A Importância de Antonio Aguillar na Carreira de Roberto Carlos.

Em 1959, Abelardo “Chacrinha” Barbosa apresentava um programa de música da velha guarda, de segunda a sexta-feira, às 18h pela Rádio Nacional de São Paulo, localizada na Rua Sebastião Pereira, 218.

Em 1959, Antonio Aguillar apresentava um programa de música jovem chamado “Ritmos para a Juventude”, de segunda a sexta-feira, às 17h, pela Rádio Nacional de São Paulo, localizada na Rua Sebastião Pereira, 218.

Os dois radialistas eram muito amigos e sempre estavam juntos, trocando ideias sobre música e sobre os cantores.
Antonio Aguillar foi inúmeras vezes ao Rio de Janeiro para participar dos programas de rádio e televisão do Chacrinha, onde o disc-jóquei da juventude levava sempre os artistas que lançava em disco em São Paulo.

Chacrinha sempre falava a Antonio Aguillar sobre Roberto Carlos, um cantor que cantava samba canção e bossa-nova com a voz pausada e baixa, bem ao estilo de João Gilberto; ele se apresentava na boate Plaza em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Em 1959 Roberto Carlos lançou o seu primeiro disco em 78rpm pela Polydor, com as músicas JOÃO E MARIA / FORA DO TOM, de autoria de Carlos Imperial e Roberto Carlos.

Em 1960 Antonio Aguillar foi ao Lord Palace Hotel , na Rua das Palmeiras, onde o Chacrinha se hospedava semanalmente para fazer os seus programas de rádio e televisão em São Paulo e no hall do hotel o velho guerreiro chamou um garoto tímido com um ar tristonho e o apresentou ao disc-jockei Antonio Aguillar, com a seguinte frase:

“Este é o cantor Roberto Carlos, que mora no Rio e vem morar em São Paulo. Ele gravou MALENA em um 78rpm e eu gostaria, Aguillar, que você divulgasse esse moço, que tem muito valor e futuramente será um grande sucesso. Ajude-o por mim em seus programas, que você não vai se arrepender”.

Antonio Aguillar, que fazia os seus programas de rádio e televisão com muita audiência em todo o Brasil, prometeu ao Chacrinha, que era seu amigo, fazer aquilo que podia para dar uma força na carreira do rapaz que acabara de ser apresentado.

Como Roberto Carlos ficou hospedado naquele hotel, Aguillar foi no dia seguinte conversar com ele para combinar como seriam feitas suas apresentações na televisão e também a divulgação do seu disco no rádio.

A música “Malena” não inspirava muito ao Aguillar, mas Roberto Carlos prometia gravar outras músicas voltadas mais para os jovens da época.

Roberto apresentou ao Aguillar a sua divulgadora em São Paulo, de nome Edy Silva, conhecida no meio por trabalhar nas emissoras coligadas, que tinham uma programação distribuída para as principais emissoras do País.

Através dela, Aguillar conheceu pessoalmente Othon Russo, que era o diretor de divulgação da CBS e que prometera fazer um trabalho intenso para projetar da melhor forma possível o cantor de Cachoeiro do Itapemirim.

Roberto Carlos entrou no esquema de Aguillar e sempre esteve nas programações musicais da rádio Nacional de São Paulo e semanalmente no Festival da Juventude da TV Excelsior Canal 9. Muitos cantores de sucesso eram apresentados nas programações de Aguillar, como Nilton Cesar, Agnaldo Rayol, Carlos Ganzaga, The Jordans, Ronnie Cord, Demetrius, Baby Santiago, Hamilton Di Giorgio, Tony Campello, Celly Campello, Gessi Soares de Lima, Maria Odete, The Jet Blacks, Leila Silva, Marta Mendonça, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Oslaim Galvão, Prini Lorez, The Clevers, Renê Dantas, Sergio Reis, George Freedman, Meire Pavão, Albert Pavão, Renato Guimarães, Sergio Murilo, Bobby de Carlo, Marcos Roberto, Dori Edson, Nilton Cesar, Carlos Ely, Sergio Reis, etc.

Claro que o sucesso chegou para Roberto com um Rock, a música Splish Splash, que ele gravou seguindo os conselhos de Carlos Imperial e Antonio Aguillar.

Neste vídeo a seguir, podemos ouvir algumas mensagens feitas por Roberto Carlos especialmente para Antonio Aguillar, que foram levadas ao ar em programas de Rádio comandados por Antonio Aguillar, mas nunca divulgadas antes de 2012 em outro veículo de comunicação.

As gravações me foram gentilmente enviadas pelo próprio Antonio Aguillar em 08 de dezembro de 2012 e eu coloquei no Youtube:

Roberto Carlos também enviava convites para Antonio Aguillar e sua família sempre que fazia shows em São Paulo, como aconteceu no dia 20 de setembro de 2018, quando conversaram e Roberto Carlos enviou mensagem para o programa de Aguillar na época, que era o JOVENS TARDES DE DOMINGO, levado ao ar pela Rádio Capital no dia 30 de setembro de 2018:

Em 1968, Roberto Carlos queria cantar na Igreja, e nesta época ele estava compondo músicas sacras e a primeira delas havia sido a hoje tão famosa “Jesus Cristo”.

Na época o Cardeal Arcebispo de São Paulo era Agnello Rossi e Roberto Carlos havia pedido para Antonio Aguillar que interferisse por ele junto ao cardeal, pois estava querendo se casar com Cleonice Rossi, uma mulher desquitada, mais velha que ele, com uma filha pequena, e se conquistasse o clero, talvez pudesse se casar na igreja.

Antonio Aguillar foi entrevistar Don Agnelo Rossi, levando o pedido de Roberto, o qual foi negado, ouçam:

Roberto Carlos queria cantar na Igreja.

A reportagem com fotos sobre o pedido de Roberto Carlos a Don Agnelo Rossi, intermediado por Antonio Aguillar:

A Banda The Originals na Atualidade (2023)!

A Banda The Originals está de volta desde agosto de 2019 com seus Shows pelo Brasil homenageando as maiores bandas de Rock dos anos 60, que são Renato e Seus Blue Caps, The Jet Black`s, The Fevers, The Jordans, Os Incríveis, Super Bacana, e outras.

Banda The Originals

Na atualidade a banda tem como mais recente integrante o músico e cantor Paulo César Barros, que imortalizou com seu contrabaixo e sua voz, os maiores sucessos de Renato e Seus Blue Caps!

Saiba mais sobre o artista aqui.

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Os integrantes

Diego Andrade, baterista

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Guga Leão, baixista

Guga Leão

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Celso Celli, guitarrista

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Miguel Plopski, Saxofonista

Miguel Plopschi foi integrante dos Fevers, tendo sido convidado para assumir o Sax da banda em 1969 e em 1983 se desligou dos Fevers para assumir a direção artística da gravadora BMG na época.
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Paulo César Barros faz um mix de voz e baixo, pois não há como como separar seus dois talentos, ficando assim o polivalente Guga Leão completando a base da banda, mandando muito bem no violão, onde ele também é PhD! 😉

Paulo César Barros, voz e contrabaixo

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Tianes Carvalho, tecladista

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Tianes Carvalho foi fundador da banda Super Bacana e já participava do The Originals há bastante tempo como Operador de Som e eventualmente cobria ausências de ex-integrantes, como Almir Bezerra e Cleudir Borges. Hoje o Tianes é oficialmente o Tecladista da banda.
Ainda quando fazia parte do Super Bacana, quando do falecimento de Renato Barros, prestou juntamente com os colegas esta homenagem ao amigo…


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Que venham muitos Shows! O Brasil precisa de música!

CONTATO PARA SHOWS: (11) 99250-2768

Apresentação da Banda The Originals em Aparecida-SP – Setembro de 2022

LENO E AS ORIGENS DO ROCK EM NATAL.

No final dos anos 50, as emissoras de rádio de Natal começaram discretamente a rodar músicas de Rock, especialmente sucessos iniciais de Bill Halley, dos irmãos Cely e Tony Campello e de Carlos Gonzaga. Elvis Presley surgia com seu topete atraia especial atenção das garotas que assistiam às seções do cine Rio Grande.
O jovem Gileno Azevedo Wanderley foi dos primeiros a comprar discos de Rock em Natal. E costumava mostrar as novidades aos seus colegas do Marista e da SCBEU. Na sequência, começou a fazer dublagens imitando Elvis.

Leno (voz e guitarra solo, que aprendeu com Prêntice Bulhões) formou com os colegas do Marista, Carlos Mineirinho (violão), Prêntice (violão/guitarra/voz) e Marcelo Dias (baterista) um conjunto musical de Rock denominado “The Shouters” (os gritadores). Esse muito provavelmente foi a primeira Banda de Rock da cidade do Natal. Segundo Leno Azevedo, a denominação “Shouters” decorre da música “Twist and Shout” dos Beatles.

O conjunto ensaiava na casa de Marcelo Dias na Avenida Rodrigues Alves e também na Subsistência do Exército na Ribeira. Nos ensaios além dos Beatles, rolava muito o som de: Elvis, Cely Campello, Chuck Berry, Bill Halley e Little Richard. A proximidade do Porto pode até lembrar uma conexão com Liverpool dos Beatles. Exageros à parte, a Ribeira é perto das Rocas e daí a forte presença dos Rockeiros… 

O grupo se apresentava em festinhas aniversário, na Quermesse da Lagoa Manoel Felipe, no Ginásio Sílvio Pedrosa e no palco do cinema Rex onde havia um programa aos domingos da Rádio Rural. Nessas apresentações só eram tocadas músicas dos Beatles.
Inicialmente só existia uma guitarra do conjunto que era utilizada por Prêntice ou Leno, os demais usavam violões, além de uma velha bateria pertencente aos Irmãos Maristas. O primeiro cachê que receberam foi numa festa do colunista Jota Epifânio, o dinheiro foi suficiente para comprarem dois LPs dos Beatles. 

Ivone Freire era uma das admiradoras que acompanhava os shows da Banda, virou uma espécie de musa do grupo, havia até um código “4 Romanos e 1 Inglês” para denominar IV-ONE.
Eustáchio dos Santos Lima Filho morava na Rua Joaquim Manoel em Petrópolis e estudava na SCBEU, lá conheceu Gileno (Leno) Wanderley, que costumava levar compactos com músicas cantadas na língua inglesa para tocar na radiola nos intervalos das aulas. Ao escutar um som com batida diferente, Eustáchio se surpreendeu “O que é isso bicho?”. Leno respondeu “É Rock cara, Rock and Roll”. 

No dia seguinte Eustáchio arranjou dinheiro e foi à loja MM Costa, na cidade alta, perguntou se tinha disco de Rock.
O vendedor nem sabia o que era Rock e Eustáchio voltou frustrado pra casa. Novamente procurou Leno e reclamou “Pô cacete esse negócio de Rock não existe não”. Com paciência Leno orientou “então procure disco de Elvis Presley”. Ele tinha 15 anos em 1964, se entusiasmou com as músicas de Elvis Presley.
Passou a fazer dublagens do Rei do Rock em festinhas e logo pediu ao pai pra comprar uma guitarra.

Em 1964 (ano provável) fez uma apresentação solo de Rock com topete e tudo para os estudantes da SCBEU. Leno, Prêntice, Eustáchio Lima, Etelvino Caldas são os dinossauros do rock Potiguar.

Os companheiros da Confraria do Rock de Natal desejam que o encontro de Leno, Erasmo e Raul Seixas sacuda o Rock noutra dimensão. 

Saudade do amigo e um dos maiores músicos natalenses.

Por Fred Rossiter Pinheiro, de Natal-RN

O saudoso cantor Demétrius e a história de sua composição “A Menina do Rock”.

Demetrio Zahra Neto (28 de março de 1942 – 11 de março de 2019), conhecido como Demétrius, foi um pioneiro do rock romântico brasileiro.

Nesta entrevista ao radialista Antonio Aguillar, o saudoso artista conta que compôs a canção ao se recordar de uma menina deslumbrantemente linda dançando no “Bastidores”, local onde ele fez um Show de Rock…

A gravação foi feita no ano 2000, com acompanhamento da banda The Clevers.

Ouçam!

A última apresentação ao vivo do cantor Sérgio Murilo!

Em 1989 aconteceu em Barra Bonita/SP, um evento comandado por Tony Campello, incluindo cantões como Carlos Gonzaga, Sérgio Murilo, Cely Campello acompanhados no teclado por Mauricio Camargo Brito, autor do livro ” Elvis Mito e Realidade “.
No final desta apresentação todos juntos prestam uma homenagem ao cantor Ronnie Cord, que falecera em 06 de janeiro de 1986, cantando seu maior sucesso, que foi “Rua Augusta”,
Neste vídeo vocês poderão assistir Sérgio Murilo cantando ao vivo os seus maiores sucessos.

Sérgio Murilo Moreira Rosa (Rio de Janeiro, 2 de agosto de 1941 — Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 1992) foi um cantor e compositor brasileiro que fez parte da pré Jovem Guarda.
Sérgio deixou seu legado para o Rock brasileiro e está também eternizado na música Festa de Arromba, composição de Roberto e Erasmo Carlos.
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Sérgio Murilo na Revista Amiga, Edição 148 de março de 1973


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Sérgio Murilo

O último LP gravado pela banda The Jordans

“The Jordans foi um grupo lançado por mim em l960 na Som Copacabana com o LP A VIDA SORRI ASSIM, uma banda instrumental que fez muito sucesso principalmente com Blue Star e Tema de Lara.
Seus componentes eram Aladim, Sinval, Tony, Foguinho, Mingo, Neno, Manito, Ziquito, José Aroldo Binda, Marco Aurélio Rocha, Porquinho.
Em 1967 Aladim resolveu deixar o grupo e formar sua própria banda que se chamou “ALADIM BAND” e gravou dois LPs.
Ainda em l967, os integrantes dos Jordans foram para a Europa e ocasionalmente tiveram a oportunidade de conhecer alguns componentes dos Beatles, o maior sonho de qualquer brasileiro, e The Jordans tiveram esse privilegio.

Em 1976 acabou a banda The Jordans, cada um foi para seu lugar.
A banda The Jordans, considerada uma das melhores bandas instrumentais dos anos 60, deixava de existir.
Foguinho, o baterista, era também cantor, mas nunca teve destaque como tal.
Sinval também canta mas ninguém sabia disso. Uma pena tantos valores fora da mídia! Foguinho gravou as músicas ‘What does it take to win your love’, ‘Yesterday When I Was young’ e ‘Make Me Smile’. ”

Por Antonio Aguillar

“Make Me Smile” – The Jordans 1971, canta Foguinho!
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“Esta gravação muito bem vocalizada pelo Foguinho faz parte do LP The Jordans de 1971, que foi o último gravado pela banda! Nele tem uma música autoral minha chamada “No Balanço do Tempo” e também gravei cantando a música “School Girl”, entre outras. Neste LP o nosso amigo guitarrista José Aroldo Binda gravou 50% do disco e esta música foi gravada com a participação dele na guitarra. Quando Aroldo foi para os Incríveis, a convite do Foguinho, eu que estava no The Jet Black’s numa formação nova onde éramos eu, Ary (The Bells) e Fominha (Os Iguais), retornei ao conjunto The Jordans e gravei como guitarrista no restante do LP. A capa do disco já estava pronta e constam as fotos de Foguinho, Toni, Sinval, Everaldo(pistom), o Neno que já havia saído do conjunto, Irupe e José Aroldo; o Aladim já havia saído há muito tempo para formar a “Alladim Band”; ele pegou os músicos do The Flyers, do qual eu fazia parte, entretanto estamos falando de épocas distintas.
Eu saí dos Flyers em 1967 e em janeiro de 1968 entrei nos Jordans, no lugar do Aladim, e depois com os Jordans gravei 05 LPS, tendo sido este de 1971 o último, portanto 4 anos após a saída do Aladim.”

Por Marco Aurélio Carvalho Rocha, o Marquinho.

LP The Jordans 1971
Capa: Toni, José Aroldo e Sinval.


LP The Jordans 1971
Capa: Irupê, Foguinho e Everaldo (pistonista que substituiu Neno).

O baterista Foguinho em 1963 na Boate Saloon em São Paulo

A música brasileira perde Waldemar Mozena, o Risonho dos Incríveis, um dos maiores guitarristas do rock brasileiro!

Lançado em 1962 pelo radialista Antonio Aguillar, Risonho foi integrado aos Clevers como guitarrista da banda.
Havia na Rádio Nacional de São Paulo um programa comandado por Antonio Aguillar, cujo nome era “Ritmos para a Juventude”. No início a banda The Jet Black’s acompanhava os cantores que se apresentavam neste programa, mas com o sucesso, começou a trilhar seu próprio caminho.
Foi então que houve a necessidade de se criar uma banda exclusiva para acompanhar os cantores da época, e Antonio Aguillar criou o grupo The Clevers.
Para integrar seu novo conjunto, Aguillar chamou os músicos Manito, Mingo, Neno e Netinho.
Neno apresentou Waldemar Mozena, guitarrista solo, ao Antonio Aguillar, que o apelidou de “Risonho”, pois o músico sorria muito quando conversavam.
Waldemar era bancário, foi criado em Valparaíso/SP e tocava guitarra nas horas vagas.
Quando entrou para os Clevers, a banda começou a fazer muito sucesso e logo seguiu para a Itália levados pelo empresário de Rita Pavone na época, Teddy Reno, tendo sido designado um empresário brasileiro para acompanha-los no lugar de Antonio Aguillar, que não poderia seguir com a banda devido aos muitos compromissos com seu programa no Brasil.
O grupo fez muito sucesso no exterior e retornou ao Brasil mudando o nome para Os Incríveis.
Risonho estava afastado do grupo já há bastante tempo, devido a sérios problemas de saúde. Morava com a família no interior de São Paulo aonde veio a falecer domingo, dia 04 de agosto de 2019, acometido por um infarto.
Sua morte foi comunicada nas redes sociais por sua esposa Marlene Mozena em 05 de agosto, segunda-feira, cumprindo um pedido do marido…

Como escreveu o radialista Rubens Stone, amigo do artista, “Risonho fez solos maravilhosos em canções como “Perdi Você”, “Minha Oração”, “Não Resta nem Ilusão”, entre tantas outras lindas canções, em especial a obra-prima máxima do rock instrumental brasileiro, a ensolarada “O Milionário”! Entre 1962 e 1970, Risonho gravou diversos trabalhos com o The Clevers e depois, com Os Incríveis. O álbum Para Os Jovens Que Amam Os Beatles e Os Rolling Stones e…Os Incríveis é uma obra-prima do rock e da Jovem Guarda. É o disco que traz a 2ª versão do clássico “O Milionário”, gravado originalmente em 1965. Foi neste belíssimo álbum de 1967, que Risonho imprimiu de maneira sublime a sua marca como guitarrista solo. Bastaria esta gravação e Risonho já seria um dos maiores Guitar Heroes da história. Mas ele gravou muitos outros discos fenomenais, como guitarrista dos Incríveis”.

Risonho solando “O Milionário” no show dos Incríveis em 2010 na cidade de Joinville/SC.


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A importância da Boate Lancaster para o início do Twist e do Rock no Brasil!

O primeiro programa Ritmos para a Juventude que foi apresentado por Antonio Aguillar diretamente do auditório da Rádio Nacional, foi um sucesso avassalador, e o Diretor Artístico da Rádio Nacional na época houve por bem ampliar o horário do programa, como já foi dito pelo próprio Antonio Aguillar, e Joe Primo (nome artístico de Primo Moreschi) sugeriu a ele anunciar durante a semana um chamado para que interessados fossem fazer teste com ele, Primo, para contratarem um conjunto (hoje banda) de Rock para fazer parte do programa. No caso de a pessoa ser aprovada, dividiria com The Vampires o acompanhamento dos cantores que se apresentavam no programa. Primo deu esta sugestão por que considerava ser demais para eles, o conjunto The Vampires, darem conta de acompanhar a todos.

E foi assim que Aladim, dos Jordans, apareceu por lá durante a semana, falou com Joe Primo que tinha um conjunto e que gostaria de participar do Programa.

Na segunda semana depois da estreia do programa diretamente do auditório da Rádio Nacional, o conjunto The Jordans passou a se apresentar nele.

Primo conta que de cara simpatizou com Aladim e perguntou se eles tinham todos os instrumentos, ou seja, guitarras, baixo, bateria e amplificadores, no que Aladim respondeu que sim, então Primo marcou com ele para que viesse no sábado, um pouco antes do horário do início do programa, para que ele pudesse vê-los tocando.
Não deu outra! Eles eram bons, e Primo logo autorizou para que eles já começassem a ensaiar com parte dos cantores que naquela hora já começavam a chegar.

Nesse meio tempo aconteceu de Primo ver um rapaz tirando algumas notas de um piano que havia no local, enquanto eles ensaiavam com os cantores, e foi então que parou o ensaio e perguntou ao rapaz se ele sabia tocar piano. A resposta foi que “sim, que arranhava um pouco”. Como em Rock n´Roll, naquela época, o piano era quase indispensável, Primo o convidou para entrar para os Vampires, e o rapaz aceitou sem pestanejar.

Aquele rapaz era José Provetti, o Gato, que passou a integrar o conjunto The Vampires e que mais tarde se tornaria The Jet Black’s.

Primo conta que depois ficou sabendo que Miguel Vaccaro Neto já conhecia o Gato, mas Primo só foi conhecê-lo tocando piano naquele dia.

The Vampires exibia-se semanalmente (aos sábados à tarde) no programa Ritmos para a Juventude e foram os Vampires que a essa altura, na pessoa de Primo, conversou com um cantor que se apresentava também nos programas com o nome de Jet Black, se ele aceitaria dar seu nome ao conjunto. Ele aceitou, passou a chamar-se Little Black e foi assim que The Vampires se tornou The Jet Black´s, através de um acordo de cavalheiros, com o cantor principiante, que havia feito teste e sido aprovado pelo Primo para participar do programa. Primo havia feito o teste com o cantor, ele havia sido aprovado e concordou em ceder seu nome artístico “Jet Black” para eles, que se tornou o primeiro conjunto (hoje banda) de Rock a tocar na Boate Lancaster em São Paulo.

Fauze* e Miguel Vaccaro Neto poderão confirmar isso, diz Primo Moreschi. Inclusive foi por estarem fazendo muito sucesso na boate Lancaster que o Gato, o Jurandir e o Zé Paulo, se achando a ultima bolacha do pacote, passaram a não mais querer se apresentar aos sábados no programa Ritmos Para a Juventude. Foi então que Antonio Aguillar teve a ideia de montar um novo conjunto para acompanhar os artistas durante os programas e assim nasceu The Clevers.

“Fauze era na época uma espécie de sócio de Miguel Vaccaro Neto e foi quem nos indicou para que tocássemos todas as noites na Boate Lancaster. O Renato Mendes, (não era sempre) mas também se exibia tocando órgão, durante os intervalos que nós, The Jet Black´s, parávamos para descansar. Pelo fato de estarmos iniciando a introduzir o Twist na boate, juntamente com os bailarinos “Chupeta”, Bebeto, e Denize, que aprenderam a dançar a nova dança naquela época graças ao Miguel Vaccaro Neto (um dia ele trouxe dois casais de dançarinos americanos em seu programa da Radio America de São Paulo, que nos mostrou como se dançava Twist), daí para frente a Boate Lancaster virou coqueluche da juventude daquela época. A essa altura, os demais integrantes da minha banda The Jet Black´s não participavam mais do programa Ritmos para a Juventude, abandonando Antonio Aguillar.” (Primo Moreschi, em 28/08/2018)

Estes são registros importantes sobre quem iniciou o Twist (principalmente a dança) aqui no Brasil, e a presença de Renato Mendes, artista que juntamente com The Jet Black´s dividia as primeiras noitadas de Twist na Boate Lancaster.

Renato Mendes já se apresentava na Boate Lancaster somente tocando órgão antes do conjunto The Jet Black´s. Ele era um exímio tecladista. Seu gênero era a MPB em geral. Inclusive, uma época em que o Gato se estranhou com o Jurandi, baterista do Jet Black`s, ele foi tocar contrabaixo com o Renato Mendes.

Após The Vampires ter trocado de nome para The Jet Black`s, passaram a tocar também todas as noites na Boate Lancaster.

FONTE: Informações recebidas diretamente de Primo Moreschi e também em seu Livro intitulado “O Protagonista Oculto dos Anos 60”

Foto abaixo retirada deste vídeo documentário sobre o programa de Miguel Vaccaro Neto:
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Miguel Vaccaro Neto, dono da Boate Lancaster, e Jurandi Trindade, baterista do conjunto The Jet Black`s

O DIA EM QUE O ROCK AND ROLL CHEGOU AO BRASIL PELO AEROPORTO DE CONGONHAS!

Bill Haley e Seus Cometas, a convite da TV Record, chegou a São Paulo no Aeroporto de Congonhas no dia 24 de abril de 1958.

Bill Halley – 22/04/1958
Foto do acervo do Jornal Estadão

O repórter Silvio Luiz, meio escondido atrás do Microfone tipo tijolão, faz sua entrevista para divulgar o Rock and Roll no Brasil.

A TV Record foi a emissora que mais trouxe artistas internacionais ao Brasil nos anos 50 e 60.
O rock ainda não tinha vez em nosso País, era o tempo dos cantores românticos como Orlando Silva, Carlos Galhardo, Nelson Gonçalves, Nora Ney, etc… Orquestras como Ray Connif, Élcio Alvares e sua orquestra, Rago e Seu Regional, Mario Zan etc.

Bill Haley nasceu em 6 de julho de 1925 e faleceu no Texas em 9 de fevereiro de 1981, acometido por um tumor cerebral. Seu corpo foi cremado. Foi um musico do Rock and Roll. Ele e sua banda Crazy Man Crazy chegou a gravar o primeiro rock a entrar nas paradas de sucessos dos Estados Unidos. Sua banda mudou de nome em 1952 passando a chamar-se Bill Haley e Seus Cometas. Receberam das mãos de um compositor em 1953 o Rock Around The Clock que só conseguiram gravar em 12 de abril de 1954.

Quando Bill Haley e os demais componentes da banda desceram do avião no Aeroporto de Congonhas em 1958, foi uma correria de jovens que desejavam chegar perto da famosa banda para pedir autografo.
O rock internacional revolucionou o palco do Teatro Record na Rua da Consolação, 1992 e ensinou o novo modo de dançar no Brasil.

O sucesso foi tanto que os brasileiros correram às lojas para comprar discos do grupo e dos outros astros do rock and roll. Bill Haley, com o topete tipo “pega rapaz”, sua marca registrada, levou os jovens ao delírio. Houve confusão no aeroporto envolvendo os fãs mais exaltados e segurança de serviço.

Lembrando que na época Antonio Aguillar ainda era repórter fotográfico do jornal O Estado de São Paulo, e registrou todo esse novo momento musical com reportagens ilustradas no periódico. No Cine Art-Palácio existente no Largo do Paissandu havia a projeção do filme O Balanço das Horas com cenas da famosa banda e o rock comia solto, a ponto de a rapaziada se exaltar, pulando, dançando, quebrando as poltronas do cinema para conseguir espaço e celebrar ali suas danças acrobáticas, que era ao som do rock n’ roll. Foi dai em diante, que veio a inspiração para uma nova vocação: fazer um programa musical de rock numa boa emissora de rádio. A profissão de repórter fotográfico ficou para trás, Antonio Aguillar foi contratado pela Rádio Nacional de S.Paulo e nasceu o programa Ritmos para a Juventude a partir de 1960.
Dai em diante não é preciso dizer mais nada, pois há mais de meio século Aguillar continua prestigiando esse movimento musical.

(Por Antonio Aguillar)

Bill Halley retornou a São Paulo em 1975 e tocou com sua banda no antigo e famoso “Playcenter”.