Roberto Carlos, 80 anos!

Roberto Carlos Braga nasceu em Cachoeiro do Itapemirim no dia 19 de abril de 1941, embora há quem diga que foi em outra cidade e no início do mês…

Sua família queria que ele se formasse em Medicina mas desde cedo sua mãe Laura percebeu que o filho queria ser cantor e acabou lhe dando um violão de presente.

No decorrer do tempo, depois de participar de alguns programas de rádio em sua cidade natal, o jovem Zunga, apelido de criança, mudou-se para o Rio de Janeiro, indo morar na casa de sua tia Amélia, para a qual em sua homenagem compôs até uma musica.

Já residindo na cidade maravilhosa, participou de alguns programas de televisão, entre os quais a Discoteca do Chacrinha. O velho guerreiro acabou apresentando Roberto Carlos ao Carlos Imperial, que comandava no Rio de Janeiro programas de música jovem, ocasião em que o Roberto conheceu Arlênio Lívio, amigo de Erasmo, um rapaz ligado à chamada turma do Matoso, que o levou até Tim Maia, ocasião também em que Roberto conheceu Erasmo Carlos e se tornaram amigos.

Roberto chegou a participar do conjunto musical Os Sputniks, cujo líder era Tim Maia, mas no decorrer do tempo começaram alguns problemas entre ele e Tim.
Foi em 1957 que Tim Maia montou o conjunto Os Sputniks, sendo os componentes: Sebastião Rodrigues Maia, Arlênio Lívio, Wellington Oliveira e Roberto Carlos. Após uma briga entre Tim e Roberto, o grupo foi desfeito, Wellington desistiu da carreira musical, e o único remanescente era Arlênio, que no ano seguinte resolveu chamar Erasmo e outros amigos da Tijuca, como Edson Trindade (que tocou violão no grupo Tijucanos do Ritmo, onde Tim Maia tocava bateria) e José Roberto, conhecido como “China” para formarem o grupo vocal “The Boys of Rock”. Mas, por sugestão de Carlos Imperial, o grupo passou a se chamar The Snakes, e acompanhava tanto Roberto quanto Tim Maia em seus respectivos shows.
Foi Arlênio quem levou Roberto para participar do conjunto The Snakes, mas Roberto queria mesmo é se tornar um cantor solo na linha de João Gilberto e Tito Madi, e acabou gravando um compacto com as músicas “João e Maria” e “Fora do Tom”, composições de autoria de Carlos Imperial.

No decorrer do tempo Roberto gravou um LP cujo título era “LOUCO POR VOCE”, hoje uma raridade, e os colecionadores chegam a pagar de 5 a 10 mil reais por um exemplar!

Enquanto no Rio nos anos 60 predominava a Bossa Nova, em São Paulo a grande força era o Rock and Roll.

Antonio Aguillar comandava na Rádio Nacional (hoje Rádio Globo) o programa “Ritmos para a Juventude” e na TV Excelsior, canal 9, o programa Festival da Juventude, enquanto Chacrinha tinha um programa na TV Tupi chamado Discoteca do Chacrinha, que depois foi para a TV Rio onde ficou até 1968.
Os dois eram grandes amigos e Chacrinha pediu a Antonio Aguillar que ajudasse Roberto Carlos, pois ele desejava morar em São Paulo.
Marcaram um encontro no Lord Palace Hotel em São Paulo e Aguillar disse a Roberto, que o pedido do velho guerreiro para ele “era uma ordem”, e que ia tentar ajuda-lo, mas que milagres não fazia, e se ele tivesse talento e estivesse preparado para enfrentar a vida de artista, isso tudo o tempo diria.

Roberto estava divulgando a musica Malena, composição de Rossini Pinto e Fernando Costa, mas Aguillar sabia que não era a cara de seus programas de rock…

Roberto Carlos alugou um apartamento na Rua Albuquerque Lins e Aguillar foi visita-lo. Viu na parede da sala no apto, um grande poster de Elvis Presley montado numa motocicleta de 1.200 cilindradas…

Aguillar então disse ao Roberto que já que ele era fã de Elvis, porque não gravava um rock? Roberto retrucou dizendo que era um cantor romântico, ficaria difícil gravar esse tipo de musica. Aguillar respondeu: Elvis Presley também canta musica romântica, mas o rock é seu destaque.
Roberto ficou pensativo e falou com Erasmo Carlos, que já era roqueiro naquela época, e Erasmo pegou uma musica de sucesso do cantor Bobby Darin e fez uma versão. A música era “Splish Splash”.

Daí em diante mudou tudo na vida de Roberto Carlos!

A direção da gravadora CBS, antiga Colúmbia, contratou Edy Silva, que trabalhava no ramo de divulgação e ela passou a visitar com Roberto a tiracolo todos os Disc Jockeys do Brasil.

E foi assim que essa melodia ficou nas paradas de sucessos por muito tempo.
Roberto ficou conhecido em todo o Brasil, e teve a oportunidade de ser convidado a comandar o programa Jovem Guarda no Teatro Record, localizado à época na Rua da Consolação – o programa durou 3 anos, de 1965 a 1968.

Atualmente, segundo Genival Barros, responsável pela organização dos shows de Roberto Carlos, ele vem preparando durante a pandemia algumas musicas inéditas e elaborando um livro sobre sua vida, o qual deverá lançar brevemente.

Vamos aguardar e desejar sempre boa sorte ao maior cantor popular do Brasil, que é sem dúvida alguma ROBERTO CARLOS.

(Informações do Texto enviadas por Antonio Aguillar)

Foto: Internet

Leiam também a coluna de Alex Medeiros para a Tribuna do Norte e conheçam a história da canção “Aparências”, que ficou conhecida como “A canção que o rei não gravou”…

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Morreu Lafayette, o único Organista solo popular do mundo na atualidade!

Em 30 de março de 2021 Lafayette foi internado com pneumonia no Hospital Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, vindo a falecer no dia seguinte, 31 de março.

O músico que definiu o som do órgão nas canções da Jovem Guarda já estava com a saúde debilitada devido aos tratamentos de hemodiálise a que se submetia, e não resistiu a mais uma internação.

O artista dos teclados ficou muito famoso nos anos 60 com seu grupo musical “Lafayette e Seu conjunto”, e na época lançava álbuns anuais contendo músicas de sucesso em versões instrumentais tocadas em seu famoso Orgão Hammond, deixando um legado de 80 discos gravados, 6.000 bailes, 300 shows e 1.200 gravações, além de participar de vários arranjos de músicas de artistas da chamada Jovem Guarda.

Lafayette e Seus Conjunto

Ele e seu conjunto juntamente com integrantes da banda Renato e Seus Blue Caps faziam o acompanhamento nas gravações de Roberto Carlos, por exemplo, como ele mesmo explicou nesta participação no programa “Altas Horas”…

Em seu livro de memórias, Renato Barros deixou registrado que… “Foi incrível a participação do Lafayette em todas as gravações da Jovem Guarda. Incrível! Ele chegou a ser até, isso em minha opinião e na opinião de muitos, o autor ou coautor de muita coisa. Por exemplo, “Não quero ver você triste”, música do Roberto Carlos onde ele fica declamando, declamando e aquela música que rolava por trás e que na época era maravilhosa, aquela música é de autoria do Lafayette. E nem por isso ele apareceu como coautor da música. Mas esta é só uma observação minha. Acredito até que o Roberto nem tenha se ligado nesse detalhe. O Roberto gostava muito do Lafayette”.

Artistas e colegas do Organista prestaram suas últimas homenagens nas Redes Sociais…

As filhas de Renato Barros escreveram: “Recebemos com muito pesar a notícia do falecimento do excepcional músico Lafayette Coelho.
Lafayette foi um dos grandes nomes da Jovem Guarda, tendo gravado com praticamente todos os artistas do período, eternizando o seu inconfundível som de órgão.
Durante toda a sua carreira manteve uma estreita relação de amizade com o Renato e Seus Blue Caps e todos os seus integrantes, gerada da convivência nos estúdios das gravadoras, como se vê na foto da postagem.
Prestamos nossa solidariedade aos amigos, familiares e fãs desse grande músico que ficará marcado na história da música brasileira!

Renato Barros ao lado do amigo Lafayette

Erasmo Carlos escreveu: “Uma impiedosa pneumonia nessa madrugada levou seu som para tocar no céu…saudades do seu pioneirismo no B a BÁ do Rock Brasileiro com seu órgão genial…”

Erasmo Carlos e Lafayette

Wanderléa também deixou sua mensagem: “Triste notícia. A partida do nosso amigo Lafayette é mais uma perda irreparável. A última vez que o vi foi no programa Altas Horas, do Serginho Groisman, tocando com seu grupo musical Os Tremendões. Lafayette deixou sua marca em muitas canções com o som do seu solo e interferências musicais inesquecíveis. Que os anjos de luz o acompanhe com muito amor. O meu abraço carinhoso a toda sua família, e o meu agradecimento pela beleza musical que proporcionou ao seu público e aos seus companheiros. Descanse em paz, amigo Lafayette”.

Wanderléa e Lafayette

Lafayette Coelho nasceu em 11 de março de 1943 e faleceu no mesmo mês de março no dia 31, em 2021, aos 78 anos de idade. Seu corpo foi cremado no crematório São Francisco Xavier no Caju às 16h do dia 01 de abril de 2021.
Que ele descanse em paz!

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