Across the Universe, o Filme


Romance Sinopse
Jude (Jim Sturgess) viaja na década de 60 pela América à procura de seu desconhecido pai e acaba se apaixonando por Lucy (Evan Rachel Wood). Quando o irmão de Lucy, Max (Joe Anderson), é chamado para lutar na Guerra do Vietnã, eles se envolvem em campanhas pela paz. Tudo isso tendo como pano de fundo a revolução social dos anos 60 e a explosão musical dos Beatles.
Informações Técnicas:
Título no Brasil: Across the Universe / Título Original: Across the Universe
País de Origem: EUA / Gênero: Musical / Romance / Classificação etária: 10 anos
Tempo de Duração: 133 minutos / Ano de Lançamento: 2007Estréia no Brasil: 07/12/2007
Site Oficial: http://www.sonypictures.com/movies/ acrosstheuniverse/
Estúdio/Distrib.:Columbia Pictures
Direção: Julie Taymor
Elenco:
Evan Rachel Wood … Lucy
Jim Sturgess … Jude
Joe Anderson … Max Carrigan
Dana Fuchs … Sadie
Martin Luther … JoJo
T.V. Carpio … Prudence
Spencer Liff … Daniel
Lisa Hogg … Jude’s Liverpool Girlfriend
Nicholas Lumley … Cyril
Michael Ryan … Phil
Angela Mounsey … Jude’s Mother (Martha)
Erin Elliott … Cheer Coach
Robert Clohessy … Jude’s Father
Curtis Holbrook … Dorm Buddy
John Jeffrey Martin … Dorm Buddy
Trilha Sonora:
“Girl” Interpretada por Jim Sturgess
“Helter Skelter” Interpretada por Dana Fuchs
“Hold Me Tight” Interpretada por Jim Sturgess, Evan Rachel Wood, Lisa
“All My Loving” Interpretada por Jim Sturgess
“I Want To Hold Your Hand” Interpretada por TV Carpio
“With A Little Help From My Friends” Interpretada por Joe Anderson, Jim Sturgess & Dorm Buddies
“It Won’t Be Long” Interpretada por Evan Rachel Wood
“I’ve Just Seen A Face” Interpretada por Jim Sturgess
“Let It Be” Interpretada por Carol Woods, Timothy T. Mitchum
“Come Together” Perfomed by Joe Cocker, Martin Luther
“Why Don’t We Do It In The Road” Interpretada por Dana Fuchs
“If I Fell” Interpretada por Evan Rachel Wood
“I Want You” Interpretada por Joe Anderson
“Dear Prudence” Interpretada por Dana Fuchs, Jim Sturgess, Evan Rachel Wood, TV Carpio
“Flying” Interpretada por The Secret Machines
“Blue Jay Way” Interpretada por The Secret Machines
“I Am The Walrus” Interpretada por Bono
“The Benefit Of Mr. Kite” Interpretada por Eddie Izzard
“Because” Interpretada por Evan Rachel Wood, Jim Sturgess, Joe Anderson, Dana Fuchs, TV Carpio, Martin Luther
Something” Interpretada por Jim Sturgess
“Oh Darling” Interpretada por Dana Fuchs, Martin Luther
“Strawberry Fields” Interpretada por Jim Sturgess, Joe Anderson
“Revolution” Perfomed by Jim Sturgess
While My Guitar Gently Weeps” Interpretada por Martin Luther
“Happiness Is A Warm Gun” Interpretada por Joe Anderson
“Blackbird” Interpretada por Evan Rachel Wood
“Hey Jude” Interpretada por Joe Anderson
“Don’t Let Me Down” Interpretada por Dana Fuchs
“All You Need Is Love” Interpretada por Jim Sturgess, Dana Fuchs
“Lucy In The Sky With Diamonds” Interpretada por Bono


A História da Beatlemania

John, George, Ringo e Paul
A História da Beatlemania
A História dos Beatles começa no ano de 1956, em Liverpool, Inglaterra, quando o  adolescente “John Winston Lennon” (09-10-1940), estudante da “Quarry Bank Sight School”, reúne alguns amigos da escola e forma a “The Quarrymen Skyffle Group”

um conjunto que tocava “Skyffle”, um tipo de música “folclórica” de Liverpool.

No ano de 1957, John lennon, através do amigo Ivan Vaughan, conhece o garoto, James Paul McCartney (18-06-1942), numa das apresentações dos Quarrymen na igreja de Woolton. Canhoto e bom guitarrista, Paul McCartney é convidado por John Lennon para integrar a sua banda. A dupla passa a ser um trio em 1958 com a chegada de “George Harrison” (25-02-1943) um garoto de apenas 14 anos e virtuoso guitarrista e o trio passa a se chamar, “Johnny and The Moondogs

Um ano após, em 1959, entra para a banda o Estudante de Arte de Liverpool, Stuart Sutcliffle. A Banda passa a se chamar, Long John and The Silver Beatles. Na foto acima, a banda com o baterista Johnny Hutch. Com a saida de Johnny Hutch, entra o
o baterista Pete Best, durante uma apresentação da banda no bar Casbash Club, de
propriedade de Johnny Best, pai de Pete Best. Pete Best tinha um temperamento dificil, mesmo assim, John e Paul o convidam para ser o novo baterista dos Beatles.
The Beatles, em 1960 George, Pete, John e Paul

Em 1961 Stuart Sutcliffle resolve sair da banda. Se apaixona por Astrid Kirchherr (20-05-1938) e fica em Hamburgo, enquanto os Beatles voltam a Liverpool. Pete Best, que nunca havia se adaptado na banda sai em 1962, entrando Richard Starkey (07-07-1940), que era baterista de uma banda rival dos Beatles, a Rory Storm and the Hurricane, também conhecido como Ringo Starr. Ringo já era conhecido dos Beatles desde os tempos do Cavern Club, quando tocou diversas vezes com eles, nas vezes em  que Pete Best faltava aos Shows.

The Beatles em 1962 com sua formação definitiva

John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr

Empresariados pelo comeciante de lojas de discos de Liverpool, Brian Epstein, dono da NEMS, os Beatles conseguem uma gravação com a EMI, de Londres, sob a supervisão do maestro George Martin. Gravam o compacto “Love me Do/PS I Love you”, que é lançado dia 04 de Setembro de 1962. O disco não faz sucesso na Inglaterra, apenas em Liverpool. “Love me Do”, música de trabalho da banda, apenas consegue um 17º lugar nas paradas do País.

Para o 2º disco, os Beatles preparam o single “Please Please me”, de autoria de John Lennon e Paul McCartney. Please Please vai direto para o 1º Lugar das paradas da Inglaterra em 1963. Apesar do enorme sucesso de “Please Please me”, os Beatles ainda só eram conhecidos na Inglaterra. Mesmo assim, excursionaram pela Escócia. Com o sucesso de vendagem do compacto “Please Please Me/Ask me Why”, o produtor George Martin leva os Beatles para o estúdio para gravarem o 1º LP, de mesmo nome do compacto, “Please Please Me”.

Já famosos na Inglaterra, John, Paul, George e Ringo fazem a sua primeira participação num programa de TV, “People and Places”, na TV Granada, em Manchester.

Dia 12 de Janeiro de 1963 é lançado o LP “Please Please me”, primeiro álbum da banda. Um mês depois, Please Please me chega ao 1º lugar, vendendo 250 mil cópias, a maior vendagem de todos os tempos de um artista na Inglaterra. Os Beatles fazem sua primeira Excursão Nacional pelo País, com Chris Montez e Tommy Roe. O disco permanece em 1º lugar por 18 meses.

Depois do grande sucesso do single (compacto) e do LP, Os Beatles ainda gravariam, no ano de 1963, mais três compactos, From me to You/Thank You Girl; She Loves You/ I’ll Get you e I Want to hold your hand /This Boy, todos pimeiros lugares. No final do ano é lançado o 2º Álbum, With the Beatles, recorde da indústria fonográfica de todos os tempos, com 500 mil cópias vendidas.

Pelo Mundo a Beatlemania se alastra. Europa, América e América do Sul. No Brasil é lançado o LP “Beatlemania”, em Março de 1964, apresentando os Beatles ao público Brasileiro. O “Beatlemania”, na verdade, é uma compilação de singles que fizeram sucesso em 1963. Depois são lançados outros LPs, compilados a partir dos discos americanos, não respeitando os originais da matriz inglesa, a EMI/Parlophone. Estes lançamentos de discos brasileiros, sairiam de catálogo anos mais tarde, sendo substituidos pelos “originais” da EMI, como “Please Please me”, “With The Beatlles”,”A Hard day’s Night” e “Help!”. Nesse período, 1963/1064, a CAPITOL apenas fazia LPs com as faixas de cada disco.

John Lennon e Paul McCartney são considerados os melhores compositores de todos os tempos, comparados a Schubert e Beethoven.

São da dupla Lennon-McCartney, as grandes músicas que frequentavam, diariamente, as paradas de todo o mundo. Mesmo com pouco tempo de existência (2 anos) os Beatles passam a ser o maior produto de exportação da Grã-Bretanha. A Beatlemania cresce em todo o mundo, e com ele, toda a sorte de incertezas com relação ao futuro da banda.

Em 1964, John, Paul, George e Ringo fazem a sua primeira Turnê Mundial, fazendo shows pelos Estados Unidos, Canadá, Australia, Dinamarca, entre outros paises. São 31 shows em apenas 31 dias… Voltam a Londres para gravarem o Álbum “Beatles For Sale” e voltam a excursionar. Além dos shows, ainda têem tempo de rodarem o primeiro longa-metragem, o filme “A Hard day’s Night”. Desgastados pela histeria dos fãs, quartos de hotéis,um verdadeiro bombardeio de repórteres e fotógrafos, vidas reclusas pelo fenômeno “Beatles”, no final disso tudo, John, Paul, George e Ringo sentiam-se dilacerados, mas ainda gravam o álbum Help!, trilha sonora do 2º Longa-metragem que participam.

Ainda em 1965 gravam o excelente Álbum “Rubber Soul”, mas era impossível reproduzir no palco músicas como Nowhere Man, por exemplo…

De uma modesta banda do interior da Inglaterra a ídolos mundiais, The Beatles virariam ícones e suas vidas se tornariam conturbadas; os desentendimentos entre John Lennon e Paul McCartney dutrante os ensaios e gravações de Rubber Soul, a viagem para as Filipinas em 1966, quando quase foram linchados pela população, a mando do Presidente Marcos, isso tudo fez com que eles parassem com os Shows. Não suportando mais a pressão dos cansativos Shows, quartos de Hotéis e Aeroportos por dois anos consecutivos, os Beatles partem para sua última excursão, em agosto de 1966. Dia 19 de Agosto de 1966, George Harrison avisa que “não faz mais shows ao vivo”. Paul McCartney tenta contornar dizendo que “Os Beatles só vão dar um tempo”… Mas em San Francisco, California, no Candlestick Park, seria o último show da maior banda de todos os tempos. A partir daí, Os Beatles passam a trabalhar apenas em estúdio, fazendo músicas mais sofisticadas e elaboradas…Era o fim de uma era fantástica de shows e  alegrias.

Mesmo inconformados, os fãs já sabiam que a Beatlemania chegava ao fim!


Por Johnny Beatle, BEATLEMANIA CLUB

John Lennon – Entrevista a um Fã-Clube

Amigos, a fonte desta entrevista indica o ano de 1970, no entanto, John anuncia aqui, que no dia seguinte estaria viajando para Amsterdã para o bed-in, oras… isso foi logo após seu casamento em 1969!

FC- Eu preparei uma lista de musicas que, a meu ver, estão associadas a você; musicas que me deram a impressão de descreve-lo um pouco : You’ve got to hide your love Away; Strawberry Fields, It’s Only Love; She said, She Said; Lucy in the Sky; I’m Only Sleeping; Run for your life; I am the Walrus; All You need is love; Rain ; Girl.

Lennon – Ah, Sim! Você sabe, concordo com algumas delas. Certo: Coisas como Hide Your Love Away – isso foi logo depois que eu descobrir Dylan. It’s Only Love também , só que eu sempre tive vergonha , por causa da letra abominável; mas acho que , provavelmente , todas estão bem escolhidas. Ontem à noite George deu um pulo aqui e falou disso: – “Lembra-se como a gente ficava meio tímido quando chegava a hora da guitarra e nós mandávamos o blam-blam-blam?” Não que nós não gostássemos, mas havia alguma coisa errada. E She Said She said – puxa! Dessa eu gostei, porque nessa época eu estava meio mal, pois escrevia muito sem poder ouvir, mas aí, quando eu ouvi, eu gostei. Lucy in the Sky muito certo. Sleeping : é isso mesmo… Run for your life eu sempre detestei, sabe; Walrus , sim; Girl, sim,; All You need is love – bem, isso você sabe que é natural. As que realmente tiveram um significado para mim -de Hide You Love Away eu não sei , pois faz muito tempo – foram talvez, Strawberry Fields forever , She said, Walrus, Rain, e Girl , e mais uma outra coisa Day Tripper, Paperback Writer e mesmo Ticket to Ride. Lembro-me disso. Foi uma espécie de mudança bem nítida … Norwegian Wood, aquela citara. Na verdade , todas eu considero como estados de espirito ou momentos.

 

FC – Ouvi dizer que Strawberry Fields foi escrita uma vez em que você estava sozinho, na praia.

 

Lennon – Justo; Na Espanha, quando eu filmava How I Won the War. Eu estava atravessando uma espécie de momento critico – sabe, de vez em quando fica muito importante para mim fazer uma musica – e daí levou bastante tempo para que a fizesse. Entende? Eu escrevia de pedacinho em pedacinho. Pretendia que a letra ficasse como se fosse uma conversa. Não funcionou, aquele verso saiu meio ridículo, e eu queria que fosse assim (John Cantarola): “Nós estamos conversando e acontece que eu estou cantando” – sentiu? Além disso, tudo era muito calmo. Afinal de contas, a música foi escrita em parte num casarão espanhol e o resto acabado na praia. Foi realmente muito romântico – ao cantar também – e eu não sei quem mais estava lá.

 

FC – Você não vê alguma coisa de especial nessa música?

 

Lennon – Oh, sim, claro que sim. Ela foi muito importante, tal como foi Ticket to Ride. Já Rain, nem tanto. Foi nessa época que eu descobri, acidentalmente a reversão. Foi a primeira vez. No final de Rain eu canto da frente para trás: a reversão. Nos já tínhamos acabado o grosso do trabalho na gravadora EMI, e estão , como de habito, levamos o resultado para casa a fim de tentar descobrir mais algum efeito, ou prever como ficaria a parte da guitarra. Bem, cheguei em casa às cinco da manhã , com a cabeça como chumbo. Zonzo de sono, liguei o gravador com as fitas recém – gravadas. Acontece que acabei pondo a fita ao contrario e a musica saiu do fim para o inicio. Eu fiquei quase em transe grudado no alto – falante. Que é isso? Que é isso? É demais, entende? Muito bacana! Daí eu comecei a querer que toda a musica, ou quase , ficasse em reversão; foi isso. Então nós introduzimos o pedaço ao contrario no fim da musica. Tudo aconteceu porque eu pus a fita errada e o som saiu ao contrário, e eu achei genial, a voz é como a de um velho índio.

 

FC – Já se escreveram muitas análises filosóficas sobre as suas músicas, particularmente Strawberry Fields

 

Lennon – Bem, eles podem destrinçá-las. Eles podem destrinçar qualquer coisa. Quanto a mim, eu pego as coisas como um todo, sabe? Eu escrevo as letras e só depois vejo o que querem dizer. Principalmente algumas das músicas melhores, ou das que fluem, que ondulam melhor, como Walrus. Primeiro verso inteiro foi escrito sem qualquer consciência do que iria sair. E Tomorrow Never Knows – na hora eu não sabia o que estava dizendo, só descobri depois – é por isso que aquelas pessoas gostam dela. Quando eu gosto de uma letra, sei que em algum lugar as pessoas a estarão olhando; quanto ao resto das músicas, não interessa, porque elas funcionam em todos os níveis. Qualquer coisa. Não me importo com o que elas provoquem. E eu gosto das pessoas que sentem que eu tenho um estranho tipo de senso ritmo. Eu sempre me perdia. Meu ritmo é esquisito.

 

FC – Os críticos sempre tentam achar dentro de suas músicas coisas que não existem.

 

Lennon – Existem sim. É como arte abstrata. Verdade, é justamente a mesma coisa. Quer dizer simplesmente que, quando você teve de pensar sobre uma coisa para escreve-lá, você já trabalhou. Mas quando a gente simplesmente diz a coisa, irmão, você sente que está comunicando: é um fluir continuo . É igual a quando a gente está gravando ou então só tocando: quando você se desliga e sente que estava na sua, mas que não foi nada, foi tudo muito puro e… bem, é isso mesmo que a gente procura o tempo todo, sentiu?

 

FC – Até que ponto você concorda que as músicas contribuem para formar o mito de estado de espirito?

 

Lennon – Não sei. Nós ficamos meio pretensiosos. Como todo mundo, nós tivemos nossa fase e agora estamos mudando um pouco, tentando ser mais naturais, menos na base do ‘Táxis de papel de jornal’, digamos. Nós estamos mudando, simplesmente; não sei muito bem o que está acontecendo, mas continuo escrevendo músicas. Sério, eu gosto mesmo de rock and roll. Quer dizer, aqueles lá (mostra uma pilha de discos da década de 50); eu gostava deles naquela época, gosto deles hoje em dia e, de vez em quando, tento reproduzir Some Other Guy ou então Be-bop-a-Lula . Seja qual for, para mim é a mesma coisa: eu só quero saber do som.

 

FC – Os Beatles são o único conjunto que já estabeleceu diferença entre amigos e namorados. Numa música vocês dizem que a “Garota”(Baby) pode guiar o carro; já em “We can work it out”, vocês se referem à “amiga”. Pelos padrões dessa distinção, as “garotas” nas músicas dos outros conjuntos ficam bastante depreciadas.

 

Lennon – É? Não sei por quê. A idéia acima foi do Paul: “Vou-lhe dar um anel de diamante, minha amiga”. E foi usada como uma alternativa para garota (Baby). Mas o seu ponto de vista também seria lógico. Na verdade eu não sei. A sua interpretação é tão valida quanto qualquer outra. Em Baby, you’re a rich man, a intenção era mandar as pessoas pararem de se lamentar, cada um é rico , todos somos ricos.

 

FC – Então a música é de gozação?

 

Lennon – Bem, todas elas ficam um pouco assim, porque isso tudo existe nelas. Pode acontecer quando as escrevemos ou quando cantamos. Entende? Basta uma ligeira mudança de entonação nas diferentes gravações de cada música para que o sentido da letra se transforme; por isso é que nunca temos certeza do que fizemos até ouvir a versão definitiva. E nesse ponto o lado gozativo já ficou bem forte.

 

FC – Alguém canta suas músicas bem, fora vocês?

 

Lennon – Bem, Ray Charles cantando Yesterday é bonito. E Eleanor Rigby , também, é muito bacana. Eu gosto muito das cordas nessa gravação; parece o som de cordas em 1930. José Feliciano está muito bom em Help e Day Tripper. Got to Get you into my life: claro que a gente dá das nossas com o som de Detroit. Sabe, nós somos influenciados, caminhamos na mesma direção, num dado momento. Se eu tocasse agora um disco dos Rolling Stones e um dos Beatles você veria algumas semelhanças, apesar de sempre ter existido uma distância grande entre nós e eles. Em todos nós a batida está ficando pesada. Como é que nós já fizemos coisas leves? Nós já fizemos musica Country antes, porque o Ringo gostava. A sua musica no LP The Beatles saiu country e, para ajudar, nós ainda pusemos o violino. Mas nenhum de nós esperava que a moda da música country viesse. Já que veio ótimo. O que a gente está tentando é fazer rock and roll com menos filosofia, porque achamos que devemos partir para o rock, porque a gente, na verdade, é mesmo do rock. Dê-me uma guitarra e ponha-me na frente do público. Mesmo em estúdio se for o caso, eu estou na minha, sabe? Não na base de Elvis – mas o seu equivalente: para mim é o natural simplesmente. Todo o mundo diz que a gente faça isso ou faça aquilo, mas o nosso caso é rock, sabe? Igualzinho e sempre. É esse o caso dos Beatles: rock, definitivamente. O que fizemos em Sgt Pepper foi rock e não-rock. A Day in The Life: essa foi demais. Gostei muito. Foi um bom trabalho do Paul e meu. Eu tive a idéia do I read the news today e o Paul achou genial – sabe, de vez em quando um de nós acha realmente genial uma idéia do outro – daí ele só fez dizer : “Justamente!” , acertou em cheio e tudo o mais. Foi muito bacana; nós mesmo fizemos os arranjos e ensaiamos – o que quase nunca a gente faz – na mesma tarde. Como nós todos sabíamos o que estávamos tocando, entramos na música. Tudo foi muito bacana, tudo, dessa vez. Paul cantou uma metade e eu a outra. Faltava ainda uma parte , mas seria forçado escrevê-lá, já que todo o resto havia saído tão espontaneamente; porém Paul já tinha a parte que faltava. Ela lembra um pouco 2001, não é?

 

FC – Então você não acha que essa música foi o máximo que atingiram?

 

Lennon – Não, não acho. Na minha opinião, tudo o que estamos fazendo hoje em dia ultrapassa qualquer coisa que já tenhamos feito. Mesmo que não seja possível comparar as músicas. O caso é que as músicas já feitas não são mais da onda. Elas foram muito bacanas, mas foram só músicas, sabe, ótimas e tudo mais, mas há coisas muito melhores por fazer.

 

FC – Hey Jude foi influenciada – talvez inconscientemente – pelos hinos religiosos hindus (Mantras)?

 

Lennon – Acho que não – pelo menos conscientemente. Você deve estar se referindo à repetição prolongada no fim da musica, não? Eu nunca pensei nisso, mas é tudo válido, sabe? A gente havia acabado de voltar da Índia. Quanto a mim, sempre associei Hey Jude às primeiras músicas dos Drifters, ou a You’d better move on, ou a Bring It Home to me, de Sam Cooke, ou então Send me Some Loving; todas elas me parecem expressar o mesmo tipo de sentido.

 

FC – Você se sente livre para dizer o que quiser numa música?

 

Lennon – Sim. Antigamente eu – bem, todos nós – excluíamos frases, temas e até notas, porque eram banais, clichês. E isso vinha assim até o ano passado, quando todos nos libertamos disso com Revolution, onde retornamos ao básico. Nessa musica eu toco guitarra e não melhorei nada como guitarrista desde que havia parado de tocar nos discos. O som é aquele mesmo que eu queria.
É uma pena que eu não toque melhor o dedilhado, sabe? – mas que seria impossível fazê-lo, no ano passado; eu ficaria muito paranóico. Eu não conseguiria tocar o di-di-di-di-di-di, e, por isso, quem tinha de tocar era o George ou então um guitarrista melhor. Mas agora eu acho muito bacana, inclusive os clichês. Nós já passamos a fase de não usar certas palavras só porque elas não fariam sentido. E é claro que Bob Dylan nos ensinou muito a esse respeito. Outra coisa: eu escrevia de um jeito contos e livros, e de outro as letras de música. Nos livros eu escrevia num estilo completamente livre quanto à forma, mas quando começava a escrever uma letra tinha que ser dentro do
di-di-di-di-di-di da musica. E foi só com Dylan e todo o movimento contemporâneo que eu vi que dava tudo no mesmo, que o caso era cantar as palavras.

 

FC – Você escreve as suas músicas com instrumentos ou na cabeça?

 

Lennon – No piano ou na guitarra. Quase todo o LP the Beatles foi feito na guitarra, porque nós estávamos na Índia e lá só tínhamos as guitarras. As músicas saíram diferentes. Eu senti falta do piano, porque é diferente escrever ao piano e na guitarra. Eu toco piano pior do que guitarra; alias eu quase nem sei quais são as notas do piano. E é melhor ter um pouco menos de tintas para pintar, rá-rá.

 

FC – Que achas da versão de Bob Dylan para Norwegian Wood?

 

Lennon – Eu fiquei muito paranóico. Lembro que ele a tocou para mim quando esteve em Londres. Ele disse: Que tal”? E eu respondi: “Não gostei”. E não gostei mesmo; fiquei muito paranóico. Eu achei que era gozação pura, sabe? , mas não era. Era para valer. Quer dizer, ele não estava tirando onda para cima de mim. Eu estava entendendo.

 

FC – O que achas de suas novas músicas?

 

Lennon – São boas. Só que eu acho o acompanhamento meio chato, e é tudo. Mas ele tem razão no que está fazendo, porque em geral ele tem.

 

FC – De certa forma você e Dylan se relacionam.

 

Lennon – É? É, durante algum tempo nós andamos juntos, mas eu não consegui agüentar. Muito paranóico. Eu sempre o visitava quando ele vinha a Londres. Eu comecei a achá-lo bacana uma vez em Nova York. Ele pensava que em I want to Hold Your Hand, quando diz “I Can’t hide”, fosse “I get High”: era isso que ele entendia. Daí ele apareceu com Al Aronowitz e nós ficamos naquela, foi uma gargalhada só a noite toda. Somos muito gratos a ele.

 

FC – Vocês ainda se vêem?

 

Lennon – Não. Porque ele está vivendo sua vidinha sossegada, está em outra. Se eu estivesse em Nova York, seria ele a pessoa que gostaria mais de visitar. Eu já me desenvolvi ao ponto de poder me comunicar com ele. Nós dois éramos muito fechados, sabe? E claro que sendo eu fechado não conseguia descobrir que ele era fechado; eu era meio… tudo isso. Mas a gente se via, porque gostava da companhia um do outro.

 

FC – As fotografias na capa do disco Two Virgins são tão simples que lembram os daguerreótipos…

 

Lennon – Ah, é porque fui eu que tirei. Eu também sou fotógrafo, sabe? Quando eu fui ao Japão algum japonês vivo me deu uma Nikon, e tenho ainda a Pentax, a Cannon, a vum – vum e todas as outras. Então, eu resolvi tirar as fotos eu mesmo.

 

FC – Você não liga para as gracinhas dos chatos na rua?

Lennon – Não, não. Claro que não era muito confortável andar pela rua com os choferes de caminhão soltando piadas, etc., mas isso acaba passando. Na realidade, todos nós estamos nus. Quando atacam a Yoko e a mim, sabemos que eles são paranóicos, não ligamos muito. São eles que estão por fora, e a gente sabe que eles não sabem que não sabem; todo esse pessoal vive no nada. O caso é que o disco também significa o seguinte: “Olha, não chateia, tá? É um casal – que foi que nós fizemos?”

 

FC – Lanny Bruce (um cômico) já se comparou a um médico, argumentando que, se as pessoas não estivessem doentes, não precisariam dele.

 

Lennon – É isso mesmo, não é? Desde que nós passamos a ser mais naturais em público – nós quatro – já levamos muita paulada. Quer dizer, nós estamos sempre como somos, sempre naturais; não poderia ser de outro jeito, nós não estaríamos onde estamos se não fosse assim. E foi preciso a força de todos os quatro para chegar até aqui, nenhum de nós teria conseguido chegar ao sucesso e ficar lá. Não sei por que sou o mais atacado, mas deve ser por que sou eu o que fala mais; sabe, me dá alguma coisa e eu esqueço o que sou, até que, quando vejo, já deu galho de novo. Quer dizer, a gente é atacado por baixo, pelo próprio pessoal da música – eu pessoalmente. É todo mundo agindo assim. E eu acho bom pararem logo.

 

FC – É pena que as pessoas não possam vir até aqui individualmente para ver como você está vivendo.

 

Lennon – É, é isso mesmo. Passou mais de um mês depois que eu e Yoko viemos morar juntos, que eu não vi Ringo e sua esposa, e ainda havia rumores circulando sobre o filme e tudo o mais. Maureen dizia que achava muito esquisito o que estava acontecendo e onde a gente andava. E todos os meus amigos e o pessoal da Apple reagia estranhamente quanto a Yoko e a mim, e a tudo o que estávamos fazendo – “Será que eles estão doidos”? Claro que não estávamos, mas, se eles ficavam intrigados e achavam estranho o fato de nós dois estarmos juntos e fazermos o que fazíamos, imagine o resto do mundo o que não pensava…

 

FC – A revista Times publicou uma entrevista com Jean-Luc Godard

 

Lennon – Ah, sim, e ele disse que nós devíamos fazer não-sei-o-quê. Olha, isso é despeito de um cara que não conseguiu que nós aparecêssemos num de seus filmes (On Plus One, no qual os Stones aparecem), e eu não esperava isso de alguém como ele. Prezado Sr. Godard, o fato de nós não concordarmos em fazer um filme consigo, não quer dizer que a gente julgue que está fazendo coisas mais importantes. Nós todos devemos fazer tudo o que estamos fazendo.

 

FC – Mas Godard colocou a questão em termos políticos. Ele disse que quem não concorda com as instituições vigentes e tem dinheiro e influência devia lutar para substitui-las, e que vocês não o fazem.

 

Lennon – E o que acha ele que nós estamos fazendo? Ele que pare de ver só seus próprios filmes e dê uma olhada no resto do mundo.

 

FC – Que aconselharia a um ativista do Poder Negro que tivesse mudado de idéias, mas fosse impedido de se integrar na sociedade?

 

Lennon – Bem, eu não diria nada, porque ele é que tem de descobrir. Se ele achar que a única solução é a violência, não adianta tentar convencê-lo do contrário, porque ele sabe melhor que eu qual é a situação. A violência está em todos nós também, e por isso eu introduzia a parte do sim e não em algumas gravações de Revolution e na versão para a televisão: “Destruição, sabe, não conte comigo … mas conte comigo”; contra e a favor, sim e não , é como o Yin e Yang das religiões orientais. Eu prefiro o não, prefiro ser contra a violência. Porém ela existe em nós. Não sei o que faria no lugar do sujeito acima ; mas acho que eu não seria muito pacifico nem humilde.

 

:: 2ª entrevista ::

 

Lennon – Não acho natural que as pessoas tenham de se incomodar com o nosso casamento, como se este fosse o fato mais estranho ocorrido no mundo ultimamente. Não há nada de mais natural duas pessoas se casarem quando se amam realmente. É, acima de tudo um ato de confiança mútua, o casamento só diz respeito às duas pessoas por ele envolvidas. Quando falo no amor, entre eu e Yoko quero dizer que ele atinge a tudo que fazemos, tudo o que nos rodeia. Entenda, não se trata apenas do fato de dizermos que ele existe. Na verdade ele existe realmente.

Yoko – O casamento muda as pessoas nele envolvidas. Assim foi comigo nas duas vezes que me casei anteriormente, assim foi com John. Mas ele está acima de qualquer obrigação com essa sociedade tão cheia de erros. É algo superior, que só a nós interessa. Paradoxalmente, se o nosso casamento interessa ao mundo, não é pelo simples fato de ser um dos Beatles, mas porque um homem tenta pela segunda vez encontrar uma razão para viver, o que só conseguimos pelo amor total.

 

Lennon – Alguns jornalistas insinuaram, logo que começamos a viver juntos, eu e Yoko, que as divergências entre os Beatles aumentavam dia a dia, que muito em breve iríamos nos separar e o exemplo disso eram alguns de nossos negócios em comum que foram desfeitos. Paul , George, Ringo e eu somos tão unidos quanto no começo dos Beatles como conjunto musical. Todos sabem que mudamos muito desde então, e todos devem saber também que temos consciência disso. Sabemos da influencia do grupo em todos os jovens do mundo inteiro. Yoko nada tem a ver com nossas relações que continuam inalteradas, fiquem tranqüilos. Os Beatles existirão ainda por muito tempo, sob outras formas, diferentes de hoje, talvez, porque tudo evolui, mas eles nunca vão desaparecer. O que é importante dizer, como todos os homens, um é diferente do outro. Assim, se Paul é mais agnóstico, mais cínico na maneira de ver o mundo do que eu, isso não quer dizer que nunca mais nos falaremos. A vida mostrará quem tem razão.

Desde que paramos de dar apresentações para o público, nós resolvemos nos permitir uma série de necessidades que há muito se manifestavam dentro de nós. Assim é que Paul fez filmes curtos com Ringo, George estudou musicologia oriental e eu escrevi dois livros e produzi um filme com Richard Lester, How I won the war (Como ganhei a Guerra). De cada uma dessas experiências trouxemos alguma coisa de novo para o nosso trabalho em conjunto. Mas as pesquisas de cada um se desdobram, as necessidades de expansão de uma força de criação se fazem notar cada vez mais fortes, e ai sentimos necessidade de explodir. Cada um de nós o faz de uma maneira, certo?
Os Beatles existirão sempre como organização, e sabe porque? Pela possibilidade que teremos de fazer alguma coisa pela juventude, pela paz no mundo. Amanhã mesmo partiremos para Amsterdã onde participaremos de várias manifestações públicas pela paz no mundo. E eu e Yoko pensamos em continuar a participar desse movimento pela paz até que aqueles que pensam que nós somos dois farsantes vejam que nunca falamos mais sério em nossa vida. O que acontece é que todas as pessoas que participam contra o sistema, hoje em dia, correm o risco de ficarem tristes demais. Mas eu penso que esse tipo de luta não impede que sejamos alegres. Eu prefiro ser sempre o cara que chega numa festa e anima as pessoas tristes apenas com a presença.

 

Yoko – John e eu sabemos o risco que estamos correndo, sabemos que os inimigos pensam que somos dois farsantes. Mas no momento em que eles virem que estamos realmente decididos a enfrentá-los, temos certeza de que eles tentarão tudo, e até mesmos métodos violentos. John e eu sabemos que corremos o risco de sermos assassinados.

 

Lennon – Foi o que ocorreu com todos os personagens que falaram de paz no mundo recentemente, os Kennedy, Luther King e Gandhi. Não faremos nada político, mas um movimento muito amplo, que contará com os jovens de todo mundo.
A paz é necessária para a sobrevivência dos homens em condições naturais. Poucas pessoas têm vivido de verdade nessa época tão confusa. Temos a responsabilidade de descobrir um novo caminho. Afinal é hora de assumirmos a direção do Submarino Amarelo

Os inimigos? Eles são muitos, poderosos, e estão por todas as partes em que existam mais de três homens vivendo. Estão no ar, estão no espírito.
Os inimigos querem destruir a possibilidade que o homem tem de encontrar a paz e a tranqüilidade necessárias para a sua sobrevivência. É preciso que as pessoas acreditem que precisamos ser contra a guerra, de qualquer maneira. Mas não é a guerra que resolverá qualquer problema, não é a guerra que trará para o homem o caminho da paz. É preciso que os homens acreditem na possibilidade de uma paz sem guerra. Uma paz permanente. Por isso os inimigos poderão ficar bem tranqüilos quanto ao futuro dos Beatles.
Continuaremos unidos, por sabermos que esta é a maneira de mostrarmos que temos um caminho a percorrer, uma existência a cumprir.
Ficaremos sete dias sem levantar da cama em sinal de protesto contra as guerras em todo o mundo. Gostaríamos que os jovens nos acompanhassem em nosso protesto.

 

John Lennon já estava em lua-de-mel com Yoko Ono, no Hilton Hotel de Amsterdã. No quarto, frutas, discos, gravadores, caixas de chocolate. A um canto, vestindo robes brancos de guru, o casal Beatle recebe os jornalistas. John fala mansamente – “O que todos devem compreender é que a nossa ambição é apenas deixar um exemplo de viver”. E acende um cigarro. O regime macrobiótico não impede seus seguidores de fumar e ele o faz com certa freqüência, às vezes com haxixe em vez de tabaco.

Lennon – Quando estou cansado, prefiro fumar a beber algumas doses de uísque. Está provado que o álcool prejudica o organismo, enquanto o fumo, qualquer que seja ele, não. Além disso , não há ressaca.
E os Beatles? Eles existirão sempre, mesmo em outra sociedade, em outro sistema. Nós estamos em todas as partes, até mesmo no ar.

 

E John, abraçando Yoko, soprou forte a fumaça do exótico cigarro…

Postado por Alessandra Mota

Fonte: http://www.geocities.com/SunsetStrip/Scene/7525/6.htm

Revivendo a Historia de Astrid Kirchnerr e Klauss Voorman: Hamburgo, 1961

Abril de 1961, Hamburgo, Alemanha:
Os Beatles (ainda The Beetles) vão tocar no Top Ten Club e lá conhecem os estudantes alemães de Artes…
Klauss Voorman e Astrid Kirchnerr.
John Lennon, guitarrista dos Beatles e Stuart Sutcliffle, baixista da banda, se empolgam por Astrid e Stuart, uma
amizade que duraria anos.
Estudante de Fotografia, Astrid faz as fotos dos Beatles  em Hamburgo, ainda com blusão de couro e topetes, logo depois mudado para as famosas franjinhas já usadas pelos estudantes de artes de Hamburgo…
Stuart assume o romance com Astrid Kirchnerr e sai da banda,
pressionado pelos insistentes apelos de Paul, pois Stuart não sabia tocar baixo. Stuart fica em Hamburgo, morando com Astrid e volta à Faculdade de Artes…
Logo depois, Stu morre de hemorragia cerebral, e os Beatles seguem como quarteto: John, Paul, George e Pete

Na Foto acima, um momento romântico de
Stuart Sutclifle e Astrid Kirchnerr, em Hamburgo.

Os Beatles só souberam da morte do amigo depois
que voltaram a Hamburgo, um ano mais tarde, quando já estavam nas paradas de sucesso…

Com a morte de Stu, Klauss Voorman assume o
vazio deixado por Stuart, grande amigo de John,
e passa a conviver com os Beatles quase que
diariamente.

O segundo Álbum dos Beatles (foto abaixo) WITH THE BEATLES, foi uma idéia de John e Paul como uma homenagem a Astrid Kirchnerr. Uma réplica das fotos que ela fez com a Banda, em Hamburgo

Em 1964, numa das tournees dos Beatles, Paul  McCartney liga pra Klauss para que ele fôsse visitá-los. O que Klauss viu chocou-lhe muito e disse, logo depois: ” Eu os vi crescer e eu mesmo não acreditava que eles virariam o que se tornaram. Foi uma pena ver John mendigando algo pra comer:
Eu disse a John: Como pode, vocês tão ricos e famosos serem tratados como animais de circo? Vi que meu mundo não era aquele e por mais que John pedisse para que eu ficasse com eles, eu fui embora, antes de eu passar por uma experiência traumatizante: A gente estava na Limosine e várias garotas cercaram o carro numa cena bizarra.Não sei se foi Paul ou George, mas alguém disse:_ Saia com o carro depressa! O motorista arrancou com a Limosine que quase se espatifou num poste e John gritava: Klauss, pegue a porta, pegue a porta.”

Klauss Voorman voltou a trabalhar para os amigos, fazendo a capa do Álbum Revolver, em 1966. E, depois do fim da banda, em 1970, Klauss
passou a ser o baixista de John Lennon nas duas bandas que ele fundou:
A Elephant’s Memory e a Plastic Ono Band….
Astrid Kirchnerr dá palestras pelo mundo mostrando sua arte:
As fotos que entraram para a História…
Colaboração: Johnny Beatle
Em: 16-12-2007

Paul McCartney critica a gravadora EMI

Sexta-feira, 14 de dezembro de 2007, 12:40
Paul McCartney critica EMI em entrevista ao ‘Times’
Depois de 45 anos na gravadora, ex-baixista dos Beatles busca novos rumos profissionais

LONDRES – Em uma entrevista ao jornal britânico The Times, o músico britânico e ex-Beatle Paul McCartney criticou a EMI, gravadora com a qual trabalhou por 45 anos.

“Todos na EMI tornaram-se uma espécie de mobília. Eu seria o sofá; o Coldplay a poltrona”, disse o ex-baixista dos Beatles, mostrando seu descontentamento e o motivo por ter deixado a gravadora, em junho deste ano.

Segundo declarações do ex-beatle, além de se sentir pressionado, Paul estava cansado da rotina: “Você vai a algum lugar, fala com milhões de jornalistas e são sempre as mesmas perguntas. Então eu comecei a pensar ‘Deus, nós precisamos fazer algo diferente’.”

O cantor britânico assinou contrato com a Hear Music e seu primeiro álbum com o novo selo, o “Memory Almost Full”, vendeu, na primeira semana, mais cópia nos Estados Unidos do que qualquer outro trabalho do artista.

40 anos do álbum Sgt. Pepper, dos Beatles!

Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band completa 40 anos em 01-06-2007, e sempre será o meu álbum preferido!

Em busca de opiniões de músicos a respeito deste álbum, encontrei alguns comentários, como uma entrevista de Noel Gallagher, do Oásis, ao jornalista Colin Paterson da Rede BBC inglesa no mês de Junho passado, quando o músico declarou mais uma vez sua admiração pelos Beatles ao afirmar que nunca haverá outra banda como eles.
Para falar de Sgt. Peppers agiu como um fã, e seguem alguns trechos da entrevista:

Pergunta: O que Sgt. Peppers representa para você?
Resposta: É muito especial para mim! Nasci no dia 29 maio de 1967 e Peppers foi lançado horas depois, no dia primeiro de junho. Gosto de dizer que quando estava chegando ao mundo, na maternidade do hospital St. Mary,s em Manchester, Sgt. Peppers estava tocando nos receptores de rádio do hospital.

Pergunta: Houve envelhecimento das canções, 40 anos depois?
Resposta: Não. As canções continuam fazendo você flutuar e sonhar. Eu penso que quanto mais velho você fica, mais as aprecia.

Pergunta: Por quê?
Resposta: Porque algumas das maiores canções dos Beatles estão lá, como A Day in the Life e Lucy in the Sky With Diamonds.

Pergunta: Algum grupo ou banda dos tempos atuais pode ser comparado aos Beatles?
Resposta:Não existe nenhuma com essa condição. Não gosto de comparações. É preciso entender que os Beatles tiveram seu tempo. Eternizaram-se e surgiram numa outra época. Então não dá para estabelecer comparativos entre um grupo de hoje e outro dos anos 1960. Eu acho que você só pode ser do seu tempo. Também é preciso considerar que a música tinha muito mais importância nos anos sessenta que atualmente. De todo modo, nunca haverá outra banda como os Beatles.

Pergunta: Você gostou do álbum “Love”?
Resposta: Chapei quando ouvi. Fiquei impressionado com a “junção” da alta tecnologia com o talento dos Beatles perpetuado nas gravações. O resultado foi a “montagem” daquela trilha sonora futurista, uma autêntica viagem sonora. Uma das melhores coisas que eu escutei foi o “cruzamento” da percussão de Tomorrow Never Knows com os vocais de Within You Without You. Aquilo é uma coisa absolutamente emocional, são os Beatles vivos sendo reinventados por eles próprios. Uma coisa meio louca. Fantástica!

“Acho que o fã que merece mais respeito é aquele sujeito que toma um ônibus vai até a loja de discos, compra meu álbum, volta para casa, e se põe a ouvir atentamente, ao mesmo tempo em que desmonta o encarte e lê cada linha, cada detalhe das informações contidas lá. Este é um verdadeiro fã”. (Paul McCartney)

Pois bem, está aí um depoimento interessante sobre o álbum que também mexeu demais com a minha cabeça lá naquele distante ano de 1967, quando fui a São Paulo, na famosa Rua Augusta, na companhia de meu irmão mais velho, especialmente para adquirir aquele que seria o meu disco preferido, o disco que me levaria a dedicar-me ainda mais aos estudos da língua inglesa porque queria entender as letras e cantar junto com eles, mesmo sendo leiga em termos musicais.

Alguns depoimentos de artistas por ocasião dos 40 anos do álbum Sgt. Pepper

Alguns depoimentos de artistas por ocasião dos 40 anos do álbum Sgt. Pepper

Beatle’s News: Mecha de cabelo de Lennon é vendida por US$ 48 mil

Mecha de cabelo de Lennon é vendida por US$ 48 mil
Ex-cabeleireira dos Beatles colocou vários objetos do grupo à venda. Há fotos autografadas e lembranças de shows memoráveis.

Uma mecha de cabelo de John Lennon foi vendida, nesta quarta-feira (12), por 24 mil libras (US$ 48 mil), em um leilão com objetos memoráveis dos Beatles. A coleção pertencia à cabeleireira da banda, Betty Glasow. A casa de leilão Gorringes havia estimado que a mecha de cabelo poderia ser vendida por 2.000 ou 3.000 libras (US$ 4.000 ou US$ 6 mil). “É surpreendente que ainda haja tanto interesse nos Beatles, e a venda mostra que Lennon ainda é um ícone”, afirmou Francesca Collin, porta-voz da Gorringes.

Lennon deu a mecha de cabelo a Glasow, que foi cabeleireira dos Beatles, colada em uma cópia do livro “A spaniard in the works”. Na dedicatória, ele escreveu: “Para Betty, muito amor e cabelo, John Lennon”. O leilão, realizado em Worthing, na Inglaterra, ainda colocou à diposição dos fãs fotos autografadas e outros objetos memoráveis. Segundo o responsável pelo leilão, Glasow decidiu vender os objetos porque queria que os fãs os tivessem. “Ela sente que ao invés de deixar essas coisas guardadas, verdadeiros entusiastas poderiam aproveitá-las”, afirmou Nick Muston, diretor da casa de leilões Gorringes. Estavam também à venda uma foto autografada por George Harrison como ‘George Dandruff Harrison’ e o programa e a entrada de um show que os Beatles fizeram em 1965 em Londres.

Glasow também trabalhou com muitos atores. Sua coleção inclui um álbum de fotos autografadas e mensagens pessoais de Michael Caine, Peter Ustinov, Steve McQueen, Harrison Ford e do elenco de “Harry Potter”.

By Lucinha

Beatle’s News: lançamento da Biografia escrita por Bob Spitz

Livros sobre os Beatles lideram pacote de fim de ano de obras ligadas a temas musicais:

A um repórter que questionava como seria a vida na banda mais famosa do mundo, George Harrison disse, certa vez: “A melhor coisa é abrir os jornais de manhã e não encontrar nada sobre você”. Mais de 30 anos após o fim dos Beatles, Harrison não encontraria seu nome apenas nos jornais mas nas prateleiras das livrarias.
Neste final de ano, em meio a um pacote de lançamentos ligados a temas musicas, chegam ao Brasil mais duas obras sobre John Lennon

(1940-1980), Paul McCartney, George Harrison (1943-2001) e Ringo Starr: “The Beatles: A Biografia” e “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band – Um Ano na Vida dos Beatles e Amigos”.
No primeiro, o jornalista norte-americano e autor de uma biografia sobre Bob Dylan (“Dylan: A Biography”) Bob Spitz utiliza 846 páginas para contextualizar a vida e a carreira dos Beatles e de seus integrantes -especialmente as de Lennon e de McCartney. Mais de uma centena delas é reservada a notas, referências e informações sobre a metodologia de seu trabalho, que levou sete anos para ser completado.
No apêndice, Spitz afirma que sua proposta era preparar uma biografia “definitiva”. O que é um desafio e tanto não apenas por tratar de um ícone idolátrico mas porque os Beatles são dos artistas mais escrutinados da música -desde os anos 1960, os Fab Four são assunto de mais de 500 obras.
Spitz diz ter entrevistado familiares, amigos e mais uma centena de pessoas que conviveram com os Beatles. O trabalho é minucioso. Ilumina com propriedade as tensões entre os quatro integrantes do grupo; o “fator mulheres”; as brigas pelo espólio da banda.
A narrativa é feita de modo linear, cronológico, disco a disco. Um deles, o mais famoso de todos, gerou um livro só para si.
Se a bem-sucedida carreira dos Beatles teve um ponto de virada, ele se chama “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” e aconteceu em 1967. A gênese do disco, que tem a capa mais célebre da história, é contada em “Sgt. Pepper’s… – Um Ano na Vida dos Beatles e Amigos”, do inglês Clinton Heylin.
Movido por um ceticismo saudável (ele prefere o “Revolver”), Heylin não fez um livro de beatlemaníaco, mas de especialista em música que não vê apenas a árvore (“Sgt. Pepper’s”) mas a floresta inteira -o efervescente cenário musical movido a LSD e experimentalismo do fim da década de 60.
“Entre agosto de 1966 e junho de 1967, a banda formulou o que acreditava ser um grande avanço musical. Mas sempre estiveram cientes, principalmente McCartney, de que havia bandas como o Pink Floyd que estavam começando a puxar as fronteiras, experimentando com o som. O livro é sobre essa corrida para ver quem chegaria primeiro lá”, diz o autor, por telefone, à Folha.
“”Pepper” não marcou o nascimento do rock, mas certamente o validou como um gênero livre e à parte do pop.”

Teologia da Divindade: Os Beatles no Santuário do século XX

Desde o fim da banda THE BEATLES em 10-04-70, passaram-se 37 anos. E, neste período de “ausência” dos FAB FOUR, muitas coisas foram ditas e atribuídas a eles; algumas não são verdades, outras, são!
Musicalmente não tenho muito a acrescentar além do que já foi dito e escrito exaustivamente até, sobre os Beatles, mas lendo um tópico recente na nossa Comunidade, a We Love The Beatles Forever, sob o título “The Beatles é uma religião?”, criado pelo membro Hugo Rhoden em 01-12-2007, me levou a pensar sobre o fato…
Mas, para entender o debate proposto pelo membro e, por conseguinte, questioná-lo, entendê-lo ou até mesmo aceitá-lo, voltemos ao cenário de 1966, quando John Lennon disse a célebre frase: “Agora somos mais populares que Jesus Cristo”.
John estava mentindo ao afirmar isso? Após esses 37 anos de “Divindade Terrestre”, ainda cremos no que John Lennon afirmara?
Teriam, os Beatles, um poder maior do que a própria mídia católica/evangélica, que invade grades de programações de TVs, contesta?
Estariam os Beatles acima do próprio “Santuário do século XX?
Bem, queria poder refletir mais sobre isso, procurar conceitos e achar uma resposta.
Mas… Os Beatles são mesmo uma religião, sempre foram, e assim como Jesus,andaram sobre pedras com multidões a tocá-los como Divindades que eram!
Se voltarmos ao ano de 1183, os Beatles seriam inimigos da igreja, propagadores de heresias, inimigos do Cristianismo, segundo a inquisição?
Obviamente que falo sobre a profundidade do assunto em excelência baseada numa possível teoria de estudo sobre a profundidade do assunto.
Mas, o que seria e não o que acreditamos ser?
Claro que, os valores dos tempos entre a inquisição e a Beatlemania, são meros estudos teológicos, não quer dizer, obrigatoriamente, uma verdade absoluta, única e irreal, mas de um estudo mais aprofundado e, não esqueçamos de Imagine (um mundo sem religião) contrastando com a profunda doutrina de George e seus mantras!
Mas, acho que isso seria um tema para um próximo debate na Comunidade!
Postado por Lucy Zanetti
Colaboração: Johnny
São Paulo, Brasil, 10/12/2007

The Beatles e as suas Longas Férias!

beatlesatbeach

Nos três primeiros meses de 1966, os Beatles, após desistirem da idéia de lançar um novo filme, foram curtir suas férias, que desta vez seriam maiores que de costume. Eles se divertiram em festas com os Rolling Stones, Micky Jagger e Brain Jones, o músico Steve Winwood, os americanos P.J. Proby e a banda Herb Alpert & The Tijuana Brass. Além de comparecerem à estréia do filme “Alfie”, estrelado pela atriz Jane Asher, namorada de Paul. Eles também foram platéia para artistas em excursão pela Inglaterra, como os americanos Stevie Wonder, Roy Orbison, The Lovin´Spoonful e Bob Dylan, o músico indiano Ravi Shankar e o compositor italiano, pioneiro em música eletrônica, Luciano Berio.
Entre uma festa e outra eles viajavam para fins de semana no Caribe e na Suíça, o que acabou gerando a falta de John e Ringo no casamento de George, em 21 de janeiro, com a modelo Patricia Anne Boyd.
George e Pattie embarcaram, em seguida, para uma lua de mel em Barbados, nas Bahamas. Os jovens milionários também fizeram investimentos, que determinaram suas vidas por um longo período. John instalou um estúdio caseiro em sua mansão em Kenwood, onde passou os próximos meses fazendo uma série de experiências sonoras. George adquiriu um possante Ferrari, apurando seu gosto pela velocidade. Paul, finalmente, se mudou para sua casa em St. John´s Wood, após meses de reforma, saindo da casa dos pais de Jane. Também comprou, em Kintyre, na Escócia, uma fazenda. Ringo investiu seu dinheiro em uma empresa de decoração e arquitetura chamada Brickley Building Company Ltd. Enquanto isso, as notícias no império Beatle não poderiam ser melhores: Já no começo do ano, o grupo The Overlads, levou ao primeiro lugar na Inglaterra, uma interpretação da canção “Michelle” (do álbum “Rubber Soul”); Os Beatles obtiveram, naquele ano, dez indicações ao Grammy; o documentário “The Music of Lennon e McCartney” foi exibido no prestigiado Festival de Montreaux; John e Paul receberam encomendas de composições para os artistas da gravadora americana Motown e para o cantor Tony Benett; As músicas dos Beatles começaram a penetrar, com força, nas rádios da Polônia, apesar das restrições do regime político daquele país. O jornal inglês “The Sunday Times”, em sua edição de 27 de março, anunciou que os Beatles haviam vendido, até então, a impressionante cifra de 159 milhões de discos em todo o mundo. Tal número foi somado ao novo single “Nowhere Man”, lançado nos Estados Unidos, que rapidamente vendeu um milhão de cópias; A BBC1-TV transmitiu o antológico concerto dos Beatles no Shea Stadium, em Nova York, durante a turnê americana de 1965.

(Contribuição do meu amigo Samuel Dutra para o Blog)