Renato Barros, o maior roqueiro do Brasil e sua “Fuzz Guitar” além das fronteiras.

Renato

Ano passado publiquei aqui um texto de Henrique Kurtz, intitulado “A importância de Renato Barros e sua guitarra Fuzz para o Rock e a Jovem Guarda!

Segue agora outro texto sobre a guitarra de Renato, escrito por um dos seus maiores fãs, o músico e compositor Sérgio Moraes, da banda Canibais do Sertão, de Recife/PE

Em 1961 Renato e Seus Blue Caps gravou o disco “Twist”, e não por acaso, o primeiro Rock and Roll gravado no Brasil.

E Renato Barros nos anos 60 aterrorizou toda a MPB com a sua guitarra elétrica distorcida. A nova adaptação das sonoridades beat, merseybeat e Beatles foi genial, afirmando uma sonoridade particular que contribuiu decisivamente para construir a versão brasileira da Beatlemania e do Rock brasileiro.

Fernando Rosa escreveu no livro “A Historia Secreta do Rock Brasileiro”: “A guitarra de Renato Barros teve um papel fundamental no desenvolvimento do Rock brasileiro, da mesma forma que a Tropicália não não seria a mesma sem a guitarra de Lanny Gordin; o Rock no Brasil não teria afirmado sua particular sonoridade sem a guitarra de Renato Barros.”

Os álbuns “Isto é Renato e Seus Blue Caps” e, especialmente, “Um Embalo com Renato e Seus Blue Caps” são exemplos dessa sonoridade que marcou a música jovem brasileira dos anos sessenta.

Renato Barros foi além dos limites da comportada guitarra iê-iê-iê, criou seu próprio estilo, sua marca, sua identidade. Uma sonoridade FUZZ inconfundível, como uma espécie de “Link Wray”** da Jovem Guarda, ele deixou as marcas do FUZZ da sua guitarra, da sua agressividade e da sua genialidade em músicas como “Sim, sou feliz”, (com a sua banda), “Coração de Pedra” (com Os Jovens) ou na clássica “Você não serve pra mim” (de autoria do próprio Renato, gravada por Roberto Carlos nos vocais, Renato na guitarra e os Blue Caps, no disco Roberto Carlos em Ritmo de Aventura.
**Link Wray, ou seja, Fred Lincoln ‘Link` Wray Jr., que foi um guitarrista de rock and roll americano, compositor e vocalista que tornou-se muito popular nos anos 50 com o som de sua guitarra elétrica distorcida nas suas primeiras gravações.

Junto com Roberto Carlos, a guitarra de Renato Barros cruzou as fronteiras latinas.

Ele também era o guitarrista mais requisitado para acompanhar os grandes artistas da época, muitas vezes sozinho, outras vezes com seu irmão Paulo César Barros no Baixo (considerado o maior baixista do Brasil) e às vezes com a sua banda, os Blue Caps.

Sua guitarra pode ser ouvida nos principais discos de Roberto Carlos dos anos 60 (Splish Splash, É proibido Fumar, Roberto Carlos Canta para a Juventude, Jovem Guarda, Eu te Darei o Céu, RC Em Ritmo de Aventura, As Flores do Jardim da Nossa Casa e o clássico épico, O Inimitável).
Algumas mais singelas, mas não menos impactantes como no disco O Inimitável, de Roberto Carlos, nas canções “Eu te amo, te amo, te amo”, “Nem mesmo você” e em tantas outras.

A Jovem Guarda produziu grandes guitarristas, como José Provetti, o Gato do The Jet Black`s, Risonho, dos Incríveis, ou ainda outros nomes como Bogô, dos Beatniks, que acompanhava Roberto Carlos nos programas da TV Record, mas entre todos, destaca-se a figura de Renato Barros.
Assim, pode-se afirmar com total convicção que Renato Barros é o verdadeiro pai do Rock brasileiro!

Por Sergio Moraes, da banda Canibais do Sertão (Recife/PE)

Uma curiosidade: em 1972 Renato lançou um disco com o pseudônimo de Richard Brown…

Richard Brown LP 1

Richard Brown LP 2

Richard Brown LP 3

 

The Beatles Ultra Rare Trax

Ultra Rare Trax foi uma série de gravações piratas dos Beatles, caracterizando outtakes de estúdio, que apareceu pela primeira vez em 1988. Aproveitaram-se de uma brecha legal conhecida como a “lacuna de proteção” que permitiu aos “bootleggers” lançarem gravações antigas, devido às ambíguas leis de direitos autorais. No total, oito volumes foram produzidos. Este não foi o primeiro Bootleg dos Beatles a aparecer em CD, mas foi o primeiro a conseguir atenção generalizada com os bootleggers, porque a sua qualidade de som mostrou o que a remasterização digital foi capaz de fazer.

Historia

O bootleg apareceu depois que John Barrett, um engenheiro dos Estúdios Abbey Road, realizou uma auditoria do material nos arquivos do estúdio em 1984 e fez backups em fitas com a estrita condição de que elas não seriam copiadas ou vendidas. No entanto, um colecionador holandês conseguiu comprar algumas fitas de estúdio por US $ 20.000, as quais foram posteriormente revendidas a um fã alemão, Dieter Schubert. Schubert acreditava que quaisquer gravações de estúdio feitas antes da ratificação da Alemanha da Convenção de Roma em 1966 eram de domínio público no país e, portanto, decidiu criar seu próprio selo de bootleg, chamado Swingin`Pig, e lançou seus títulos em CD. O logotipo e o nome foram baseados no selo da marca de qualidade do bootleg anterior, que regularmente apresentava os trabalhos de arte de William Stout em suas capas.

Um bootlegger alegou que este seria “o lançamento mais importante na história dos CDs … a qualidade simplesmente explodiu as mentes das pessoas”. O autor Clinton Heylin acredita que algumas faixas da série Ultra Rare Trax soavam ainda melhores do que as então recentes reedições em CD do material oficial da EMI.

A EMI Records, que detinha os direitos autorais de gravações em estúdio dos Beatles, foi muito infeliz de ter alguém que efetivamente roubou o trabalho sobre o qual eles tinham direito assegurado e este material ter sido lançado. Um representante ficou “mortificado” ao descobrir que o primeiro volume da Ultra Rare Trax continha gravações inéditas de “I Saw Her Standing There” e “Strawberry Fields Forever”, e a gravação original feita em 1963 de “One After 909” que pretendiam ter lançado no álbum Please Please Me. O representante da EMI, Mike Heatley, disse em uma entrevista à revista ICE que ele não tinha idéia de como um bootlegger tinha conseguido obter tais gravações em alta qualidade.

O bootleg também convenceu os fãs de que havia muito mais material inédito nos cofres da EMI do que se pensava antes.

Parte do material constante da série Ultra Rare Trax foi posteriormente lançado oficialmente na série Anthology em meados da década de 1990, embora Michael Callucci, escrevendo para a revista Classic Rock, afirma que os bootlegs originais ainda valem a pena serem ouvidos por que contêm material que não está no lançamento oficial.

Fonte: Wikipedia
Tradução: Lucinha Zanetti

Ultra rare trax

Para quem quiser baixar a coleção, veja nos links abaixo, são oito volumes.

Vol. 1 – http://www.bootlegzone.com/album.php?name=tspcd001

Vol. 2 – http://www.bootlegzone.com/album.php?name=tspcd002

Vol. 3 – http://www.bootlegzone.com/album.php?name=tspcd025

Vol. 4 – http://www.bootlegzone.com/album.php?name=tspcd026

Vol. 5 – http://www.bootlegzone.com/album.php?name=tspcd035

Vol. 6 – http://www.bootlegzone.com/album.php?name=tspcd036

Vol. 7 – http://www.bootlegzone.com/album.php?name=tgpcd111

Vol. 8 – http://www.bootlegzone.com/album.php?name=tgpcd112

“Isto é Renato e Seus Blue Caps!”

Ao som da vinheta criada por Renato Barros há cinco anos, o conjunto Renato e Seus Blue Caps é apresentado ao palco do Teatro Bourbon em Porto Alegre, na noite do dia 19 de agosto de 2016, levando os fãs ao delírio!

Renato envia Show  POA 3

Como disse Francisco Castro, que esteve no Show e editou os vídeos, assim era o nosso Rock em 1965, tinha o mesmo som que se ouve hoje, e naquela época ainda nem tínhamos nenhuma tecnologia de som…
O conjunto continua com a mesma fidelidade de 1965, uma felicidade para quem é fã desde os primórdios!

Ouçam!

Teatro do Bourbon Country – Porto Alegre, 19 de agosto de 2016 – Registros por Francisco Castro.

PARTE 1

PARTE 2

PARTE 3

PARTE 4

PARTE 5

PARTE 6

PARTE 7

PARTE 8

PARTE 9

PARTE 10 (FINAL)

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Obrigada Renato e Seus Blue Caps, por nos proporcionarem tudo isso!

RSBC em Porto Alegre 2

MAIS FOTOS DO SHOW AQUI

Renato envia Show  POA 6

Desabafo de Caetano Veloso contra o Jornal The New York Times em 1994!

Caetano Veloso e Gilberto Gil em Madri - Foto de Gonzalo Quitral

Caetano Veloso e Gilberto Gil em Madri – Foto de Gonzalo Quitral

Em 1994, Caetano Veloso e Gilberto Gil foram entrevistados em São Paulo a respeito de sua bissexualidade, por que o Jornal The New York Times, nos Estados Unidos, havia feito sérias críticas sobre eles andarem vestidos como mulher.
Naquela época Caetano Veloso morava na Av. São Luiz, uma rua chique de São Paulo, e havia certo preconceito em admitirem esse tipo de comportamento.
Caetano e Gil lamentaram e demonstraram publicamente sua revolta contra o Jornal americano, o que ficou aqui registrado…

O repórter do The New York Times mentiu descaradamente, inclusive dizendo que estariam sendo despejados do apartamento em que moravam em razão desta noticia.
Em 1978 Caetano havia feito uma homenagem à cidade de São Paulo, a música “Sampa”, que fala do famoso cruzamento da Ipiranga com Avenida São João.

Esta é uma curiosidade esquecida no tempo, mas na época houve uma grande repercussão no Brasil e no exterior, devido à fama dos dois, como me informou Antonio Aguillar, que foi quem me enviou o áudio desta entrevista.

Reportagens realizadas em Uberaba por Antonio Aguillar nos anos 70.

Chico Xavier

Depoimentos de Chico Xavier a Antonio Aguillar, quando este era repórter e trabalhava na Rádio Tupi de São Paulo. A reportagem nos anos 70 foi levada ao ar durante o programa Luiz de Carvalho.


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Ciganos acampados em Uberaba

Uma reportagem com Ciganos realizada por Antonio Aguillar para a Rádio Tupi nos anos 70, quando esteve em visita a Uberaba para entrevistar o médium Chico Xavier.
Aguillar aproveitou a oportunidade ao ver os ciganos acampados no meio da cidade vendendo tachos e lendo a sorte das pessoas que passavam… Hoje é uma curiosidade.

Aguillar entrevistando dona Aparecida Conceição Ferreira, fundadora do Hospital do Fogo Selvagem e o Cantor Cláudio de Barros durante colaboração no Hospital do Fogo Selvagem.

Dona Aparecida faleceu no dia 22 de dezembro de 2009; foi uma batalhadora, uma mulher valorosa que por mais de cinquenta anos cuidou dos doentes entre eles, muitas crianças.
Chico Xavier disse-lhe, certa vez, que ela estava tentando resgatar seus débitos havia muito tempo, mas sem sucesso, até que, desta vez, conseguiu seu objetivo ao reencarnar negra, pobre e cheia de filhos doentes para cuidar.
Os insultos, o preconceito e os descasos que ela recebeu foram inúmeros. Mas ela sabia o porquê, visto que em suas conversas dizia que Chico Xavier havia lhe contado que ela vivera no tempo das fogueiras acesas pela Inquisição, e aquelas pessoas também. Um dia ela lhe perguntou: “Chico, o que eu era?” Ele respondeu: “Você, minha irmã, era a mandante”.
Quem já visitou o Hospital do Fogo Selvagem e pôde ouvir suas histórias, sabe como foi difícil erguer essa importante obra, que ela devia sobretudo ao povo de São Paulo, como gostava de enfatizar: “Não fosse o povo de São Paulo e outras cidades também, mas principalmente o povo de São Paulo, não teria chegado onde cheguei”.

Claudio de Barros faleceu no dia 22 de agosto de 2009 após sofrer quatro infartos. Foi um cantor popular que gravou muitos discos, participou do filme do Mazaroppi, Pedro Malazarte.
Cláudio e Aguillar eram amigos, trabalharam juntos numa Secretaria de Estado como jornalistas. Claudio gravou em 1962 a canção “Teu Desprezo” e vendeu mais de 15 mil copias; depois gravou “Cinzas do Passado”, “Separação” e outros sucessos. Ele era uma pessoa muito bondosa e cantava muito em shows beneficentes.
Quando estiveram em Uberaba por ocasião da entrevista com Chico Xavier,aproveitaram a oportunidade para mostrar como viviam os ciganos na área central da cidade, residindo em barracos, e o registro foi transmitido pela Rádio Tupi nos anos 70.

Antonio Aguillar

Antonio Aguillar

O saudoso Flautista Altamiro Carrilho numa entrevista a Antonio Aguillar.

Em 1995 Altamiro Carrilho concedeu esta entrevista a Antonio Aguillar, e já naquela época demonstrava sua frustração com o rumo que tomava a música brasileira, que aos poucos havia deixado de lado a música instrumental!

O grande flautista faleceu em 15 de agosto de 2012, aos 87 anos… (1924-2012).

Altamiro Carrilho e Antonio Aguillar

Altamiro Carrilho e Antonio Aguillar

A poetisa Marina Fairth, filha do Flautista, no poema “Brasileiro Altamiro Carrilho”, homenageou seu pai, o saudoso músico, compositor e flautista.
Ele era considerado pelo flautista francês Jean Pierre Rampal o melhor flautista do mundo.
BRASILEIRO ALTAMIRO CARRILHO
Marina Fairth
Que bom que tenha nascido brasileiro!
E que sua missão fosse a de sempre estar
à frente de todos os passos
que fariam de nossa música
obra de arte de valor incalculável!
Embora seja simples seu modo de se apresentar,
torna tudo aquilo que concebe em realidade.
Faz da sonata um choro leve;
do samba uma festa!
Dos hinos uma euforia,
do maxixe fantasia!
E dos clássicos … uma ode à eterna esperança
vestindo-se de criança
brincando com o Carinhoso em forma de sinfonia!
Que prodígio é este menino!
60 anos brincando de fazer música:
compondo, executando com magistral beleza,
deixando que sua natureza
se manifeste em seu som
tirado da flauta e do flautim,
fazendo um grande festim
das bodas da harmonia com o brilho do artista!
Altamiro – Brasileiro Carrilho!
Que fala a linguagem universal,
porém única em seu particular sonho criativo,
tornando-se mito em sua terra e nas terras de além-mar!
Altamiro, com orgulho ofereço
esta página que é minha,
que reflete o meu carinho,
minha honra em ter nascido uma filha
do brasileiro Altamiro!
Deus te abençoe, meu pai,
pelo muito que tem feito,
por ter tirado proveito
do dom sagrado que Deus lhe deu.
E por estar cumprindo honrosamente sua missão neste mundo:
Fazer brilhar a Luz de Deus através de sua música!

(Colaboração enviada por Paulo Peres – Site Poemas & Canções)