Retorno da dupla Leno e Lílian é destaque na Virada Cultural Paulista!

Como diz aquela belíssima canção gravada por Leno, “… se você foi jovem guarda, guarda o que passou, volto aqui se não se importa, por favor não feche a porta depois assim de tanto tempo sem me ver…” e depois de tantos anos, quem é Jovem Guarda, recebeu na noite de sábado, 20 de junho de 2015, o presente de ver Leno e Lílian de volta aos palcos!

Leno e Lílian 2

“A coisa rolou espontaneamente , acho que eu e a Lilian sentimos ao mesmo tempo a vontade de gravarmos um DVD neste aniversário da JG , registrando em shows tantas musicas legais que gravamos e nunca cantamos ao vivo. Não sei quando nem onde , espero que em SP…” disse-me o Leno Azevedo em fevereiro deste ano.

Registros do Show diretamente do palco SÃo João, reservado para as homenagens à Jovem Guarda pelos 50 anos!

Eu Não Sabia que Você Existia

Pobre Menina

O Pica-Pau

Sou Rebelde

Renato Barros fala sobre sua banda “Renato e Seus Blue Caps” e a Jovem Guarda e faz um pedido!

Conversando via E.mail com Renato Barros, fiz algumas perguntas que ele gentilmente respondeu, como segue:

Renato Barros 2

Pergunta: Você gostaria de ser homenageado nos 50 anos da Jovem Guarda?

Resposta: Lucinha, não fazemos questão de ser homenageados, principalmente porque temos total consciência da nossa competência musical e artística, escondida pela Jovem Guarda, pois o Renato e Seus Blue Caps não é oriundo dela e sim do Rock. Quando o programa Jovem Guarda nasceu, a banda já existia há 5 anos, portanto, a Jovem Guarda não tem a menor obrigação de nos homenagear aliás, o Renato e seus Blue Caps, dificilmente foi citado pelos artistas, e pelo jornalismo musical do país, como um artista importante e participativo, o que sempre ficou muito claro, é que a Jovem Guarda não passou de um “TRIO”: Roberto, Erasmo e Wanderléa, ou não?
O que mais me intriga, é que o Renato e Seus Blue Caps foi preponderante nas carreiras dos 3 colegas. Estou a sua disposição para esclarecimentos sobre a verdadeira história da Jovem Guarda.

Pergunta: E qual seria então a verdadeira historia da Jovem Guarda?

Resposta: A realidade é que nos acostumamos com a “omissão”. Criamos assim, uma espécie de anticorpos nesta situação de “chega pra lá”… rsrsrs
Aliás, é bom que saiba que o Renato e seus Blue Caps só chegou ao programa Jovem Guarda graças ao “Sr: Marcos Lázaro”, pelo simples motivo de que a música “MENINA LINDA” estava em segundo lugar em São Paulo, motivo de estranheza para Marcos Lázaro. Não fosse isso, tenha certeza que não teríamos participado do importante programa. O meu querido colega “chefe”, só levou com ele daqui do Rio para o programa em São Paulo, os seguintes colegas: ERASMO CARLOS (recém EX- Renato e seus Blue Caps ), “WANDERLÉA”, “GOLDEN BOYS” E “TRIO ESPERANÇA”. A JOVEM GUARDA, (repito), foi um “TRIO”, o resto foi o resto até os dias de hoje, ou não?
O Renato e seus Blue Caps não assistiu o final melancólico do programa Jovem Guarda, pois muito antes, já havíamos pedido rescisão de contrato à TV RECORD Canal 7 de São Paulo. Motivos: Vários, e o meu pessoal foi que eu adorava praia e Maracanã aos domingos, mas obviamente cada componente tinha os seus.
Mas ainda bem que o reconhecimento veio e ainda vem de quem é mais importante (pra mim), que é o reconhecimento popular, tanto é verdade que a banda RSBC é o artista (do seguimento) que mais faz shows por este país.

Pergunta: Você parece ter uma grande mágoa da época da Jovem Guarda…

Resposta: Bem, se eu tenho alguma magoa da jovem guarda? Difícil resposta. Tenho algumas lamentações sim! Há pouco tempo atrás, conheci uma psicóloga e tivemos até um relacionamento amoroso, ainda somos grandes amigos. Nas horas vagas rs.rs.rs, conversávamos e ainda conversamos muito sobre vários assuntos, mas o seu tema preferido é música. Ela tem uma formação de violino clássico, paralelo a sua principal atividade. Depois de dois anos de papos furados diários, ouvindo as minhas críticas dirigidas a jovem guarda… Obs: Quando eu me refiro a jovem guarda, me refiro à verdadeira, aquela do TEATRO RECORD… A minha amiga me entregou o meu laudo, disse ela: “Ninguém ama tanto a jovem guarda quanto você”. Eu acho que a jovem guarda foi o maior movimento musical deste pais, só que a ficha da rapaziada, cantores, músicos etc, não caiu. Sempre se comportou de uma maneira muito simplória, nada compatível com a importância que tinha, tanto no mercado do show business como perante as gravadoras. (Neste último exemplo eu também me incluo). Os artistas se apresentavam de qualquer maneira, com qualquer som, com qualquer luz em lugares nem sempre recomendados etc. A grande maioria se comporta assim até os dias de hoje. Enquanto isso, no outro lado da rua, chegavam os cantores de músicas de protestos contra o regime militar, a famosa esquerda que não conseguiu destruir o país naquela época, mas agora parece que estão e vão conseguir, carregados de muito ódio e revanchismos. Mas este é um outro assunto.
Além disso, me dói ainda o fato de o mentor da jovem guarda, o meu querido rei, não ter nos incluído na sua turma, depois de algum tempo de ralação, acompanhando-o como músicos em pequenos shows de circos, cinemas de bairros etc. Ele sabia que estávamos,( assim como ele e seus príncipes) , procurando um lugar ao sol. Mas Deus foi tão justo, que estávamos em segundo lugar na parada de compactos em São Paulo e não sabíamos. Este foi o motivo pelo qual acabamos por participar do programa, mesmo que alguns já tivessem ido ao ar, com muito sucesso. Vale a pena lembrar que entramos no programa jovem guarda a convite do senhor Marcos Lázaro, que na época não entendeu muito bem o porque de não termos sido convidados pelo nosso amigo de fé irmão camarada. Para ficar mais confuso ainda, um dos seus príncipes havia recém saído da banda. Estranho, né ? Pois é…… Quando eu digo que a verdadeira historia da jovem guarda que já estão deixando e que deixarão para as gerações futuras, está mal contada, sei por que digo……. A CBS era gravadora que monopolizava a jovem guarda…… Analise comigo: Se a CBS monopolizava a jovem guarda, o maior vendedor era o rei, seguido as vezes muito próximo pelo RSBC em segundo e o terceiro aparecia muito distante, imagine os artistas das gravadoras concorrentes ? Alô Daisymar….. Estou faltando com a verdade? Estou exagerando? Sei que não. Mas e daí? Isto não foi e nem será contado. (para quem não sabe, a Daisymar é uma pessoa muito querida por mim. Ela, como todos sabem, é filha de um homem importantíssimo na nossa carreira e especialmente nas carreiras de todos os artistas que pertenciam à CBS nas décadas de 60 e 70, que foi Elmar Tocafundo).

Pergunta: Vejo que você considera o Cid o seu braço direito na banda… Viu a homenagem que fiz pra ele no meu Blog?

Resposta: Achei muito justa a homenagem feita ao Cid e me somo às pessoas que o homenageiam, pois reconheço nele entre outras coisas a permanência ininterrupta na banda a partir de 1964. O Cid passou por várias fases distintas ao longo da sua historia no RSBC, chegou como saxofonista, substituindo a Roberto Simonal, que a exemplo de vários outros e por diversos motivos, abandonou o barco, reaparecendo após um bom tempo. Como pode notar, a coisa era meio ou totalmente irresponsável, não havia o menor comprometimento. Por diversas vezes, um verdadeiro “C da mãe Joana”, (como dizem). Eu me senti isolado por diversas vezes, por ser o único que sabia o que estava fazendo e o único que tinha uma meta a ser atingida, e consegui atingir. Falei tudo isto para enaltecer a carreira do Cid, pois nunca pulou do barco, nem nas mais bravias tempestades, (tivemos muitas, eu mais do que todos). rs rs rs
Se um cirurgião qualquer hoje abrir com um bisturi o meu abdômen, tenha a certeza de que sairão dezenas ou até centenas de sapos engolidos aqui. Não é fácil trabalhar com várias cabeças, várias personalidades e vários caracteres. Enfim, não é fácil manter uma banda. O Paul, o Ringo, os Stones e tantos outros estão aí pra confirmar ou não o que afirmo.

Pergunta: E como você sente o público nas apresentações da banda nos dias de hoje? Qual a faixa etária do seu público?

Renato Barros

Resposta: A banda vive hoje o seu melhor momento profissional, nossos shows (graças a Deus) são um sucesso, conseguimos o carinho de todas as faixas etárias, notadamente o carinho dos jovens, meninos. Foi tudo construído com muita seriedade, trabalho, organização, verdade, dignidade e um curso intenso de anti flechadas.

Final

Renato, você gostaria de dizer mais alguma coisa para os fãs de “Renato e Seus Blue Caps”?

Lucinha, espero que você e todos os amigos que lerão estas minhas palavras estejam bem.
Você abordou diversos assuntos, eu tentei resumir as minhas respostas. Olha querida amiga: Eu sou um profissional sério da música, assim como existem vários outros profissionais de diversas áreas assim como eu, (pelo menos) alguns. Eu aproveito o meu tempo com coisas produtivas e proveitosas que acabam beneficiando não só a mim, mas principalmente a terceiros, quartos, quintos, sextos etc…..
Dou-lhe como exemplo a própria banda RSBC. Falo dos idos de 1959, parida, amamentada, alimentada por mim. (perdoem-me a aparente falta de modéstia, mas a verdade é esta, haja vista que eu inscrevi a banda no “Hoje é dia de Rock” primeiro e só depois saí perguntando aos amigos, entre eles (dois irmãos) se estavam interessados em participar. Alguns toparam, porém sem nenhum comprometimento. Já em 1961 consegui a nossa primeira gravação na Copacabana Discos, um LP chamado TWIST com RSBC e mais dois artistas: Reinaldo Rayol e Cleide Alves. Interessante destacar que não tínhamos um baterista oficial, o cargo ficava alternando entre Claudio Caribé e Gelson Morais. As datas das gravações foram marcadas mas o baterista com o qual contávamos, sumiu, simplesmente preferiu tocar com o Eduardo Araújo no interior de Minas e por lá ficou durante um longo tempo. Tanto que quando voltou, já encontrou o Tony em seu lugar, há um bom tempo. “Vá somando os obstáculos”. O Tony, (salvo engano) fez essa gravação. Me lembro do desespero do meu pai e de todos nós a procura de um baterista. (Agradecimentos a cantora Célia Vilela), que tinha uma irmã, Marlene Vilela, que era namorada do irmão do Tony, ela (Célia) resolveu o nosso problema o trazendo para a banda e por isso, se tornou o baterista que mais participou das gravações da CBS no período da Jovem Guarda. O baterista em questão, é o mesmo que diz aí num depoimento publicado por você, ser quem colocou o Cid na banda. Acho incríveis, certos fatos ligados a esta publicação e de onde tiraram tais fatos. (No mínimo mal contados). 1- Como pode uma pessoa colocar alguém na casa de outra, ou outras, sem a devida concordância ou autorização? Seria o mesmo que um vizinho seu, colocar um estranho dentro da sua casa e não lhe dar a menor satisfação, principalmente pelo fato de nem fazer parte da banda, banda que foi desprezada pelo próprio, na troca pelo “então” rico fazendeiro Eduardo Araújo. Não é estranho? O Cid me foi apresentado pelo meu irmão Paulo Cezar (este sim integrante). Me estranhará muito mais se o Cid tenha tido conhecimento deste “arrogante depoimento”. Notem que os nomes Renato e Paulo Cezar não são citados por ele. Mais engraçado ainda é que o que o mesmo baterista em questão, foi trazido para a banda pelas mãos do Paulo Cezar, no início dos anos 70. Quando se iniciou um grande, porém incompetente “PLANO DE PODER”. Paulo Cezar (que já não se dava comigo), foi sendo minado até resolver sair da banda. Muito olho grande e muita ausência de talento. Os únicos integrantes da banda que entraram pelas minhas mãos, foram respectivamente: Erasmo Carlos 1962 e Michael Sullivan 1974. Imagino ter contribuído de uma forma substancial.
Outra equivoco que já está se tornando verdade é a tal da “voz principal”. O RSBC a partir de 1964 adquiriu o esquema Beatles, onde todos cantavam individualmente ou em vocais, ora Paul, ora John, ora George e até o Ringo. Dependíamos muito do timbre que se encaixava melhor nas melodias escolhidas. Eu era o produtor, em comum acordo com o Evandro Ribeiro. Eu cansei de escolher o Paulo Cezar na grande maioria dos solos vocais inclusive nas minhas composições. Eu também cantei alguns dos grandes sucessos, mas reconheço que o Paulo Cezar em maior número. O Cid teve uma participação mais efetiva a partir de Play Boy, já nos anos 70……

Um pedido: Não permita que a história dessa banda tão importante e de tanto sucesso em todo o país até os dias de hoje, seja contada por qualquer um, na maioria das vezes objetivando os seus próprios interesses e frustrações. Muitos podem contar esta historia da forma que quiserem, porém lembre-se de que estou aqui ainda para preservar a verdade. Qual é o meu interesse?

AMOR PELO QUE FIZ, PELO QUE FAÇO E PELO QUE AINDA PRETENDO FAZER.

OBS: O artista que se preza tem um departamento só para cuidar, responder aos amigos e fãs, eu talvez não preze tanto, mas prezo muito a minha historia e a minha breve passagem pelo planeta terra.
Sei que ficou faltando muita coisa e por isso, pretendo continuar a satisfazer a curiosidade de vocês.
Eu teria muito mais a dizer, querida Lucinha, aliás, coisa que estou fazendo agora ao escrever o meu livro, no qual me nego a falar mal de quem quer que seja, faço apenas constatações acompanhadas de comprovações.

Querida Lucinha, o sono está batendo……Espero estar trazendo verdades inimagináveis, porém reais. CHEGAMOS NA HORA DA ONÇA BEBER ÁGUA. Continuarei a minha historia em breve.
Um grande beijo e abraços a todos.

RENATO BARROS
17/06/2015

Renato Barros tem uma legião de fãs pelo Brasil, e um deles é Sergio Moraes, de Recife, que por ser muito fã até idealizou um DVD ao vivo de Renato e Seus Blue Caps…

Seguem as fotos da capa e contracapa criadas por ele.

DVD RSBC 1
DVD RSBC 2

“NÃO GOSTARIA DE SER LEMBRADO COMO ROQUEIRO OU COMO UM SIMPLES ARTISTA DA JOVEM GUARDA…… FORAM APENAS PORTAS QUE SE ABRIRAM…… FORAM IMPORTANTES, POREM NÃO REFLETEM A MINHA VERDADE……GOSTARIA DE SER LEMBRADO COMO “HOMEM DA MÚSICA”. INDEPENDENTEMENTE DE GÊNEROS.”

Cid Chaves, um autêntico Blue Cap!

Cid Rodrigues Chaves nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de julho de 1946. Saxofonista e Compositor, atualmente Cid é o vocalista da banda Renato e Seus Blue Caps juntamente com Renato Barros. Está na banda desde os seus primórdios, tendo entrado em 1964. Durante certo tempo, através de seu escritório no Rio de Janeiro, Cid também exercia a função de empresário da banda, função esta atualmente exercida por Jorginho Maravilha.

Cid Chaves em 19-05-2012

Cid Chaves em 19-05-2012

Cid iniciou sua carreira artística no começo dos anos 1960 atuando na banda The Silver Boys, do bairro carioca de Campo Grande ao lado dos primos Paulinho e Zezinho.

Em 1963, durante um show na cidade de Angra dos Reis no Rio de Janeiro, conheceu o baixista Paulo Cesar Barros que o convidou a ingressar no conjunto Renato e Seus Blue Caps e a partir de 1964 começou a integrar o conjunto, onde permanece até os dias de hoje.

O próprio Paulo César Barros conta como tudo aconteceu:

“Eu fui convidado pelo Gelson, que não fazia parte dos BCs nessa ocasião, para fazer um baile em Angra dos Reis em meados de 1963 e esse conjunto em questão foi formado às pressas, eu não conhecia ninguém a não ser o Gelson e o Cid era um dos saxofonistas dessa banda (eram 2 saxs) e ao conhecer o Cid fiz-lhe o convite para entrar no RSBC e ele aceitou de imediato. E assim foi, o coloquei na banda e até hoje faz parte de RSBC. Essa é a verdadeira história e contada por mim, o único responsável pelo entrada do Cid e ele continua na Banda ate os dias hoje. Ele participou ativamente de todo movimento da Jovem Guarda.”

Neste vídeo Renato apresenta o músico ao público.

Esta é uma homenagem da comunidade “Eterna Jovem Guarda” no Facebook, a Cid Chaves.

Para contratação de Renato e Seus Blue Caps para Shows, o contato é Jorginho Maravilha pelos telefones:

(21) 99983.4300 VIVO
(21) 98265.3038 TIM

Ou E.mail: jmaravilha2@gmail.com

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Luto na música brasileira – Morre no Rio de Janeiro o produtor musical José Messias!

José Messias

Morreu no início dessa noite, no Rio de Janeiro, o compositor e produtor musical José Messias.

Ao lado de Carlos Imperial, Jair de Taumaturgo e Antonio Aguillar, José Messias foi um dos radialistas responsáveis pela invenção da Jovem Guarda. Foi um dos programadores de rádio que mais acreditou e apoiou o movimento JG.

Nascido no dia 7 de outubro de 1928, no município de Bom Jardim de Minas (MG), de família pobre, mas extremamente musical (o pai e o avô eram regentes de banda, o tio era trombonista), ainda jovem começou a compor músicas para blocos de carnaval.

Essa verve artística e musical iria acompanhá-lo por toda a sua vida nas múltiplas facetas artísticas que desenvolveu no decorrer dos anos (além de apresentador, foi cantor, compositor, produtor musical e jurado de televisão). Dentre as dezenas de músicas que compôs, uma das mais belas é o iê iê iê futurista-saudosista “Os Velhinhos”, gravado por Roberto Carlos no LP “Canta Para A Juventude (1965).

Desde o ano 2000, José Messias atuava como jurado no programa do apresentador Raul Gil. Foi ele ele que, em 1974, criou para o amigo Raul Gil o famoso quadro “Para Quem Você Tira o Chapéu”.

Seu último trabalho na TV foi no quadro “Mulheres Que Brilham”, comandado por Raul no SBT. Sua morte enseja de luto a cultura musical brasileira, especialmente a geração Jovem Guarda. Obrigado, mestre, descanse em paz. (rstone)

Por Rubens Stone, comunidade “Eterna Jovem Guarda”

Roberto Carlos antes da fama!

Muito antes de ser eleito “Rei da Juventude do Brasil”, Roberto Carlos se apresentou no Cinema São Pedro em Natal/RN, provavelmente no ano de 1963, como informou Fred Rossiter Pinheiro aqui.

Roberto Carlos no Cine São Pedro em Natal - 1963 Foto do acervo de Fred Rossiter Pinheiro.

Roberto Carlos no Cine São Pedro em Natal – 1963
Foto do acervo de Fred Rossiter Pinheiro.

A fama dele só estava começando, ainda não existia o movimento da Jovem Guarda, ele ainda não era o Rei.

O Cinema São Pedro era um cinema popular, o mais humilde da cidade na época, localizado no Bairro do Alecrim. Observem que RC aceitou cantar rodeado de garotos e jovens num ambiente bastante simples e improvisado.

Um amigo fanático por Roberto jura que assistiu a esse show e que ele cantou “”Splish Splash”, “Triste e Abandonado”, “Baby meu Bem” (músicas recém lançadas na ocasião), além de diversas músicas com estilos variados desde o bolero, o country de Bobby Nelson, baladas, até um pouco de Bossa Nova.

Palavras Comovidas de Paul quando soube da morte de George Harrison / Paul McCartney’s reaction to George Harrison’s Death

Quando da passagem espiritual de  George Harrison, repórteres se puseram à espera de Paul McCartney para tomar seu depoimento naquele momento de estrema tristeza, e neste vídeo podemos ouvir suas palavras e compreendê-las, graças a nossa amiga  Debora Dumphreys, que transcreveu as comovidas palavras de Paul ditas naquele triste dia.
Traduzi para quem não domina o idioma, e peço desculpas caso a tradução não esteja perfeita…

Here’s Paul McCartney’s reaction to George Harrison’s death. This was filmed at his estate in Sussex. The reporters were gathered outside the long driveway entrance to his estate. Seems kind of rehearsed, but I guess it’s expected when dealing with the media, especially since the lashing McCartney received from his seemingly passive reaction to the death of Beatles band mate John Lennon.

Video transcription:

Paul – I’m very sad, devastated, we know he’s been ill for a long time and just very sad to hear that he’s passed on. I’ve spoken to Olivia, she’s been very strong and I’d like to ask people maybe to be kind to her and Dani at this time (George’s son).
Lovely man, I love him dearly, I grew up with him and I like to remember all the great time that we had together in Liverpool with the Beatles and ever since really, say I’m very sad for him and his family and for all of us. A fantastic guy, a man, great sense of humour. I was lucky enough to see him a couple of weeks ago and he was still laughing and joking, very brave man and I’m just privileged to have known him and I love him, like he’s my brother. It’s a very sad day for me and for a lot of other people but I think he would’ve wanted us, you know, to get on and be loving and remember him as the great man he was.

Paul – Estou triste demais, arrasado mesmo, sabíamos que ele já estava doente por um longo tempo mas a gente
fica triste demais ao saber que ele se foi. Falei com Olivia, ela tem sido muito forte e eu gostaria de pedir às
pessoas talvez para ser gentil com ela e Dhani nessa hora. Um homem amável… eu tenho profundo carinho por
ele, crescemos juntos e eu gosto de recordar todos os bons momentos que passamos juntos em Liverpool com os
Beatles e sempre até hoje, de verdade, digo que estou muito triste por ele e sua família e por todos nós. Um
rapaz fantástico, um homem, de grande senso de humor. Tive muita sorte de vê-lo algumas semanas atrás e ele
ainda estava rindo e fazendo piadas, um homem muito forte e eu tive o privilégio de tê-lo conhecido e amado,
como se ele fosse meu irmão. Hoje é um dia muito triste pra mim e para um monte de gente mas acho que ele
gostaria que nós, sabe, ficássemos bem e continuássemos a amá-lo e lembrá-lo como o grande homem que ele
foi.

Reporter – You say you’ve spoken to the family. How are they?
Reporter – Você disse que conversou com a família. Como eles estão?

Paul – They’re, you know, devastated like we all are, but they’re very strong and Olivia has a son, Dani, who’s a really great guy and he’s been very strong and very supportive in this situation so you know, in a way is a…probably a blessing release, George’s been to a lot of problems recently. I understand the end was very peaceful, so that’s a blessing.

Paul – Eles estão… sabe, arrasados como todos nós, mas eles são muito fortes e Olivia tem um filho, Dhani, que é um
rapaz muito bom e tem sido muito forte e muito seguro nesta situação então vejam vocês, da maneira que… provavelmente
foi uma bênção da maneira que terminou, pois George teve muito problemas recentemente. Quero dizer que no final foi em
paz, então é uma bênção.

Reporter – What do you think he will be remembered for the most, what’s his finest moments?
Reporter – Como você acha que ele será lembrado pela maioria, quais seus melhores momentos?

Paul – George I think, his music will live on forever and his personality. He’s a very strong loving man, but he didn’t suffer fools gladly, as anyone who knew him will know. He’s a great man, I think he will be remembered as a great man on his own right.

Paul – Penso que a música e a personalidade de George vão viver para sempre. Ele é um homem muito forte, mas não não tolera muito pessoas bobas ou idiotas e chega a ficar irritado com elas (“suffer fools gladly”), como todos que o conheciam sabem. Ele é um grande homem, penso que será lembrado como um grande homem por tudo que lhe é de direito.

Reporter – When was the last time you saw him, spoke to him?
Reporter – Quando foi a última vez que você o viu, e falou com ele?

Paul – Saw him a couple of weeks ago, yeah.
Paul – Eu o vi há umas duas semana atrás, sim.

Reporter – And how was he?
Reporter – E como ele estava?

Paul – He was quite ill, obviously, but as I said, we were laughing and joking, just like nothing was going on, you know, he’s always been a very brave guy and I was impressed by his strength. But I kind of knew he’d be like that cause that’s what he always was, you know. Beautiful man!
Paul – Ele estava muito doente, obviamente, mas como eu disse, rimos e fizemos brincadeiras, como se nada estivesse acontecendo, sabe, ele esteve sempre muito forte e fiquei impressionado com sua força. Mas eu já sabia que seria assim porque aquele era o jeito que ele era sempre, sabe. Belo homem!

Reporter – Is that particularly emotional to you?
Reporter – Aquele momento foi emocionante pra você, particularmente?

Paul – Of course it’s very emotional for anyone that loses somebody, you know, someone as long as I’ve known George. We were school friends together, we joined the Beatles together, went through all that together, so it’s very sad day. But I understand as I say, he went peacefully and…so that’s a blessing and I just prefer to now think of all the great times we had together, he’s a really lovely guy and remember him with all the warmth that I think he would have like to be remembered by.
Paul – Claro que é muita emoção pra qualquer um que perde alguém, você sabe, alguém que eu conhecia há tanto tempo
como o George. Estudamos juntos na escola, nos unimos aos Beatles, juntos, passamos por tudo aquilo juntos, portanto é
tudo muito triste. Mas eu entendo como eu disse, ele suportou pacificamente a tudo e… portanto foi uma benção e eu até
prefiro lembrar de bons tempos que passamos juntos, ele é realmente um rapaz muito amável e vou lembrá-lo com muito
carinho que é como ele deverá ser lembrado por todos.

Reporter – How will you personally be remembering him and paying tribute?
Reporter – Pessoalmente, como você lembrará e homenageará a ele?

Paul – Just personally, just in my own heart. I love him, you know, he’s like a baby brother to me. So, I’ll just keep quiet now and just remember him, I say, we’re obviously talking about him already and I remember him in some very silly stories. We had some great times together, you know, so that’s how I’ll choose to remember him.
Paul – No íntimo, no fundo do meu coração. Eu o amo, você sabe, ele é como meu irmão mais novo. Então, ficarei em
silêncio agora lembrando-me dele, eu digo, obviamente estamos falando dele e eu relembrei dele em algumas estórias muito
tolas. Passamos alguns bons momentos juntos, vocÊ sabe, assim será a forma que escolho para relembrá-lo.

Reporter – Anything you want to share with us, any particularly funny moments?
Reporter – Alguma coisa que você queira compartilhar conosco, alguns momentos particularmente engraçados?

Paul – No, they’re personal for me, you know, in time I may get around to tell you, but today is not the day for that.
Paul – Não, eles são momentos pessoais pra mim, sabe, pode ser que a seu tempo eu conte a você mas hoje não é hora
certa pra isso.

Reporter – Of course. Thank you very much.
Reporter – Claro. Muitíssimo obrigado.

Paul – Ok, thanks a lot everyone. See you, thank you.
Paul – Ok, é demais pra todo mundo. Até mais, obrigado.

George Harrison - 1943 - 2001 George on stage - 3th December 1969 (of the Beatles at a concert in Copenhagen with Eric Clapton and Delaney and Bonnie. (Photo by Keystone/Getty Images)

George Harrison – 1943 – 2001
George on stage – 3th December 1969 (of the Beatles at a concert in Copenhagen with Eric Clapton and Delaney and Bonnie. (Photo by Keystone/Getty Images)

R.I.P. George…

“On the day that I die, I’d like jokes to be told”
“No dia em que eu morrer, gostaria que contassem piadas”.

This is Paul McCartney’s song about how he wants to be remembered after he dies. He was inspired by George Harrison. Paul and Ringo visited George in Los Angeles weeks before his death and were amazed that during the entire visit, despite being in great pain and facing death, George was upbeat, told jokes and recalled stories about their early days in the Beatles. Paul said that is how he would want to be remembered, with “jokes to be told and stories of old.”

Esta é uma canção de Paul McCartney sobre como ele quer ser lembrado depois de sua morte. Paul inspirou-se em George Harrison. Paul e Ringo visitaram George em Los Angeles algumas semanas antes de sua morte e ficaram satisfeitos pois durante toda a visita, apesar de estar sofrendo grandes dores e diante da morte, George estava de bom humor, pra cima, contando piadas e recordando historias sobre eles no início dos Beatles. Paul disse que é assim que ele queria ser lembrado, com “brincadeiras para serem contadas e historias antigas.”

“End Of The End”

At the end of the end
It’s the start of a journey
To a much better place
And this wasn’t bad
So a much better place
Would have to be special
No need to be sad

On the day that I die I’d like jokes to be told
And stories of old to be rolled out like carpets
That children have played on
And laid on while listening to stories of old

At the end of the end
It’s the start of a journey
To a much better place
And a much better place
Would have to be special
No reason to cry

[Whistling]

On the day that I die I’d like bells to be rung
And songs that were sung to be hung out like blankets
That lovers have played on
And laid on while listening to songs that were sung

At the end of the end
It’s the start of a journey
To a much better place
And a much better place
Would have to be special
No reason to cry
No need to be sad
At the end of the end

Minas Gerais deixou a sua marca na Jovem Guarda, um movimento que marcou a cultura brasileira!

Os mineiros Wanderléa, Márcio Greyck, Martinha e Eduardo Araújo fazem parte dessa história, e no ano em que a Jovem Guarda comemora seus 50 anos de existência, o Jornal “UAI”, de Belo Horizonte, presta sua homenagem neste texto de Ana Clara Brant, publicado no site UAI em 31/05/2015.

Em 1968, a mineira Wanderléa formava com Roberto e Erasmo Carlos o trio de jovens que revolucionou a música brasileira

Em 1968, a mineira Wanderléa formava com Roberto e Erasmo Carlos o trio de jovens que revolucionou a música brasileira – Arquivo de O Cruzeiro/EM

“O futuro pertence à jovem guarda, porque a velha está ultrapassada.” Reza a lenda que, dessa frase, de um discurso do líder revolucionário russo Lênin, surgiu o nome do programa de TV apresentado por Wanderléa, Roberto e Erasmo Carlos que batizou o movimento musical e comportamental surgido há 50 anos no Brasil. Além da Ternurinha, nascida em Governador Valadares, no Vale do Rio de Doce, quatro mineiros participaram ou tiveram influência na Jovem Guarda: o casal Eduardo e Sylvinha Araújo (nascidos, respectivamente, em Joaíma, no Vale do Jequitinhonha, e em Mariana, na Região Central), além dos belo-horizontinos Martinha e Márcio Greyck.

“Dizem que mineiro é calado, “come quieto”, mas a gente faz e acontece. A mineirada deu uma grande contribuição a esse movimento. Sabe que você até me deu uma ótima ideia? Quem sabe reúno os artistas de Minas Gerais que participaram da Jovem Guarda e gravamos um disco?”, sugere Wanderléa.

Valadarense criada em Lavras, no Sul do estado, a cantora diz que o movimento foi tão avassalador que exigia dos jovens artistas “muito pé no chão” para dar conta de tudo aquilo. Para Wandeca, como ela é chamada até hoje, nunca houve nada parecido na música brasileira. “Foi um fenômeno, algo inovador. Existia a música tradicional, aí viemos com algo novo, guitarras e tudo mais. Trouxemos modernidade para a cultura jovem no jeito de cantar, de falar e de vestir. Foi muito forte e o legado está aí até hoje. Cada um deixou a sua contribuição”, opina.

Outro destaque da Jovem Guarda foi Martinha, O Queijinho de Minas, apelido dado por Roberto Carlos. “Como o melhor produto do estado é o queijo, ele me batizou assim”, brinca a cantora e compositora. Pianista e bailarina desde os 4 anos, ela nunca se imaginou cantando. Quando Roberto veio a BH, o radialista Elmar Tocafundo, divulgador da gravadora CBS, apresentou um ao outro e comentou que o Rei precisava de uma voz diferente. “Foi mágico. Roberto gostou de mim e aí tudo começou. Tinha apenas 18 anos”, recorda ela.

Martinha acabou se tornando uma das artistas mais completas do país naquela época – e não só da Jovem Guarda –, pois sabia cantar, tocar e fazer música. “Compor surgiu de uma forma inesperada, até hoje é assim. A gente não sabe como é. A vontade de escrever veio depois de conhecer o Roberto em BH. A minha primeira composição, Eu daria a minha vida, mudou a minha história”, revela.

Ao longo dos anos, a belo-horizontina acabou se tornando mais compositora do que cantora. Passou a criar canções para o segmento sertanejo, principalmente pela veia romântica. Mas ela nunca deixou o microfone.

A belo-horizontina Martinha posa, em 1967, com o queijo que lhe rendeu o apelido criado pelo Rei

A belo-horizontina Martinha posa, em 1967, com o queijo que lhe rendeu o apelido criado pelo Rei

Ao relembrar os tempos da Jovem Guarda, tem saudades da convivência com os companheiros, com quem ainda se encontra de vez em quando. “Era uma coisa semanal. Todos os domingos, a gente se via. Com o tempo, isso diminuiu, mas amizade verdadeira não acaba. Encontro muito com a Wanderléa e a Vanusa. Agora mesmo, em junho, vamos ter um show especial em homenagem ao cinquentenário do movimento”, destaca.

Martinha admite que não volta a BH como gostaria. Revela que, infelizmente, perdeu muitos parentes que moravam na capital, embora aproveite para matar as saudades sempre que tem um tempinho. “Sou mineiríssima, tenho orgulho demais de ter nascido aí. Acho que todos nós, artistas mineiros da Jovem Guarda, contribuímos muito, pois ela reuniu pessoas que vieram de todos os cantos do país, sobretudo do Rio e de São Paulo. A gente soube representar o nosso estado muito bem, embora sem ter muita consciência disso. Isso é bacana”, observa.

Outro belo-horizontino que vivenciou aquela época é Márcio Greyck. Na verdade, ele se sente mais influenciado pelo movimento do que propriamente um integrante da turma de Roberto, Martinha e Wanderléa. No começo da década de 1970, quando o jovem cantor começou a despontar, a Jovem Guarda já estava no fim, mas tinha forte energia. “Minha geração pegou todas as referências – não só da Jovem Guarda, mas dos Beatles, do rock e da onda do iê-iê-iê, com uma coisa de vanguarda. Fui gravar na CBS, templo onde gravaram todos os representantes desse fenômeno, como o Roberto, o Erasmo e a Wanderléa. Então, naturalmente, fiquei dentro daquele contexto”, comenta.

Márcio Greyck iniciou sua carreira de forma despretensiosa, fazendo serenatas na capital mineira e sempre influenciado pelo romantismo. Aos 18 anos, deixou a cidade natal – a contragosto, diga-se de passagem – rumo ao Rio de Janeiro, pois sabia que lá encontraria melhores oportunidades. O primeiro sucesso, Impossível acreditar que perdi você, veio naquela época. A música se tornou um clássico do cancioneiro romântico brasileiro e foi regravada por vários artistas. “Até hoje, se não cantar essa música no show, apanho”, diverte-se. “O mesmo acontece com O mais importante é o verdadeiro amor, O infinito e O travesseiro”, diz.

Depois de morar três décadas no Rio de Janeiro, Márcio decidiu retomar as origens. Há 15 anos, voltou a residir em BH. Tem um estúdio dentro de casa, na Região Norte da capital, e está sempre compondo, apesar de não lançar disco de inéditas há algum tempo.

“Precisava voltar para resgatar aquele menino que fui um dia. Estou feliz demais. Não careço de estar nas vitrines maiores porque daqui saio para qualquer lugar do Brasil. Sempre levantando a bandeira do romantismo”, conclui.

Márcio Greyck: de volta a BH, feliz em reencontrar o menino dos velhos tempos

Márcio Greyck: de volta a BH, feliz em reencontrar o menino dos velhos tempos

BRASA 4

Em agosto de 1965, a paulista TV Record começou a exibir o programa Jovem Guarda, que mesclava música, comportamento e moda, apresentado pelos cantores Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. Belo Horizonte ganhou uma espécie de versão local daquela atração totalmente voltada para a juventude, comandada por Dirceu Pereira e transmitida pela TV Itacolomi, de 1968 a 1971. O Brasa 4 era um dos raros programas brasileiros dedicados inteiramente ao rock.

Relembre momentos de artistas mineiros na Jovem Guarda

Cenas de Wanderléa no programa “Show do dia 7” (muitas vezes confundidas com cenas do programa Jovem Guarda), especial que a Record realizava todo dia 7 com os principais nomes do cast, em 1966. A Ternurinha canta “Imenso amor” (Renato Correa – Wanderléa), “Pare o casamento” (Renick – Young e Luiz Keller), e “Boa noite, meu bem” (Ledbetter – J. Lomax e Rossini Pinto). A cantora é acompanhada pela banda The Jordans.

O Rei do Skiffle e sua relação com os Beatles!

“Uma noite, Paul veio até a minha casa para dar uma olhada num método de guitarra que eu tinha e nunca havia decifrado.
Com ele, aprendemos alguns acordes e conseguimos tocar Don´t You Rock Me, Daddy-O com dois deles”. (George Harrison)

Lonnie Donegan

Lonnie Donegan foi um músico escocês que tocava skiffle e teve mais de 20 sucessos no topo das paradas no Reino Unido.
Ficou conhecido como o Rei do Skiffle (King of Skiffle) e é sempre citado por ter influenciado largamente a geração de músicos britânicos que se tornaram famosos nos anos 60.
Ele aparece no Guinness Book Britânico de Sucessos em álbum e singles como sendo o artista britânico que mais influenciou outros cantores com suas gravações, isso antes dos Beatles!

Em 2000 Lonnie Donegan tornou-se MBE e faleceu em novembro de 2002.

DON’T YOU ROCK ME DADDY-O
(Bill Varley / Wally Whyton)

Lonnie Donegan – 1957
Vipers Skiffle Group – 1957
Bill Sherrill – 1957
Gravada também por Ivor & the Engines, Chas McDevitt, Van Morrison.

Me an’ my brother was goin’ to town
Sing away, ladies, sing away
Ridin’ a billy goat, leadin’ a hound
Sing away, ladies, sing away
Hound dog bark, billy goat jump,
Sing away, ladies, sing away
Throw’d my brother right over that stump
Sing away, ladies, sing away
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me, Daddy-O
Well, my old auntie promised me
Sing away, ladies, sing away
When she died she’s will to me
Sing away, ladies, sing away
Well, she lived so long her head got bald
Sing away, ladies, sing away
Why, she got out the notion of dyin’ at all.
Sing away, ladies, sing away
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me, Daddy-O
(Musical Break)
Sing away, ladies, sing away
Sing away, ladies, sing away
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me, Daddy-O
Ah, me an’ my brother was comin’ into town
Sing away, ladies, sing away
Ridin’ a billy goat, leadin’ a hound
Sing away, ladies, sing away
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me, Daddy-O
Don’t you rock me……………. Daddy-O!

(Transcrito das gravações de Lonnie Donegan, por Bill Huntley – Janeiro de 2006)

O primeiro álbum de Lonnie Donegan se chamou “Lonnie Donegan Showcase” e ficou tão popular que levou centenas de grupos amadores a criar suas bandas de skiffle.
Isso por que os equipamentos eram simples, como “washboard”, “tea-chest bass” e violão. Eram baratos e fáceis de montar.

Em março de 1957 John Lennon formou o grupo de skiffle “The Quarrymen”, e em julho do mesmo ano encontrou Paul McCartney.
O resto, como eles dizem, é história.
(Lonnie Donegan’s first album “Lonnie Donegan Showcase” was so popular it spawned hundreds of amateur skiffle groups.
Because the equipment needed was simple, washboard, tea-chest bass and guitar, these were cheap and easy to set up. In March 1957 John Lennon formed “The Quarrymen” skiffle group, and in July of the same year met Paul McCartney. The rest, as they say, is history.)

Penso que podemos então afirmar que Donegan levou John Lennon a fundar sua banda de Skiffle, chamada The Quarrymen, e que depois tornou-se The Beatles!

Primeira foto usando Beatles no nome.

Primeira foto usando Beatles no nome.

Fonte: The Beatles: Dito e Não Dito, de Arthur Davis

A briga entre John Lennon e George Harrison chegou às vias de fato!

Apesar de todas as tensões por que passaram os Beatles durante as gravações do projeto Get Back, as piores ocorreram
de fato entre George e John.

George e John

Depois de ser deixado de lado durante anos, Harrison achava que Yoko tinha uma voz de maior peso que a dele nas
decisões da banda. Pior que isso, o casal estava praticando o que era conhecido como “percepção elevada” – baseada na
crença de que a comunicação verbal era desnecessária entre pessoas “em sintonia” com as grandes verdades do universo.
Seu efeito prático era o de cessar qualquer interação prática ou significativa. Quando assuntos cruciais eram levantados, John não dizia nada, concordando com o que quer que Yoko achasse.

Chegou o momento em que Harrison atingiu seu limite.

Em 10 de janeiro, ele e Lennon começaram uma briga que teria chegado às vias de fato, apesar de negarem o ocorrido (já George Martin declarou ao biólogo Plillip Norman que a discussão chegou ao nível físico, “com todo mundo se acalmando depois”). O confronto foi um dos poucos que o diretor Lindsay-Hogg não capturou para a posteridade. Mas ele filmou George aparentemente saindo dos Beatles.
“Estou fora”, disse, guardando a guitarra. “Ponham um anúncio e vejam se conseguem chamar alguém. A gente se vê por aí”.

Paul e Ringo ficaram chocados, mas John não se abalou e começou a tocar uma versão de “A Quick One, While He´s
Away”, do The Who, tirando um barato da angústia de George.

E naquele mesmo dia, Yoko sentou-se no lugar de George, pegou o microfone e começou a cantar um blues ininteligível,
enquanto os outros a acompanhavam, sem saber o que fazer, com medo de que Lennon se irritasse e também partisse…
(curiosamente, trata-se de uma performance memorável).

Ainda naquele dia, Lennon sugeriu que recrutassem Eric Clapton para substituir Harrison: “A questão é, queremos
continuar a banda sem George? Eu com certeza quero”.

Em 12 de janeiro, os 4 Beatles se reuniram na casa de Ringo para tentar resolver suas diferenças, mas quando Yoko
insistiu em falar por John, George foi embora de novo.

Os Beatles chegaram a um acordo, dias depois, mas Harrison impôs limites rígidos: nada de shows grandes e nada de
voltar a trabalhar nos estúdios Twickenham. Yoko, entretanto, continuava participando de todos os ensaios, ao lado de John.
“Yoko só quer ser aceita”, disse Lennon. “Ela quer ser uma de nós”. Quando Ringo respondeu “Ela não é um Beatle, John, e nunca vai ser”, Lennon bateu o pé. “Yoko é parte de mim agora. Somos John e Yoko, estamos juntos.”

Quase duas semanas depois da saída de George, os Beatles voltaram a tocar, dessa vez em um estúdio improvisado no
porão da sede da Apple. Harrison trouxe então o organista Billy Preston, que eles haviam conhecido em Hamburgo
(Alemanha), em 1962. Preston participou dos ensaios e sua habilidade no improviso trouxe a dignidade que eles tanto
precisavam. Lennon achou a presença de Preston tão revitalizante que quis transformá-lo em membro fixo, um quinto Beatle.
A resposta de Paul foi taxativa: “Já é ruim o suficiente com quatro”.

Fonte: Revista Rolling Stones, Ed. Set/2009

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