Histórico da Banda Renato e Seus Blue Caps (Release)

Fundada em 1959, a banda de Renato começou com o nome de “Bacaninhas do Rock da Piedade” a partir de uma inscrição para o programa Hoje é Dia de Rock, fazendo mímica.
Era no bairro da Piedade no Rio de Janeiro, onde moravam, que os irmãos Barros e seus amigos costumavam se reunir, participando de festas.

Quando o Rock chegou ao Brasil ele aconteceu primeiro na zona norte do Rio e começaram a surgir em toda esquina uma banda de rock.

O dom artístico da música os irmãos receberam de berço, e foi assim que começaram a se apresentar fazendo mímica (dublagem) de grupos e cantores americanos de sucesso na época.
Havia na Rádio Mayrink Veiga um programa chamado “Hoje é dia de Rock” e lá foi Renato se inscrever para fazer mímica com seu grupo e lá se apresentaram pela primeira vez com o nome de “Bacaninhas Do Rock Da Piedade”. A apresentação foi um fracasso, e ganharam muitas vaias.

Motivado pelas vaias, Renato não desistiu e aquilo foi um incentivo para darem a volta por cima e dois meses depois, já em 1960, ele voltou a falar com Jair de Taumaturgo e se inscreveu novamente, agora para concorrer no quadro “Rock ao Vivo”, ou seja, tocando e cantando de verdade e não mais fazendo mímica.
Jair de Taumaturgo, diretor do programa, não aceitou a inscrição com o nome de “Bacaninhas Do Rock Da Piedade” e perguntou a Renato qual era o nome dele, sugerindo que fosse “Renato e “mais alguma coisa”, até que se lembraram de Gene Vincent & His Blue Caps e ficou decidido que o nome seria “Renato e Seus Blue Caps”. Com esse nome o grupo se apresentou e a apresentação foi um sucesso. A mesma intensidade das vaias foi agora em aplausos e eles ganharam o 1º lugar.

Como prêmio veio o convite para participar do programa do comunicador Abelardo Barbosa, o Chacrinha, na TV Tupi.
Os Beatles chegaram ao conhecimento de Renato através de um amigo dele chamado Aurélio, que tinha acesso às músicas antes que elas chegassem ao Brasil.
Os Beatles tiveram origem no Skiffle e no Rock and Roll dos anos 50 e inovaram, fazendo o gênero pop rock, pois todos do conjunto cantavam, além de tocarem. Renato e Seus Blue Caps então descobriu que poderia fazer isso também e começou a dividir os vocais entre os integrantes.

Certo dia Carlos Imperial mostrou um disco para Renato com uma música nova que ele não conhecia, de uma banda que ele nunca tinha ouvido falar, e pediu que ele aprendesse a letra para tocar e cantar no dia seguinte, abrindo seu programa.
Renato então pensou como iria fazer aquilo e teve a ideia de escrever uma letra em português, e deu certo.
No final do programa Imperial foi se encontrar com Renato que estava em um barzinho próximo à Rádio, chegou com uma pilha de papel dizendo ao Renato que tudo aquilo era pedido para que eles tocassem de novo a música. A música era “Menina Linda”, versão de “I should have known better”, de Lennon & McCartney.

A banda Renato e Seus Blue Caps é oriunda do Rock e a Jovem Guarda veio depois, quando os Beatles chegaram no Brasil, transformando aquele Rock and Roll em Pop Rock.
Renato tem total consciência da competência musical e artística da sua criação, embora escondida pela Jovem Guarda. Embarcou no Rock and Roll dos anos 60 mas suas origens vêm dos anos 50, pois Renato aprendia com sua mãe, que era cantora e escutava Billy Hallyday, Nat King Cole, Frank Sinatra, João Gilberto, Lupicínio Rodrigues, Dolores Duran, também com seu pai, que apreciava Luís Gonzaga e a música nordestina, e esta foi a formação musical que Renato e seus irmãos receberam.

Quando o programa Jovem Guarda nasceu, a banda já existia há mais de cinco anos e foi primordial para os artistas na época, embora Renato e seus Blue Caps dificilmente seja citado por eles e pelo jornalismo musical do país, como tendo sido um artista importante e participativo.
Na mídia, todos parecem deixar claro que a Jovem Guarda era um trio: Roberto, Erasmo e Wanderléa, mas enganam-se as pessoas que pensam desta forma.
Renato e Seus Blue Caps foi preponderante nas carreiras dos três artistas citados, mas se acostumou com a omissão, e as pessoas acreditam no que a mídia desinformada escreve e publica.
Renato e seus Blue Caps chegou ao programa Jovem Guarda pelas mãos de Marcos Lázaro, pelo simples motivo de que a música “MENINA LINDA” estava em segundo lugar em São Paulo, e isso lhe causou estranheza: “como não levaram ainda este conjunto para o programa?” Porém, não permaneceu para assistir ao final melancólico do programa, pois muito antes, ainda no auge de seu sucesso, já havia pedido rescisão de contrato à TV Record Canal 7 de São Paulo. As razões foram várias, incluindo um motivo pessoal, que era o fato de Renato adorar a praia e o Maracanã aos domingos, embora cada componente da banda tivesse tido o seu.

Mas o reconhecimento veio e continua vindo por parte de quem é mais importante, que é o reconhecimento popular. Tanto é verdade que a banda Renato e Seus Blue Caps é o artista deste seguimento que mais faz shows pelo Brasil até os dias de hoje.

Por tudo isso, a banda Renato e Seus Blue Caps deve ser considerada como sendo oriunda do Rock dos anos 60, e não da Jovem Guarda!

É uma das bandas mais carismáticas do Brasil, e foi primordial para a Jovem Guarda, tanto por ter acompanhado os artistas, participando ativamente nas gravações dos colegas, como também por ser uma das bandas de maior destaque e sucesso pelos discos lançados no Brasil nas décadas de 60/70/80/90/2000.
Renato Barros, sempre à frente do seu tempo e muito “antenado”, descobriu que poderia se juntar ao estilo musical que os Beatles estavam trazendo para o Brasil e que transformaria aquele Rock and Roll de três acordes.

Foi Renato e Seus Blue Caps quem apresentou os músicos britânicos aos brasileiros, através de versões que embalaram nossas vidas e continuam a embalar até os dias de hoje.
A música de Renato e Seus Blue Caps sobrevive ao tempo, atravessa gerações, e se mantém viva, alegre e espontânea, proporcionando aos seus seguidores e fãs a felicidade de vê-los em atividade de Norte a Sul do Brasil, apresentando shows especiais e carismáticos, como estes de agora, quando a banda se apresenta em teatros pelo Brasil, levando um espetáculo que emociona a todas as gerações.

Desde o início da carreira até os dias de hoje, Renato e Seus Blue Caps nunca parou de se apresentar, sendo considerada por muitos pesquisadores a banda de rock em atividade mais antiga do mundo, e este título é nosso, é do Brasil!

O grupo já teve várias formações e atualmente conta com dois integrantes que estão desde o início de sua formação, que é o fundador Renato Barros, guitarrista, vocalista e compositor de vários sucessos da MPB, que possui inúmeras regravações até os dias de hoje, e Cid Chaves, que a convite de Paulo César Barros entrou em 1964, quando o grupo foi contratado pela CBS, tocando saxofone. Nunca mais saiu da banda, sendo hoje um dos vocalistas.
Completam a formação o gaúcho Darci Velasco nos teclados, na banda desde 1989, o carioca Bruno Sanson no contrabaixo, na banda desde julho de 2018, substituindo Amadeu Signorelli, e o carioca Gelson Moraes Júnior na bateria, que substituiu seu pai Gelson Moraes definitivamente em 2013.
Passaram pela banda músicos e profissionais da música importantes no cenário artístico nacional. Alguns tiveram maior destaque e contribuição para o legado deixado no acervo musical brasileiro.

Desde os primórdios até os dias de hoje, além dos irmãos Renato, Edson e Paulo César Barros, passaram pela banda os seguintes músicos: Euclides de Paula, Ivan Botticcelli, Roberto Simonal, Cláudio Caribé, Erasmo Esteves, Toni Pinheiro, Carlos Alberto Da Costa Vieira, Cid Chaves, Mauro da Motta Lemos, José Carlos Scarambone, Pedrinho, Cadinho, Gelson Moraes, Ivanilton (Michael Sullivan), Marquinho, Darci Velasco, Amadeu Signorelli. Gelsinho Moraes Júnior e Bruno Sanson.

Os Shows atuais apresentam os grandes sucessos da banda, como: “Menina Linda”, “Não te Esquecerei”, “Primeira Lágrima”, “Meu Bem Não Me Quer”, “Dona Do Meu Coração”, “Meu Primeiro Amor”, “Playboy”, “Até O Fim”, “Não Me Diga Adeus”, “Como Num Sonho”, “Garota Malvada”, “Ana”, entre muitos outros clássicos, além de prestarem homenagens a artistas consagrados da música nacional e internacional!

1959 – Inscrição no programa “Hoje é dia de Rock”, de Jair de Taumaturgo, Rádio Mayrink Veiga.

1960 – Gravação do primeiro disco de 78 rotações, pela gravadora Ciclone, em que acompanhavam o grupo vocal “Os Adolescentes”.

1961 – Gravação com Tony Billy, pela mesma etiqueta. Nesse período, Gelson deixa o conjunto e Claudio Caribé entra para ser o baterista do grupo.

1962 – Gravação do LP Twist. Após uma participação no programa do Chacrinha, na TV Tupi, foram contratados pela Copacabana, onde lançaram dois 78 rotações e dois LPs.

1963 – Gravação do LP Renato e Seus Blue Caps, que com a saída de Ed Wilson teve como cantor, Erasmo Carlos. Renato e Seus Blue Caps teve o primeiro vínculo com a CBS. O estreante Toni Pinheiro foi o baterista neste segundo LP. O grupo acompanhou Roberto Carlos nas gravações de Splish Splash e Parei na Contramão.

1964 – Assinaram contrato com a CBS e o LP “Viva A Juventude” foi lançado, sendo até hoje um dos mais vendidos do Brasil, e desde então a banda deslanchou e nunca mais parou, lançando um sucesso atrás do outro, tanto em forma de versões como também músicas autorais.
Aconteceu o lançamento do compacto duplo com o grande sucesso “Menina Linda” e a banda, a essa altura, tinha Renato (guitarra solo), Paulo Cezar (baixo), Cláudio (que voltara ao conjunto nas gravações desse compacto), Cid Chaves (sax) e Carlinhos, primo de Renato (guitarra base). Após esse compacto, Toni retorna mais uma vez ao posto de baterista, e o conjunto fica, então, com a formação que faria grande sucesso nos anos seguintes.

1965 – Lançamento do LP Isto é Renato e Seus Blue Caps. Convite para participação no programa Jovem Guarda. Os maiores sucessos deste disco foram Você não Soube Amar (It’s gonna be all right) (Jorge Marsden Versão: Roberval-Arthur Emílio), Feche os Olhos (All my loving) (Lennon-MacCartney Versão: Renato Barros), O Escândalo (Shame and scandal in the family) (Huon Donaldson-S. H. Brown Versão: Renato Barros), Meu Primeiro Amor (You’re going to lose that girl (Lennon-MacCartney Versão: Lilian Knapp), Espero Sentado (Keep Searchin’) (Del Shannon Versão: Lilian Knapp).

1966 – Lançamento do LP Um Embalo; viagem a Marília, interior de São Paulo, e o primeiro show realizado em um terraço para um grande público presente. Todas as músicas deste disco foram sucesso. Destaques para Meu Bem Não me Quer (My bay don’t care) (Sid Herring Vers: Renato Barros), Pra Você Não Sou Ninguém (Look thru any window) (Goldman-Silverman Versão: Paulo Cezar Barros), Até o Fim (You won’t see me) (Lennon-MacCartney Versão: Lilian Knapp), Sim, Sou Feliz (Renato Barros-Paulo Cezar Barros), Primeira Lágrima (Renato Barros), Dona do Meu Coração (Run for your love) (Lennon-MacCartney Versão: Renato Barros), Não Te Esquecerei (California dreamin’) (J. & M. Phillips Versão: Lilian Knapp), Vivo Só (For your love) (G. Gouldman Vers: Paulo Cezar Barros).

1967 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para No Dia Em Que Jesus Voltar (Paulo Cezar Barros), A Saudade que Ficou (Renato Barros-Ed Wilson), Menina Feia (Renato Barros), Não Me Diga Adeus (Carlinhos-Paulo Cezar Barros), Vou Subir Bem Mais Alto Que Você (Reach out I’ll be there) (B. Holland-E. Holland-L. Dozier Vers: Luiz Keller), A Irmã do Meu Melhor Amigo (Gileno), Ana (Anna) (Go to him) (Arthur Alexander Vers: Lisna Dantas), Um É Pouco, Dois É Bom, Três É Demais (Renato Barros), Lar Doce Lar (Renato Barros-Carlinhos).

1968 – LP Renato e Seus Blue Caps Especial – Destaques para Ela É Um Mistério Para Mim (She is still a mistery) (Sebastian Vers: Gileno), Escreva Logo (Please Mr. Postman) (B. Holland-F.C. Gorman Vers: Renato Barros), Te Adoro (No fuimos) (Hugo-Osvaldo Vers: Sergio Becker), A Esperança É a Última Que Morre (Ed Wilson),

1969 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Obrigado Pela Atenção (Raulzito), Foi Mentira (Rossini Pinto), Eu Vivia Enganado (Hooked on a feeling) (Mark James Vers: Rossini Pinto), Não Vá Embora Sem Me Dizer (Renato Barros), Não Volto Mais (Paperback writer) (Lennon-MacCartney Vers: Renato Barros), Claudia (Lodi) (J. C. Forgety Vers: Renato Barros).

1970 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Faça O que Eu Digo, Mas Não Faça O que Eu Faço (Gil-Jean), Playboy (Pedro Paulo-Raulzito), Cha-La-La Marisa (Cha-la-la, I need you) (Hank Hillman-Brian Goldwyn Vers: Roberto Bernardes), Vontade de Viver (Ed Wilson),

1971 – LP Renato e Seus Blue Caps – Influenciado pelo guitarrista Santana, Renato Barros deu ao LP uma sonoridade bem característica do início da década de 70. Destaques: 46-77-23 (Getúlio Côrtes), Esta Noite Não Sonhei com Você (Renato Barros), Sou Louco Por Você (Renato Barros-Ed Wilson), Não É Nada Disso (Renato Barros), Nós Dois (Renato Barros), Agora É Tarde (Ed Wilson), O Brinquedo se Quebrou (Renato Barros), Sheila (Mauro Motta-Raulzito).

1972 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaque para Darling, Darling (Darling, Darling) (Penny Vers: Rossini Pinto), Não Foi o Que Eu Fiz (Pedrinho-Renato Barros), Vou Mudar De Vida (Don’t want to say goodbye) (Carmem-Bryson Vers: Rossini Pinto), Por Você (Little girl) (Rainer-Ehrhardt Vers: Rossini Pinto).

1973 – LP Renato e Seus Blue Caps – Neste álbum a banda contou com a presença do músico Michael Sullivan, na época, Ivanilton. Destaques para Não Me Interessa (Lilian Knapp-Marcio Augusto), Se Você Soubesse (Renato Barros-Rossini Pinto), Guarde O Seu Amor Pra Mim (Save the last dance for me) (Doc Pomus-Mort Shuman Vers: Pedro Paulo),

1974 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Eu Não Aceito o Teu Adeus (Mauro Motta-Renato Barros), Como Num Sonho (Alessandro – Cury), Só Por Causa de Você (Renato Barros-Gileno), Recordações (Ed Wilson).

1976 – LP 10 anos de Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Como Há Dez Anos Atrás (Renato Barros), Eu Te Amei Demais (Renato Barros), Tire Os Grilos da Cabeça (Alessandro), Possso Até Lhe Abandonar (Paulo Cesar).

1977 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Nem Tudo Se Perdeu (A. Ramos-B. Cardoso), 365 Dias (Gil-Jean Marcel), Sem Você (Renato Barros), Você É Um Pedaço de Mim (Renato Barros), Tudo O Que Eu Sonhei (If I fell) (Lennon-MaCartney Vers: Fernando Adour), Não Maltrate Um Coração (Renato Barros), O Brinquedo Se Quebrou (Renato Barros).

1979 – LP Suco de Laranja – Destaques para Minha Vida (My Life) (Billy Joel Vers: José Carlos), Tudo Em Vão (Alessandro-Gibran), Suco De Laranja (Renato Barros-Pantera-Ernani Cardoso).

1981 – LP Renato e Seus Blue Caps – Destaques para Mr. Tambourine Man (Mr. Tambourine Man) (Bob Dylan Vers: Leno), Tim-Tim (Fatha-Cury), Sonho Colorido (Carlinhos-Fatha), Velhos Tempos (Cury-Fatha), Sou Apenas Alguém (Woman in love) (Barry Gibb-Robin Gibb Vers: Sanry).

1983 – LP Pra Sempre – Todas as faixas foram sucesso. Destaques para Renato Collection (Renato Barros-Nanni), Pra Sempre (Renato Barros-Nanni), O Fogo Ainda Não Apagou (Hugo Belardi), Sexo Frágil (Renato Barros-Nanni), Vamos Fundo (Renato Barros-Nanni), Memórias (Renato Barros-Nanni).

1987 – LP Batom Vermelho – Destaques para Feito Sonho (Prêntice-Paulo Cesar Barros), Com Você No Coração (Renato Barros-Nanni de Souza), Nos Braços, Nos Olhos e No Coração (Renato Barros-Nanni de Souza).

1996 – LP Renato e Seus Blue Caps 1996 – Primeiro álbum a ter lançamento simultâneo em CD e LP, sendo que este último teve tiragem limitada, “Renato e Seus Blue Caps – 1996. O disco traz regravações de músicas que marcaram a carreira da banda e o destaque é a belíssima e inédita canção “Amor Sem Fim”, que foi admirada inclusive por George Martin, o famoso produtor dos Beatles.

2001 – LP Renato e Seus Blue Caps ao Vivo – No final de 2001, este tão esperado disco ao vivo foi lançado pela Warner, com 11 faixas ao vivo e mais cinco faixas inéditas, que destacamos aqui: Atriz (Renato Barros), Só Falta Você (Renato Barros) Pensamento (Ricardo Ayres – Lúcio Mauro), Sereia (Renato Barros), Que Saudade de Você (Renato Barros).

Por Lucinha Zanetti

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Gelson Moraes Jr, Bruno Sanson, Renato Barros, Cid Chaves e Darci Velasco

“THE BEATLES” (WHITE ALBUM) OU ÁLBUM BRANCO DOS BEATLES FAZ 50 ANOS!

Amarelado pelo tempo, ainda conservo a Nota Fiscal de compra do meu Álbum Branco.

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O encarte agora é um quadro na minha sala.

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Este poster, que também veio com o álbum e agora está em um quadro na minha sala, traz todas as letras das músicas no verso.


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Lançado em 22 de novembro de 1968, o disco “The Beatles”, único álbum duplo lançado por eles, costuma ser chamado de “White Album” (Álbum Branco) por ter a capa toda branca, contendo apenas o nome da banda escrito em relevo. Foi o décimo álbum oficial dos Beatles, e depois dele ainda seriam lançados mais três, que foram o Yellow Submarine (Apple Records, 1969), Abbey Road (Apple Records, 1969) e Let It Be (Apple Records, 1970).

Em Maio de 1968, depois de terem passado uma temporada na Índia em meditação com o guru Maharishi Mahesh, os Beatles se reuniram na casa de George Harrison em Kinfauns, Esher, para efetuar o próximo trabalho do grupo. Gravaram 23 maquetes e definiram o caminho para o que seria um novo disco, o qual decidiram chamar simplesmente de The Beatles, cuja capa seria também simples e branca, contrastando com o excesso de informação do álbum do ano anterior, 1967, o Sgt. Peppers.

Segundo o jornalista e escritor português Nuno Galopim, “o disco revelava uns Beatles mais versáteis que nunca, num alinhamento de grandes canções como Back in the USSR, Savoy Truffle ou Dear Prudence, que ia das mais discretas baladas ao mais intenso hard rock. Não faltavam motivos para aclamar, novamente, uma banda que escrevia a história! Mas poucos imaginavam quão assombrado todo o projeto nascera. Com apenas uma canção de Lennon e McCartney verdadeiramente escrita a dois (Birthday), apesar de todas serem co-assinadas, o disco revelava uma evidente separação de interesses. Paul cantando essencialmente o amor, John ensaiando um registro mais crítico e destemido, George e Ringo também presentes como autores.
Primeiro disco gravado depois da criação da Apple Corps, era um álbum feito por músicos que agora também eram empresários. A morte de Brian Epstein e a presença de Yoko Ono sublinharam um clima que acabou expresso num álbum fruto do seu tempo. Um álbum de 1968, o ano em que o rock acordou depois do sonho psicodélico.”

As músicas que compõem o álbum:

Disco 1
Lado A
“Back in the U.S.S.R.” – de Paul McCartney, foi gravada na época em que Ringo brigou com o grupo e ficou fora por um tempo. McCartney assumiu a bateria.
“Dear Prudence” – composta na Índia por John Lennon para animar Prudence, irmã de Mia Farrow, que fazia parte da trupe que por lá excursionava.
“Glass Onion” – música de Lennon falando sobre fãs que tentavam descobrir mensagens subliminares nas músicas dos Beatles.
“Ob-La-Di, Ob-La-Da” – de McCartney.
“Wild Honey Pie” – composta e gravada somente por Paul McCartney.
“The Continuing Story of Bungalow Bill” – de Lennon, trouxe a participação de Yoko Ono (mulher de John), de Pattie Boyd (mulher de George) e de Maureen Cox (mulher de Ringo) na vocalização.
“While My Guitar Gently Weeps” (George Harrison) – Composição de George Harrison, com participação na gravação do amigo Eric Clapton, que fez o solo de guitarra da música, embora seu nome não tenha sido creditado no álbum.
“Happiness Is a Warm Gun” – composição de Lennon, foi banida da rádio BBC devido ao seu apelo sexual.

Lado B
“Martha My Dear” – composição de McCartney, foi feita em homenagem a sua cachorra Martha. Contou com a participação de músicos de estúdio e de George Harrison no contrabaixo e Lennon na guitarra.
“I’m So Tired” – escrita na Índia por Lennon, se refere ao cansaço causado pela meditação.
“Blackbird” – balada de McCartney, gravada somente por ele.
“Piggies” (Harrison) – música de George Harrison, não contou com a participação de Lennon na gravação.
“Rocky Raccoon” – de McCartney, contou com a participação de George Martin no piano ao estilo de velhos salões do oeste americano.
“Don’t Pass Me By” (Ringo Starr) – primeira composição de Ringo Starr a ser gravada pelos Beatles.
“Why Don’t We Do It in the Road?” – composição de McCartney, só foi gravada por ele e Ringo Starr. Foi a primeira música a ser gravada que não contou com a participação de todos os membros do grupo.
“I Will” – composição de McCartney escrita para Linda Eastman. Foi a primeira música que McCartney dedicou a ela. A música não contou com a participação de Lennon e Harrison.
“Julia” – composição de Lennon dedicada a sua mãe Julia. Somente John participou da gravação.

Disco 2
Lado A
“Birthday” – composição de Lennon & McCartney, foi uma das últimas músicas que John e Paul colaboraram juntos para a composição. Contou com a participação de Yoko Ono e Pattie Boyd na vocalização.
“Yer Blues” – composição de John Lennon.
“Mother Nature’s Son” – composta e gravada somente por Paul.
“Everybody’s Got Something to Hide Except Me and My Monkey” – composição de John. Foi feita como resposta a uma caricatura de Yoko, em que ela era retratada como uma macaca sugando a criatividade de Lennon.
“Sexy Sadie” – composição de Lennon, fala sobre a desilusão dele pelo fato de o guru Maharishi ter supostamente tentado seduzir Mia Farrow.
“Helter Skelter” – composição de McCartney.
“Long, Long, Long” (Harrison) – composição de George Harrison.

Lado B
“Revolution 1” – versão acústica da composição de John Lennon.
“Honey Pie” – composição de McCartney.
“Savoy Truffle” (Harrison) – composição de George Harrison, que se inspirou em uma caixa de bombons, especialmente para seu amigo Eric Clapton, doido por doces.
“Cry Baby Cry” – composição de John Lennon inspirada em historias de sua infância.
“Revolution 9” – de John Lennon, esta música é uma colagem de sons que posteriormente se tornaria o estilo dos três primeiros álbuns experimentais de John e Yoko. Paul foi o único Beatle a não participar das gravações, chegando mais tarde a dizer que “aquilo não era música Beatle”.
“Good Night” – escrita por John para seu filho Julian, a música foi cantada por Ringo acompanhado em estúdio por uma orquestra, encerrando o álbum.

E em comemoração aos 50 anos do álbum branco, uma caixa de discos remixados foi lançada. Saiba aqui => The Beatles’ new remixed White Album box set is a marvel! como os Beatles poderiam ter feito seu White Album usando a tecnologia de hoje!

JOVEM GUARDA 50 anos O FILME – A SÉRIE

Vídeos publicados pelo Cineasta Sérgio Baldassarini em seu canal “Jovem Guarda 50 anos O filme – A Série”.

RENATO BARROS

RENATO BARROS – O início e as influências musicais.

Renato Barros – Músico, guitarrista, cantor, é o fundador da banda Renato e Seus Blue Caps.

Neste primeiro vídeo da entrevista, RENATO BARROS conta como desenvolveu seus gostos musicais conforme os costumes e ensinamentos recebidos de seus ecléticos pais.

RENATO BARROS – As primeiras apresentações no rádio.

RENATO BARROS – O convite para o Programa Jovem Guarda.

RENATO BARROS – Preferências Musicais .

RENATO BARROS – A História de “Menina Linda”.

RENATO BARROS – Bacaninhas do Rock da Piedade.

RENATO BARROS – O relacionamento com Lilian e as composições de sucesso.

RENATO BARROS – Meu irmão Ed Wilson.

RENATO BARROS – O segredo de mais de 50 anos de sucesso.

RENATO BARROS – Íntegra da entrevista para o filme JOVEM AOS 50

BOBBY DE CARLO

BOBBY DE CARLO – O início aos 15 anos de idade.
No começo desta entrevista, o querido Bobby de Carlo conta como, sem querer, se tornou um cantor aos 15 anos de idade, lançando 3 discos de 78 r.p.m., inclusive seu primeiro sucesso: “Oh! Eliana”!

BOBBY DE CARLO – EXPLODE “O TIJOLINHO” – Com o sucesso do programa Jovem Guarda, Bobby recebeu um convite para gravar uma música nova! Após bater na porta de várias gravadoras, conseguem lançar o disco que se tornaria um dos maiores sucessos da época:”O Tijolinho”!

bobby de carlo – A Jovem Guarda e a Cultura dos anos 60 – Bobby de Carlo conta que por causa do sucesso de “Tijolinho” foi contratado para participar de programas da TV Record, inclusive o Jovem Guarda, e ressalta a importância da cultura daquela época.

BOBBY DE CARLO – A carreira pós Jovem Guarda – Bobby de Carlo conta como continuou sua carreira após o término do programa Jovem Guarda, e relembra o “revival” do movimento após 30 anos de seu surgimento

BOBBY DE CARLO – Os incêndios criminosos e a intervenção militar – O músico relembra a época dos chamados anos de chumbo, onde vários incêndios aparentemente criminosos destruíram boa parte dos acervos das emissoras de TV da época.

BOBBY DE CARLO – Aventuras no Cinema – Bobby conta suas incursões na SÉTIMA ARTE como ator em dois longas dos anos 60.

BOBBY DE CARLO – A convivência com os demais Artistas – Bobby conta seu relacionamento com os demais artistas, tanto na época da Jovem Guarda como nos anos seguintes, e um curioso caso com um Jaguar de Roberto Carlos.

BOBBY DE CARLO – Experiências de uma longa carreira – Nesta parte final da entrevista, Bobby de Carlo conta de forma muito bem humorada algumas das “experiências” adquiridas em tantos anos de uma vitoriosa carreira!


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ERASMO CARLOS

DESCOBRINDO O ROCK’N’ROLL – Nesta primeira parte da entrevista que Erasmo concedeu para o filme JOVEM AOS 50, ele conta como ainda garoto descobriu o Rock and Roll, e como isso iria mudar todo o resto da sua vida.

ERASMO CARLOS CONHECE ROBERTO CARLOS – Nesta parte da entrevista Ersasmo conta como um rapaz chamado Roberto Carlos foi até sua casa procurando a letra de uma música de Elvis Presley, o que iniciaria uma amizade para o resto da vida!

ERASMO CARLOS – SECRETÁRIO DE CARLOS IMPERIAL – Tentando entrar para a turma da TV, Erasmo acaba se tornando secretário do produtor Carlos Imperial, onde vai aprender várias funções no mundo do entretenimento.

ERASMO CARLOS – Nasce um compositor, e depois também um Cantor.
Erasmo conta que Carlos Imperial queria mantê-lo como produtor de seus programas, um homem “de trás das câmeras”, mas Erasmo sonhava em ser cantor, e lutou muito por isso!

ERASMO CARLOS – A MAGIA DO PROGRAMA JOVEM GUARDA – Erasmo conta como surgiu a ideia de se fazer um programa com jovens cantores que estavam fazendo muito sucesso, e como este programa se transformou num fenômeno de audiência!

ERASMO CARLOS – NINGUÉM ERA “ALIENADO” NA JOVEM GUARDA – Por mais que uma boa parte da classe artística se revoltasse contra a ditadura militar, isso nunca aconteceu por parte daqueles jovens garotos do “iê-iê-iê, o que os levou em alguns momentos a serem chamados de “alienados”!

ERASMO CARLOS – Histórias e “causos” da Jovem Guarda – Erasmo conta divertidas histórias dos bastidores do Programa Jovem Guarda e de sua vida como artista.

ERASMO CARLOS – FIM DO PROGRAMA JOVEM GUARDA – Erasmo conta como o programa foi entregue apenas a ele e a Wanderléa depois da saída de Roberto Carlos, e a tristeza em ver o fim daquelas jovens tardes de domingo.

ERASMO CARLOS – O SEGREDO DE 50 MANOS DE SUCESSO – Neste trecho da entrevista, Erasmo relembra sua carreira e reflete sobre as experiências de seu sucesso.

ERASMO CARLOS – A PARCERIA COM ROBERTO – Erasmo conta com carinho como uma amizade sincera acabou se tornando uma das maiores (se não a maior) parceria de compositores da música brasileira.


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MAIS VÍDEOS NO CANAL DO YOUTUBE

https://www.youtube.com/channel/UC58G8XdwJalaXI8E-TfGLYQ/featured
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Bobby de Carlo – Músico e cantor, foi um dos fundadores da banda The Jet Black’s.

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MAESTRO ZACCARO COMEMORANDO 01 ANO DE PROGRAMA COM ARTISTAS DOS ANOS SESSENTA!

No dia 08 de novembro de 2018, dia em que o cantor e compositor Antonio Marcos estaria aniversariando (73 anos) caso ainda estivesse entre nós, recebi um presente do jornalista e radialista Antonio Aguillar, que foi um DVD de uma festa em comemoração ao primeiro aniversário do Programa Zaccaro no Almoço, onde artistas dos anos 60, sob o comando do saudoso Maestro Záccaro, foram homenageados.
O programa Zaccaro no Almoço era realizado no Teatro Zaccaro, localizado em São Paulo, no bairro Bela Vista.

Este programa foi transmitido pela TV Bandeirantes em 03 de agosto de 1991. Os vídeos foram editados de forma a remover os espaços em branco provenientes da fita cassete, deteriorada pelo tempo.

ANTONIO MARCOS POR ELE MESMO!

DENY E DINO CANTAM “CORUJA”!

A CANTORA WALDIRENI É APRESENTADA POR JERRY ADRIANI!

JEAN CARLO, CANTOR LANÇADO POR ANTONIO AGUILLAR, CANTA SEU MAIOR SUCESSO!

A SEGUIR, A PARTICIPAÇÃO DOS SEGUINTES ARTISTAS:

– Antonio Aguillar
– Nilton César
– Cláudia
– Joelma
– Nalva Aguiar
– Toni Angelli
– Ary toledo
– Marcos Roberto
– Jerry Adriani

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Jerry Adrini durante sua apresentação no programa Zaccaro no Almoço, em 03 de agosto de 1991.

A Banda The Beatles Again leva a Piracicaba seu Show “On The Road 25 Anos”!

A banda The Beatles Again, de Araraquara/SP, está comemorando 25 anos de estrada com o show “On The Road 25 Anos”, e se apresentou neste 31 de outubro de 2018, no SESC Piracicaba.

Durante o show a banda fez uma retrospectiva dos momentos marcantes de sua história, como a final do Concurso Nacional – The Beatles Festival, em 2001, e de diversos shows como o Elétrico/Acústico, com releituras acústicas dos clássicos dos Beatles, com instrumentos como viola caipira, ukulele (do especial Paul McCartney) e do especial Sgt. Peppers 50 Years.

FORMAÇÃO

BETO NEVES – guitarra, violão, teclado, ukulele, gaita, viola caipira, acordeon e vocais;
DANIEL MATTOS – baixo e vocais
ROGÉRIO PIU – guitarra solo, violão e vocais
BETO PLACCO – bateria, percussão e vocais

Com a banda no SESC Piracicaba, em 31-10-2018.

“Conhecida no mundo beatlemaníaco nacional pelo seu esmero na reprodução fiel dos arranjos originais dos Beatles, com instrumentos dos modelos originais usados pelos The Beatles, e ênfase na parte vocal, a banda vem de aclamada participação no festival BH Beatle Week em Belo Horizonte, onde atuou ao lado das mais conhecidas bandas tributo do Brasil, América do Sul, USA e Europa. No segundo semestre de 2018, cumpre extenso roteiro em várias unidades do Sesc, em todo o Estado de São Paulo.

Formada por Beto Neves (guitarra, violão, teclado, ukulele, gaita, viola caipira, acordeon e vocais), Daniel Mattos (baixo e vocais), Rogério Piu (guitarra solo, violão e vocais) e Beto Placco (bateria, percussão e vocais), a banda estreiou seu show – “The Beatles Again On The Road – 25 Years” no circuito Sesc, com apresentações em Santos , Santo André, Jundiai e Campinas.

Em novembro, a banda será uma das atrações da Niterói Beatle Week, um dos maiores festivais Beatles do país.

“É a primeira vez que tocamos em Piracicaba. Fizemos um evento no Facebook e gerou muita repercussão, com mais de 1.700 pessoas. Temos certeza que será uma noite muito bacana!”, ressaltou Neves.

TRAJETÓRIA – Em abril de 1993, The Beatles Again subiam pela primeira vez no palco da sede social do Clube Araraquarense. Do primeiro ano da formação, permanecem na banda Beto Neves e Beto Placco. Apesar da repercussão inicial, eles acreditam que a exposição da banda veio mesmo durante a participação no The Beatles Festival 2001, em Ribeirão Preto, que contou com 104 bandas inscritas e colocou o grupo entre as três melhores bandas do Brasil. Nos anos 2015, 2016 e 2017 participou com destaque do maior festival Beatles da America do Sul, o BH Beatle Week, em Belo Horizonte, com as melhores bandas tributo aos Beatles do Brasil, America do Sul, USA e Reino Unido.

FONTE

Estivemos eu e minha amiga Zezé Negri no evento, e como não poderia deixar de ser, registramos tudo!

FOTOS

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10217309527872044&type=1&l=6ce10e131e
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VÍDEOS

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O LP RENATO E SEUS BLUE CAPS “ESPECIAL”, LANÇADO EM NOVEMBRO DE 1968, FAZ 50 ANOS!


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Em 22 de agosto de 2018 RENATO BARROS, em uma conversa informal, comentou cada faixa do LP e ainda contou algumas curiosidades e falou sobre a Jovem Guarda em relação a sua banda Renato e Seus Blue Caps:


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Sobre a composição “Porque Eu Te Amo”, Leno Azevedo escreveu:

“A música “Porque eu te amo” o Cesar me mostrou como só dele a melodia e me pediu uma letra… a sugestão do tema da letra foi até dele.. fiz às pressas na sala ao lado do estudio pois eles aguardavam para botar voz no play-back já gravado. Se o Renato participou da melodia eu nunca soube. Me lembro que foi o Cesar quem me mostrou para eu botar letra.” (Leno)

Leno também se refere à versão de Please Mister Postman (Escreva Logo):

“A versão de Please Mr. Postman foi feita por mim na mesma noite e eles gravaram em seguida.
Saiu no nome do Renato talvez por engano da CBS, mas tudo bem… Afinal eu já tinha mais uma minha no mesmo LP, que é a “Não vou me humilhar por você”.” (Leno)

“Sobre o que disse Renato no que diz respeito à música “Ela é tão linda”, concordo com ele. Hoje em dia ela não tem o peso que tivera em 68, mas seria uma ótima música para regravação por uma banda de rock pesado. Quando o Paulo César fez seu show na virada cultural de SP em 2015, tocou essa música com uma introdução bem pesada baseada em “I Love It Loud” do Kiss. Confesso que não entendi no início, mas quando começou a cantar, aí percebi que era “Ela é tão linda”, com uma guitarra carregada de distorção executada por Márcio Augusto. Realmente foi a música mais pesada do repertório aquele dia.
Este é o tipico disco que possui uma sonoridade excelente, mas que não teve um grande sucesso, a não ser pelos fãs da banda, talvez por causa das composições que não tiveram grande impacto como os demais discos. Historicamente falando, foi o mesmo ano de lançamento de “O Inimitável” de Roberto Carlos, e do primeiro disco do cantor Paulo Sérgio. Acredito que para os artistas da época deve ter sido o “Ó” bater nesses dois discos pois é só música fera. Talvez as melhores do disco tenham sido “Ela é tão linda” e “A esperança é a última que morre”. Essa última me chama a atenção os “licks” de guitarra no refrão, pois são praticamente os mesmos de “Eu te amo, te amo, te amo” do Roberto Carlos, ou seja, se alguém ainda tinha alguma dúvida que era Renato e Seus Blue Caps a banda que acompanhou RC em “O Inimitável”, aqui está a prova.” (Edson Fraioli de Mattos)

Em 07 de dezembro de 2016 o ex-tecladista da banda, Mauro Motta, escreveu sobre a música “A Esperança é a Última que Morre”:

“Pois é … O tempo passa mesmo !!!
Essa gravação, foi uma das primeiras que fiz como músico da banda Renato e seus Blue Caps, no LP “ESPECIAL”, num órgão Hammond B3, que era complicadíssimo de se mexer, e eu não conhecia nada dele … rsss .. Mas nada era um problema …
Teve uma outra, nesse mesmo álbum, com o título de “Porque te amo”, que resolvi fazer um solo de Cravo, kkk, e achei que era fácil por ter o mesmo teclado que o piano. Mas a digitação é completamente diferente.. E tomei uma “surra” rss .. Mas … tudo era um motivo pra “festa”… E só alegrias … !!!
E tô eu ai na foto, de blusa branca, do lado direito, … ainda um garoto… 18 anos..!!! .
Bons Tempos …

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Renato e seus Blue Caps – Álbum: Especial – Gravadora: CBS 1968
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Em janeiro de 1968 a Jovem Guarda chegou ao fim como um programa de TV, mas sua estética musical ainda daria ecos de sobrevivência durante um bom tempo, mais precisamente até por volta de 1973.
Renato e seus Blue Caps adentram o ano como sendo a banda mais popular do país, ano aquele que ficaria marcado pela explosão definitiva da Tropicália.
A banda contava com um membro novo nos teclados, o músico Mauro Motta, que nos anos seguintes ficaria famoso como parceiro de composição de Raulzito, o Raul Seixas, antes da fase “Maluco Beleza”, a qual se iniciaria em 1972.
Este LP “Especial” foi o último disco dos anos 60 com Carlinhos na guitarra e Paulo Cesar no contrabaixo e o único que teve a participação de Mauro Motta.
O vocal conta ainda com a participação de Paulo César, que logo depois abandonaria o grupo para tentar carreira solo, mais ainda voltaria para a banda anos depois. Pedrinho foi indicado para assumir o contrabaixo em seu lugar.

Este disco tem como faixa inicial a excelente “Para me Abandonar”, de Puruca (Francisco Fraga, da dupla Os Jovens); depois continua com as baladas “Não Vou me Humilhar por Você” (composição de Leno), “Porque te amo” (composição de Renato e Paulo César), que apresenta um belo cravo barroco no arranjo, executado por Mauro Motta aos 18 anos; a “pesada” “Ela é tão linda” (composição de Cleo Gallanth), como disse Renato no vídeo onde comentou cada faixa do disco; a animada e balançada “Já não Precisas Mais Chorar” (de D’avila Filho), executada com um órgão bem psicodélico (ou seja, com um som agudo do Hammond, um pouco exagerado, que chega a distorcer um pouco os sons das notas, sendo um pouco ardido para os ouvidos, e que é típico do final da década de 60).

O LP também nos brinda com as ótimas versões “Te adoro” (No fuimos, dos uruguaios Hugo e Osvaldo (Los Shakers), versão de Sérgio Becker, (saxofonista da banda The Youngsters); a belíssima “Ela é um mistério para mim” (“She’s still a mistery”, de Sebastian, do grupo americano The Lovin’Spoonful) versão de Leno.

O “LP Especial” é um dos ótimos discos de Renato e Seus Blue Caps, possuindo uma qualidade sonora acima da média da maioria dos lançamentos da época, com arranjos vocais e instrumentais excelentes.

Este também foi um dos álbuns de maior vendagem da banda, dando mostras de que o grupo não sentiu o enfraquecimento do movimento Jovem Guarda, que ainda duraria até por volta de 1973.Aliás, muito antes de existir o programa Jovem Guarda, a banda já fazia sucesso, principalmente com a música “Menina Linda”, que havia sido lançada em 1964.

Renato e Seus Blue Caps – Especial 1968

Formação:
Renato Barros: Guitarra Solo e vocal;
Paulo Cezar Barros: Baixo e Vocal;
Cid Chaves: Percussão e vocal;
Carlinhos: Guitarra Rítmica;
Tony: Bateria;
Mauro Motta: Teclados.

Faixas:
01 Para me Abandonar (Puruca)
02 Ela É Um Mistério Para Mim (She is still a mistery) (Sebastian Versão: Gileno)
03 Porque Eu Te Amo (Renato Barros – Paulo Cezar Barros)
04 Escreva Logo (Please Mr. Postman) (B. Holland-F.C. Gorman Versão de Leno)
05 Não Vou Me Humilhar Por Você (Gileno)
06 Te Adoro (No fuimos) (Hugo-Osvaldo Versão: Sergio Becker)
07 Ela É Tão Linda (Cléo Galanth)
08 A Esperança É a Última Que Morre (Ed Wilson)
09 Não Demore Mais (It’s good to see you) (Peter Shelley Versão: Renato Barros)
10 Já Não Precisas Mais Chorar (D’avila Filho)
11 Bem Feliz Serei (Sunshine girl) (Carter-Stephens Vers: Robert Livi)
12 Sem Suzana (Renato Barros)

Matéria de uma revista do ano de 1968 falando sobre o lançamento do LP “Especial”.

Na foto estão Toni Pinheiro, Renato Barros, Carlinhos, Cid Chaves e Paulo César Barros.