Jovem Guarda 50 anos: Como surgiu a canção “Tijolinho”.

Estamos comemorando os 50 anos da Jovem Guarda, e a canção “Tijolinho”, de autoria de Wagner T. Benatti em 1964 e gravada por Bobby de Carlo em 1966, com acompanhamento do conjunto Os Megatons, de Primo Moreschi, foi um dos maiores sucessos da época, e é o próprio autor quem conta como teve a ideia de escrever a canção…


Oi Lucinha, só pra dizer ao mundo que em primeiro lugar tou feliz porque o meu Coringão venceu ontem huhuuu! Agora, respondendo à sua pergunta, quando fiz a letra de TIJOLINHO eu já tinha a melodia praticamente pronta, à qual só adicionei posteriormente o riff de guitarra inicial “emprestado” da música “I’ll Feel A Whole Lot Better” dos Byrds (1965) como poderá comprovar no link abaixo. Na época eu estudava no colégio Frei Paulo Luig (ooo saudade…) e tinha um colega que vivia dizendo ditados populares pra qualquer situação, inclusive os misturava, ficava engraçado e a garotada ria pra caramba, coisas de moleque sacou? Um exemplo: “quem com ferro fere, se esparrama pelo chão…” e ia por aí. Tinha uma garota que ele gostava muito e estudava na parte da tarde na mesma escola, sempre me dizia que estava achando alguma frase “galanteadora” pra conquistar o broto. Baseado nos ditados engraçados que ele mesmo fazia, um dia eu disse (pra esculachar mesmo) – diz pra ela -” você é o queijo que falta no meu macarrão…rs”, ele riu pra caramba. Fiquei remoendo, remoendo, aquela frase tola na cabeça e dei uma “melhorada”, ficou assim: “você é o tijolinho que faltava na minha construção”, pensei em aproveita-la numa música, foi o que aconteceu algum tempo depois quando um dia tocava aquela melodia que já tinha quase pronta com o riff inicial dos Byrds, encaixou direitinho no refrão! Posto abaixo, pra curiosidade, a letra original manuscrita que era pra ter mais um verso e desisti. Não reparem nos garranchos do moleque de 13 anos rs Grande abraço!

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Letra original - O Tijolinho, de Wagner T. Benatti

Letra original – O Tijolinho, de Wagner T. Benatti

“Como podem ver, na folha da agenda onde anotei tem os dias 12 e 13 mas a letra é de 12/09/1964, um sábado (lembro bem) a música tambem é do mesmo ano, somente a introdução com o riff dos Byrds é que coloquei em 1965 e o Bobby gravou 1 ano depois…” (Wagner Benatti)

“O “Bitão” Wagner Tadeu Benatti foi quem compôs Tijolinho (hoje na banda Os Pholhas) quando pertencia ao conjunto Os Megatons. Inclusive gravamos com o Bobby De Carlo nesta gravação e tive o prazer de fazer a segunda voz. A maioria das vezes em que ele se apresentava na televisão, eramos nós, “Os Megatons”, que o acompanhávamos. Hooo saudade…” (Primo Moreschi)

Praça Padre Bento no Pari, lugar onde nasceu o Rock Nacional!

Praça Padre Bento - Pari 1957

Praça Padre Bento no Pari, São Paulo em 1957

Nesta pracinha no bairro do Pari em São Paulo, no final da década de 50, alguns amigos costumavam se reunir para conversar e falar do novo ritmo que chegava ao Brasil, e que depois que os cinemas mostraram o filme “No balanço das horas”, começava a tomar conta da juventude da época. Dentre esses rapazes estavam aqueles que viriam a ser os precursores do Rock nacional, e também alguns dos principais participantes da Jovem Guarda, como Bobby de Carlo, Foguinho (The Jordans), Primo Moreschi (The Jet Black’s), Carlão (The jet Black’s), Wagner Benatti (Os Megatons), entre outros…

“Conheci o Foguinho na Pça Padre Bento (Larguinho Sto Antonio do Pari). Ele morava se não me engano na Rua Catumbí, perto do “Larguinho”. Estou pensando seriamente em colocar uma placa de bronze no Larguinho com a seguinte inscrição: “Por aqui passaram várias celebridades do Rock no Brasil… O que acham? rsrsrs” (Bobby de Carlo)

“Com certeza pela praça passaram vários pioneiros: Primo Moreschi, Wagner Benatti, Antonio Vidal Filho, Antonio Carlos Cortes, João Bonturi e outros. Até eu passei por lá!”(Rubens Indalecio)

Rubens Indalecio, o Binho, é um excelente guitarrista mas é muito modesto, conforme me contou o Joe Primo. Binho se orgulha de dizer que a primeira musica que aprendeu e inclusive a que mais fazia sucesso nas churrascarias onde ele tocava, chamava-se “A Boneca Que Diz Não”, que diz ter aprendido nos ensaios dos “Megatons”, antes de Primo Moreschi e seu conjunto Os Megatons gravarem oficialmente com Bobby de Carlo. Era também o Binho quem fazia sucesso tocando nos churrascos com os amigos…

“Conheci Primo Moreschi quando os Megatons ensaiavam as músicas para acompanhar Bobby de Carlo. Um pouco antes do Sodinha entrar para o “conjunto” (assim se chamava então). Ia nos ensaios na Transportadora Estrela do Norte. Ficava quietinho observando o que faziam. Depois o Sodinha entrou para o conjunto, eles compraram guitarras Palmer, o Luiz tocava uma de 12 cordas, e eles tocaram com os Mutantes na Bandeirantes no Quadrado e Redondo e….O resto? O resto é o resto…” (Rubens Indalecio)

Bobby de Carlo: aí esta uma foto atual da pça. Padre Bento o famoso Larguinho Sto. Antonio. onde a “mili” anos, rolava rock. Bons tempos… Rubens Indalecio: Oi Bobby. Acho que vc, tirou esta foto na porta da bombonière! Roberto Caldeira Dos Santos: Kkkk!!! Não existe mais, em seu lugar tem um relojoeiro onde mandei consertar o meu Seiko, movido a “lenha”dos antigos, Parabéns Rubens, você é muito observador. Primo Moreschi: Aproveitando o gancho do Rubens Indalécio (Binho), o Bobby tirou essa foto da calçada que fica em baixo do sobrado em que eu morava, juntamente com o Carlão. Rua Barão de Ladario nº 1012, esquina com a Padre Bento, mais precisamente. Waldemar Botelho Jr Foguinho: Bem em frente a R. B. de Ladario a prefeitura construiu um chafariz redondo e nunca o colocou para funcionar e a iluminação na época eram lâmpadas incandescentes e com as árvores em volta do largo ficava muito escuro.Para clarear,do outro lado do larguinho tinha uma garagem com uma bomba de combustível, onde comprávamos uma lata(20 lts) de gasolina despejávamos no chafariz e tocávamos fogo, clareava todo o largo, então começávamos tocar os violões e a cantar os rocks da época. Roberto Caldeira Dos Santos: Verdade!!! Na época com o preço da gasolina, clareava. rs… Certa vez, tentamos ligar o amplificador no poste, ainda bem que não deu certo. Bons tempos… Primo Moreschi: Para complementar, digo mais: O Bitão, Wagner Tadeu Benatti, autor da música O Tijolinho, que nessa época tinha 15 aninhos, morava a uma quadra de minha casa. Mais precisamente na rua Parahíba, quase esquina com a rua Maria Marcolina, a uma quadra da Praça Padre Bento, a praça da igreja Santo Antonio do Pari…

Bobby de Carlo: aí esta uma foto atual da pça. Padre Bento o famoso Larguinho Sto. Antonio. onde a “mili” anos, rolava rock. Bons tempos…
Rubens Indalecio: Oi Bobby. Acho que vc, tirou esta foto na porta da bombonière!
Roberto Caldeira Dos Santos: Kkkk!!! Não existe mais, em seu lugar tem um relojoeiro onde mandei consertar o meu Seiko, movido a “lenha”dos antigos, Parabéns Rubens, você é muito observador.
Primo Moreschi: Aproveitando o gancho do Rubens Indalécio (Binho), o Bobby tirou essa foto da calçada que fica em baixo do sobrado em que eu morava, juntamente com o Carlão. Rua Barão de Ladario nº 1012, esquina com a Padre Bento, mais precisamente.
Waldemar Botelho Jr Foguinho: Bem em frente a R. B. de Ladario a prefeitura construiu um chafariz redondo e nunca o colocou para funcionar e a iluminação na época eram lâmpadas incandescentes e com as árvores em volta do largo ficava muito escuro.Para clarear,do outro lado do larguinho tinha uma garagem com uma bomba de combustível, onde comprávamos uma lata(20 lts) de gasolina despejávamos no chafariz e tocávamos fogo, clareava todo o largo, então começávamos tocar os violões e a cantar os rocks da época.
Roberto Caldeira Dos Santos: Verdade!!! Na época com o preço da gasolina, clareava. rs… Certa vez, tentamos ligar o amplificador no poste, ainda bem que não deu certo. Bons tempos…
Primo Moreschi: Para complementar, digo mais: O Bitão, Wagner Tadeu Benatti, autor da música O Tijolinho, que nessa época tinha 15 aninhos, morava a uma quadra de minha casa. Mais precisamente na rua Parahíba, quase esquina com a rua Maria Marcolina, a uma quadra da Praça Padre Bento, a praça da igreja Santo Antonio do Pari…

Bobby de Carlo: aí esta uma foto atual da pça. Padre Bento o famoso Larguinho Sto. Antonio. onde a “mili” anos, rolava rock. Bons tempos…

Rubens Indalecio: Oi Bobby. Acho que vc, tirou esta foto na porta da bombonière!

Roberto Caldeira Dos Santos: Kkkk!!! Não existe mais, em seu lugar tem um relojoeiro onde mandei consertar o meu Seiko, movido a “lenha”dos antigos, Parabéns Rubens, você é muito observador.

Primo Moreschi: Aproveitando o gancho do Rubens Indalécio (Binho), o Bobby tirou essa foto da calçada que fica em baixo do sobrado em que eu morava, juntamente com o Carlão. Rua Barão de Ladario nº 1012, esquina com a Padre Bento, mais precisamente.
A casa que eu morava era um sobrado, cuja parte de cima, tinha essa vista. O endereço era Rua Barão de Ladário nº 1012, esquina com a Praça Padre Bento (essa da foto). À esquerda, temos a Igreja Santo Antonio Do Pari, que em sua rua lateral nos fundos da Igreja, no lado oposto, tinha a tapeçaria do Jhony e Benê, onde eu Joe Primo (Primo Moreschi), Bobby De Carlo, Carlão, José Paulo e Jurandy, começamos a fazer os ensaios dos The Vampires, que depois mudamos para The Jet Black´s. Hooo saudade.

Waldemar Botelho Jr Foguinho: Bem em frente a R. B. de Ladario a prefeitura construiu um chafariz redondo e nunca o colocou para funcionar e a iluminação na época eram lâmpadas incandescentes e com as árvores em volta do largo ficava muito escuro.Para clarear,do outro lado do larguinho tinha uma garagem com uma bomba de combustível, onde comprávamos uma lata(20 lts) de gasolina despejávamos no chafariz e tocávamos fogo, clareava todo o largo, então começávamos tocar os violões e a cantar os rocks da época.

Roberto Caldeira Dos Santos: Verdade!!! Na época com o preço da gasolina, clareava. rs… Certa vez, tentamos ligar o amplificador no poste, ainda bem que não deu certo. Bons tempos…

Primo Moreschi: Para complementar, digo mais: O Bitão, Wagner Tadeu Benatti, autor da música O Tijolinho, que nessa época tinha 15 aninhos, morava a uma quadra de minha casa. Mais precisamente na rua Parahíba, quase esquina com a rua Maria Marcolina, a uma quadra da Praça Padre Bento, a praça da igreja Santo Antonio do Pari…

Praça Padre Bento - Pari - Joe Primo

Perguntei ao Joe Primo sobre o Nestico, saxofonista que tocou nos Jet Black´s, e a resposta dele foi que “o Nestico, por se tratar de morador de outro bairro distante do Brás, Pari, Canindé, não frequentava a praça Padre Bento, a qual muitos a chamava de Largo Santo Antonio. Dentre os já citados, ou seja: Joe Primo, Bobby de Carlo, Bitão, Foguinho, Serginho de Freitas, Carlão, Arnaldo (sobrinho do Carlão) alias… esse foi muito pouco citado. Eu o convidei para tocar contra baixo no primeiro LP “Os Megatons” pela gravadora Phillips. Tinha também o Sodinha (Antonio Carlos) que entrou no Lugar do guitarrista Renato dos (Os Megatons), Luis Moreschi (guitarrista dos Os Megatons, Edgar (baterista) e não podemos esquecer também do Johnny e do Benê, que nos cedia a tapeçaria deles para ensaiarmos com os Vampires/The Jet Black´s. Os Megatons ensaiavam na Empresa de Transportes “Estrela do Norte, na Rua Araguaia. Alias, essa era a rua onde o Bobby também morava. Haaa tinha também o Binho (Rubens Indalécio), que nunca desgrudava de nossa patota…!! rsrsrs Abraço”.

Bobby de Carlo recorda que Rubens Pardini e Henrique Serafian, que eram compositores, também passavam pela praça. De Henrique, ele gravou com os Megatons a canção “O Pesadelo” e do Rubens gravou na Odeon, a canção “Por Você Ninguém vai Chorar Não”.

“Saudade dos tempos que eu, Bobby De Carlo, Serginho de Freitas, Carlão, Roberto Rolla, Jhonny, Bennê, Jápa, Leley, Foguinho, cultuávamos o som do Rock verdadeiro, transmitido pelo Sussego (Carlos Aberto Lopes) em seu programa “Vós da America”, só com compactos importados dos EUA. Quando não, o radiosinho Spik, do Serginho sintonizava o “Make Believe Bowl Roon” que apresentava o desfile dos 50 compactos mais vendidos, e também O Miguel Vaccaro Neto, com seus importados em seu programa “Não Diga Não”, que depois passou a ser “Não Diga Não Nem Né”. Isso tudo lá…no Largo Santo Antonio do Pari. (Praça Padre Bento)” (Joe Primo Moreschi)

E para quem discute sobre onde nasceu o Rock, se na Matoso, Tijuca, no Rio de Janeiro, ou em São Paulo, no Pari / Brás / Moóca, vejam o que me disse o Foguinho, baterista dos Jordans:

Waldemar Botelho Jr Foguinho
Waldemar Botelho Jr Foguinho Em 2 de agosto de 2015 00:28
No início de 1962 fomos para o R.J. tocar na TV Rio canal 13 num programa do CARLOS IMPERIAL e quem nos recebeu foi o secretário dele o ERASMO CARLOS,era pra ficarmos um final de semana mas não deixaram que viéssemos embora e ficamos mais uma semana tocando em vários locais pois falavam que não tinha “conjuntos”de rock por lá.

E depois o Luis Carlos Siqueira, que foi membro do conjunto The Angels / The Youngsters, contestou…

Luiz Carlos Siqueira
Luiz Carlos Siqueira 2 de agosto de 2015 17:50
OS JORDANS FORAM A UM PROGRAMA QUE EXISTIA HÁ 1 ANO E NÃO CONHECIAM THE ANGELS QUE ESTAVA ESTOURADO NO ANO QUE ELES FORAM LÁ? O THE ANGELS FOI FORMADO EM 1960, EU ENTREI NO THE ANGELS QUANDO CARLOS BECKER SAIU E LOGO DEPOIS CASOU COM CÉLIA VILELA . OS ENSAIOS ERAM NO BAIRRO DE COPACABANA E TB IPANEMA, SOMOS TODOS DA ZONA SUL DO RIO DE JANEIRO. EU VINHA DA PRIMEIRA FORMAÇÃO DO THE SUNSHINES COM RAKAMI, DANDALO, GUTO E GERALDO. …PAZ

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Bobby de Carlo: Naquela época Lucinha, havia muitas arvores . Fiquei chocado hoje ao ver que restaram somente algumas. Essa foto retrata bem o que restou... Lamentável!

Bobby de Carlo: Naquela época Lucinha, havia muitas arvores . Fiquei chocado hoje ao ver que restaram somente algumas. Essa foto retrata bem o que restou…
Lamentável! (27/07/2015)

Um fato que ocorreu na vida de George Harrison…

George Harrison com uma Rickenbacker

George Harrison com uma Rickenbacker

“Ao contrário de John e Paul, George teve uma infância difícil, muito pobre e não tinha amigos até que Louise deu-lhe um violão para que George se distraísse com algo … George era sempre apontado como “O filho do motorista” da escola… Ainda adolescente, triste e distante, George já diferenciava pelo visual..Foi o 1º garoto de Liverpool que “nunca cortava os cabelos” e isso o distanciava das garotas, essas mesmas garotas que “suspiravam” por George anos depois…

Sua prima Helen era a única que “apoiava” George, era amiga e sempre disposta a ajudá-lo, fosse na escola ou no violão. George tinha muitos primos, oriundos de uma família grande na Irlanda. E eles nunca visitavam George porque achavam que ele era “descabelado e malcheiroso” (fora dos padrões dos adolescentes da época).

Em 1964, com 21 anos, já estava rico e famoso, já era um Beatle!

Os Beatles tinham ido a Liverpool visitar os familiares e George não quis ficar na casa de sua mãe Louise, mas visitava-a regularmente. George ficou na casa de Ringo (próximo à sua casa) e certo dia George saiu de casa e um aglomerado de fãs quase não os deixavam seguir caminho. George saiu (mesmo contra a vontade do chefe de Polícia) e ao passar pela calçada, antes de entrar no seu automóvel, onde havia vários primos seus (sobrinhos de Louise) que gritaram seu nome, George parou e disse:
_ ” Helen tá por aqui? (e continuando, falou…) Vocês me conhecem de onde? Estou por aqui há 21 anos e só agora vocês me reconhecem?”

Fonte: Livro The Beates Forever, de Nicholas Schaffer (EUA,1978)

“Try to realise it’s all within yourself no-one else can make you change,
And to see you’re really only very small.. and life flows on within you and without you.” (George Harrison)

“Tente imaginar que tudo está dentro de você mesmo ninguém mais pode fazer você mudar,
E tente ver o quanto você é pequeno… e a vida continua com você ou sem você.”

LENNON, McCARTNEY E GHIZZI: “Eight Days a Week” repaginada!

Hoje recebi este presente do Toninho Ghizzi e não poderia deixar de compartilhar esta maravilha com vocês, Beatlemaníacos e seguidores deste meu Blog! 😉

A gravação foi feita em estúdio pelo Toninho Ghizzi em 1994 em seus momentos de folga, quando a sua Ghizzi & Kentucky Rangers lhe deixava… e vejam que maravilha ele nos permitiu ouvir!

Ghizzi foi produzindo este arranjo, cuja Ficha Técnica, ele mesmo informa:

Consultor: meu sobrinho Luiz Ghizzi que me auxiliou nas gravações, o qual se lembra de todos os detalhes de Eight days a week..

Toninho Ghizzi: arranjo, programação de bateria, órgão e piano.

David Rangel (filho): contrabaixo.

Alexandre Alciatti (sobrinho): guitarra base e solo.

Chiquinho D’Almeida: sax tenor solo.

Valéria Zogbi, Nilza de Souza Duarte, Alexandre, Luiz Ghizzi e eu: vocais.

O Ghizzi me contou que neste dia rolou o maior clima no estúdio, foi a maior festa… muito alto o astral!

Espero que gostem! 😉

Lennon, McCartney & Ghizzi em Eight Days a Week! from We Love the Beatles Forever on Vimeo.

Um presente para quem é Beatlemaníaco como eu!

Gravação feita em estúdio por Toninho Ghizzi em 1994 em momentos de folga.
Ele foi produzindo este arranjo que teve o piano e a bateria programados por ele, Baixo Petch Calasans, Guitarra Alexandre Alciatti (um sobrinho do Ghizzi), Sax Tenor Chiquinho D'Almeida.
No Coral: Nilza Duarte (faleceu o ano passado… era do coral do Silvio Santos), Valéria Zogbi + Alexandre, Luiz Ghizzi (outro sobrinho) e Toninho Ghizzi.
Segundo ele, neste dia rolou o maior clima no estúdio, foi a maior festa… muito alto o astral!

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Toninho Ghizzi 3

Em tempo: Gostaria de mostrar aqui mais duas gravações de 1994 feita pelo Toninho Ghizzi, que acho simplesmente sensacional, como segue neste link que leva ao Facebook, incluindo depoimento do baixista Paulo César Barros, entre outros!

Uma é “Just the way you are”:

Toninho Ghizzi: arranjo, programação de bateria, piano e cordas.
David Rangel: contrabaixo fretless
Luiz Ghizzi: violão Ovation microfonado (base e solo).
Chiquinho D’Almeida: sax alto.
Valéria Zogbi, Nilza de Souza Duarte: vocais.

Ghizzi programou a bateria, as “cordas” e o contrabaixo. Colocou um timbre de baixo fretless (baixo sem os trastes), seu sobrinho Luiz Ghizzi tocou violão, Chiquinho D’Almeida, sax alto. No coral somente Nilza e Valéria.
A ponte no meio em español foi inspirada naquele filme Don Juan DeMarco com Johnny Depp.
Enfim, rearranjou a vestimenta da música, alterou os acordes, a métrica, a harmonia, o ritmo… e ficou esta beleza de interpretação, para nosso deleite!

A outra é California Dreaming:
Toninho Ghizzi: arranjo, programação de bateria.
David Rangel: contrabaixo (a la Anthony Jackson)
Luiz Ghizzi: guitarra
Fernando Fernandes: piano e também solo de órgão.
Chiquinho D’Almeida: sax tenor solo
Valéria Zogbi, Nilza de Souza Duarte, Alexandre, Luiz Ghizzi e Toninho Ghizzi nos vocais.

Show em Comemoração aos 50 anos da Jovem Guarda!

No próximo dia 22 de agosto de 2015, comemora-se os 50 anos do primeiro programa Jovem Guarda levado ao ar pela TV Record Canal 7 de São Paulo, e para comemorar a data, o radialista e precursor da Jovem Guarda, Antonio Aguillar, atualmente com 85 anos de idade, se propôs a realizar um evento que contará com a presença de vários cantores que pertenceram ao movimento e que também estiveram presentes no programa comandado por Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléa.

Estarão presentes Jerry Adriani, Wanderléa, George Freedman, Martinha, Bobby de Carlo, Cyro Aguiar, Enza Flori, Os Jovens, Ronald e Deny, Cláudio Fontana, Cláudio Roberto, Demétrius, Ary Sanches, Joelma, Dick Danello, Nilton César, Ed Carlos, The Clevers, entre outros artistas da Jovem Guarda e um convidado especial: Cauby Peixoto!

sHOW DA jOVEM gUARDA 50 ANOS

DATA: 22 de agosto de 2015

HORÁRIO: Das 18h às 23h

LOCAL: Club Homs em São Paulo, localizado na Avenida Paulista, 735, entre as Estações Brigadeiro e Trianon/Masp do metrô.

Os ingressos estão à venda na Secretaria do Club Homs, no horário comercial.
Telefone: (11) 3289 4088

Outros locais de venda:

BRJ – Loja de CDs e DVDs na Av. Paulista, 657 das 9hs as 21h; sábado das 9h às l9h e domingo das l0h às 16h – Tel. 3253-4990;

Museu dos CDs. – Av. Paulista 1499 loja l8, das 9h às l8h de 2a. a Sábado. Tel. 3289-9415

Ouçam aqui o que dizem alguns artistas que estarão presentes a esta festa que promete ser de arromba! 😉

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“Reino da Juventude”, o programa da TV Record que antecedeu o “Jovem Guarda”!

Daqui a exatos 30 dias a Jovem Guarda faz 50 anos, e poucos sabem que antes de Roberto Carlos conduzir um programa de música jovem destinado à juventude, Antonio Aguillar já estava na estrada com seus programas de rádio e TV, como o “Reino da Juventude”, que era levado ao ar pela TV Record, que veio depois do “Rítmos para a Juventude”, um programa diário que teve início em fins de 1959, pela Rádio Nacional, hoje Rádio Globo, que o tornou conhecido como o “Precursor da Jovem Guarda”!

Fred Jorge escreveu e definiu Antonio Aguillar e o LP que saiu em 1964…

Fred Jorge fala sobre o LP Reino da Juventude

O LP Reino da Juventude saiu pelo selo Continental em outubro de 1964 – PPL – 12.150.

LADO A: 1-THE FLYERS – REINO DA JUVENTUDE, 2- CANÇÃO DO AMOR PERDIDO – MARCOS ROBERTO, 3- EU SEI – MARLY, 4-TODO ÉS AMOR – ORLANDO ALVARADO, 5- SONINHA – RENÉ DANTAS, 6- O MIO SIGNORE – SERGIO REIS

LADO B: 1- I GOT A WOMAN – TULIO E OS HITCH-HIKERS, 2 – SOLO DUE RIGHE – DICK DANELLO, 3- ESTAMOS TRISTES – SIDNÉIA , 4- POBRE MILIONÁRIO – TONY DILSON, 5-TONIGHT – THE VIPS e 6- PRIMEIRA ESTRELA – LUIZ ANTONIO. ( A dupla OS VIPS ainda era THE VIPS) e LUIZ ANTONIO depois tornou-se TONY BIZARRO.

LP Reino da Juventude – 1964 (12 faixas) from Lucinha Zanetti on Vimeo.

LP Reino da Juventude – PPL – 12.150 – Continental – outubro de 1964.

LADO A: 1-THE FLYERS – REINO DA JUVENTUDE, 2- CANÇÃO DO AMOR PERDIDO – MARCOS ROBERTO, 3- EU SEI – MARLY, 4-TODO ÉS AMOR – ORLANDO ALVARADO, 5- SONINHA – RENÉ DANTAS, 6- O MIO SIGNORE – SERGIO REIS

LADO B: 1- I GOT A WOMAN – TULIO E OS HITCH-HIKERS, 2 – SOLO DUE RIGHE – DICK DANELLO, 3- ESTAMOS TRISTES – SIDNÉIA , 4- POBRE MILIONÁRIO – TONY DILSON, 5-TONIGHT – THE VIPS e 6- PRIMEIRA ESTRELA – LUIZ ANTONIO. ( A dupla OS VIPS ainda era THE VIPS) e LUIZ ANTONIO depois tornou-se TONY BIZARRO.

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https://vimeo.com/70819648

 

Aqueles tempos quando o Rock iniciava no Brasil não foram muito bem aceitos pelos mais conservadores… vejam o que conta Antonio Aguillar sobre isso:

“Como o mundo da volta. Jânio Quadros um político severo, nos anos 60 chegou proibir a participação dos jovens em programas que divulgasse no Brasil, o Rock n Roll. Eu fui um dos mais prejudicados em São Paulo, porque os pais tinham prevenção contra o programa Ritmos para a Juventude na Rádio Nacional de São Paulo (Globo hoje). O tempo foi passando, eu tentava esclarecer que o programa dedicado a juventude não tinha nada de pernicioso. Era uma programação que tocava os gêneros musicais que a juventude queria ouvir. Adotei o slogan JUVENTUDE FELIZ E SADIA e com o passar do tempo ficou provado por A e mais B que o Brasil estava mudando o comportamento dos jovens,que antes eram reprimidos e os pais não admitiam principalmente suas filhas, nos programas ao vivo quer seja no rádio ou na TV.; Conseguimos demonstrar que tudo o que estava acontecendo na época, era fruto de novos tempos. Don Helder Câmara bispo brasileiro, deu declarações sobre o assunto, informando que apoiava esse tipo de programação, porque via no entretenimento alegria que contagiava a todos, sem maldade nenhuma. Não havia naquele tempo drogas que atingisse os nossos jovens. Eram todos sadios. Aqueles que se envolviam em drogas eram considerados marginais e não se misturava com a nossa juventude; O tempo foi passando, sofri muitas criticas, mas depois veio a bonança. Meus programas de rádio e TV passaram a ser bem visto pelas autoridades. Fiquei amigo do Dr. Aldo de Assis Dias MD.Juiz de Menores,que chegou a visitar o meu programa de rádio e aprovou. Com o decorrer do tempo consegui contato com o ex presidente Jânio Quadros me tornando compadre. Ele até se ofereceu para batizar minha filha Gabriela Aguillar. Oportunamente colocarei aqui o ato solene do batizado. Agora estou colocando uma das muitas cartas dele, dirigidas a mim. Veja que ele elogia a Jovem Guarda. Finalmente, quem esta no caminho certo, mais cedo ou mais tarde pode provar que um trabalho honesto e com louvor, se chega a um denominador comum. O tempo disse tudo…hoje uma pena que a droga esta misturada com muitos jovens, mas nada tem haver com programas dedicados ao rock n roll.”

Aguillar - Carta de Jânio Quadros

Aguillar com Jânio

HISTORIAS DA JOVEM GUARDA, CONTADAS POR QUEM VIU, VIVEU E JAMAIS ESQUECEU!

Programa Jovem Guarda: quem não viu, ouviu falar!

Estamos perto de comemorar 50 anos do início do Programa Jovem Guarda, e devido aos incêndios ocorridos no Teatro Record e consequente queima dos arquivos do programa, muito pouco temos em registro de imagem, foto e datas, e pensando nisso, seguindo uma sugestão do músico Serginho Canhoto, que pertenceu ao conjunto The Jet Black’s de 1964 a 1966, fizemos uma pesquisa no grupo do Facebook, Eterna Jovem Guarda, para descobrirmos alguns detalhes que não estão nos livros que contam a historia do programa que deu origem ao movimento da Jovem Guarda, ou ao estilo de música denominado “iê iê iê”, o famoso “pop rock”, devido ao sucesso dos Beatles com a canção “She Loves You (Yeah Yeah Yeah)”.

Enfim, quais os cantores e conjuntos musicais que participaram do programa?
Quem estava nos bastidores, como maquiadores, câmera men, iluminadores, pessoas que organizavam o palco e estabeleciam a ordem de entrada e participação dos artistas, etc…?

Eu me lembro muito pouco sobre os programas, mas algumas coisas ficaram marcadas na minha memória, como a participação de George Freedman cantando “Coisinha Estúpida”, Renato e Seus Blue Caps, que Roberto chamava ao palco dizendo que era o mais puro sangue do Brasil (alusão ao rabo de cavalo nos cabelos de Renato), Prini Lorez cantando “La Bamba”, Martinha, apresentada como “o queijinho de Minas”, Ary Sanches, “a granada romântica do programa”, Wanderley Cardoso, Ed Wilson, Golden Boys, Trio Esperança, Reynaldo Rayol, o “boa pinta” Tony Campello, “o bidu” Jorge Ben(jor), Gilmar, Beatnicks, Vanusa, Wanderléa, Rosemary, Nalva Aguiar, Waldireni, Meire Pavão, a dupla Os Vips, Ed Carlos, Kátia, Jean Carlos e claro, Erasmo e Roberto Carlos, entre outros.

O Serginho Canhoto, por exemplo, me contou que Roberto Carlos queria que o conjunto The Jet Black’s fosse a sua banda, portanto estava lá no primeiro programa, pois The Jet Black’s havia sido contratado para acompanhar os cantores. Hoje infelizmente Sérgio é o único sobrevivente daquela formação que participou daquele primeiro programa, que era: Jurandi, Zé Paulo, Gato e Serginho Canhoto.

A dupla Leno e Lílian também participou, e há este registro aqui, a “boneca” e o “barra limpa”:

O Calhambeque estava na moda, devido ao sucesso da canção interpretada por Roberto Carlos, e a Magaldi, Maia & Prosperi (MM&P), agência que atendia a conta da emissora de Paulo Machado de Carvalho, vendeu a ideia a ele de criar as calças Calhambeque, aproveitando o sucesso da canção do Roberto.

Uma curiosidade: The Jet Black’s foi o primeiro conjunto a receber as famosas calças.

Quando os músicos viajavam para outros Estados, a Magaldi, Maia & Prosperi providenciava para cada um deles um talão com os horários e passagens, e também contatavam as pessoas da cidade que tivessem Calhambeque para que fossem ao Aeroporto esperar por eles, assim promovendo a marca “Calhambeque”.

Carreata em Belo Horizonte, promovida por Elmar Tocafundo, divulgador da CBS. Carreata em Belo Horizonte, promovida por Elmar Tocafundo, divulgador da CBS.

Daisymar Tocafundo, filha de Elmar Tocafundo, divulgador da CBS em Belo Horizonte, conta que nasceu em 1963 mas acompanhava seu pai desde menina e também ficava ouvindo as conversas com os artistas que frequentavam sua casa, porém quem sabia de tudo e poderia contar muitas historias seria seu pai, que era ligado à CBS e seus artistas, além de ser radialista, e que sempre foi considerado o maior divulgador em Minas Gerais e um dos melhores do Brasil, mas que faleceu em 2001 aos 61 anos de idade… Muito respeitado no meio artístico e também pelos colegas da Rádio Itatiaia, Elmar foi responsável pelo início da carreira de Roberto Carlos, Renato e Seus Blue Caps, Jerry Adriani, Cláudio Fontana, Martinha, entre outros artistas, também de outras gravadoras como a Copacabana Discos, e continuou tendo grande importância também no início dos anos 70 e depois na RGE Discos.

Elmar Passos Tocafundo tinha um programa chamado “Telefone Pedindo Bis”, iniciou sua carreira nos Diários Associados em 1956 e vale ressaltar que foi o primeiro radialista no Brasil a abraçar o movimento da Jovem Guarda, programando as músicas nas duas maiores rádios dos Diários Associados em Belo Horizonte e com seu prestígio não foi difícil levar os cantores da CBS a estourarem nas paradas de sucesso, a CBS que era a maior gravadora que havia no Brasil naquela época.

“Telefone Pedindo Bis” – Rádio Itatiaia/BH

Para ilustrar o que contou o Serginho Canhoto, sobre os Calhambeques que eram levados ao aeroporto para apanhar os artistas, aqui está Elmar e a carreata que parou a cidade de Belo Horizonte em 1967. Uma fila de Calhambeques acompanhava o da frente, onde estavam Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, desde o Aeroporto da Pampulha, passando pela Avenida principal da cidade, a Afonso Pena e pararam no Minas Centro, onde estava sendo feita a divulgação das calças Calhambeque. Naquele dia, todas foram vendidas.

Recorte de Jornal com a notícia - Acervo Daisymar Tocafundo Recorte de Jornal com a notícia – Acervo Daisymar Tocafundo

Renato Barros conta que seu conjunto Renato e Seus Blue Caps viria a participar somente tempos depois do Programa Jovem Guarda, pois Roberto, Erasmo e Wanderléa não “avisaram” que tinham um programa em São Paulo, apesar da convivência que tinham no Rio de Janeiro, mas depois Roberto Carlos trocou sua empresária Edy Silva pelo empresário Marcos Lázaro, que levou Renato e Seus Blue Caps para participarem do programa.
Naquela época os artistas tinham que seguir a “cartilha” de Edy Silva, e muitos artistas foram prejudicados por não aceitarem as regras estabelecidas… Ary Sanches, Prini Lores e Rosemary são alguns exemplos.

Mas sem dúvida, Renato e Seus Blue Caps estiveram lá!

Os Jordans também estavam no primeiro programa Jovem Guarda, e participaram até os últimos a serem levados ao ar, como conta o Marquinhos…

Marco Aurélio Carvalho Rocha
Marco Aurélio Carvalho Rocha 15 de julho de 2015 18:53
Oi Lucinha.

Eu não participei do primeiro programa.

A minha estreia na Jovem Guarda, foi exatamente no dia em que o Roberto Carlos se apresentou, após retornar da Itália como campeão do Festival de São Remo, em 1968.

A música que eu solei, como guitarrista dos Jordans, foi o Tema de Aranjuez.

Que por sinal, está gravada no Edição Extra nr2. Grande abraço.

Marquinho

George Freedman, que foi um dos pioneiros do Rock no Brasil e que fez muito sucesso com a canção versionada por Leno, “Coisinha Estúpida”, era contratado da emissora e também deu seu sincero e verdadeiro depoimento…

George Freedman
George Freedman 15 de julho de 2015 23:41
Eu, por minha vez, era contratado do programa e, recebia por mês. Após ficar ausente por 3 programas, devido uma hepatite que contraí, fui proibido de participar por ordem médica para tratar da doença. Foi na época do auge das calças calhambeque. Quando fui munido dos documentos comprobatórios ao escritório do Marcos Lázaro, este tentou me passar a perna se negando a me pagar os dias ausentes. Arrumei o maior “salseiro” na porta do escritório, pois havia ficado doente independente de minha vontade. Ameacei entrar na justiça e a levar o caso ao Paulinho, como era carinhosamente chamado o Dr. Paulo Machado de Carvalho. Quando o M. Lázaro, percebeu que eu falava sério, ele resolveu acertar as contas comigo. Infelizmente, uma passagem desagradável mas, marcou tanto que foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Em outra ocasião contarei passagens mais agradáveis. Esta foi para mostrar como o meio que envolve muito dinheiro é corrupto. Me perdoem. Abraços!!!

O cantor italiano Dick Danelo conta sobre a sua participação no programa…

Dick Danello
Dick Danello 16 de julho de 2015 10:05
A jovem Guarda era uma festa. Nós cantores participávamos dos programas, no Teatro Record, na rua da consolação, e tínhamos horário para ensaiar. Mas, sinceramente nem dava pra ensaiar todo o mundo. Então, muitas vezes entrávamos em cena, direto. Me lembro que num programa cheguei em cima da hora, e o Marcos Lázaro (que era um grande empresário), falou: agora é vc. Eu dava o tom e os Jet Blaks ficavam meio que assustados, mas tudo dava maravilhosamente certo. Que coisa linda, era ver o público do Teatro aplaudindo freneticamente. Saudades daquelas tardes de domingo….e…..arrivederci!!!!

O cantor Reynaldo Rayol também participou do programa, contratado já na época do empresário Marcos Lázaro:

Reynaldo Rayol
Reynaldo Rayol 19 de julho de 2015 17:53
No meu caso fui contratado por Paulinho Machado de Carvalho via Marcos Lázaro.

Da participação do Reynaldo Rayol há este registro:

Bobby de Carlo participava do programa de Ronnie Von e também do Jovem Guarda…

Roberto Caldeira Dos Santos
19 de julho às 19:40
Fui contratado pela Record para atuar efetivamente no programa “O Pequeno Mundo de Ronnie Von” aos sábados à tarde, por intermédio de Marcos Lázaro. Logo em seguida, me tornei parte integrante do programa Jovem Guarda, tanto em São Paulo como no Rio, contrariando algumas afirmativas de que, quem participasse do programa do Ronnie não faria parte da Jovem Guarda. Isto ocorreu no final de 1966 e durou até o final de ambos os programas.

Há também quem esteve assistindo na plateia, como o radialista Nilton Gonzaga…

Nilton Gonzaga
Nilton Gonzaga 16 de julho de 2015 07:28
Além de estar presente nos programas da Jovem Guarda, ia todo paramentado com a marca Calhambeque, inclusive usando o famoso anel Brucutu, retirados dos fuscas. Lembro-me bem que nos finais do programa, muitos cantores e grupos participavam de outros shows, como exemplo, várias vezes foram ao Teatro Paulo Eiró, em Santo Amaro, onde fiz meu primeiro teste como locutor comercial, com o Mário Ferraz, que apresentava o Clube dos Bairros, que possuía um restaurante na praça Marechal, em Sto. Amaro. O Baragatti nesse tempo era da Rádio Santo Amaro.

Se você que está lendo esta postagem foi um câmera man, um maquiador, ou esteve na plateia em um dos programas, quais são as suas recordações?

Conte aqui a sua historia com a Jovem Guarda, deixando um comentário. 😉

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Som ao vivo do programa Jovem Guarda (1966)

Era uma vez um verão… em 1974

Em 18 de julho de 1974, um sábado, o Beatle John Lennon descansava à beira da piscina em sua mansão em Los Angeles. John estava acompanhado de sua secretária e namorada naquela ocasião: May Pang.
John Lennon e May Pang - 24-03-1974

Ele curtia a fase do famoso ‘Lost Weekend’, em que resolvera dar um tempo com Yoko Ono.
Outras companhias naquela tarde agradável incluíam os amigos mais chegados, Keith Moon, Eric Clapton e Ringo Starr, de férias na cidade.
Às 4 horas da tarde, chegaram de surpresa Paul e Linda McCartney, que se preparavam para gravar com sua
banda Wings em New Orleans, o álbum que ficaria conhecido como ‘Venus and Mars’ e, de passagem por L.A.,
decidiram visitar os amigos.
George Harrison, que também se encontrava na Califórnia em meio a sua turnê americana daquele verão,
recebeu um telefonema de Ringo, e de guitarra em punho, partiu também para a casa de Lennon.
Pela primeira vez reunidos desde 1969, e com a companhia de velhos amigos, os quatro Beatles foram curtindo a
tarde cheia de recordações dos velhos tempos…

Depois de alguns goles de tequila, o som começou a rolar!

John correu para a varanda da casa e colocou pra tocar seu álbum recém lançado, ‘Walls and Bridges’, escondendo sorrateiramente atrás da prateleira uma cópia do ‘Band on the Run’ de Paul, que ele costumava ouvir quando ficava deprimido.

Ringo Starr era só sorrisos, saboreando o imenso sucesso de seu último trabalho, ‘Ringo’, de 1973 e, claro,
também havia uma cópia de seu disco, que foi o próximo a ser curtido.

Harrison, além da guitarra, trouxe umas fitas demo do álbum que estava gravando antes da turnê, e também quis
a opinião de seus parceiros sobre elas. Ele havia criado sua própria gravadora, a ‘Dark Horse Records’, e este
era o título provisório de seu novo álbum a ser lançado até o final do ano.

Todos os discos e fitas foram ouvidos exaustivamente!

Nesse clima de camaradagem, e de ‘vamos fazer um som juntos’, os amigos resolveram montar a bateria de
Ringo na garagem bastante espaçosa.

McCartney na época andava tocando em sua banda com um baixo Rickenbaker, que convenientemente ele
deixava sempre no carro. George trouxe uma Fender, e John correu para buscar sua Epiphone Casino para
relembrar os velhos tempos.

Clapton, que veio de Miami para descansar das gravações do álbum ‘461 Ocean Boulevard’, não teve outra
alternativa e foi procurar uma guitarra, encontrando uma Gibson Les Paul no quarto de John. O ‘maluco’ Keith
Moon conseguiu até achar um pandeiro.

Em meio aquela deliciosa desordem, havia dois microfones estilo ‘anos 50’ prontos para serem usados e
amplificadores Vox por todo o lado.
Estava assim montada uma bandinha de garagem pra ninguém botar defeito.
O agito todo começou com uma ‘jam session’ lá pelas 11 horas da noite.
Como testemunhas, além de May Pang e Linda McCartney, estavam presentes o incansável roadie Mal Evans e o
cantor Harry Nilsson que fazia uma pausa nas gravações de ‘Pussycats’, álbum que estava sendo produzido por
Lennon.

A primeira música que eles fizeram questão de tocar pra valer, foi ‘Rock’n’Roll Music’, uma homenagem à
música negra americana e a Chuck Berry em particular. John assumiu os vocais como no álbum ‘Beatles for
Sale’, e a coisa pegou fogo. Pra enlouquecer o clima ainda mais, Eric e George capricharam no
acompanhamento pra substituir o piano da gravação original.
A primeira canção gravada oficialmente em single pelos Beatles veio a seguir, e neste momento Ringo assumiu
os vocais de ‘Love Me Do’, deixando Paul com o backing vocal. Quando eles se deram conta, Lennon não estava
mais na garagem, voltando correndo minutos depois, com uma gaitinha de boca pro solo da música. Foi,
literalmente, de arrepiar!
A ênfase toda do divertimento estava na 1ª fase da banda. Eles imaginavam estar em um daqueles clubinhos de
Hamburgo, na Alemanha, tocando rock pauleira. Era praticamente o punk em seu estágio primário.
Alguém lembrou dos vizinhos… Eles deveriam estar imaginando o porquê de toda aquela zoeira! Mal Evans
resolveu abrir o portão da residência, para averiguar, e, quando se deu conta, metade das pessoas da quadra
havia invadido o enorme pátio da mansão.
Agora eles tinham audiência!!

‘Twist and Shout’, quem não lembra dela? John a tomou como um desafio, para saber se ainda tinha gogó para
tanto. Foi soberbo ouvir aqueles sons de guitarra tão familiares acompanhando o vocal visceral de Lennon. Os meninos capricharam nos detalhes, e o coro de George e Paul respondendo ao vocal de John estava afiadíssimo.
As meninas presentes pediram uma balada a Paul. Ele preferiu emendar o rockinho alegre de ‘All My Loving’,
com um magistral acompanhamento de seu baixo e da guitarra esperta de George. A galera delirou!
Keith Moon empurrou Clapton para o microfone, meio contra a vontade do ‘guitar man’, e Eric então resolveu
arriscar. Entre todas as canções que ele poderia tocar, ele escolheu uma que talvez não fosse a mais apropriada
para a ocasião. Resolveu cantar ‘Layla’.
Esta música havia sido dedicada à esposa de George Harrison, Pattie Boyd, no início da década. Agora eles estavam
separados e Pattie havia se mudado para a casa de Eric. Todos os presentes reconheceram imediatamente os
primeiros acordes da guitarra de Clapton, e os olhares se voltaram para George.
Como para dizer ao amigo que aceitava a situação – aliás, George já namorava sua futura esposa Olivia –
Harrison se aproximou de Clapton e cantou o refrão junto com ele. A reação dos amigos músicos foi de emoção,
e a dos espectadores foi primeiro de perplexidade e depois de aplausos intermináveis.
A canção chega ao fim com um abraço emocionado dos dois grandes amigos.

Para não deixar a peteca cair, Ringo aproveitou para emendar uma versão de seu hit ‘Photograph’
acompanhado no vocal por George. Moon assumiu a batera e Ringo fez todo mundo dançar e se emocionar
novamente.
Inspirado por Ringo, Paul puxou a introdução de ‘With a Little Help From My Friends’ com seu baixo, e fez um
dueto vocal com o baterista que teria ficado perfeito no ‘Sgt. Pepper’s’.
Com todos ligadíssimos, a banda passou a improvisar um medley, começando com ‘Foxy Lady’ de Hendrix,
viajando por ‘Sunshine of Your Love’ do Cream e terminando com o rockão ‘Back in the USSR’.
Em plena madrugada o som ainda rolava lindo, pesado e solto. Então, Paul comandou a bandinha nos acordes
iniciais da música ‘Band on the Run’, carro chefe de seu último álbum e imenso sucesso nas paradas. Esta
canção mais do que apropriada para o momento foi seguida de versões animadíssimas de ‘Jet’ e ‘Live and Let
Die’, uma legítima trilogia do rock de McCartney, momento em que a garagem chegou a tremer com o impacto
sonoro.
John, muito receptivo aquela noite, quis manter o clima alto astral com uma deliciosa cover dos anos 50, a
inesquecível ‘Blue Suede Shoes’, canção que na voz de Elvis Presley foi uma das maiores inspirações para sua
carreira. A agitação toda virou bailinho do interior com essa sacada de Lennon.

Ninguém queria acabar com a festa, mas o dia estava amanhecendo…

George então cochichou no ouvido de Clapton e ambos foram para dentro da casa de onde voltaram em seguida
carregando dois violões de 12 cordas.
Os outros adivinharam logo o que George queria, e assim que os primeiros acordes de violão de ‘My Sweet Lord’
começaram, todos que estavam presentes se uniram a Harrison cantando este hino dos anos 70!

Tudo terminou ali! Os privilegiados espectadores foram gentilmente convidados a se retirarem – o que fizeram
relutantemente – para que todos pudessem descansar. Quando todos foram embora, Linda, May Pang e Harry
Nilsson se recolheram.
Os caras, ainda acompanhados por Mal Evans que havia preparado um ‘english tea’, se sentaram no chão da
garagem, exaustos. Eles comentaram que nunca haviam curtido tanto tocarem juntos e que talvez algum dia
pudessem até vir a fazer algumas gravações. Tudo dependeria da agenda deles.

Eram 7 horas da manhã quando resolveram ir dormir…

Nesse momento John se deu conta de que havia alguns fios que saíam da garagem, atravessavam o gramado e
entravam em sua casa.
Todos se entreolharam!! Mal Evans sorriu!!
Sem que os outros soubessem, ele havia gravado toda a brincadeira.
Os cabos desembocavam numa tape machine caseira de 4 canais de John.
O que em outros tempos teria sido motivo de discussões entre eles, agora era comemorado.
Quem sabe no futuro eles poderiam até lançar estas gravações ao vivo!*

*Mal Evans foi embora com as fitas.

Em 1976 ele seria assassinado em sua residência de Los Angeles.
Atualmente ninguém sabe o paradeiro dessas gravações!

Por Dado Macedo
11/11/2010
Publicado originalmente na Comunidade “We Love the Beatles Forever” no antigo Orkut, esta foi a história de um encontro que todos nós gostaríamos que fosse realidade!

A Realidade

De fato aconteceu um encontro em 1974 em que Paul McCartney e John Lennon tocaram juntos depois do fim dos Beatles e ficou conhecido como “A Toot and a Snore in 74”, mas quem esteve neste dia na casa de John Lennon foi Keith Moon, Harry Nilson, Ringo Starr, Paul, Linda, e Mal Evans, além de May Pang!
O Dado colocou lá também George e Eric Clapton, que estavam também nos EUA, George fazendo sua turnê, então
tudo teria sido mesmo possível!!!
Mencionado pela primeira vez por Lennon em uma entrevista em 1975, mais detalhes foram trazidos à luz em 1983 com o lançamento do livro de May Pang, “Loving John”, e ganhou destaque mais amplo quando McCartney fez referência à jam session em uma entrevista de 1997. Discutindo com o escritor australiano Sean Sennett em seu escritório no Soho, McCartney afirmou que “a sessão foi nebulosa… por uma série de razões”.
Existe foto de Ringo e Paul juntos e dizem que eles até chegaram a fazer um sonzinho, tipo foram num estúdio ali do lado, e deixaram algo gravado!

john-paul-1974-last-known-photo

O encontro ocorreu há 41 anos e recebeu o nome de “A Toot and a Snore in 1974”.

41 Years Ago: John Lennon and Paul McCartney Reunite For Only Post-Beatles Session

Paul diz que não pode chorar no palco!

Paul McCartney diz: “Eu não posso chorar no palco”.
(Publicado por Entertainment News em 12 de julho de 2015)

Paul McCartney I can't cry on stage

Sir Paul McCartney nunca acha que está indo muito bem em sua carreira e revisa suas canções enquanto ele as canta para parar de se emocionar com elas.

O legendário músico ficou famoso com a banda The Beatles em 1960 e desde então tem sustentado uma carreira solo bem sucedida assim como enquanto esteve à frente de seu próprio grupo, o Wings.

Suas faixas são conhecidas pelas letras cheia de significado, muitas das quais foram inspiradas por acontecimentos de sua própria vida. Ele não deixa as emoções assumirem demais o controle durante a execução delas no palco embora como ele as compreenda, suas canções são interpretadas de várias maneiras.

“Na verdade eu as interpreto por que elas são canções. Quero dizer, quando eu canto “Let it Be” não estou pensando na minha mãe. Se há uma coisa que eu sei é que cada pessoa naquela plateia está pensando diferente. E aqueles são 50 mil pensamentos diferentes, dependendo da capacidade do local,” explicou Paul McCartney à Revista Britânica Esquire. “Obviamente, quando eu canto “Here Today” como eu sempre faço, aquilo é muito pessoal. Aquele sou eu conversando com John (Lennon, ex companheiro de Paul nos Beatles, que foi assassinado em 1980). Mas conforme você as canta você as analisa. Então eu vou [canto] “E sobre a noite que nós choramos? “ E estou pensando, “Oh, sim: Key West”. Estávamos todos bêbados. Nos atrasamos em Jacksonville por causa de um furacão.”

Ele argumenta que se ele se deixasse levar pelas historias atrás das canções ele acabaria chorando no palco, e isso é a última coisa que ele quer fazer.

Apesar de ter um enorme fã clube pelo mundo e uma longa lista de realizações ligadas ao seu nome, Paul ainda sente como se tivesse algo a provar. Ele sabe que é uma tolice duvidar do seu talento especialmente quando ele olha para sua montanha de realizações, mas isso não o faz parar de querer incentivar a si mesmo.

“Talvez eu pudesse escrever algo que fosse mais relevante ou novo. E que sempre te empurrasse para frente”, acrescentou ele. “Quero dizer, eu na verdade nunca senti que… “Oh, eu fui muito bem.” Ninguém pensa assim. Mesmo no auge dos Beatles. Eu prefiro pensar que há sempre algo que eu não esteja fazendo muito bem, e assim estou constantemente trabalhando nisso para melhorar.”

Fonte: Revista Britânica Esquire

Tradução: Lucinha Zanetti

Texto original:

Sir Paul McCartney never thinks he’s done well in his career.

Sir Paul McCartney reviews his songs as he sings them to stop himself becoming emotional.

The legendary musician found fame in band The Beatles in 1960 and has since forged a successful solo career as well as fronting his own group Wings.

His tracks are known for their meaningful lyrics, many of which were inspired by events in his own life. He doesn’t let the emotions take over him too much while performing though as he understands his songs are interpreted in various ways.

“I’m really doing them just because they’re songs. I mean, when I do Let it Be I’m not thinking about my mum. If there’s one thing I know it’s that everyone in that audience is thinking something different. And that’s 50,000 different thoughts, depending on the capacity of the hall,” he explained to British magazine Esquire. “Obviously, when I do Here Today as I do, that is very personal. That is me talking to John [Lennon, Paul’s former Beatles bandmate who was killed in 1980]. But as you sing them you review them. So I go, [sings] ‘What about the night we cried?’ And I’m thinking, ‘Oh, yeah: Key West’. We were all drunk. We’d delayed Jacksonville because of a hurricane.”

He reasons that if he let himself get caught up in the stories behind the tunes he’d end up crying on stage, and that’s the last thing he’d want to do.

Despite having a huge fan base the world over and a long list of accomplishments to his name, Paul still feels as though he has something to prove. He knows it’s “silly” to doubt his talents, especially when he looks at his mountain of achievements, but that doesn’t stop him from pushing himself.

“Maybe I could write something that’s just more relevant or new. And that always drags you forward,” he added. “I mean, I never really felt like, ‘Oh, I did good.’ Nobody does. Even at the height of The Beatles. I prefer to think there’s something I’m not doing quite right, so I’m constantly working on it.”

A importância de Renato Barros e sua guitarra Fuzz para o Rock e a Jovem Guarda!

Foto por Elias Nogueira após o show de Lafayette e Os Tremendões no Imperator Centro Cultural João Nogueira  no Rio de Janeiro, em 02-07-2015

Foto por Elias Nogueira após o show de Lafayette e Os Tremendões no Imperator Centro Cultural João Nogueira no Rio de Janeiro, em 02-07-2015

55 anos de carreira. Mestre no ofício de fazer ROCK. Rocks & Baladas. Grande talento. Autor de versões inesquecíveis e de momentos autorais fabulosos, canções memoráveis e clássicos que embalam gerações, sucessos nacionais. Vocalista, herói da guitarra brasileira (referência da guitarra fuzz), gaitista, produtor. Milhares de discos vendidos. Onipresença nos anos 60.
Começou ainda nos anos 50. Recolheu pedras pesadas na trajetória. Abriu caminho a canivete para que os colegas passassem de Rolls-Royce. Sua história remonta ao tempo anterior a existência do iê-iê-iê. A sonoridade criada por Renato Barros (e pelo tecladista Lafayette Coelho) contribuiu para formatar o som da Jovem Guarda e desenvolver o rock brasileiro. Construiu um pilar do gênero musical. Suas criações e seu estilo de tocar superavam em muito as versões que escrevia, tanto que vários artistas recorreram ao seu talento, em acompanhamentos ao vivo, gravações de estúdio e composições. Renato foi preponderante em suas carreiras. Os discos alheios traziam na capa o destaque do crédito, a garantia de qualidade: ‘acompanhado por Renato E Seus Blue Caps’. Sua guitarra pode ser ouvida nos principais discos de Roberto Carlos e de outros artistas lançados naquele período. A era ROCK de Roberto, a era ‘Splish Splash’, ou seja, o estouro nacional e as vendagens expressivas começaram a partir do momento em que Renato participou da gravação de ‘Parei Na Contramão’, com seu jeito de ‘tocar pra frente’, um tanto largado, a levada, a pegada rocker, pois antes os rocks de Roberto eram tocados de uma forma muito dura, clean e acadêmica demais. O rock’n’roll deve extravasar e ter pegada, como foi da era ‘Splish Splash’ em diante.
Renato destacou-se entre seus pares, influenciou colegas de geração e mesmo nomes que vieram depois. Os jovens roqueiros atuais o reverenciam e acatam suas lições. Tem o carinho de todas as faixas etárias.
Hoje, em 2015, sua música é lembrada de Norte a Sul do país. Regravada. Conjuntos espalhados por todos os cantos tocam seu repertório.

Renato segue com uma agenda de shows bem ativa. Trabalha com seriedade e comprometimento. Tem orgulho da própria história e amor pelo que faz. A banda mais duradoura da história do rock é sua vida.

Por Henrique Kurtz

Em seu livro “A História Secreta do Rock Brasileiro”, Fernando Rosa escreveu: “A guitarra de Renato Barros teve um papel fundamental no desenvolvimento do Rock brasileiro”. “Da mesma forma que a Tropicália não seria a mesma sem a guitarra de Lanny Gordin, a Jovem Guarda não teria afirmado a sua particular sonoridade sem a guitarra de Renato Barros”, diz o jornalista e produtor, que dedicou um capítulo ao guitarrista.
Os álbuns “Isto é Renato e Seus Blue Caps” e, especialmente, “Um Embalo com Renato e Seus Blue Caps”, são exemplos dessa sonoridade Fuzz inconfundível, que marcou a música jovem brasileira dos anos sessenta e que se tornou sua marca registrada.

Ouçam o som de sua guitarra em “Cláudia”, do LP Mono de 1969.