flauta, teclados, enfim, e tocava tudo com perfeição!
Foi um dos mais importantes músicos da Jovem Guarda, e nós podemos matar a saudade dele, ouvindo a conversa que foi ao ar em um dos programas de Aguillar pela Rádio Capital…

Ouçam Manito no Sax, em “Oceano”, que está no CD gravado pela RGE.

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“O Manito esteve no meu programa acredito que em julho de 2010 e realmente essa entrevista é uma raridade. Ele recebeu uma homenagem prestada por mim, na Casa de Portugal, em 14 de maio de 2011, vindo a falecer 4 dias após a homenagem. Na noite ele foi a casa de portugal em cadeira de rodas e todo entubado porque havia passado por uma cirurgia muito grave (câncer nas cordas vocais). O Antonio Rosas Sanches MANITO nos anexos”.
(Antonio Aguillar)

1o. LP The Clevers

Aguillar e Manito

Aguillar e The Cleves 1a. formação

Manito e Aguillar

Manito no show do Aguillar

As Canções “Portuguesas” de Paul McCartney

Consta que Paul McCartney escreveu duas canções em terras portuguesas, que foram “Scrambled Eggs”, gravada pela primeira vez em 14 de junho de 1965, e que mais tarde teve seu título alterado para “Yesterday”, e “Penina”, que nunca foi gravada por ele.
Yesterday foi transmitida pela primeira vez ao vivo em 16-08-1965, durante um concerto dos Beatles para a televisão, o Blackpool Night Out.
Foi quando George Harrison apresenta Paul McCartney como se ele estivesse sozinho em um programa de calouros da TV e que era apresentado por Hughie Green, na BBC, e diz que a “oportunidade estava lhe batendo à porta”, em alusão ao título do programa, “Opportunity Knocks”. (“… and so, for Paul McCartney, from Liverpool, “Opportunity Knocks”!).

Paul ficou no palco sozinho com seu violão e interpretou “Yesterday”.
Ao final de sua apresentação, John Lennon também faz uma brincadeira e diz, “Obrigado, Ringo, foi maravilhoso”, trocando o nome de Paul pelo do baterista dos Beatles quando o resto do grupo retornou perante o público.

Apresentação de “Yesterday” no Ed Sullivan em 12-09-1965 (Notem o George apresentando Paul… muito legal!)

Paul McCartney escreveu “Yesterday” após uma viagem à Espanha e de lá foi para Portugal.
Paul escreveu a letra (supõe-se ) durante uma viagem de carro de Lisboa até Albufeira , em maio de 1965. Paul e Jane estavam de férias e resolveram ir até a região do Algarve, a casa onde se hospedaram pertencia ao Bruce Welch ( dos Shadows). Quando Bruce estava se preparando para ir embora, Paul lhe perguntou se ele não tinha uma guitarra que pudesse lhe emprestar, daí começou a tocar a música mais regravada de todos os tempos que, de acordo com o Guiness teve quase (ou mais) de 3 mil versões, só perdendo para “You´ve lost the lovin ´ feeling” em 1999.

Fotos de Jane e Paul na época em que estiveram am Albufeira.

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jane blog port - Yesterday

A princípio a música foi oferecida ao grupo ‘Billy J. Kramer & The Dakotas’ para que gravassem, eles que já haviam gravado anteriormente a canção “Bad to Me”, porém Billy J. recusou a música.

Este grupo gravou composições de Lennon & McCartney, como “I’ll Keep You Satisfied”.

“Bad to Me”

e “From a Window”, entre outras.

Se ao escrever “Yesterday” Paul estava ao lado de Jane Asher, quando compôs “Penina” ele estava ao lado de Linda. As duas músicas foram escritas em Algarve, Sul de Portugal: Penina em Portimão e Yesterday em Albufeira.

“Penina” foi composta por Paul McCartney no Hotel Penina, junto ao Alvor, que fica a Oeste da cidade de Portimão, entre os dias 10 e 18 de dezembro de 1968.
Paul McCartney foi sempre amigo do Algarve e numa de suas estadas por lá, em 1968, o Beatle escreveu “Penina” como explicou no “Club Sandwich Fansite”:

“Fui a Portugal de férias e uma noite, quando regressava ao hotel, já alegrote, resolvi tomar mais uns copos ao bar. Estava um grupo a tocar e eu acabei por ir parar à bateria. O hotel chamava-se Penina e improvisei ali uma canção sobre esse nome. Alguém me perguntou se podia ficar com ela e eu dei-lha. Nunca pensei em gravá-la eu próprio”.

Paul canta um pouquinho dela no projeto Get Back.

E esse grupo chamava-se Jotta Herre, composto por Aníbal Cunha, hoje empresário exportador no sector cerâmico, Rui Pereira, falecido em 1972, Carlos Pinto, hoje presidente da Sony Music em Portugal, e Giuseppe Flaminio, hoje representante da Universal Music na cidade do Porto:

“Naquela noite, juntámo-nos todos à volta de Paul e de Linda, bebemos um copo e então ele propôs: vamos tocar. Passava da uma hora da manhã e o Paul deu um show inesquecível. Tocou sucessivamente piano, baixo, guitarra e bateria. Tocou bateria como eu nunca tinha visto um músico tocar.
Cada vez entrava mais gente na sala. Paul voltou à bateria e pediu “one minute”. Começou a cantarolar e desafiou a malta para tentar acompanhar a sequência harmónica que estava a sair. Eram 4 horas da madrugada e, logo ali, compôs e cantou a música e a letra da canção que nos ofereceu. No fim, pôs-lhe um título, o nome do hotel”. (conta Giuseppe Flaminio)

E assim nasceu Penina, a canção algarvia dos Beatles, gravada pelo grupo Jotta Herre em 1969 no EP Philips, que na contracapa informa o seguinte:
“Os Jotta Herre, que animavam na altura as noites do “Hotel Penina”, no Algarve, tiveram o nome formado pelas iniciais de dois dos seus elementos e ter-se-ão formado em 1963/64 no Porto… Num dia de Dezembro de 1968, pouco depois da meia-noite, Paul McCartney,que estava no Algarve, vai ao Hotel Penina com Linda, futura mulher, para trocar libras por escudos. Depois,foram para o bar onde McCartney acompanhou o grupo, à bateria ou ao piano, e ofereceu-lhes, já perto das 4 da manhã, a canção “Penina”.(é de notar,que eles muito raramente,deram ou fizeram musicas para “outros”…). Entretanto o grupo é contratado pela Philips e lançam um EP (este).”
(detalhe da capa original do disco)
Mas o (único) disco do grupo não teve grande sucesso, vendendo apenas mil cópias.

Foi gravada também pelo cantor Carlos Mendes, neste disco:
Penina - Carlos Mendes

penina contra capa do disco

Neste vídeo podemos ouví-lo cantar:

Fonte desta pesquisa:

– Comunidade do Orkut, We Love the Beatles Forever
– Youtube
– Sites da Internet
– Fotos enviadas por Jenny Wren

“The Music of Lennon & McCartney”, o Especial completa 47 anos hoje!

Há 47 anos, em 16 de dezembro de 1965, era exibido pela TV Granada no Reino Unido o especial intitulado “The Music of Lennon & McCartney”.

Foto: Calendário do Rock

Foto: Calendário do Rock

O especial “The Music of Lennon & McCartney” foi originalmente transmitido pela TV Granada para o Reino Unido, apresentando canções escritas por Lennon e McCartney e interpretadas por vávios artistas, incluindo os Beatles, a Orquestra de George Martin, Peter and Gordon, Lulu, Dick Rivers, Fritz Spiegl’s Ensemble, Marianne Faithful (com Paul McCartney), Billy J Kramer and the Dakotas, Alan Haven and Tony Crombie, Cilla Black, Henry Mancini, Esther Phillips e Peter Sellers.

Títulos de abertura e introdução ao programa especial da TV Granada mostrando os Beatles e convidados especiais cantando composições de Lennon/McCartney: Cilla Black, Peter Sellers, Marianne Faithfull, Lulu, Henry Mancini, Peter and Gordon, Billy J, The George Martin Orchestra e Esther Phillips. Produzido po Johnnie Hamp.

Leno e sua “Vida e Obra de Johnny McCartney”

“Vida e Obra de Johnny McCartney” é considerado o CD mais importante da carreira solo de Leno, e foi gravado em fitas, de novembro de 1970 a janeiro de 1971.
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Foi um momento em que ele deixa de lado a questão das baladas tão presentes na Jovem Guarda e mostra-se como um artista independente, vanguardista, crítico, satírico, rebelde, enfim, uma pessoa politizada.
Nessa época, ele fazia sucesso com a balada romântica “Festa de 15 anos” e resolveu dar uma guinada.
“Eu sempre fui roqueiro, mas sempre estourava com músicas lentas. Eu queria mostrar o meu lado mais rock’n’roll”, diz Leno.
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Tendo sido vetada pela Ditadura Militar em 1971, a obra que teve os Beatles, mais precisamente a dupla Lennon & McCartney como inspiração para o compositor, ficou perdida durante 25 anos!

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O projeto criado em parceria com Raul Seixas reaparece em 1995, para a grande surpresa de Leno, que dava as fitas de seu inédito “Vida e Obra de Johnny McCartney” por perdidas! Acontece que elas são descobertas por acaso nos arquivos da Sony Music!
Leno então decide remasterizar a gravação e editá-la em CD, criando seu próprio selo, o Natal Records, e lança sua obra composta em parceria com Raulzito.

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Vida e Obra de Johnny McCartney - Leno 016Leno passou o ano de 1979 morando em Los Angeles, nos Estados Unidos mas quase não compunha, pois estava ligado mais em cantar e tocar e quando voltou a residir em Natal, começou a se dedicar a compor e realizar shows. Guardava para si a lembrança de Raul Seixas, um cara simples que gostava de música.
“Gosto muito da lembrança dele em mim, apesar das distâncias”.
Essas lembranças ficam mais evidenciadas e tomam conta da vida de Leno quando este apresenta ao público o relançamento do disco “Vida e Obra de Johnny McCartney”, álbum considerado pela crítica especializada internacional como um dos melhores do rock.
Foi o terceiro disco de sua carreira solo e teria sido gravado em 1970, porém a gravadora CBS vetou o projeto por achar que ele não era comercial. “Tinha umas músicas censuradas, como ‘Sr. Imposto de Renda’ e ‘Sentado no Arco-íris’.

Segundo Leno, este disco antecipou muita coisa que viria a acontecer apenas nos anos 80 em termos musicais, além de ter influenciado a carreira de Raul Seixas.

Das 13 músicas do disco, seis são em parceria com o baiano.

1. “Johnny McCartney” Leno / Raul Seixas 2:15
2. “Por Que Não?” Leno 3:34
3. “Lady Baby” Carlos Augusto / Raul Seixas 4:31
4. “Sentado no Arco-íris” Leno / Raul Seixas 3:22
5. “Pobre do Rei” Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle 2:50
6. “Peguei uma Apollo” Arnaldo Brandão 3:40
7. “Sr. Imposto de Renda” Leno / Raul Seixas 1:15
8. “Não Há Lei em Grilo City” – Leno 3:09
9. “Convite para Ângela” Leno / Raul Seixas 1:33
10. “Deixo o Tempo Me Levar” Leno 3:12
11. “Contatos Urbanos” Ian Guest 2:29
12. “Bis” Leno / Raul Seixas 2:21
13. “Johnny McCartney” Leno / Raul Seixas 0:33

Leno comenta que “talvez a partir daí Raul tenha criado a vontade de ser cantor, pois ele não era muito a fim. Foi um laboratório para ele”.

O verdadeiro Rock já se faz presente logo na primeira faixa, “Johnny McCartney”, que é uma sátira à busca da fama tão em voga hoje em dia: “Ainda hei de ser famoso um dia / Meu nome nos jornais você vai ler / Vou ganhar mais de um milhão / Comprar o meu carrão cantando na TV / Vai pagar pra me ver no cinema / Do que me fez, irá se arrepender / Daqui pra frente sou galã lhe ofuscando / Com meu terno de lamê / Johnny MacCartney vou ser).

É uma letra bem atual!

“Vida e Obra de Johnny MacCartney” é considerado um disco seminal para o rock brasileiro, pós Jovem Guarda, e deve constar em qualquer discoteca básica do estilo, onde guitarras, bateria e baixo ganham mais expressão, pela primeira vez, no rock brasileiro.

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Programa Vídeo Show, da TV Globo,1995,sôbre o Cd “Vida e Obra de Johnny McCartney”, com parcerias inéditas de Leno e Raul Seixas

Reportagem do Jornal do SBT sobre o disco Vida e Obra de Johnny McCartney, lançado em CD 24 anos depois de ter sido vetado pela Ditadura Militar!

Fontes:
1 – http://webpotiguar.org/2012/09/22/um-potiguar-no-caminho-de-raul-seixas/

2 – Pesquisa na Internet