Antonio Aguillar nasceu em São José do Rio Preto a 18 de outubro de 1929 e mudou-se para São Paulo para exercer a profissão de Fotógrafo em 1948.
Já em São Paulo, após prestar concurso para Repórter Fotográfico do Jornal O Estado de São Paulo, com sede na Rua Major Quedinho, 28, onde trabalhou durante 09 anos, pediu demissão para ingressar no rádio como chefe do Departamento de Jornalismo da Radio Nove de Julho, de propriedade do clero, com sede na Rua Wenceslau Braz, 78 – São Paulo.
Depois de um ano nessa emissora, foi para a Rádio Excelsior de São Paulo como locutor comercial (naquele tempo não existiam os chamados jingles e as propagandas eram feitas ao vivo).
Um ano depois se transferiu para a Rádio Nacional, que pertencia à mesma Organização Victor Costa, localizada na Rua das Palmeiras, 322 em São Paulo.
Lá passou a fazer o programa de auditório chamado Clube dos Garotos, sob o comando da Prof. Zita Martins.
Com o falecimento do comunicador Jayme Moreira Filho, que era o titular do programa “Ai Vem o Pato”, Antonio Aguillar assumiu o comando. Este era um programa de calouros que era realizado ao vivo na Radio Nacional de São Paulo, no auditório da Rua Sebastião Pereira, 315, onde hoje é o Minhocão.
Com o surgimento do movimento musical denominado Rock’n Rol em 1960, Antonio Aguillar recebeu das mãos do Sr. Francisco Abreu, a incumbência de produzir e apresentar o programa Ritmos para a Juventude, realizado de 2a. a 6a. feira das 16h às 17h na Rádio Nacional de São Paulo, hoje Globo.
Antonio Aguillar percebeu que ali nascia o futuro musical da juventude e passou a produzir e criar conjuntos musicais que ainda utilizavam equipamentos de som inadequados.
Foi levando seu projeto adiante, pois a emissora para a qual trabalhava tinha uma grande penetração através de suas ondas médias e curtas, atingindo as principais cidades do interior de São Paulo.
O programa Ritmos para a Juventude foi crescendo em audiência e era procurado pelos jovens que desejavam assistir dentro do estúdio a apresentação dos novos ritmos para a Juventude, local onde começavam a surgir os primeiros cantores da chamada musica jovem, como Tony Campello, Demétrius, Ronnie Cord, Nilton Cesar, Renato Guimarães, entre outros. Este fato fez com que o comunicador pensasse em criar novos grupos musicais como The Jordans e também a banda The Clevers e foi testemunha da criação do conjunto The Jet Black´s, por Primo Moreschi.
O programa Ritmos para a Juventude era líder de audiência, tanto que deu motivos para que fosse realizado uma vez por semana ao vivo no auditório localizado na Rua Sebastião Pereira, 315.
Como os pais principalmente das mocinhas que frequentavam o programa teciam criticas sobre a conduta da programação, pois achavam que o rock era pernicioso para a juventude, Aguillar resolveu criar uma frase que dizia: “ALÔ JUVENTUDE FELIZ E SADIA” e assim passou a demonstrar que tudo ali era positivo, pois musica era divertimento e a onda do momento era o rock’nroll.
O sucesso foi tamanho que a TV Paulista (hoje Globo) resolveu lançar esse programa através da televisão e Antonio Aguillar levou os cantores a desfilar seus sucessos pela TV.
Em 1963 o produtor Waldemar de Moraes, da TV Excelsior de São Paulo, cuja sede ficava na Rua Nestor Pestana 196, resolveu contratar Antonio Aguillar para apresentar o Festival da Juventude no auditório, cuja produção era a princípio de Lenini e depois passou a ser de Jacque Netter.
Foi sucesso absoluto e os cantores da chamada musica jovem foram se multiplicando e as gravadoras lançando LPs com essa nova safra de músicos. Nesta época os Clevers já faziam sucesso com o LP “Os Incríveis The Clevers”, com a musica El Relicário.
O apresentador Abelardo Barbosa, o Chacrinha, que residia no Rio de Janeiro e fazia também o programa “Discoteca do Chacrinha” na TV Excelsior em São Paulo, resolveu pedir a Antonio Aguillar que projetasse um novo cantor que havia sido lançado no Rio de Janeiro por Carlos Imperial. Este cantor era Roberto Carlos. Como São Paulo era considerada o seleiro dos artistas, Roberto Carlos veio parar nas mãos de Aguillar que assim passou a alavancar a carreira do tímido cantor de “João e Maria” e “Malena”. Como Roberto Carlos participava de um programa de rock, Aguillar sempre incentivou que ele gravasse Rock, e no decorrer do tempo ele gravou Splish Splash, uma versão feita por seu amigo Erasmo Carlos, que era outro principiante na vida artística.
Sucesso absoluto na TV, Aguillar conseguiu derrubar a audiência do programa Ginkana Kibon da TV Record, então Paulo Machado de Carvalho Filho houve por bem tirá-lo da TV Excelsior, oferecendo maiores vantagens, assim como oferecendo o Teatro Record da Rua da Consolação para que fizesse o seu programa ao vivo, ali daquele local famoso pelas contratações de artistas internacionais, como Brenda Lee, Neil Sedaka, Paul Anka e outros.
Antonio Aguillar, percebendo um bom futuro para suas apresentações,
aceitou o convite e no final do ano de 1963 foi para a Record e criou o programa “Reino da Juventude” ao vivo, com todos os seus pupilos, inclusive Roberto Carlos, que já estava nas paradas de sucesso com a musica Splish Splash.
Em 1964 Rita Pavone foi contratada para apresentar um especial no Teatro Record e Aguillar com sua banda The Clevers resolveu presenteá-la com uma guitarra dourada. A Giannini fabricou uma guitarra especial e para recebê-la a italianinha, que era o maior ídolo internacional do momento, teria que ir ao Reino da Juventude. Ela não poderia cantar, mas Aguillar, muito hábil, disse para os músicos da banda The Clevers que tocassem a canção “Dateme um Martello” assim que ela adentrasse o palco.
E foi o que aconteceu! E ela não resistiu aos aplausos do publico e à eloquência do conjunto musical e acabou cantando, recebendo no final da apresentação, a guitarra dourada.
Foi criada uma boa amizade entre todos nós e ela convidou os Clevers para acompanha-la em suas apresentações à noite naquele teatro. Seu empresário, Ted Reno, conversou com Aguillar sobre a possibilidade de leva-los numa turnê para a Itália, avisando que não poderiam pagar muito. Aguillar, sempre bom na criação de marketing e interessado no sucesso do seu conjunto musical, principalmente no âmbito internacional, disse a Ted Reno que não tinha problema e que eles iriam apenas tendo as despesas de passagens e hotéis pagas. O cache ficava por conta de um romance fictício criado entre Rita Pavone e o baterista Netinho, que era muito assediado pelas fãs, e assim o grupo iria criar muita polêmica e com isso cresceria na mídia.
Resolvida a questão, eles foram para a Itália mas depois de algum tempo resolveram trocar de empresário, rompendo relacionamento com o seu criador, e o conjunto passou a se chamar “Os Incríveis”.
Aguillar se aposentou na Victor Costa, que hoje tem a denominação Rede Globo de Rádio e Televisão e em 1981 foi residir em sua terra natal, a cidade de São José do Rio Preto, onde trabalhou em rádio, dirigindo a Radio Stereo Show.
Depois de viver 14 anos em sua cidade, onde criou seus três filhos, mudou-se para Santos onde também militou em Radio produzindo o programa do Lombardi, aquele do SBT, e fazendo o seu programa na Radio Clube de Santos.
Passados alguns anos, já em 2005, retornou a São Paulo e a convite do Sr. Francisco Paes de Barros, ingressou na Radio Capital AM com o programa “Jovens Tardes de Domingo”.
Antonio Aguillar está na comunicação há mais de meio século.
Recebeu o Titulo de Cidadão Paulistano na Câmara Municipal de
São Paulo através do projeto do vereador Paulo Frange.
Lançou um livro pela Editora Globo intitulado “Histórias da Jovem Guarda”.
Possui um acervo fotográfico sobre a cidade de São Paulo nos anos 50, de quando era repórter fotográfico do jornal Estadão além de possuir muitas fotos do inicio da pré jovem guarda.
Este material precioso será doado a uma instituição Cultural para
pesquisa dos interessados.
Para maiores detalhes e informações Antonio Aguillar pode ser encontrado pelo telefone: 11 99840-5908
E.mail: antonio_aguillar@uol.com.br ou http://www.antonioaguillar.com
Mais recentemente, em 11 de outubro de 2014, Antonio Aguillar entregou o troféu JOVENS TARDES DE DOMINGO da Rádio Capital a Erasmo Carlos durante um show do cantor na Vila dos Ipês em São Paulo, completando o ciclo jovem guarda Roberto Carlos, Wanderléa e Erasmo Carlos.
A Jovem Guarda completou em 22 de agosto 49 anos e os cantores com mais de meio século de musica recebem o prêmio como um incentivo e agradecimento da Rádio Capital a eles, promovido pelo programa do comunicador Antônio Aguillar, para que esse movimento tenha uma longa sequencia a fim de que se torne eterno.
No dia 25 deste mês de outubro será a vez de Renato e Seus Blue Caps receber o troféu no Club Homs em São Paulo, situado na Av. Paulista 735, a partir das 20h, juntamente com o cantor Dick Danelo.
Em 22 de agosto de 2015 Antonio Aguillar comandou o Show em homenaggem aos 50 anos da Jovem Guarda, com a presença de Jerry Adriani, Martinha, Wanderléa, Cyro Aguiar, George Freedman, Dick Danello, Cláudio Fontana, entre outros astros da Jovem Guarda.
Registros do Show aqui.
“Esta é uma sequencia real da minha vida profissional”. (Antonio Aguillar)