Morreu no Rio de Janeiro o baixista Vitor Trucco, ex Brazilian Bitles.

Fomos tomados de surpresa ao tomarmos conhecimento da morte de Vitor Trucco, um dos integrantes da banda The Brazilian Bitles, formada nos anos 60.

Da esquerda para a direita, Vitor, Jorge e Luís Toth.

Vitor, que nasceu em 03 de maio de 1948, faleceu neste 27 de março de 2024, deixando desolados seus fãs, amigos e familiares. 

Que ele descanse em paz! 🌹

Uma das mais importantes bandas de Rock da década de 60, THE BRAZILIAN BITLES, tanto pelo nome como pelo repertório, o grupo é diretamente associado à Beatlemania, no período em que o quarteto de Liverpool esteve no auge. Mas a banda não se limitou apenas às influências dos Beatles, seus músicos procuraram diversificar sempre e com isso criaram um repertório variado, entre canções originais do grupo e versões roqueiras da melhor qualidade, como o sucesso “Gata (Wild Thing)”, dos Troggs, além de tantas outras raras preciosidades do melhor do rock dos anos 60. Banda carioca formada em 1965, a partir do núcleo de outra banda da época, The Dangers, em que participavam o guitarrista Vitor Trucco e e o cantor e guitarrista Jorge Eduardo, Os Brazilian Bitles contavam na sua formação original com Vitor Trucco (guitarra solo e depois, baixo), Luiz Toth (bateria), Fábio Block (Baixo, depois guitarra), Jorge Eduardo De Almeida (Voz e guitarra-base) e Eliseu Da Silva Barra, o Ely Barra (cantor e teclados). Estrearam na boate “La Candelabre”, com grande repercussão da mídia. O repertório da banda trazia de Beatles a Rolling Stones, passando por Chuck Berry, Little Richard e The Who, além das bandas garageiras americanas e ainda mais, o grupo trazia também influências do cancioneiro romântico brasileiro. Tudo isto misturado e transformado em canções próprias conquistou de forma arrebatadora a juventude brasileira dos meados dos 60. As canções, permeadas de climas modernos, psicodélicos e garageiros, além de uma boa dose de romantismo nas baladas, causou sensação, e músicas como “Dedicado A Quem Amei”, “Deixe Em Paz Meu Coração” e “Cabelos Longos, Idéias Curtas” se tornaram hits radiofônicos instantâneos. Uma das principais características dos Brazilian Bitles era o seu grande humor e as cabeleiras dos seus integrantes. Este visual associado à juventude radiante dos seus integrantes, fez com que a banda fosse convidada a participar no cinema do filme “Rio, Verão E amor”, de 1966, o primeiro filme colorido brasileiro. Na TV Excelsior do Rio, o grupo passou a apresentar o programa BBC – “Brazilian Bitles Club”. O programa ia ao ar aos sábados à tarde e fez grande sucesso entre o público jovem carioca. Em 1967, gravaram seu disco de estréia, “É ONDA”, pelo selo Polydor, com grande sucesso. O título do álbum era moderníssimo para a época, somente as cabeças jovens mais antenadas entenderiam aquela fantástica palavra, “É Onda”, palavra que traduzia todo o alucinante estilo de vida jovem dos anos 60. 

(Por Rubens Stone)

The Brazilian Bitles

Foi o conjunto The Brazilian Bitles quem protagonizou um fato inédito nos anos 60: eles participaram cantando e tocando durante a celebração de uma missa, como vimos na reportagem que publiquei há tempos atrás aqui:

Homenagem do cantor Claudio Chizolini ao Vitor. 

https://www.facebook.com/share/r/KiimnV46SSXPZ99R/?mibextid=WC7FNe

Os Santos, The Brazilian Bitles e Os Baobás: Bandas de Rock formadas nos anos 60, sob a influência da Beatlemania!

Como eu havia publicado aqui nesta reportagem da Revista Fatos & Fotos, no Brasil demorou quase dois anos até que as bandas de rock se adaptassem à nova moda ditada pelos Beatles.

Na década de sessenta havia dezenas de grupos instrumentais de rock criados sob a influência dos Shadows, Ventures e dos Beatles, alguns menos conhecidos, como The Sparks, The Sticks & Stones, Les Strangers,The Jones, The Mettleds, The Demons, The Argonauts, The American Shadows, Nin and Your Boys, Os Comanches, The Black Boys, Jacinto & His Boys, Jerry Jefferson, outros mais conhecidos como The Silvery Boys, Lafayette e seu Conjunto, Betinho e seu Conjunto, Os Santos, Os Baobás, etc. Alguns ficaram registrados com o lançamento de um álbum (LP) mas a grande maioria deles gravou apenas um ou dois singles. O que é importante notar é que mais de 100 álbuns instrumentais foram gravados na década de 1960 por bandas instrumentais locais, segundo nos informou Santo Humberto Luneta, o que mostra o importante papel desses grupos no desenvolvimento do cenário do Rock no Brasil.

OS SANTOS

Os Santos - 1965

Os Santos – 1965

A Banda Os Santos foi um grupo de rock instrumental e vocal da Jovem Guarda, formado no Rio de Janeiro em 1965. Na formação do grupo participaram Euclides – ex The Pop’s na guitarra solo, Jair, guitarra ritmo, José Antonio, o Bolonha, no baixo, Carlinhos na bateria e posteriormente Rostan, o Tonzinho, na bateria. Por terem acompanhado Ronnie Von na gravação do seu primeiro compacto simples, contendo a música “Meu Bem”, foram logo contratados pela gravadora Polydor. Gravaram um compacto duplo em agosto de 1966 com as músicas Nunca Mais, Vai Ser Bom, Eve of Destruction e a Noite Que Passou, essa última uma versão escrita por Antônio Aguillar para a canção The Night Before, dos Beatles.
Depois de um tempo de pouca atividade, receberam uma ajuda do produtor, músico e apresentador Carlos Imperial e a partir disso lançaram três LP pela gravadora Equipe, todos instrumentais, sendo dois deles com músicas de natal. Seguem fotos do álbum lançado em 1968, AS 12 MARAVILHAS EM IÊ IÊ IÊ, todo instrumental, com algumas músicas antigas para a época. Esse disco foi considerado como um dos melhores do gênero, muito elogiado no exterior.

Em seu programa “Jovens Tardes de Domingo” de 08 de junho de 2014, Antonio Aguillar mostrou esta rara versão da canção dos Beatles, The Night Before, cuja versão ele fez em 1965, cantada aqui pelo conjunto Os Santos.

Os Santos – A Noite que Passou (versão da canção dos Beatles, The Night Before).

Os Santos 2Os Santos 3

Euclides de Paula, o guitarrista, também fez parte do conjunto Renato e Seus Blue Caps e depois todo o grupo deu origem à formação de Luizinho e os Dinamites. Quando o grupo deixou o Luizinho , após gravarem um LP na RCA Victor, Paulo Ribeiro e mais alguns colegas dele do conjunto The Flemings foram chamados por Luizinho para formarem os novos Dinamites, onde Paulo tocou durante seis meses.

Paulo me presenteou com o pandeiro dos Flemings, durante o show dos 50 anos da Jovem Guarda realizado no Club Homs em São Paulo, em 22 de agosto de 2015…

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Após a primeira parada do conjunto The Flemings, Paulo Ribeiro levou os remanescentes dos Flemings, Paulo Mendes (bateria) e João para substituirem juntamente com ele os integrantes dos Dinamites do Luizinho. Euclides, o guitarrista solo, tinha tocado com Renato e Seus Blue Caps e juntamente com Bolonha (baixo), Carlos (bateria ) e Jair (guitarra) formaram “OS SANTOS”, deixando Luizinho com um tremendo LP gravado com versões de músicas de Cliff Richards do LP Rock Turbulento. Luizinho gostou do entrosamento que já havia entre os músicos dos Flemings, os quais tinham experiência na música jovem.
Após alguns ensaios estavam prontos para se apresentarem, quando o Luiz resolveu fazer uma guitarra canhota pra ele mesmo tocar, pois antes ele sempre cantava como o Cliff Richards. Em seguida fez com que todos se vestissem como os Beatles e saiu para fazer os shows sozinho. Poucos meses depois resolveu desfazer os Dinamites e se lançar sozinho imitando o Trini Lopes, sem nenhuma razão, pois o grupo estava muito bom, contou-me o próprio Paulo Ribeiro.

THE BRAZILIAN BITLES

Havia um conjunto carioca que se formou a partir do núcleo de outra banda da época, The Dangers, em julho de 1965, no qual participavam o guitarrista Vitor Trucco e o cantor e guitarrista Jorge Eduardo. Eles se uniram a Luiz Toth na bateria, Fábio Block no baixo e Eliseu da Silva Barra, o Ely Barra, no teclado. Cultivaram o cabelo em formato de cuia (mop top) e formaram os Beatles Brasileiros, totalmente influenciados pela Beatlemania, no período em que o quarteto de Liverpool estava no auge. Mas a banda não se limitou apenas às influências dos Beatles; seus músicos procuraram diversificar sempre e com isso criaram um repertório variado, entre canções originais do grupo e versões roqueiras da melhor qualidade, como o sucesso “Gata (Wild Thing)”, dos Troggs, além de tantas outras raras preciosidades do melhor do rock dos anos 60.

Os Brazilian Bitles contavam na sua formação original com Vitor Trucco (guitarra solo e depois, baixo), Luiz Toth (bateria), Fábio Block (Baixo, depois guitarra), Jorge Eduardo De Almeida (Voz e guitarra-base) e Eliseu Da Silva Barra, o Ely Barra (cantor e teclados).
Estrearam na boate “La Candelabre”, com grande repercussão da mídia. O repertório da banda trazia de Beatles a Rolling Stones, passando por Chuck Berry, Little Richard e The Who, além das bandas americanas de garagem e ainda mais, o grupo trazia também influências do cancioneiro romântico brasileiro. Tudo isso misturado e transformado em canções próprias conquistou de forma arrebatadora a juventude brasileira dos meados dos 60.
As canções, permeadas de climas modernos, psicodélicos e de garagem, além de uma boa dose de romantismo nas baladas, causou sensação, e músicas como “Dedicado A Quem Amei”, “Deixe Em Paz Meu Coração” e “Cabelos Longos, Ideias Curtas” se tornaram hits radiofônicos instantâneos.
Uma das principais características dos Brazilian Bitles era o seu grande humor e as cabeleiras dos seus integrantes. Este visual associado à juventude radiante dos seus integrantes, fez com que a banda fosse convidada a participar no cinema do filme “Rio, Verão E amor”, de 1966, o primeiro filme colorido brasileiro.
Na TV Excelsior do Rio, o grupo passou a apresentar o programa BBC – “Brazilian Bitles Club”. O programa ia ao ar aos sábados à tarde e fez grande sucesso entre o público jovem carioca.

The Brazilian Bitles atuou na música jovem como uma das mais inovadoras e competentes bandas brasileiras, na divulgação do rock e da jovem guarda. Eles talvez tenham sido o primeiro grupo brasileiro a associar música e humor, como faria o Ultraje A Rigor, vinte anos depois. Eventos como a famosa “Missa do Iê Iê Iê” e a participação do grupo no cinema e na televisão confirma tudo isto. Somente a versão de Rossini Pinto para o clássico “Satisfaction”, dos Stones, gravada pelo grupo como “Não Tem jeito”, já colocaria a banda como uma das mais importantes do rock no Brasil. Mas eles fizeram muito mais.

Em 1967, gravaram seu disco de estreia, “É ONDA”, pelo selo Polydor, com grande sucesso. O título do álbum era moderníssimo para a época, somente as cabeças jovens mais antenadas entenderiam aquela fantástica palavra, “É Onda”, palavra que traduzia todo o alucinante estilo de vida jovem dos anos 60.
(Texto de Rubens Stone publicado no grupo The Brazilian Bitles no Facebook.

Brazilian Bitles - Luiz Toth, Jorge Eduardo Almeida, Fabio Block, Ely Barra e Vitor Trucco

Brazilian Bitles – Luiz Toth, Jorge Eduardo Almeida, Fabio Block, Ely Barra e Vitor Trucco

Brazilian Bitles

OS BAOBÁS

Grupo de rock criado em São Paulo em 1965, com seis integrantes, entre os quais, Arnolpho Batista, Liminha e Tico Terpins. No ano seguinte (1966) lançou pela Mocambo um compacto simples com as músicas “Bye bye my darling” e “Pintada de preto”. Eram especialistas em versões dos Rolling Stones, The Doors e Jimi Hendrix. No início fez parte do grupo o baixista Arnolpho Lima, o Liminha, que depois integrou Os Mutantes e que nos anos 1980 e 1990 se tornou o principal produtor musical do país. Deixou o conjunto em 1967 sendo substituído por Tico Terpins, que anos depois fundou o grupo de punk rock “Joelho de Porco”. Ainda em 1967 o conjunto lançou “Don’t bring me down” e “When loves come knocking”. No ano seguinte, 1968, gravaram seu único LP.
O LP original (1968) é um disco basicamente de covers, que devido ao mistério em torno da história da banda levou muita gente aos “sebos” (lojas de vinil antigo) do Brasil atrás de uma cópia. Aquela capa colorida, apenas com o nome da banda em vermelho (sem o “Os”), no entanto, fez a alegria de poucos. Gravado por uma pequena editora, a Mocambo/Rozenblit, em 1968, o álbum é uma das maiores raridades da discografia nacional.
A história recontada dos Baobás tem seu ponto alto na presença entre os seus integrantes do atual produtor e ex-baixista dos Mutantes, Arnolpho Lima Filho, o Liminha. Aliás, com uma passagem meteórica pela banda, pois participou do único álbum, por tabela: ele gravou apenas o compacto com “Ligth My Fire (Doors) e Tonite (Guga, cantor da banda), esta última presente no LP. Liminha, que aparece na capa do compacto, é geralmente confundido fisicamente com o também baixista Nescau, presente na foto do LP.
A história inteira da banda, que desembocou na gravação deste álbum Antologia, começa com a Beatlemania, quando adotaram o nome de Rubber Souls, e participavam de programas de televisão na capital paulista. Em 1966, estrearam com o compacto Pintada de Preto (Painted It Black, dos Rolling Stones) / Bye Bye My Darling (deles), ao qual se seguiram mais quatro singles, entre eles Happy Together (Turtles) e Down Down, um punk na linha “nuggets”, de autoria do ex-O’Seis (o pré-Mutantes), Rafael Vilardi, então membro da banda.
A primeira e original formação do grupo contava com Ricardo Contins (guitarra), Jorge Pagura (bateria), Carlos (baixo), Renato (guitarra solo) e Arquimedes (pandeiro). Mas pela banda ainda passaram, além dos já citados, Tito, Tuca (ex-Lunáticos, depois Beatniks, Galaxies e Sunday), Guga, Calia e Tico Terpins (depois Joelho de Porco). Do disco, participam (da esquerda para a direita na foto da capa): Tuca, Nescau, Guga, Calia, Tico Terpins e Pagura.
O repertório do álbum é um mergulho na clássica e importada psicodelia da época, incluindo covers para Doors (“Hello, I Love You”), Love (“Orange Skies”) e Kinks (“Well, Respected Man”). Conta ainda com hits do momento (“The Dock Of The Bay” – Otis Redding), standars como “Hey Joe” (Jimi Hendrix) e duas interessantes composições próprias – “Tonite” e “Got To Say Goodbye” (do guitarrista Tuca), ambas cantadas em inglês.
O nome Baobás – árvore gigante e frondosa da África – retirado do livro “O Pequeno Princípe”, foi sugestão de Ronnie Von, que também batizou os Mutantes. Além do padrinho, com quem gravaram um compacto (“Menina Azul” em 1967), o grupo também acompanhou Caetano Veloso em programas de televisão e shows, substituindo os Beat Boys. Clássica banda de garagem, com as conhecidas exceções, a maioria dos integrantes virou os anos setenta nas universidades, de onde saíram médicos, dentistas e empresários.
(Texto de Fernando Rosa, publicado no site Senhor F e levado para o grupo Eterna Jovem Guarda por Sylvio Habibe.)

Os Baobás

Durante a sua existência, a banda lançou cinco compactos/singles e um LP, além de participações em gravações.

Discografia:

Compactos simples/singles:
Bye Bye My Baby / Pintada de Preto (Paint It Black) (Mocambo / Rozenblit CS-1.182) – 07/1966
Happy Together / Down Down (Mocambo / Rozenblit CS-1246) – 12/1966
Don’t Bring Me Down / When Love Comes Knocking (At Your Door) (Mocambo / Rozenblit CS-1.272) – 03/1967
Light My Fire (Acenda Meu Fogo) / Tonite (Esta Noite) (Mocambo / Rozenblit CS-1.307) – 06/1967
The Dock Of The Bay (As Docas da Bahia) / Spooky (Mocambo / Rozenblit CS-1.334) – 03/1968

Os Baobás cm 1

Os Baobás cm 2

Os Baobás cm 3

Os Baobás cm 4

Os Baobás cm 5

Os Baobás cm 6

Os Baobás cm 7

Os Baobás cm 8

Long play/L.P.:
Baobás (Mocambo / Rozenblit 40.388) – Junho/1968

Os Baobás/Down Down (Ricardo Contins)
Segundo compacto do grupo Os Baobás, então formado por Ricardo Contins (guitarra e vocal), Jorge Pagura (bateria), Carlos (contra-baixo) e o ex-O’Seis (o pré-Mutantes) Rafael Vilardi (guitarra). Uma das melhores e mais comentadas bandas dos anos sessenta, que teve seis formações diferentes, incluindo a participação de Liminha (ex-Thunders, Lunáticos e Mutantes, e produtor nos anos 80 e 90). Originalmente chamados Rubber Souls, estrearam tocando Beatles no programa JR Juventude, no Canal 4, e gravaram seu primeiro compacto, com “Pintada De Preto”/”Painted Black” e “Bye Bye My Darling”, editado já com o novo nome – Os Baobás. Gravaram cinco compactos e um LP ao longo de seus quatro anos de vida – de 65 a 68, incluindo o raro cover para “Light My Fire” (The Doors).

Os Baobás 2

O conjunto teve várias formações e nesta da foto do único LP, abaixo, o o sexto à direita é o grande neurocirurgião Dr. Jorge Pagura, aquele mesmo que cuidou de Osmar Santos, logo após seu acidente, no Hospital Albert Einstein em São Paulo; quinto da esquerda para a direita é o falecido Tico Terpins, que depois fez parte do Joelho de Porco, e que era sócio do também falecido Zé Rodrix, em uma agência de jingles. (Informação de Fares Darwiche)

O conjunto teve várias formações e nesta da foto do único LP, abaixo, o o sexto à direita é o grande neurocirurgião Dr. Jorge Pagura, aquele mesmo que cuidou de Osmar Santos, logo após seu acidente, no Hospital Albert Einstein em São Paulo; quinto da esquerda para a direita é o falecido Tico Terpins, que depois fez parte do Joelho de Porco, e que era sócio do também falecido Zé Rodrix, em uma agência de jingles. (Informação de Fares Darwiche)

O conjunto teve várias formações e nesta da foto do único LP, abaixo, o sexto à direita é o grande neurocirurgião Dr. Jorge Pagura, aquele mesmo que cuidou de Osmar Santos, logo após seu acidente, no Hospital Albert Einstein em São Paulo; quinto da esquerda para a direita é o falecido Tico Terpins, que depois fez parte do Joelho de Porco, e que era sócio do também falecido Zé Rodrix, em uma agência de jingles. (Informação de Fares Darwiche)

Fontes da pesquisa:

1 – Grupo Eterna Jovem guarda no Facebook
2 – Ronnie Von, O Príncipe que Podia ser Rei, de Antonio Guerreiro / Luiz Cesar Pimentel

Aconteceu em 1966: a Primeira Missa no Brasil em ritmo de iê iê iê.

Nos anos 60 a Igreja não era tão acessível à música jovem, como já pudemos ver aqui neste post, quando Roberto Carlos foi proibido de cantar na igreja.

Porém, em 01 de julho de 1966 aconteceu a primeira missa no Brasil em ritmo de iê iê iê, e os pioneiros nisso foi o conjunto The Brazilian Bitles!

Brazilian Bitles -  Luiz Toth, Jorge Eduardo Almeida, Fabio Block, Ely Barra e Vitor Trucco

Brazilian Bitles – Luiz Toth, Jorge Eduardo Almeida, Fabio Block, Ely Barra e Vitor Trucco

Quem conta a história é o baixista, Vitor Trucco, um dos membros do conjunto.

As autoridades católicas decidiram realizar na Igreja Nossa Senhora da Paz em Ipanema (RJ), um ato litúrgico com citações dos Papas João XXIII e Paulo VI e a parte musical no ritmo das canções dos Beatles.
A parte musical foi executada pelo Brazilian Bitles, foram tocadas e cantadas as melodias “Canção da Paz” (versão de I Love you too, dos Beatles) “Anjo menino” e “Belo para mim”.
As reações foram imprevisíveis, os Sacerdotes não podiam supor que na juventude ali presente, alguns jovens no auge do embalo da música executada pela banda se deixaria empolgar de tal maneira que chegasse ao exagero. As moças de mini saia subiram nos altares e se estabeleceu um empurra empurra pelos rapazes que estavam embaixo, e muitos subiram nos bancos, dificultando a leitura dos textos pelos sacerdotes.
(Os sacerdotes acreditavam que os jovens entenderiam através do ritmo a mensagem da Igreja, como faz o Padre Marcelo Rossi hoje em dia).
O ritmo frenético, porém, contagiou os jovens e o templo parecia um show de Rock, a pregação religiosa não podia mesmo surtir efeito, nem mesmo a Ave Maria (tocada também em ritmo musical de Rock) conseguiu acalmar aos jovens. O Iê Iê Iê provou a teoria dos estudiosos das reações humanas, que o define como “um estopim que liberta convulsões e impulsos incontroláveis nos jovens”.

Brazilian Bitles os moços da missa iê-iê-iê

Pequena matéria dos Brazilian Bitles publicada em 1966 na Revista Clube Tv-Rádio do Rio de Janeiro, do acervo de Sylvio Habibe.

Pequena matéria dos Brazilian Bitles publicada em 1966 na Revista Clube Tv-Rádio do Rio de Janeiro. 1

Pequena matéria dos Brazilian Bitles publicada em 1966 na Revista Clube Tv-Rádio do Rio de Janeiro. 2

Pequena matéria dos Brazilian Bitles publicada em 1966 na Revista Clube Tv-Rádio do Rio de Janeiro. 3

Pequena matéria dos Brazilian Bitles publicada em 1966 na Revista Clube Tv-Rádio do Rio de Janeiro. 4

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Pequena matéria dos Brazilian Bitles publicada em 1966 na Revista Clube Tv-Rádio do Rio de Janeiro. 7

Pequena matéria dos Brazilian Bitles publicada em 1966 na Revista Clube Tv-Rádio do Rio de Janeiro. 8