Uma entrevista renovada com o cantor Márcio Greyck.

Em julho de 2013 o compositor e cantor Márcio Greyck havia respondido algumas perguntas para este Blog e hoje, 07 de outubro de 2022, dia em que se comemora o Dia do Compositor Brasileiro, ele fez questão de responder as mesmas perguntas, as quais seguem abaixo.

1. Quando você descobriu que tinha o dom de compor, e como foi que você iniciou sua carreira artística?

RESPOSTA : Foi pela conclusão que cheguei observando o universo musical e sacando que os compositores, todos estavam gravando e cantando suas músicas e não estava sobrando para os interpretes cantores! Foi então que assim como outros compositores, eu me vi empurrado para tentar compor também as minhas canções!

2. Você tinha algum ídolo ou artista no qual você se inspirou para a sua carreira?

RESPOSTA: Eu cantava canções italianas por conta da influência da minha “famiglia tutti buona gente”, mas eu sempre fui um eclético no meu gosto pela música em geral! Sempre gostei de tudo que me soava como tendo sido bem feita, boa composição e bem interpretada, independente do estilo, e gostando de tudo o que eu considerava de bom gosto!

3. Como foi que você teve conhecimento da canção “Eleanor Rigby”, e o que o levou a fazer uma versão desta canção dos Beatles?

RESPOSTA: Os Beatles foram avassaladores, quando surgiram influenciando a todos da minha geração, e a nos mostrar um novo conceito nesse universo musical! Eu havia descoberto esse novo paradigma e me encantei simplesmente com essa especial canção deles, principalmente pelo arranjo concebido com um quarteto de cordas!

4. “Aparências” é uma belíssima composição. Foi inspirada em alguma pessoa? Qual a sua composição preferida?

RESPOSTA: “Aparências” é uma composição de (Cury & Fatha) que eu tive o privilégio de lançar após ter sido decidido que teríamos que mudar o final do enredo que não havia final feliz! E foi então que o Cury resolveu mudar o final dela, dando assim uma chance para o amor! Quanto a minha composição preferida eu penso que seja “VIVENDO POR VIVER”.

5. Sabemos que Chacrinha ajudava os cantores no Rio de Janeiro, Elmar Tocafundo em Minas Gerais e Antonio Aguillar em São Paulo; você também teve o apoio de um deles, ou de outra pessoa?

RESPOSTA: Creio que todos os citados tenham me ajudado sim, de certa forma, mas nenhum que tenha sido o responsável pelo que me aconteceu, a não ser a minha própria batalha!…, hehe!

6. Qual a importância da Jovem Guarda para a sua carreira?

RESPOSTA: A mesma importância que teve na influência de todos da nossa geração; desde que eu era ainda um adolescente em Belo Horizonte e vivia com o violão embaixo do braço “serenateando” suas canções nas madrugadas ao luar…, hehe!

7. Quando você vê pela Net homenagens a você, como esta que lhe prestou o João Pimentel em seu Blog, como você se sente? Fica indiferente, não gosta ou se emociona?

RESPOSTA: As homenagens sempre me emocionam, e me faz muito feliz, mesmo quando me deixam um tanto constrangido, pela minha natural modéstia! …, hehe!

A propósito, ele lhe manda um abração e disse que a esposa dele é sua fã de carteirinha!
RESPOSTA: Valeu demais da conta; obrigado!

8. Você continua compondo e gravando, fazendo shows, ou tem outra profissão e canta eventualmente?

RESPOSTA: Depois de um hiato imenso que eu criei em minha carreira, hoje eu passo um bom tempo no meu home estúdio criando novas composições e bolando arranjos novos, tocando vários instrumentos e é aonde eu me sinto bem com minhas ideias novas de música e etc. mesmo sem ter a real pretensão de lançá-las no mercado, que infelizmente se modificou demais nos últimos tempos!

9. Teria um fato marcante em sua carreira, sobre o qual você gostaria de falar, ou algo que você tem vontade que as pessoas saibam sobre você, e que ainda não teve oportunidade de dizer? São estas as perguntas que preparei pra você. Pena que não podemos gravar a entrevista, como fiz com o George Freedman, pelo Skype. rsrs Boa noite, e aguardo as respostas. Ah! Copiei duas fotos suas em seu site, mas se você quiser me enviar as de sua preferência, fica a seu critério.

RESPOSTA: O fato marcante em minha carreira foi o cansaço por conta das mazelas e decepções! É que eu sempre tive que recomeçar de novo quanto aos meus projetos, em que sempre havia alguém para atrapalhar e me boicotar quando as coisas começavam a caminhar bem para mim tanto no profissional quanto no pessoal!
A inveja é uma coisa nefasta! Quanto ao resto…, foram somente legrias, principalmente quando em compensação eu conseguia o êxito de estar em primeiro lugar nas paradas de sucesso em todo o Brasil!… Hehe!

O cantor Márcio Greyck é dono de uma das carreiras de maior sucesso no cenário artístico brasileiro tanto como cantor, como também como compositor.
Mineiro de Belo Horizonte, onde passou sua infância e adolescência apurando o seu romantismo através das serenatas que fazia embaixo das janelas de suas primeiras fãs.
Foi na Polydor, em 1967, que Márcio Greyck gravou seu primeiro compacto simples com uma versão de Eleanor Rigby (“Minha Menina”), de Lennon e McCartney e também sua primeira composição “Venha Sorrindo”, seguindo uma série de três Lp’s.

Foto do arquivo pessoal do cantor aos 20 anos de idade, numa pose para a escolha da foto para a promoção do seu primeiro disco na Gravadora Polydor em 1967.

A música que representa os Anos Dourados (anos 60)!

Uma das músicas de maior sucesso composta em homenagem aos anos 60, é sem dúvida Whisky a go-go, uma canção gravada pelo Roupa Nova, que foi composta por Ivanilton De Souza Lima / Mihail (Miguel) Plopschi / Paulo Cesar Guimaraes Massadas.
Roupa Nova é uma banda brasileira de pop/soft rock brasileiro fundada no Rio de Janeiro em 1980, tendo em sua formação original Cleberson Horsth, Ricardo Feghali, Kiko, Nando, Serginho Herval e Paulinho.
Esta canção do conjunto Roupa Nova foi lançada em 1984, e faz referência aos anos chamados “dourados”, da década de 60.
O título, por exemplo, é uma referência à famosa casa de espetáculos “Whisky a Go Go”, um clube noturno histórico em West Hollywood, Califórnia, na 8901 Sunset Boulevard no trecho da Sunset Strip, localizado no canto esquerdo da North Clark Street, em frente a North San Vicent Boulevard.
É por vezes catalogada como uma das primeiras discotecas dos Estados Unidos e foi inaugurada em 11 de janeiro de 1964, aproveitando uma agência bancária desativada que havia sido reformada para sediar um clube de dança que teve vida curta.
O Whisky estreou com uma banda liderada pelo cantor Johnny Rivers e uma DJ feminina tocando discos entre os sets, em uma gaiola suspensa à direita do palco.
Quando a DJ Joanie Labine dançou durante o set de Johnny Rivers, o público pensou que era parte do show e nasceu a fantasia das dançarinas go-go em gaiolas: uma garota vestindo uma saia curta com franjas e botas brancas de cano alto, uma moda que se espalharia por todas as discotecas e boates do país.
Rivers divulgou a mania “go-go” nascida no Whisky, atingindo fama nacional com discos gravados parcialmente “ao vivo no Whisky”.
A banda The Miracles gravou a canção “Going to a Go-Go” em 1966 (que foi regravada em 1982 pelos Rolling Stones), e franquias do WHISKY A GO GO surgiram em todo o país.
O Whisky foi o primeiro local de música ao vivo a ser incluído no Rock And Roll Hall Of Fame.
A letra da canção do Roupa Nova também faz referência ao cantor Johnny Rivers, que ficou muito famoso nos anos 60 com a sua “Do you wanna dance”, numa época em que nas festinhas era comum a bebida chamada “Cuba-libre”, uma mistura de rum com Coca-Cola.
A Letra
Foi numa festa, gelo e cuba-libre
E na vitrola whisky a go-go
À meia luz o som do Johnny Rivers
Aquele tempo que você sonhou
Senti na pele a tua energia
Quando peguei de leve a tua mão
A noite inteira passa num segundo
O tempo voa mais do que a canção
Quase no fim da festa
Num beijo, então, você se rendeu
Na minha fantasia
O mundo era você e eu
Eu perguntava “do you wanna dance?”
E te abraçava “do you wanna dance?”
Lembrar você
Um sonho a mais não faz mal
Eu perguntava “do you wanna dance?”
E te abraçava “do you wanna dance?”
Lembrar você
Um sonho a mais não faz mal
Foi numa festa, gelo e cuba-libre
E na vitrola whisky a go-go
À meia luz o som do Johnny Rivers
Aquele tempo que você sonhou
Senti na pele a tua energia
Quando peguei de leve a tua mão
A noite inteira passa num segundo
O tempo voa mais do que a canção
Quase no fim da festa
Num beijo, então, você se rendeu
Na minha fantasia
O mundo era você e eu
Eu perguntava “do you wanna dance?”
E te abraçava “do you wanna dance?”
Lembrar você
Um sonho a mais não faz mal
Eu perguntava “do you wanna dance?”
E te abraçava “do you wanna dance?”
Lembrar você
Um sonho a mais não faz mal
Hei, hei, hei hei hei
Hei, hei, hei hei hei
Hei, hei, ho, ho, hei, hei, ho, hei, ho
Eu perguntava “do you wanna dance?”
E te abraçava “do you wanna dance?”
Lembrar você
Um sonho a mais não faz mal
Eu perguntava “do you wanna dance?”
E te abraçava “do you wanna dance?”
Lembrar você
Um sonho a mais não faz mal
Lembrar você
Um sonho a mais não faz mal
Lembrar você
Um sonho a mais não faz mal…
É comum em todo baile dos Anos 60 se ouvir a canção Whisky a Go Go em homenagem à época em que no Brasil o auge era a Jovem Guarda, The Beatles, Johnny Rivers, Tom John, The Rolling Stones, The Mamas and Pappas e muitos outros…

Johnny Rivers – Do You Wanna Dance

Roupa Nova – Whisky A Go Go