Neste Blog vou falar sobre os Beatles, a Beatlemania, Renato e Seus Blue Caps (os Beatles brasileiros) e os Anos 60 (Jovem Guarda), incluindo passeios à terra dos Beatles para revivermos os anos 60 e todo o legado desta que foi, é e continuará sendo a melhor banda de todos os tempos: The Beatles!
Estamos em 2000. Como de costume, fui cortar o cabelo no Hotel Canarius em Boa Viagem, com o barbeiro Inaldo Barbosa. Ao chegar, eis que me deparo com Renato Barros sentado, aguardando para ser atendido. Inaldo disse: Moacir, esse é Renato, do Renato e seus Blue Caps. Surpreso, respondi: estava achando parecido com ele. Cumprimentei-o e passamos a conversar. Relatei-lhe que, de 1966 a 1969, fui guitarrista das bandas Os Anjos e Os Gatos, após o que abandonei a música para me dedicar aos estudos. Disse-lhe também que o Renato e seus Blue Caps era nossa referência e representava tudo que havia de melhor no rock and roll no Brasil depois do Beatles. Pois é, de repente vi-me diante de Renato Barros, músico, guitarrista, produtor, compositor e líder da banda que se manteve na estrada por mais de 60 anos. Iniciou-se aí uma amizade fraterna que perdurou durante 20 anos até seu falecimento, ocorrido no dia 28.7.2020. Chorei muito quando recebi a notícia. Nos anos 2000, convivemos intensamente. Renato costumava alternar suas viagens, tocando Brasil afora, vindo constantemente para Recife e hospedava-se no meu apartamento em Boa Viagem. Andava tanto por aqui, que muita gente pensava que ele residia no Recife. Saíamos juntos pela noite, não raramente dando canjas em casas noturnas, varando a madrugada. O ser humano Renato Cosme Vieira de Barros, nascido em 27.9.1943 no RJ, quase nada tinha a ver com o líder da banda que tanto fez a felicidade e alegria de milhões de brasileiros que tiveram o privilégio de acompanhar sua carreira. Sob o embalo de suas músicas iniciaram-se namoros, romances, paixões, casamentos, separações, enfim, Renato fez a cabeça de várias gerações, deixando órfãos uma legião de fãs de todas as idades. Culto e articulado, era apreciador do jazz, do blues e da bossa nova. Humilde e tímido, encantava todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. Embora pouca gente saiba, Renato teve concedido o Título de Cidadão Recifense, através do Projeto de Decreto Legislativo de autoria do vereador José Neves Filho, aprovado em 8.5.2001, na Câmara Municipal do Recife…, pelos relevantes serviços prestados à sociedade recifense. Ao longo desses 20 anos de convivência, protagonizamos inúmeros episódios interessantes, que dariam para escrever um livro. Por exemplo, a música Devolva-me, que fez grande sucesso em 1966 na voz da dupla Leno e Lilian, e que foi regravada no ano de 2000 por Adriana Calcanhoto, pouca gente sabe que é de autoria de Renato. Novamente estourou nas paradas, desta feita na voz de Calcanhoto, integrando a trilha sonora da novela Laços de Família, e passou a ser equivocadamente considerada pelo público da época, como sendo composição de Adriana. Certa vez, estávamos no elevador quando entraram duas adolescentes cantando a Devolva-me, começamos a rir discretamente. Uma delas perguntou-me: de que estão rindo? Respondi: vocês sabem que quem é essa música? Não, responderam elas. É do Renato Barros, emendei apontando para ele. Ficaram surpresas e olharam com tom de deboche, exclamaram: OXEEEE, QUE MENTIRA! Rimos muito. E as garotas perderam uma grande oportunidade de conhecer o magistral Renato, autor de letra e música dessa belíssima canção romântica. Contou-me ele também, que na adolescência, ele e seu grande amigo Erasmo Carlos namoraram a mesma garota e combinavam vê-la em dias alternados. E ela pensando que estava enganando os dois. Sua relação com Roberto Carlos foi marcada por divergências e antipatia recíprocas. No próximo artigo, abordarei alguns episódios relatados por Renato sobre esse assunto. Ah, antes que eu me esqueça, Renato compôs, a pedido de Jarbas Guimarães, que presidiu o Sport Club do Recife, o hino Treme-Terra, que hoje é cantado com entusiasmo pela torcida rubro-negra.
Moacir Veloso foi fundador da Banda Os Anjos e tornou-se amigo de Renato Barros.
Em uma das muitas idas de Renato a Recife sem a Banda Renato e Seus Blue Caps, eles fizeram esta filmagem amadora cujo som não está bom, mas registra um momento único, onde Moacir está cantando e André, guitarrista de sua banda, aparece na extremidade.
O baterista é Sérgio Medeiros, da banda Os Tártaros, Mário Guimarães também participou e na guitarra está Renato Barros!
Em 2019 escrevi o livro “Renato Barros: Um Mito, Uma Lenda”, e como muito antes de termos tido a ideia de realizar esta obra eu já conversava muito com Renato Barros, muitas histórias ficaram perdidas no meu computador, algumas em áudio, outras em documentos, outras gravações foram feitas depois do lançamento do livro, como esta conversa com Renato que mostro a seguir.
Conversando com Renato Barros no dia 25 de janeiro de 2020, data em que Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Tom Jobim) faria 92 anos se vivo estivesse, recordamos o grande músico que ele foi e assistimos pelo Youtube a um vídeo oficial da música “Chega de Saudade”, trecho de um Show ao vivo em Montreal, no Canadá, e que faz parte do DVD “Tom Jobim – Ao Vivo em Montreal”.
Em dado momento Renato fez o seguinte comentário:
É lindo demais isso… Lindo demais! E agora assistindo aqui eu fiquei me lembrando do Paulinho Braga. O Paulinho Braga é o baterista que você está vendo aí tocando… Foi o único cara ligado ao Tom Jobim que era meu amigo… Meu amigo mesmo!
Cena do clipe oficial com Tom Jobim
Nem sei se ele está vivo, por que eles acabaram morando nos Estados Unidos, mas o Paulinho Braga vendia cachorro pra mim. Era aquele Dog Alemão, sabe, conhece aquela raça Dog Alemão? Ele criava aquela raça de cachorro, eu cheguei a comprar um cachorro que o Paulinho Braga vendia e o meu irmão também comprou. Aí eu fiquei com saudade, nem sei se o Paulinho tá vivo ainda, eu não tenho a menor ideia… Mas o trabalho do Jobim era muito bonito, muito bonito mesmo!
Renato Barros se foi às 05 horas da manhã de 28 de julho de 2020. Nossa eterna saudade!
Fica a minha homenagem a você, Renato Barros, neste um mês de sua ausência física pra nós!
Mostrei estas fotos a Renato Barros e ele me disse que aparece duas vezes, uma de camisa listrada com a guitarra que ganhou de seu pai e na outra de camisa branca com o pé no amplificador…
OUÇAM O QUE ME DISSE RENATO…
Nota: Recentemente descobrimos que a foto que Renato Barros se reconheceu usando uma camisa listrada, na verdade era seu primo Carlinhos, falecido recentemente (outubro/2020).
A Revista “Bonita”, de abril de 1962, trouxe uma reportagem sobre o grupo Os Adolescentes e Wilson Simonal, vejam:
Consta na reportagem que o “Crooner” era Wilson Simonal, porém foi apenas para o acompanhamento do cantor. O grupo também cantou com o cantor Tony Billy acompanhados pelo conjunto Renato e Seus Blue Caps.
Muitas estão sendo as mensagens de comoção e homenagens a RENATO BARROS desde sua passagem em 28 de julho passado.
Os fãs se preocupam em saber como estão os outros integrantes da banda, desta forma perguntei a Cid Chaves como ele está diante do que aconteceu, e esta foi a sua resposta não somente a mim, mas para todos os fãs de Renato e Seus Blue Caps!
Já de posse e começando a leitura da obra biográfica “RENATO BARROS: UM MITO! UMA LENDA!”, livro sobre o bandleader de ‘Renato e Seus Blue Caps’, autoria de Lucinha Zanetti, que me concedeu a honra e o privilégio da citação do meu nome, no que diz respeito a um comentário, no qual falo do pioneirismo de Renato Barros na utilização de pedais com efeito Fuzz e o célebre Wah-Wah, isso lá nos idos de 1966 durante o movimento brasileiro da jovem-guarda, na remandiola dos Beatles e dos Rolling Stones.
Bela obra, Lucinha Zanetti, fiel guardiã e escudeira de Renato “Até o Fim”! Você salvou a história de um dos grandes mestres da nossa música com sua urgência e intuição.
Renato Barros merece esse registro entre os pioneiros e heróis do rock brasileiro. Nós somos gratos a Renato Barros pelo seu grande legado musical que enriqueceu a nossa música, e também, eternamente devedores da providencial obra biográfica sobre o eterno líder dos Blue Caps escrita por você.
Renato é extremamente querido aqui no Nordeste, como no restante do país. Gente do povo, pais de amigos dos meus filhos chorando copiosamente como se tivesse morrido alguém muito querido da família.
Renato está no rol dos ídolos que ninguém esquece, assim como Elvis Presley, Raul Seixas, John Lennon…
Renato vive na memória de quem amou e curtiu a banda mais querida do Brasil!
Renato Barros e Seus Blue Caps faz parte da memória histórica, emocional e afetiva do povo brasileiro.
Toca Rauuul, Toca Elvis… toca Beatles…
“TOCA RENATOOOO!”
Graco Medeiros (GM), Recife / PE
Graco Medeiros, de Natal/RN
* O livro “Renato Barros: Um Mito, Uma Lenda” está à venda no Amazon e Um Livro, entre outros sites de venda.
Hoje nosso querido músico, cantor e compositor George Freedman, um dos pioneiros do Rock and Roll brasileiro, está completando 80 anos de vida e aqui estamos para homenageá-lo nesta importante data!
George Freedman nasceu em Berlim, Alemanha, no dia 07 de agosto de 1940.
Cantor, compositor e músico em atividade no período de 1958 a 1972 é filho de pais alemães (seu pai nasceu em Berlim e sua mãe nasceu em Dusseldorf), e ainda pequeno veio com a família para o Brasil.
Iniciou a carreira no final da década de 1950 cantando rocks, na sua maioria versões de hits estrangeiros. Em 1959 gravou na Califórnia seu primeiro disco interpretando de sua autoria o rock balada “Leninha” e de Steve Rowlands, em versão de Fred Jorge, o rock calipso “Hey, little baby”. Nessa época fez apresentações constantes na TV Tupi de São Paulo. Já em 1960 obteve seu primeiro sucesso, quando a Jovem Guarda ainda nem existia!
O primeiro sucesso (1960), “Olhos cor do céu”, gravado na Polydor, lhe abriu o caminho para o meio artístico. Em seguida, obteve destaque no Sul e Sudeste do Brasil com a gravação “Volta”, em versão de sua autoria e Kleber Afonso.
Teve outras diversas gravações de sucesso na época, porém o mercado era diferente. Às vezes o sucesso ficava em algumas cidades do sul, outras vezes no sudeste e centro-oeste e, raras vezes, no nordeste, onde a distribuição e divulgação eram mais difíceis.
Um episódio triste aconteceu ao nosso querido George quando ele excursionava pelo Nordeste, mas isto ele vai contar em seu livro… aguardem para saber os detalhes!
Na Jovem Guarda, George obteve seu primeiro sucesso nacional, graças à moderna distribuição e divulgação, aliadas às constantes aparições televisivas.
Em 1961 gravou pela Continental os rocks “Advinhão” e “Inveja”, de Baby Santiago. No ano de 1962 lançou compacto duplo com “O jato”, “Canção do casamento”, “Good luck charm” e “Um beijinho só”. No mesmo ano lançou “Multiplication”, seu primeiro LP. Apresentou-se na TV Paulista no programa “Ritmos da juventude” e na mesma época apresentava-se com regularidade acompanhado do conjunto The Rebels na boate Lancaster na Rua Augusta, em São Paulo. Em 1966 gravou “Um grande amor”, e em 1967, seu maior sucesso, “Coisinha Estúpida”, que lhe rendeu o prêmio “Chico Viola”!
Em 1968 lançou “Quando me enamoro” e “Eu te amo”, versão composta para a canção dos Beatles, “And I Love Her”. Em 1970, chegou a fazer dupla com Waldirene, lançando pela RCA Victor um compacto simples com as músicas “Nosso amor” e “Você e eu”, além de “Eu te amo, Tu me Amas”, todas de grande sucesso…
Há quase 73 anos, em setembro de 1947, George Freedman chegava ao Brasil para deixar seu nome escrito na história da música brasileira, como um dos precursores do Rock e também um dos mais queridos cantores da Jovem Guarda!
George chegou ao Brasil juntamente com sua mãe, sua tia, seu primo e a avó materna, vindos da Alemanha, no dia 01 de setembro de 1947 e tiveram que esperar no local do desembarque durante 06 dias para terem a entrada deles liberada no Brasil, o que só se deu no dia 07 de setembro 1947, seis dias depois de sua chegada.
Desembarcaram na Ilha da Flores, no Rio de Janeiro, e George, uma criança de apenas 07 anos de idade, ao ver o desfile e banda tocando nas ruas, pensou que fosse pela chegada deles… Era o desfile de 07 de setembro, comemorando o Dia da Independência do Brasil, e para a família Friedemann era a independência das privações sofridas pela família com a guerra.
George Freedman chegava ao Brasil para deixar seu nome escrito na história da música brasileira, como um dos precursores do Rock e também um dos mais queridos cantores da Jovem Guarda!
George chegou ao Brasil juntamente com sua mãe, sua tia, seu primo e a avó materna, vindos da Alemanha, no dia 01 de setembro de 1947 e tiveram que esperar no local do desembarque durante 06 dias para terem a entrada deles liberada no Brasil, o que só se deu no dia 07 de setembro 1947, seis dias depois de sua chegada.
Desembarcaram na Ilha da Flores, no Rio de Janeiro, e George, uma criança de apenas 07 anos de idade, ao ver o desfile e banda tocando nas ruas, pensou que fosse pela chegada deles… Era o desfile de 07 de setembro, comemorando o Dia da Independência do Brasil, e para a família Friedemann era a independência das privações sofridas pela família com a guerra.
As irmãs de seu pai estavam morando na Noruega e vieram a Berlim para conhecer o sobrinho músico, e até um maestro que costumava frequentar a casa de seu pai ouviu seu disco e prometeu gravar com ele, porém o tempo foi passando e isso não aconteceu, então George retornou ao Brasil em 1963.
Quando chegou de volta ao Brasil encontrou Antonio Aguillar e recomeçou sua carreira artística.
Gravou mais um disco na RGE e foi para a Continental. Depois parou de gravar porque o mercado havia mudado, e foi então que Carlos Imperial o chamou para trabalhar com ele como Secretário na TV Excelsior Canal 9.
Eduardo Araújo, quando soube disso, aconselhou-o a desistir do cargo, pois aquela função não era apropriada pra ele, incentivando-o a procurar outra gravadora. Foi então que George foi para a RCA Victor e conheceu Ramalho Neto, uma grande pessoa que ocupava o cargo de Diretor Artístico.
Ramalho Neto gostou de George desde o início e disse-lhe que haviam duas músicas que ele gostaria que George escolhesse uma para gravar: uma delas era uma composição de Deny e Dino e a outra era uma gravação que estava chegando ao Brasil, mas teria que ser feita uma versão e era preciso gravar em curto prazo… A música era “Something Stupid”, e Leno fez a versão, e em outubro de 1966 George Freedman lançou o compacto “Coisinha Estúpida”, que em menos de duas semanas vendeu 80 mil discos.
O tempo passou e George teve que ir para o Nordeste, viajando na companhia do cantor Nerino Silva. Lá ele ficou doente, pegou malária e quase morreu.
Quando voltou para São Paulo, Ramalho Neto havia deixado a RCA e mudado para o Rio de Janeiro. O novo Diretor Artístico, Alfredo Corletto, tinha certa implicância com George, gratuitamente, e não queria mais que ele gravasse nada. Mas havia um contrato assinado, e George ameaçou entrar na justiça pelos seus direitos.
A gravadora queria que a cantora Waldireni gravasse em dupla com um cantor; todos achavam que este cantor deveria ser o George, menos Corletto, que ficou sem saída, e teve que concordar.
Foi então que os dois gravaram juntos em março de 1970, um compacto que fez muito sucesso! De um lado, “Eu te amo, tu me amas”, e do outro a canção “Quem espera sempre alcança”.
O sucesso foi tanto que naquele mesmo ano, em novembro, foi lançado novo compacto com a dupla, tendo de um lado “Você… e eu”, e do outro, “O Nosso Amor”.
George Freedman conta que deve muito ao comunicador Abelardo Barbosa, o Chacrinha. Logo da primeira vez que ele foi em seu programa de rádio, Chacrinha disse-lhe que ele seria sucesso com aquela música (na ocasião, Coisinha Estúpida), e pediu pra deixar o disco com ele. George até se emocionou neste dia, que ele nunca esqueceu. Chacrinha passou a levá-lo toda semana em seu programa.
Em 1968 George Freedman participou de uma fotonovela ao lado de Waldireni, e a estoria se chamou “A Ilha Maldita”, com participação de Carlos Imperial no papel de bandido .
Em 1972 George Freedman saiu do cenário artístico profissional, mas continuou promovendo shows e cantando, tanto em público como para os amigos.
Em 2013 lançou a música Século XXI, uma mensagem atual e de alerta ao planeta!
(*) Sua avó morava em São Paulo e conheceu seu avô, que era alemão e estava morando no Brasil; depois se mudaram para a Alemanha, onde nasceu a mãe de George.
Sexta-feira à tardinha conversei bastante com Renato Barros sobre a feliz recuperação do nosso amigo em comum, o Netinho da banda Os Incríveis, ocasião em que Renato ficou feliz em saber que ele deixaria o hospital na manhã do dia seguinte, um sábado.
Dia seguinte, 11 de julho (2020) Renato não se sentiu bem de madrugada e sua filha Érika houve por bem leva-lo para o Hospital.
Lá chegando foi medicado, fizeram alguns exames de rotina e ele foi liberado pela manhã. Não quis aguardar no quarto, preferiu esperar sentado na recepção…
No domingo, 12 de julho, por volta das seis horas da tarde eu havia chegado de São Paulo e liguei para Renato pra saber como ele estava. Ele me contou que fora ao hospital, mas estava bem, e como era aniversário de seu antigo parceiro de banda, Cid Chaves, me disse que ligaria em seguida para o amigo.
Na noite de domingo (12/07) para segunda, Renato teve uma forte dor no rosto e retornou ao Hospital, onde então teve início uma série de exames.
A princípio foi constatada uma inflamação dentária, depois uma sinusite, depois dois aneurismas abdominais que não tinham nada a ver com a infecção, foi até um achado em meio a tantos exames, segundo os médicos, e ainda na quinta-feira ele achava que teria alta e estava mesmo desesperado de vontade de ir pra casa, porém ele teria que permanecer mais alguns dias até melhorar bem da infecção.
Nessas alturas Renato estava alegre, conversando pelo celular com os amigos, mandando mensagens, se distraindo.
Para amanhecer quinta-feira, dia 16/7, Renato teve uma dor forte de novo no rosto e teve que ser todo monitorado por aparelhos para descobrirem a causa.
A família estava muito preocupada com a impaciência dele em ficar hospitalizado, o que é natural, e decidiram chamar seu médico Cardiologista de confiança para acalmá-lo e tranquilizar a todos.
Renato ainda tinha outros exames para fazer e teria que estar bem caso fosse necessário fazer um cateterismo, coisa que ainda estava sendo avaliada pela equipe médica.
A infecção estava melhorando, mas ainda não havia chegado ao nível que teria que ser.
O médico da família foi ao Hospital, examinou e tranquilizou a família, dizendo que Renato precisaria fazer um Ecocardiograma antes de receber alta.
Era quinta-feira, 16 de julho, e às 23h30 a mensagem que recebi dele me tranquilizou…
“Estou melhorando bem. Deus te proteja também… Ainda não foi dessa vez. De alta amanhã, obrigado pela força. Um beijo”.
No dia seguinte, sexta-feira, 17/07, Renato foi encaminhado para o CTI para fazer um procedimento cardíaco, descobriram nos exames que havia um “liquido” no coração, o que estava deixando ele muito cansado, e aquilo teria que ser drenado.
Foi durante este procedimento que os médicos descobriram que não se tratava de líquido, mas sim, de sangue saindo da Aorta e já envolvendo o coração…
O caso era gravíssimo e imediatamente tomaram a decisão de operá-lo, pois de acordo com as próprias palavras de sua filha, “meu pai estava morrendo já…”!
A cirurgia começou no mesmo dia 17/07, às 20h e durou até pelas 03 horas do dia 18/07.
Transcorreu bem diante de sua gravidade e o pós-operatório teria que ser muito bem monitorado pelas próximas 48 horas e ele superou as 48 horas cercado de orações de norte a sul do Brasil!
Renato e Seus Blue Caps sempre agradeceu muito pela atenção que recebe de todos os fãs que acompanham a banda nestes 60 anos de estrada.
A banda e os fãs sempre dividiram emoções alegres, divertidas, mas às vezes tristes também.
Foi assim que a família fez saber ao público o que Renato vinha sofrendo, para assim compartilhar aquela enorme, gigantesca preocupação com nosso mestre da guitarra, nosso querido e amado Renato Barros, que se encontrava desde domingo, dia 12 de julho, internado no Hospital das Clínicas em Jacarepaguá no Rio de Janeiro, e seu estado inspirava muitos cuidados.
E Renato que até na sexta-feira à noite estava no quarto realizando uma série de exames, havia até pensado que deixaria o hospital no dia seguinte, agora corria risco de vida!
“Tenho falado com ele todo dia, ele está louco para voltar pra casa, e não quer que ninguém se preocupe, pois está sendo muito bem cuidado. Vamos nos unir em orações e pensamentos positivos para que Renato saia dessa revigorado e com saúde”, disse Érika Barros…
Às 02 horas da manhã de 18/07 a filha de Renato, Érika, informou:
“Amigos… Nesse momento já são 6 horas de cirurgia. É uma cirurgia demorada mesmo podendo chegar a 10 horas. Estamos aqui no hospital aguardando e assim que eu tiver notícias eu informo a vocês. Mas tenho certeza e fé em Deus que serão ótimas notícias. Desde já agradeço pelo carinho de todos!”
Às 03 horas da manhã ela enviou a mensagem do término da cirurgia:
“Uma etapa concluída! Meu pai saiu do centro cirúrgico agora e foi para o CTI. As primeiras 48 horas serão decisivas e tenho certeza que ele vencerá mais essa etapa. Foi uma cirurgia muito delicada, mas levando em consideração a gravidade e complexidade a cirurgia foi um sucesso! Peço que todos os dias às 18 horas, quem puder faça uma oração ou qualquer pensamento positivo em nome dele para que sua recuperação seja 100 por cento e rápida. Obrigada meus queridos. Tenho fé que vai dar tudo certo e em breve ele terá mais essa história pra contar.
Mas ainda tem o pós-operatório, que é tão importante quanto foi a cirurgia. O risco era muito maior do que mostrou nos exames. De acordo com um dos médicos, sem a cirurgia ele não passaria dessa noite…” (Érika Barros)
RENATO BARROS foi operado então em 17/07/20. Foi uma cirurgia de aneurisma na Aorta que durou cerca de 7 horas e correu bem. O pós-operatório foi tão importante quanto a cirurgia.
A família de Renato agradeceu a todos pela preocupação, mensagens e orações, e continuamos pedindo a todos que tivessem fé e todos os dias, juntos às 18h, parávamos para em conjunto rezarmos pela recuperação do nosso artista.
Reportagem no JC (Jornal do Comércio de Recife) em 18-07-20
Em 19 de julho, às 17h50, domingo, a tão aguardada mensagem de sua filha Érika chegou:
“Estive com o meu pai no horário de visita, mas ele está bem sonolento e não fiquei falando muito, deixei ele dormir. Está com sedação leve, pois a intenção é diminuir total pra de repente em 2 dias ir para o quarto para a reabilitação.
Acordou da sedação muito agitado tentando tirar os fios, mas isso é normal. às 3h da manhã vão fazer 48 horas da cirurgia e graças a Deus está tudo correndo muito bem, até mais do que os médicos esperavam. Tenho certeza que em breve ele já vai estar interagindo com a gente. Amanhã estaremos de novo na visita e passo todas as informações pra vocês. Obrigada a todos. Não esqueçam que as 18 horas tem a nossa corrente de oração para a total recuperação do meu pai”.
Em 20 de julho, nova notícia:
“Para tranquilizar a todos que esperam por notícias, informamos que as 48 horas mais críticas foram vencidas e Renato Barros está se recuperando bem, melhor do que os médicos esperavam… já sem tubo e sem dreno, mas ainda muito sonolento. Está recebendo sedação leve pois a intenção é ir diminuindo para que talvez em dois dias possa ir para o quarto para reabilitação. Hoje à tarde teremos mais informações de como ele está passando. Não se esqueçam, nossa corrente de orações continua diariamente às 18h”.
Às 17h do mesmo dia 20/07 recebemos as informações de que ele estava reagindo bem, ainda um pouco sedado devido ao pouquíssimo tempo pelo qual havia passado pela cirurgia, mas não estava mais dependendo de nenhum aparelho, estava respondendo bem aos estímulos, entendendo tudo, fez um ecocardiograma, exame de imagens e o coração estava forte, fluxo normal, a Aorta também, enfim, com certeza amanhã estaria melhor ainda.
EM 21/07/20 – RENATO BARROS estava melhorando, com a graça de Deus!
As filhas Renata e Érika estiveram no hospital à tarde e informaram que Renato estava melhorando, cada dia um pouquinho mais, estava consciente, embora com um pouco ainda de sedação, mas ele podia ouvir, falar com um pouco de dificuldade, e elas conseguiam entender… ouçam aqui as mensagens completas:
Em 22/07/20 – Começava a nossa preocupação maior…
Erika Barros informou que não houve mudança no estado de seu pai e que ele estava estável, continuam os riscos, mas dentro da normalidade. Estava alternando ainda entre o estado de lucidez e delírio, mas desde que se passaram as 48 horas da cirurgia, houve um grande progresso até aquele momento.
Escrevi que há uma semana, na quinta-feira, dia 16/07, por volta das 23h30min. eu havia recebido uma mensagem de Renato Barros enviada do hospital que dizia… “ainda não foi dessa vez. Estou melhorando bem, estava falando com o Tarcísio. De alta amanhã, obrigado pela força”.
Quis o destino que no dia seguinte, sexta-feira dia 17/07, ele tivesse que passar por um procedimento para drenar um suposto “líquido” no coração, que na verdade tratava-se de sangue saindo pela Aorta e já envolvendo o coração e a cirurgia pela qual passou foi gravíssima.
Temos passado esta semana na espera de notícias, sempre gentilmente a nós enviadas pela filha de Renato, que mesmo estando a passar por tanta preocupação, ainda se lembrava dos fãs de seu pai, que estariam à espera de notícias boas!
Ontem seu quadro havia permanecido igual, e agora pouco, às 16h, recebi a mensagem da Erika Barros dizendo havia se alterado um pouco, uma leve piora, pois seu pai estava muito cansado, embora estivesse bem lúcido, mas naquele 23 de julho o problema dele estava sendo o pulmão. Tudo que havia sido feito na cirurgia estava certo, mas não estava descartada a possibilidade de ser entubado novamente; naquele momento ele estava tomando oxigênio, estava bem na medida do possível, mas muito cansado. Precisaria sair daquele estado de cansaço pulmonar… E da nossa parte, continuamos com nossas orações diárias, todos os fãs, amigos e familiares em conjunto às 18h.
Em 24 de julho, RENATO BARROS amanheceu muito melhor!
Segundo soube pela família, Renato estava mais calmo, e até cantou para os médicos e enfermeiros, principalmente durante o banho pela manhã. E em inglês (já imagino que tenha sido as canções de Sinatra, que ele tanto amava…)
Estava menos cansado e respirando melhor, embora ainda fazendo nebulização em alguns momentos, mas estava mais lúcido, conversando. Passou o tempo do banho cantando e ainda contou para os médicos que compôs “Devolva-me”… (esta sua composição era o seu xodó…)
Nesse dia quem subiu ao CTI para visitar Renato foi sua filha Renata, que relatou que ele teve uma boa melhora do dia anterior, estava menos agitado, menos cansado e respirando melhor, e já estavam iniciando a alimentação e hidratação via oral, mas por enquanto a alimentação ainda era por sonda.
As notícias foram animadoras e nós continuamos com a corrente de orações e energias positivas – estava dando muito certo!
Em 25/07/20, às 16h21min., recebi a seguinte mensagem:
“Acabei de descer da visita. Meu pai está estável, sem oxigênio, respirando sozinho, mas com um pouco de dificuldade. Ainda tem episódios de delírio, mas os médicos dizem ser comum. Hoje ele está melhor que ontem e se Deus quiser amanhã estará melhor que hoje. Vamos continuar com a corrente de oração cada um na sua religião que está dando muito certo. Um dia de cada vez. Obrigada pela preocupação e carinho de todos. Erika e Renata”.
De acordo com os médicos, o quadro evolutivo dele estava sendo sensacional devido à gravidade da cirurgia pela qual ele passou.
Renato Barros ainda teve momentos de confusão mental, mas não era sempre e se tudo corresse bem, em breve ele já poderá ir para o quarto.
O pulmão estava indo bem, mas como é um pulmão castigado por anos de cigarro, era preciso ter muita atenção e cuidados, mas não teve mais bronco espasmos, o que ainda poderia apresentar, porém seu quadro estava evoluindo bem.
Em 26/07 às 15h30min., soube que seu estado de saúde continuava muito grave, Renato estava ainda muito debilitado, pois seus pulmões tinham que receber cuidados intensivos, porém estava reagindo muito bem à cirurgia. Os médicos e enfermeiros sempre muito carinhosos e presentes, estavam cuidando muito bem do nosso artista, que ainda precisava muito de nossa orações.
Em 27/07/20 a notícia não foi nada animadora…
Renato precisou ser entubado novamente, os rins não estavam funcionando, e um dos médicos havia informado que foi preciso aumentar o espectro do antibiótico, pois a entubação geralmente é seguida de infecção. Ia fazer diálise 24 horas por dia por enquanto, porque tinha que ser feita aos poucos e devagar. Tomou sangue, porque apesar de não ter tido perda sanguínea por hemorragia, já estava há mais de 7 dias internado e tinha perda de sangue por coleta, diálise e etc.
Estava tendo que tomar remédio para o coração para equilibrar a pressão arterial… era um paciente crítico, mas a família e os fãs tinham fé!
Ele estava sedado, entubado, e a médica disse à família que o estado era crítico, muito grave e que as próximas 24 horas seriam muito decisivas.
Todos os medicamentos que foram administrados precisavam de uma resposta do organismo dele, de uma reação, pra saberem se ele reagiria ou não…
A diálise teve que ser interrompida porque a pressão arterial caiu muito, ele não aguentou. Mas precisava fazer porque tinha que eliminar as toxinas!
Estava tomando antibióticos porque apresentou uma pneumonia, e segundo os médicos isso é muito comum por causa da internação arrastada, um longo tempo hospitalizado, são as complicações devido a estar muito tempo deitado, e era bem crítico, muito grave o estado dele…
“Tenho fé, tenho certeza que ele vai reagir, por que ele me pareceu bem, sabe Lucinha?”, disse-me a Erika Barros.
Nas redes sociais houvemos por bem informar que a partir daquele momento somente faríamos atualização quando o quadro de Renato Barros se alterasse pra melhor. Naquele momento ele estava muito debilitado ainda por conta dos pulmões, e enquanto ele estivesse em tratamento, seguiríamos com nossas orações para que ele se recuperasse, mesmo que fosse lentamente.
Em 28/07/20, às 12h50, uma ligação de sua filha me causou um gelo no corpo inteiro e eu adivinhei a notícia: ele se foi…
Renato Barros agora era uma estrela no céu, deixando um imenso legado musical.
Em seu livro de memórias, “Renato Barros: Um Mito, Uma Lenda”, ele me fez um pedido:
“Esta é a minha história e está sendo contada por mim, então não permita que outros modifiquem a nossa história ao bel prazer. Eu lhe faço este pedido”.
“Não gostaria de ser lembrado como roqueiro ou como um simples artista da Jovem Guarda… Foram apenas portas que se abriram… Foram importantes, porém não refletem a minha verdade. Gostaria de ser lembrado como “homem da música”, independentemente de gêneros musicais.” (Renato Barros)
“VIVO O AGORA, POIS O PASSADO NÃO VOLTA E O FUTURO NÃO EXISTE”. (Renato Barros)
RENATO BARROS foi cremado às 15h30min do dia 29 de julho de 2020 no Crematório Memorial do Carmo, à Rua Monsenhor Manuel Gomes, 287 – Caju, onde aconteceu o velório a partir das 13h30min. na capela 8.
Sua Missa de Sétimo Dia foi realizada às 19h30 do dia 04 de agosto de 2020.
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O Jornal do Comércio de Recife publicou no dia 29/07, pelo jornalista José Teles, para quem ainda enviei um exemplar do livro Renato Barros : Um Mito, Uma Lenda na manhã do dia 28 de julho…
WE LOVE THE BEATLES FOREVER 