Joe Primo, de fundador de bandas como The Jet Black`s e Os Megatons, a artista ignorado pela mídia!

Primo Moreschi, nome artístico Joe Primo, foi um grande artista “ocultado” pela mídia e pelos amigos!

Este foi o depoimento que Primo me escreveu depois de ver um vídeo no Youtube, o qual eu li pra vocês:

“Lucinha bom dia. Tudo que foi dito nessa reportagem, fogem completamente dos documentos que você tem arquivados ” com certeza ” inclusive a afirmativa mentirosa de que eu fui expulso. Quando  que o certo seria regeitado pela banda que eu criei, logicamente com Bobby  de Carlo. A pecha de expulso. Caberia se eu tivesse infringido alguma lei ou coisa que o valha. Reportagem aquém do que está esperado. O tempo se incumbiu de mudar a história verdadeira. A qual eu e você, transcrevemos, a qual, você e portadora das controvérsias. Prometo que não irei me aprofundar mais em nada que ma traga lembranças desagradáveis. Risquei essa página de minha vida, a qual não me trouxe nenhum centavo de lucro. Fui vergonhosamente roubado dos meus direitos tanto de cantor, compositor, e  das bandas que criei gravei e etc, olha, que a mão grande das gravadoras, e editoras e outros aproveitadores de oportunidas, deitaram e rolaram com o que me era de direito. Abraço Lucinha. Não me queira mal.”

O Guitarrista de Rock José Provetti, o inesquecível Gato.

Joe Primo descobre Gato!

Trabalhando nos meios de comunicação, Primo Moreschi, apelidado Joe Primo, havia gravado duas músicas em 78 rotações, sendo “Você me Fez de Limão” de autoria de Américo de Campos e Teixeira Filho  e “Água de Cheiro”, de Aguiar Rodrigues e Joe Primo, e estando ele em todo e qualquer lugar onde, de uma forma ou de outra, seu disco fosse tocado, voltou à Rádio Nacional de São Paulo para participar de outro programa de lançamentos musicais, programa este intitulado “Ritmos Para a Juventude”, cujo apresentador chamava-se Antônio Aguilar.

Quando Joe Primo entrou nos estúdios, algumas fãs que se encontravam lá dentro e… “Reconheceram-me e, como sempre acontece quando elas vêm um artista, deram gritinhos característicos, abraçando-me e pedindo autógrafos, o que me deixou com mais moral perante o apresentador Antônio Aguilar, que até então ainda nem tinha ouvido falar no meu nome. Radialista e jornalista experiente que era, não perdeu a oportunidade dos gritinhos das fãs para reportar aos ouvintes de seu programa, que estava no ar, o porquê daquela euforia, dizendo: “Acaba de entrar nos nossos estúdios, ele… vocês estão ouvindo ao fundo o alvoroço das fãs… está um pouco difícil para ele conseguir chegar até aqui… vocês vão ouvi-lo e reconhecê-lo, porque ele mesmo vai se apresentar”.

Passou-me o microfone, e eu disse: “Quem vos fala é Joe Primo. É com muito prazer que estou aqui, para participar do programa do nosso amigo Antônio Aguilar, que gentilmente convidou-me para estar com vocês”.

O apresentador, mesmo sabendo que não havia me convidado, prosseguiu: “Gosto de fazer dessas surpresas para os nossos ouvintes, e é por essa razão que nossa audiência aumenta a cada dia”, ao que eu retruquei: “Aguilar, meu amigo, você tem que ampliar seu estúdio ou fazer seu programa diretamente do auditório da Rádio Nacional para dar chances a mais fãs poderem conviver com seus artistas”.

Ele prosseguiu o diálogo, dizendo: “Joe Primo, meu amigo, deixe estar que vou pensar seriamente nesse assunto”.

Após terminar o programa ele me disse: “Obrigado pelo improviso, bem como a sugestão que você deu com o programa no ar. Mas, quanto a ampliar o estúdio, impossível. Fazer o programa diretamente do auditório depende de muitos fatores. O primeiro é a verba de patrocínio, sem a qual nada se faz. O segundo: se o programa for no palco, as fãs vão querer ouvir seus cantores cantarem ao vivo, o que acarretaria a necessidade de um conjunto musical especializado em ritmos próprios da juventude para acompanhar os artistas. Sem contar que os artistas que cantam rock no momento são muito poucos. Mesmo assim, é quase certo que iriam querer ganhar algum cachê para participar. Enfim, não é fácil. Além do mais, eu ainda teria de ter poder de convencimento junto ao Abreu (diretor-geral da Rádio Nacional), para conseguir a liberação do auditório e levar avante essa empreitada. Sozinho, é quase impossível”.

Depois de ouvi-lo atentamente, disse-lhe: “Aguilar, se os problemas forem esses, eu tenho a solução para quase todos. Você não ouviu falar do meu conjunto de rock (disse-lhe o nome de um conjunto americano, famoso na época)? Pois esse grupo é meu. Você já ouviu falar de Bobby de Carlo? Pois ele, além de cantar solo, faz parte do meu conjunto”.

Aguilar, surpreso, disse: “Sim, mas, para fazer um programa diretamente do auditório, haja atrações capazes de preencher o tempo mínimo, que, acredito, deva ser de uma hora”. Respondi: “Deixa comigo. Eu e meu conjunto faremos pela manhã uns testes com alguns cantores e cantoras amadores, aos quais você fará uma chamada pelo seu programa. Os que forem aprovados serão escalados para participar, intercalando-se comigo, cantando, juntamente com o Bobby de Carlo, e meu conjunto tocando. Você verá que vai haver cantores profissionais que, ao perceberem o sucesso do programa no auditório, farão questão de participar sem sequer pensar em cachê”.

Sem pestanejar, dirigi-me para o bairro do Canindé, indo direto para a casa do Bobby De Carlo, que era amigo meu havia algum tempo. Lá chegando, contei-lhe a história, o diálogo, o combinado; ele tudo ouvia sem discordar de nada. Quebrando o silêncio, Bobby virou-se pra mim, categórico: “Primão” – olhando-me espantado – “você tá louco? Cara, como é que nós vamos tocar como conjunto se não só não temos músicos suficientes, como também não temos instrumentos e tempo hábil para consegui-los”? Eu disse: “Bobby, é o seguinte. Nós só temos que arrumar um contrabaixo e um baterista. Baterista, normalmente, costuma já ter sua bateria. Eu compro uma guitarra a prestação nas Casas Manon, da Rua 24 de Maio, e você reveza comigo na guitarra, ora solando, ora acompanhando! Uma hora eu canto e você me acompanha. Outra hora você canta e eu o acompanho. Nesse instante, Bobby me interrompeu, dizendo que se lembrou de ter conhecido um carinha que morava lá pelos lados de Santana e tocava mais ou menos violão. “Quem sabe, a gente dando algumas dicas de como era a batida da guitarra para acompanhar rock, ele aprendesse, uma vez que sabia tocar samba?” Já era meio caminho andado, portanto valeria a pena arriscar. Fomos. Bobby apresentou-me a ele, José Paulo.

Pronto e definido, só faltavam duas coisas: como fazer pra eu não passar por mentiroso, tendo em vista ter dito para o Antônio Aguilar que eu tinha um conjunto de rock com o nome de um conjunto americano, muito famoso na época, que nunca poderíamos usar, conhecidíssimo que era dos aficionados em rock no mundo todo. Chamei Bobby de lado e lhe disse: “Ajude-me a encontrar um nome em inglês que, ao ser pronunciado, confunda-se o máximo possível com o do conjunto americano”.

Depois de muito pensar, chegamos à conclusão de que o único nome plausível, que, ao ser pronunciado rapidamente, pudesse se confundir com o que eu havia dito para Aguilar seria The Vampire´s.

Resolvido o nome do conjunto de rock recém-formado.

Solucionado o problema, dirigi-me ao apresentador e o autorizei a anunciar quando quisesse o primeiro programa “Ritmos para a Juventude”, diretamente do palco do auditório da Rádio Nacional de São Paulo.

Nessa semana que antecedeu a estréia do programa, Aguilar, ao fazer as chamadas, dava tanto ênfase à atração, que o conjunto The Vampire´s antes de se apresentar em público já estava praticamente famoso.

No sábado, quando seria a estreia do programa, diretamente do palco e auditório da Rádio Nacional de São Paulo, que se situava na Rua Sebastião Pereira, no bairro Santa Cecília, às sete horas da manhã, eu, Bobby De Carlo, Zé Paulo, Jurandy e Carlão, componentes do conjunto de rock The Vampire’s, lá estávamos, arregaçando as mangas e agitando os preparativos junto com Antônio Aguilar, tentando organizar da melhor maneira possível tudo o que deveria acontecer no transcorrer das apresentações em cima do palco. Toda a direção artística musical, bem como algumas encenações em cima do palco para não deixar buracos entre uma apresentação e outra, estava ao meu cargo. Aguilar, a todo instante, vinha a um dos estúdios que improvisei para fazer testes e me perguntava: “E aí, Joe Primo? Você tá confiante? Você acha que nós vamos conseguir preencher o horário cedido pela direção? Será que vai ter um bom público no auditório?” Respondia: “Tenha calma, Aguilar. Ainda falta mais de uma hora para o início do programa. Assim que eu terminar os testes com esse pessoal todo, vou ver quem tem condição de cantar hoje e intercalar uns três ou quatro deles com o Bobby De Carlo cantando “Oh, Eliana”. Em seguida, você usa seu poder de persuasão e convencimento, aproveitando a deixa dos aplausos destinados ao Bobby De Carlo, para valorizar o novato que irá se apresentar em seguida. Mais uns três novos e você anuncia Joe Primo, e eu canto. Novamente, alguns novos cantam e você chama o Carlão. Em seguida, encerramos com The Vampire´s tocando e deixando os participantes dançarem em cima do palco, enquanto você vai agradecendo a juventude presente, prometendo uma nova atração no outro sábado. Aí, tchau e benção”. Combinado, respondeu Aguilar.
Continuando com os testes. A fila de quem queria cantar era enorme, e como o êxito desses testes estaria condicionado quase 50% ao sucesso do programa de auditório, eu tinha que ser rigoroso, pelo menos dessa primeira vez. Devido ao pouco tempo de que dispunha para fazer um teste e ao mesmo tempo ensaiar o número que o novato apresentaria, resolvi que os que fossem aprovados por mim dissessem apenas o nome da música que iriam cantar. No palco, improvisaríamos uma introdução, e o novato entraria cantando. Foi a única maneira conciliatória que encontrei e, diga-se de passagem, não poderia ter sido melhor.

Dentre os amadores que aprovei, havia um que até no teste contagiava a gente. Só cantava o repertório de Little Richard, com movimentos de pernas e corpo dignos de elogio, indo ao encontro, portanto, do gosto do público frequentador de shows de rock. O nome artístico escolhido por ele era Jet Black. Ficamos eufóricos com a desenvoltura do crioulinho nos testes.

O nome escolhido para o grupo foi The Vampires, uma referência ao conjunto The Ventures, maior sucesso na época.

Após alguns sábados de sucesso total do programa “Ritmos para a Juventude”, diretamente do auditório e palco da Rádio Nacional de São Paulo, durante os ensaios, antes de entrarmos no palco, havia um rapaz, que, sentado ao piano, de vez em quando, dava uns toques discretos para não atrapalhar nosso ensaio. Veio-me à cabeça: “Como o Bobby De Carlo volta e meia falta aos sábados, seria uma boa eu tentar falar com esse cara. Se ele topar tocar piano em nosso conjunto, vou matar dois coelhos com uma cajadada. Na maioria dos arranjos de rock, o piano é usado. E ele vai cobrir a falta do Bobby de Carlo”. Perguntei se ele tocava piano há muito tempo. Respondeu-me que somente arranhava um pouco. Convidei-o para tocar conosco, ele aceitou e me disse que tinha uma guitarra. Perguntei-lhe se também sabia tocá-la. Respondeu-me que sabia arranhar um pouco. Disse-lhe que, após o programa, entraríamos em mais detalhes. Por enquanto, se ele quisesse atacar de piano compondo o conjunto The Vampire’s, tinha meu consentimento. Perguntei-lhe o nome e o informei a Aguilar, para que anunciasse sua entrada como participante do conjunto. O apresentador se enrolou todo ao anunciar. Não sabia se era José Provetti ou se era Gato. Mas, usando seu jogo de cintura de disc-jóquei, consertou: “É lógico que eu estou falando do nome artístico de José Provetti, ou seja, Gato, esse novo integrante que entra para valorizar ainda mais The Vampire´s, conjunto famoso que essa juventude feliz e sadia já elegeu como o melhor grupo de rock”!

Agora, dá-lhe ensaiar músicas instrumentais para deixar o prestígio adquirido com o programa crescer ainda mais. Dito e feito. Logo na primeira apresentação que fizemos tendo o Gato como solista, foi um sucesso. Dentre todos os cantores que devíamos acompanhar se encontrava, como sempre, o novato Jet Black. Durante os ensaios, dada a intimidade que tínhamos, eu brinquei com ele, dizendo: “Jet Black, você, por ser pequeno, deveria se chamar “Little Black” e deixar que nós nos chamássemos Jet Black´s”, ao que ele imediatamente respondeu: “Positivo, eu gostei, eu topo.” Eu não havia falado sério, fiquei surpreso e, como não simpatizava muito com o nome The Vampire’s, consultei Gato, Zé Paulo e Jurandy sobre o assunto.

The Vampire’s passou a ser nome do passado e passamos a usar The Jet Black´s”.

(Do livro de Primo Moreschi, “O Protagonista Oculto dos Anos 60”.

E assim, no ano de 1961 o Gato passou a integrar o conjunto que agora se chamava The Jet Black`s!

Nesta reportagem falamos sobre a sua breve e talentosa carreira como guitarrista de Rock:

https://wordpress.com/posts/luciazanetti.wordpress.com?s=Jos%C3%A9+Provetti%2C+o+Ga

Em 1966 Roberto Carlos estava tendo problemas no seu programa, pois não tinha um conjunto certo para acompanha-lo, então resolveu formar o seu.

Faltava um guitarrista para completar a formação e ele convidou Gato, que já não estava mais no The Jet Black`s, para tocar com eles, formando assim o RC-4: Bruno, Dedé, Wanderley e ele, o Gato, integrando a formação do RC-3 e depois RC-7, acompanhando Roberto Carlos durante todo o período Jovem Guarda e até por algum tempo depois.

José Provetti nasceu em Valparaíso-SP em 7 de Janeiro de 1941.

Filho de Ricardo Provetti e Antonia Buonvonatti, lavradores. Em 1948, a familia Provetti mudou-se para São Paulo. Em 1951 formou dupla caipira com Zé Cascudo, esse tocando violão e Gato tocando viola. Estudou violão clássico com o prof. Salvador Viola no Largo do Paissandú.

O dia 24 de fevereiro de 1991 foi muito especial para o Rock brasileiro e seu meio musical, pois foi o último encontro de Gato com seus ex companheiros do conjunto The Jet Black`s…

The Jet Black`s – Serginho Canhoto, Zé Paulo, Jurandi e Gato saindo da Boate Salon em São Paulo – 1966

Depoimento do músico Zezinho Mulero sobre o guitarrista

“Eu vi Gato poucas vezes, inclusive a última vez que eu o vi, ele estava derrubado fazendo jogo de bicho, em uma Padaria na Rua Agostinho Gomes, no Ypiranga em São Paulo. Tentei puxar conversa, mas ele não queria falar nada sobre Jet Black`s e nem Jovem Guarda. Já estava em seus últimos dias… Se você o tivesse visto, não o reconheceria como o grande Gato”!

A importância da Boate Lancaster para o início do Twist e do Rock no Brasil!

O primeiro programa Ritmos para a Juventude que foi apresentado por Antonio Aguillar diretamente do auditório da Rádio Nacional, foi um sucesso avassalador, e o Diretor Artístico da Rádio Nacional na época houve por bem ampliar o horário do programa, como já foi dito pelo próprio Antonio Aguillar, e Joe Primo (nome artístico de Primo Moreschi) sugeriu a ele anunciar durante a semana um chamado para que interessados fossem fazer teste com ele, Primo, para contratarem um conjunto (hoje banda) de Rock para fazer parte do programa. No caso de a pessoa ser aprovada, dividiria com The Vampires o acompanhamento dos cantores que se apresentavam no programa. Primo deu esta sugestão por que considerava ser demais para eles, o conjunto The Vampires, darem conta de acompanhar a todos.

E foi assim que Aladim, dos Jordans, apareceu por lá durante a semana, falou com Joe Primo que tinha um conjunto e que gostaria de participar do Programa.

Na segunda semana depois da estreia do programa diretamente do auditório da Rádio Nacional, o conjunto The Jordans passou a se apresentar nele.

Primo conta que de cara simpatizou com Aladim e perguntou se eles tinham todos os instrumentos, ou seja, guitarras, baixo, bateria e amplificadores, no que Aladim respondeu que sim, então Primo marcou com ele para que viesse no sábado, um pouco antes do horário do início do programa, para que ele pudesse vê-los tocando.
Não deu outra! Eles eram bons, e Primo logo autorizou para que eles já começassem a ensaiar com parte dos cantores que naquela hora já começavam a chegar.

Nesse meio tempo aconteceu de Primo ver um rapaz tirando algumas notas de um piano que havia no local, enquanto eles ensaiavam com os cantores, e foi então que parou o ensaio e perguntou ao rapaz se ele sabia tocar piano. A resposta foi que “sim, que arranhava um pouco”. Como em Rock n´Roll, naquela época, o piano era quase indispensável, Primo o convidou para entrar para os Vampires, e o rapaz aceitou sem pestanejar.

Aquele rapaz era José Provetti, o Gato, que passou a integrar o conjunto The Vampires e que mais tarde se tornaria The Jet Black’s.

Primo conta que depois ficou sabendo que Miguel Vaccaro Neto já conhecia o Gato, mas Primo só foi conhecê-lo tocando piano naquele dia.

The Vampires exibia-se semanalmente (aos sábados à tarde) no programa Ritmos para a Juventude e foram os Vampires que a essa altura, na pessoa de Primo, conversou com um cantor que se apresentava também nos programas com o nome de Jet Black, se ele aceitaria dar seu nome ao conjunto. Ele aceitou, passou a chamar-se Little Black e foi assim que The Vampires se tornou The Jet Black´s, através de um acordo de cavalheiros, com o cantor principiante, que havia feito teste e sido aprovado pelo Primo para participar do programa. Primo havia feito o teste com o cantor, ele havia sido aprovado e concordou em ceder seu nome artístico “Jet Black” para eles, que se tornou o primeiro conjunto (hoje banda) de Rock a tocar na Boate Lancaster em São Paulo.

Fauze* e Miguel Vaccaro Neto poderão confirmar isso, diz Primo Moreschi. Inclusive foi por estarem fazendo muito sucesso na boate Lancaster que o Gato, o Jurandir e o Zé Paulo, se achando a ultima bolacha do pacote, passaram a não mais querer se apresentar aos sábados no programa Ritmos Para a Juventude. Foi então que Antonio Aguillar teve a ideia de montar um novo conjunto para acompanhar os artistas durante os programas e assim nasceu The Clevers.

“Fauze era na época uma espécie de sócio de Miguel Vaccaro Neto e foi quem nos indicou para que tocássemos todas as noites na Boate Lancaster. O Renato Mendes, (não era sempre) mas também se exibia tocando órgão, durante os intervalos que nós, The Jet Black´s, parávamos para descansar. Pelo fato de estarmos iniciando a introduzir o Twist na boate, juntamente com os bailarinos “Chupeta”, Bebeto, e Denize, que aprenderam a dançar a nova dança naquela época graças ao Miguel Vaccaro Neto (um dia ele trouxe dois casais de dançarinos americanos em seu programa da Radio America de São Paulo, que nos mostrou como se dançava Twist), daí para frente a Boate Lancaster virou coqueluche da juventude daquela época. A essa altura, os demais integrantes da minha banda The Jet Black´s não participavam mais do programa Ritmos para a Juventude, abandonando Antonio Aguillar.” (Primo Moreschi, em 28/08/2018)

Estes são registros importantes sobre quem iniciou o Twist (principalmente a dança) aqui no Brasil, e a presença de Renato Mendes, artista que juntamente com The Jet Black´s dividia as primeiras noitadas de Twist na Boate Lancaster.

Renato Mendes já se apresentava na Boate Lancaster somente tocando órgão antes do conjunto The Jet Black´s. Ele era um exímio tecladista. Seu gênero era a MPB em geral. Inclusive, uma época em que o Gato se estranhou com o Jurandi, baterista do Jet Black`s, ele foi tocar contrabaixo com o Renato Mendes.

Após The Vampires ter trocado de nome para The Jet Black`s, passaram a tocar também todas as noites na Boate Lancaster.

FONTE: Informações recebidas diretamente de Primo Moreschi e também em seu Livro intitulado “O Protagonista Oculto dos Anos 60”

Foto abaixo retirada deste vídeo documentário sobre o programa de Miguel Vaccaro Neto:
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Miguel Vaccaro Neto, dono da Boate Lancaster, e Jurandi Trindade, baterista do conjunto The Jet Black`s

Morreu aos 82 anos Nokie Edwards, o influente guitarrista do grupo The Ventures.

O guitarrista Nokie Edwards, nesta foto durante uma performance de 1996 no Condado de Orange, morreu em 12 de março aos 82 anos. (Foto por Glenn Koenig / Los Angeles Times)

Para qualquer criança que pegou numa guitarra elétrica na década de 1960, nunca havia demorado tanto para tomar uma facada tentando tocar “Walk Don`t Run”, o sucesso que definiu o surf-rock dos anos 60 popularizado pelos Ventures, que usou essa gravação embebida em reverb como plataforma de lançamento para se tornar o grupo instrumental mais bem sucedido da história do rock.

Uma parte fundamental do sucesso da música e o apelo duradouro do grupo que permitiu que ele traçasse mais de três dúzias de álbuns durante os anos 60 e 70, não consistiu em enrolar tantas notas quanto possível, mas sim em manter as coisas simples.

“Eu acredito na simplicidade”, disse o guitarrista principal dos Ventures, Nokie Edwards, a um entrevistador em 2001. “Se você tem uma linha melódica, as pessoas vão gostar disso. Se você conseguir fazer um zumbido, você terá um sucesso”.

(Fonte)

Edwards morreu na segunda-feira, 12 de março, aos 82 anos, em consequência de uma infecção que ele contraiu numa cirurgia do quadril em dezembro.

“The Ventures” foi uma das bandas instrumentais norte-americanas mais famosas da década de 60 e influenciou a grande maioria de guitarristas da época. Não havia um único “conjunto de garagem” que não tentasse imitá-los. Todos os guitarristas do movimento chamado Jovem Guarda no Brasil foram influenciados direta ou indiretamente por Nokie Edwards e por Hank, do The Shadows.

Don Wilson (de azul), fundador e guitarra- base dos Ventures e Nokie Edwards (de preto). Foto do acervo do músico Serginho Canhoto, dos Jet Black`s, tirada no Show da NAMM, USA.

Nokie Edwards conseguia fazer em sua guitarra o som de flechas cortando os ares, como podemos ouvir na canção Apache, também gravada pelo conjunto de rock brasileiro The Jet Black`s, cujo nome a princípio escolhido por Primo Moreschi havia sido The Vampires, pelo som da pronúncia, que achavam ser parecido com The Ventures.

Deixamos aqui nossa homenagem a este guitarrista diferenciado, que tanto inspirou os guitarristas brasileiros.

Rest In Peace!
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Em sua página oficial, The Ventures lamentou a morte do guitarrista!

RIP Nokie Edwards: May 9, 1935 – March 12, 2018
Posted on March 12, 2018 .
We have been advised this morning that Nokie Edwards passed away today after several months battling an infection after hip surgery this past December. The Ventures family feels this loss very deeply: Nokie has been part of the Ventures’ history for almost 6 decades and helped to shape the early Ventures’ sound and the success of their career. He was an innovator and one of the greats on guitar, so much so that he influenced many young players over the course of his career. Born in Lahoma, Oklahoma with Cherokee roots, he found his way to Washington State where he met Bob Bogle and Don Wilson and began playing and recording with The Ventures, initially on bass (because Bob was playing lead) but eventually taking over as lead guitarist for the group. Nokie’s many accomplishments include composing and his song, Ginza Lights (Futari No Ginza) was one of the first of the Ventures’ Japanese hits – and is still a standard in Japan. Our thoughts and prayers go out to Nokie’s wife, Judy, and all family members, friends and fans. His music will live on.

“Os Corsos” acompanhando Jerry Adriani em Goiânia (1968).

Quando saiu dos Jet Black’s depois de seu aniversário em 08 de outubro de 1966, Sérgio Vigilato, conhecido como Serginho Canhoto, se juntou aos Wandecos (grupo que acompanhava a cantora Wanderléa) e criou outro conjunto que foi chamado de “Os Corsos” e que costumavam tocar nas boates da baixada Santista e depois foram tocar em Goiânia.

“Os Corsos”, em novembro de 1966, tinha a seguinte formação:
Serginho ”Canhoto”, Líder, guitarra solo e relações publicas, Ronny, guitarra-base e vocal, Luiz Marcelo , Guitarra(segunda) e vocal, Jose Adolfo Stern (Zé) bateria e vocal e Carlos Geraldo, baixo-elétrico e vocal.

OS CORSOS – Sergio Vigilato, Carlos Geraldo, Ronnie e Jose Adolfo.

Em Goiânia, conhecendo grandes músicos como Carcará, Coringa e Osvaldinho, fizeram uma mistura para agradar os artistas de São Paulo e Rio, que se aventuravam excursionar pelos interiores do Brasil para promover seus discos.

Nesta foto de 1968, do acervo de Sérgio Vigilato, o Serginho Canhoto dos Jet Black’s, estão alguns músicos do conjunto “Os Corsos”, criado por ele, e dentre os músicos que estão no palco, vejam quem está cantando. Reconhecem? Pois é ele mesmo: Jerry Adriani!

Da esquerda para a direita: Serginho Canhoto, Jerry Adriani ao microfone, Osvaldinho no teclado, Coringa na guitarra base (só aparece o braço), Darcy no baixo-de-pau, e José Stern, o Zezinho, na bateria.

Sérgio me contou que ele e seu conjunto Os Corsos eram contratados pelo canal 5 de Goiânia e certa vez, em 1968, quando ele e seu conjunto estavam lá, numa época em que os artistas estavam lutando para conseguir fama e tinham que se arriscar a viajar sem acompanhamento, Jerry Adriani estava lá pra se apresentar e ficou feliz ao encontrar o amigo Sergio e seu conjunto lá, assim como também aconteceu com Sergio Reis e Wilson Miranda, que também estavam por lá.

Na foto, da esquerda para a direita, podemos ver Sergio Vigilato, o Serginho Canhoto, Jerry Adriani ao microfone, Osvaldinho no teclado, Coringa na guitarra base (só se vê o braço), Darcy no baixo-de-pau que foi fabricado por ele mesmo com caixas de pinho-de-riga de bacalhau importado (ele pegava as caixas no Mercadão Central) e José Stern, o Zezinho, (já falecido) na bateria.
Sérgio aparece com sua guitarra sombreada (sunburst) de 12 cordas que ele mesmo confeccionou na fábrica da Gianinni.

“Dos Corsos originais só está o José Adolfo Stern, o Zezinho.
Darcy entrou no lugar do Carlos Geraldo (Carge), que era nosso John Lennon; modéstia à parte, Carge arrasava!
O Coringa fazia parceria com nosso querido “CARCARA”, outro monstro em bossa e harmonia cavernosas, e todos deram um colorido excepcional aos “Corsos”.” (Sérgio Vigilato)

Na volta de Goiânia, em fins de 1968, Sérgio se preparou para ir para Los Angeles, Califórnia, e desde então vive nos Estados Unidos.

“Os dons artísticos do Sergio Vigilato, extrapolam os limites da normalidade. Exímio músico, Cantor, Luthier (confecção de guitarras), Taxidermista, produtor musical e tantas qualidades diferenciadas, que me fogem à memória. Me orgulho de ser amigo dele.” (Primo Moreschi, fundador do conjunto The Jet Black’s)

A Polêmica Historia que envolve o nome da Banda The Jet Black`s e sua fundação.

Muito já se falou da historia deste conjunto dos anos 60, tanto por historiadores como pelo legado em textos e fitas deixados por alguns de seus integrantes, a exemplo das três fitas que estão em posse do historiador Eduardo Reis e que tocam no assunto “fundação do grupo e a escolha do nome”.

A primeira fita trata-se de uma entrevista do Gato com Idalina de Oliveira em 1966 pela Rádio Tupi) onde ele fala sobre várias coisas, por exemplo:

·         Conta sobre o nome, dizendo que, na opinião dele, “The Vampires” é coisa de Transilvânia e não servia para nome de conjunto de rock´n´roll, e ele (Gato), forçou a mudança do nome, tendo escolhido o nome Jet Black´s, com apóstrofe e “S” em homenagem aos THE SHADOWS. Vejam que a história é quase a mesma contada por Jurandi, pois ele (Jura) fala que Zé Paulo havia escolhido o nome.

·          Gato cita Joe primo, fala que no início de 1962 ele pegou tuberculose e, contrariando o Jurandi, ele (Gato), Jairo (diretor da Chantecler) e o cantor Oswaldo Rodrigues, com a ajuda do prefeito de Campos do Jordão, o internaram no sanatório Nossa Senhora das Mercês em Campos do Jordão; Eloy, Guitarra base do conjunto Super Som T.A., entrou no lugar de Joe Primo.

·         Fala da sua saída dos The Jet Black´s alguns meses antes, e que estava tocando baixo no quarteto de Renato Mendes, no Johan Sebastian Bar. Quando Idalina pergunta o motivo ele diz que prefere não tocar no assunto.

A segunda fita, gravada em 1991 na casa de Guilherme Dotta, o Tico, por um jornalista da Folha de São Paulo. Nela o jornalista entrevista Jurandi, Gato e Tico, falam sobre vários assuntos e nas páginas tantas o jornalista pergunta a origem do nome. O Jurandi imediatamente fala que ele (Jura) sugeriu o nome e o Gato, de forma meio ríspida, retruca: VOCÊ? Creio que fui eu que batizei o grupo com este nome. O Jura fala qualquer coisa baixo e retoma o assunto com o comentário: Polemicas à parte o nome foi escolhido pelo grupo. Nesta entrevista fica claro que o Gato e o Jurandi não haviam esquecido as magoas do passado…

A terceira fita é uma entrevista com o Orestes, onde estavam Eduardo Reis, Foguinho e Orestes e este conta sobre a época da Boate Lancaster e quando perguntado sobre o nome do grupo ele fala que, “pelo que sabia” foi uma decisão do Gato e que este havia escolhido o nome em homenagem aos Shadows.

Porém, a verdadeira historia da mudança de nome quem conta é Primo Moreschi, o Joe Primo, legítimo e verdadeiro fundador do conjunto The Vampires, que depois se tornou The Jet Black`s!

“Para início de conversa, conheci o Gato quando o vi mexendo em um piano dentro dos estúdios onde eu (Joe Primo), Bobby De Carlo, Carlão, Zé Paulo e Jurandi, que formávamos “The Vampires”, ensaiávamos alguns cantores, os futuros participantes que iriam se apresentar no Programa Ritmos Para a Juventude, de Antonio Aguillar; Gato era ainda um ilustre desconhecido num canto do estúdio, o qual somente me chamou a atenção em razão de estar tirando alguns acordes do piano. Perguntei se ele sabia tocar piano, ele disse que arranhava um pouco, então o convidei para tocar e ele aceitou. Na semana seguinte, eu tive a ideia de conversar e sugerir a um dos integrantes amadores que testei e aprovei para participar do programa Ritmos para a Juventude (vai dai eu ter a liberdade de sugerir), cujo nome era Jet Blacks, e com as seguintes palavras eu lhe disse: Vem cá Jet Black! Você não quer trocar de nome com a gente?

Ele humildemente, e sorridente, respondeu prontamente que trocava sim. Então eu sugeri a ele que por ele ser magro e pequeno deveria se chamar Little Black, e nós The Jet Black´s.

Portanto é mentira que teve condição imposta pelo Gato para mudar o nome do conjunto, e muito menos consultei alguém além do Bobby De Carlo para mudar o nome The Vampires para The Jet Black`s.
Outra mentira deslavada, sem nenhum cabimento, está relacionada ao início do The Vampires: dizer que Jurandi, Zé Paulo, Orestes, Gato e Ernestico que iniciaram o conjunto, quando em verdade somente o Gato chegou a participar da segunda semana da fundação do The Vampires feita por mim, Joe Primo, Bobby De Carlo, Carlão, e aí sim, o Zé Paulo veio e foi quem convidou o Jurandi, que mal sabia tocar samba em alguma reunião do colégio que os dois estudavam.
O Ernestico só passou a fazer parte do conjunto quando, já como The Jet Black´s, começamos a tocar na Boate Lancaster. E o Orestes sempre foi cogitado, principalmente pelo Zé Paulo, para fazer parte integrante do The Jet Black´s, mas nunca daí dizer que ele iniciou quando ainda era The Vampires. (mentira deslavada, que inclusive cai em contradição até pela fotografia postada na página em questão, (uma tremenda montagem) tendo ao fundo uma bateria dos The Clevers sendo que esse conjunto só passou a existir após o Jurandi, Zé Paulo e o Gato, já se achando muito superior, não aceitavam mais participar do programa Ritmos Para a Juventude, daí Antonio Aguillar ter lançado o conjunto.

Esta é a foto polêmica , onde podemos ver o Joe Primo e o Carlão, porém a bateria tem o nome The Clevers.

Esta é a foto polêmica , onde podemos ver o Joe Primo e o Carlão, porém a bateria tem o nome The Clevers.

Portanto, essa foto é uma mentira, mas também serve para desmentir declarações do Jurandi de que o Orestes e Nestico iniciaram o The Vampires, pois nessa montagem não esta nem Orestes, e muito menos o Nestico. E vou mais além, nem mesmo o Zé Paulo; esse sim deveria estar. Quanto ao Orestes, só passou a integrar os The Jet Black´s, quando eu adoeci por ter dado tudo de mim até a saúde para poder fazer o The Jet Black´s ser sucesso. Passados alguns meses voltei e fui deixado de lado em prol de outro que já havia ocupado meu lugar. Em meu livro “O Protagonista Oculto dos Anos 60″ eu relato o passo a passo de como tudo aconteceu, com provas vivas até hoje, que podem e devem confirmar a veracidade dos fatos por mim relatados em meu livro de memórias.”

E tudo isso já foi revelado aqui mesmo neste Blog e visto nas redes sociais, mas sempre vale a pena mostrarmos de novo, inclusive por que tivemos também o depoimento de Bobby de Carlo sobre a veracidade dos fatos relatados pelo Joe Primo e endossados por Sérgio Vigilato, o Serginho Canhoto.

Bobby de Carlo fala sobre seu amigo e companheiro, Primo Moreschi.

Eu diria que Primo é um artista! Musico, pintor, compositor, poderia ser também um grande ator comediante. Lembro-me de um texto seu que em resumo seria isto:

“…Como você é linda, seu vestido branco, suas mãos tão delicadas, seu rosto tão lindo, sua pele clara, muito clara.
Porque não fala comigo?
Acorda! acorda! ACORRRRDA!!!
Pô!  Não vê que ela tá morta?”

Desculpe o humor negro, mas isso era coisa do Primo…

No meu primeiro LP pela gravadora Mocambo, gravei com os Megatons. Foi certamente um dos momentos de maior prazer na minha vida.
Sem imposição alguma, gravei o que queria da forma mais descontraída possível.
Com o bom humor do grupo, o clima era maravilhoso. Criei arranjos, participei como musico, convidei para participar em algumas faixas o Wanderley pianista, (ex Roberto Carlos), o Nestico sax do Jet´s, e nunca houve por parte dos Megatons, Primo, Bitão, Luiz, Renato e Edgar qualquer tipo de estrelismo.
Nós nos divertimos muito.  Coisa que não aconteceu quando da minha volta ao The Jet Black´s em l964, quando disse ao Jurandir para que criássemos algumas musicas, coisas próprias. Porem ele achava melhor “tirar” musicas de outros conjuntos, ou seja, copiar o original e tocar nos Jet Black´s. Coisas estas que fazíamos em nossa adolescência musical.
O Orestes saiu, e eu, desmotivado, saí também.

Serei sempre amigo do Primo, tenho-o em alta estima.
Tenho certeza que a década de sessenta será marcada positivamente em nossas vidas!”

Um grande abraço
Bobby.

Joe Primo, o Precursor da História dos Jet Black’s!

Joe Primo, nome artístico de Primo Moreschi, é uma dessas pessoas predestinadas e muito especiais, que vieram ao mundo para construir uma vida rica de fatos pitorescos e situações inusitadas, sempre convivendo com venturas e desventuras, desafiando a morte e a vida com muito bom humor e propriedade, tirando dos infortúnios, força para sobrepujar os obstáculos que permearam sua vida, sempre tirando ensinamentos ao longo de sua trajetória, sem jamais esmorecer.
Filho dos italianos Concheta e José Moreschi, Primo foi o caçula de nove irmãos e ainda muito pequeno perdeu a mãe e em seguida o pai, tendo que viver de um lado para outro, sem um lar, primeiro de favor na casa de irmãos, depois tendo que trabalhar desde tenra idade para pagar seu próprio sustento em pensão domiciliar.
Ainda quando tinha de sete para oito anos de idade, Primo teve o primeiro contato com os instrumentos musicais, pois acompanhava seu irmão mais velho nos ensaios de sua banda country chamada Rancheiros da Paulicéia. Eles tocavam na Rádio América e Primo acompanhava os ensaios e assim aprendeu também a tocar violão e guitarra.
Primo nasceu artista e por necessidade aprendeu a profissão de retocador de retratos para ter o seu próprio sustento, e também exerceu a profissão de fotógrafo. Além disso, costumava compor canções e um belo dia a oportunidade de entrar para o meio artístico surgiu em um encontro casual com o compositor Américo de Campos.
Joe Primo gravou seu primeiro disco e tornou-se conhecido em 1961, com as músicas “Ela me fez de limão” e “Água de cheiro” sendo transmitidas pela Rádio Nacional de São Paulo, chegando às paradas de sucesso.
Foi em suas andanças pelas rádios de São Paulo para a divulgação do seu 78rpm que Joe Primo teve oportunidade de voltar à Rádio Nacional para participar de um programa de lançamentos musicais, intitulado “Ritmos para a Juventude”, cujo apresentador era Antonio Aguillar. Foi nessa época que ele teve a ideia de formar um conjunto de Rock para acompanhar os cantores que se apresentavam naquele programa, e juntamente com o amigo Roberto Caldeira dos Santos, o Bobby de Carlo, fundou o conjunto The Vampires, que viria a ser The Jet Black’s, em um tempo em que o Rock’n’Roll começava a marcar presença no Brasil.
Foi assim que o menino órfão, que passou tantas privações na vida, tendo sido até mesmo acometido por grave doença, precisando ser internado no Sanatório Nossa Senhora das Mercês em Campos do Jordão para se tratar da doença que o acometeu devido a ter passado fome e frio em suas peregrinações pelas rádios e gravadoras em busca de divulgação dos discos do conjunto, iniciou os primeiros passos para que o Brasil tivesse uma das mais queridas e famosas bandas de Rock Instrumental, The Jet Black’s, cujo sucesso foi tanto que mesmo tendo já se passado mais de 50 anos do início de tudo, não há quem não tenha ouvido falar nela!
Primo Moreschi ainda formou Os Megatons, um grupo que se destacou pelos sons exóticos e criativos perpetuados na música jovem, antes de se retirar definitivamente do meio artístico para viver em Campo Grande/MS, onde constituiu família e tornou-se reconhecido empresário da indústria de moveis planejados e exclusivos.

“O PROTAGONISTA OCULTO DOS ANOS 60”

A obra de Primo Moreschi, de fundador do conjunto The Jet Black`s a artista plástico!

Os seguidores desse Blog com certeza conhecem bem a historia de Joe Primo, nome artístico de Primo Moreschi, uma dessas pessoas predestinadas e muito especiais, que vieram ao mundo para construir uma vida rica de fatos pitorescos e situações inusitadas, sempre convivendo com venturas e desventuras, desafiando a morte e a vida com muito bom humor e propriedade, tirando dos infortúnios, força para sobrepujar os obstáculos que permearam sua vida, sempre tirando ensinamentos ao longo de sua trajetória, sem jamais esmorecer.

Primo escreveu um livro sobre a historia de sua vida, cujo título é “O Protagonista Oculto dos Anos 60”, já publicado resumidamente também aqui.

Hoje recebi uma mensagem muito especial enviada por ele, compartilhando comigo sua alegria em terminar mais uma obra sua, um quadro a óleo encomendado pela família do ex-Governador do Estado de Mato Grosso do Sul, Dr. Pedro Pedrossian e Dna Maria Aparecida Pedrossian, e compartilho também com vocês a mensagem recebida!

“Lucinha, Após um longo período, acabei de pintar a tela a qual você pediu-me que lhe mostrasse assim que terminasse de pintá-la. Aproveito o ensejo, para dizer que atualmente é através das encomendas de pinturas (reproduções em tela a óleo) que sobrevivo. E quando estava na ativa com minha banda “The Jet Black´s”, eu nunca parei de trabalhar (pintar e retocar retratos), simultaneamente, divulgando nas rádios e lojas de discos, nossas primeiras gravações pela “Gravadora Chantecler”. Nunca me esquecendo (é bom que se diga), de agradecer aos meus amigos radialistas e programadores das emissoras de Rádio, (citados em meu livro de memórias) que sempre me deram uma colher de chá, executando nossas musicas, culminando com o sucesso avassalador de Stick Sheeft, e Apache; nossas musicas de trabalho na época.

A família do ex-Governador do Estado do Mato Grosso do Sul, Dr. Pedro Pedrossian e Dna Maria Aparecida Pedrossian.

A família do ex-Governador do Estado do Mato Grosso do Sul, Dr. Pedro Pedrossian e Dna Maria Aparecida Pedrossian.

Este quadro que lhe enviei, quem fez o preço, foi a própria cliente. O tamanho dessa tela é de l,OO mts x 7O,oo cmts. Quanto às pessoas pintadas, são do ex- governador de MS, e família.”

Já imaginaram ter um quadro pintado pelo fundador do The Jet Black`s? 😉
Quem quiser encomendar um, segue o perfil de Primo Moreschi, ou se preferir, deixe um comentário aqui mesmo nesta publicação.

Primo Moreschi

The Sparks, um conjunto instrumental dos anos 60 que venceu os tempos chegando aos anos 2000!

The Sparks é o nome de um conjunto instrumental ao estilo dos conjuntos The Shadows e The Ventures, fundado em 1964 por Edison Della Monica no bairro do Belém em São Paulo.

Edison Della Monica e Toni Campelo

Edison Della Monica e Toni Campelo

Em sua primeira formação em 1964 faziam parte dele os músicos:

João Alberto Garlant – guitarra-solo
Ângelo Mário Gilberto Melzer – guitarra-base
Sidney Thomaz de Medeiros – contrabaixo
Edison Della Monica – bateria.

Em 1966, com esta mesma formação, gravaram dois discos.

A Partir de 1968 houve mudanças no quadro de músicos entrando para o grupo o Emilio Russo (ex The Lions e The Jet Black´s) na guitarra solo, substituindo Ângelo Mario Gilberto Melzer (tendo João Alberto passado para a guitarra base) e Carlos Nabar (ex Deny e Dino) entrou no lugar de Sidney no contrabaixo.

Nesse ano de 1968 lançaram pelo selo Beverly um compacto duplo de nº BCD 101 com as seguintes musicas (vocalizadas):
Lado A – Recordação e Não a quero mais
Lado B – Garota Orgulhosa – Ilusão.

No mês de Outubro de 1971 o nome do conjunto mudou para “A Máfia”, em virtude da troca de estilo musical, passando a ser um conjunto de bailes.

Nessa época os integrantes eram:
Edison Della Monica – bateria
Sebastião Aparecido Garcia – órgão e vocais
Reginaldo Tucci Zanandre – crooner
Pedro Luiz Correia – guitarra-solo
Wagner Marques – guitarra-base
Jorge Luiz de Moura – contrabaixo.

Com esse pessoal foi gravado em 1972 o LP. de nº 112.276 pelo selo OKEH (CBS) Conjunto Máfia (Os Jovens Fera):

Lado A – The End – Theme from Love History – Amada Amante – Ai Jalisco no te rajes – Aquarela do Brasil – Dio come ti amo.

Lado B – Tema de Lara – A time for us – La Mer – Everething will be all right – Oh me oh my – Sweet Memories.
Nome do Compacto Duplo – Lino

Em 1978 foi lançado pela gravadora Continental um compacto pelo selo HELP de nº CLD 013 –(LINO) com o seguinte repertório.

Lado A – Suspeita – Insistência

Lado B – Quem tudo quer tudo perde – O luar ainda é amigo.

Faziam parte do grupo os seguintes músicos:

Edison Della Monica – bateria
Emilio Russo – guitarra-solo
Dorian Russo – base e bandolim
Mário José Marreiro – contrabaixo.

Foi gravado também um LP onde o grupo fazia acompanhamento para diversos cantores que participaram do disco.

Em 1989 foi lançado pelo selo PHONODISC (Continental) um LP nº 034.405.565 – RAIO X – (A CASA DO SOL NASCENTE) com o seguinte repertório.

Lado A
The House of rising sun – Theme from Young lovers – Sleepwalk – Apache – O Milionário – Trombone.

Lado B
La Comparsa – Ronny Boy – Lets go – Only the youngs – Stick shift – Shane.

Também saiu em Fita k7 Nº k7- 034.703.565 em Outubro /1989.

Participaram dessa gravação os seguintes músicos.

Edison Della Monica – bateria
Emilio Russo – guitarra-solo
Dorian Russo- guitarra-base
Pedro Luiz Correia – contrabaixo.
Marco Antonio Possato – teclados ( Participação especial )

Em 1992 Regis e Della Monica formaram uma Dupla Vocal e lançaram uma fita k7 pelo selo Bertison (Copacabana) com a dupla Regis e Della Monica com o seguinte repertório.

Lado A – Memórias – No dia em que você me disse adeus – Só por causa de você – Batom Vermelho – Eu não aceito o teu adeus – Razão do meu viver – Não demore mais

Lado- B – Nos braços, nos olhos e no coração – Diana – Com você no coração – Encontrei você – Longe tão perto – Menina Feia – Eros .

Participaram dessa gravação os seguintes músicos:

José Aparecido Neiva – guitarra-base e solo
Milton de Almeida Quirino – contrabaixo
Emilio Russo – guitarra-solo
Ademar de Freitas Martins – programação bateria
Edison Della Monica – vocais
Reginaldo Tucci Zanandre – vocais
Marcos Antonio Possato – órgão (Participação Especial )

Em 1997 – foi lançado pela gravadora Acervo Records um CD intitulado “Uma Viagem através do Tempo” – The Sparks – CD – nº ARPP 0013, contendo o seguinte repertório:

Love is blue – A Casa do sol nascente – Mia Gioconda – Mississipi – Noites de Moscou – La Comparsa – Ronny Boy – O Milionário – Comanche – Recordação – Lonely – Only the youngs – Unchained Melody – Tammy – Shane – O Dólar Furado – Lets go – Blue Star – Apache- Tema para jovens enamorados – L idole de jeunes – Stick Shift – Johnny Guitar – Sleepwalk.

Fizeram parte dessas gravações os seguintes músicos:

Edison Della Monica – bateria
Emilio Russo – guitarra-solo
Dorian Russo – guitarra-base e bandolim –
Pedro Luiz Correia – contrabaixo
Jean Marcelo Basi – guitarra-base
Júlio Cezar Gomes – contrabaixo

As Músicas – Love is blue – Mia Gioconda – Mississipi – Noites de Moscou – O Milionário – Comanche – Recordação – Lonely – Unchained Melody –Tammy – O Dólar Furado – Blue Star – Tema para jovens enamorados – Johny Guitar – foram gravadas em 1996.
As demais em 1989 referentes ao LP Raio X –

Em 1999 foi gravado um CD intitulado “Além das Estrelas”, totalmente independente e com músicas inéditas do grupo – mas não lançado no mercado fonográfico.
Este CD contém o seguinte repertório:

01- Além das estrelas – 02 – Noites do Havaí – 03- Naufrágio – 04 – Açores – 05 – Bola de Fogo – 06 – Surfing do trem – 07- Expresso do Oriente – 08 – Luar de São Vicente – 10 – Rock da Arábia – 11 – Bodas de Prata – 12- Corisco – 13- Ilusão – 14 – Kremlin

Participaram dessa gravação os seguintes músicos:

Edison Della Monica – bateria
Emilio Russo – guitarra-solo
Mauro Fabiano – guitarra-base
Mauricio Leite do Amaral – contrabaixo

Em 2000 lançaram o CD Remember 60’s and 70’s

O CD editado pela Acervo Records (1997) foi relançado pela gravadora ALLEGRETTO – com o nº ALCD – 0078 – contendo o mesmo repertório, com o titulo Remember 60`s and 70`s, tendo inclusive sido comercializado com 3 capas diferentes.

Em 2001 foi gravado um CD com o titulo “Classics of Surf”, o qual deveria ser editado pela gravadora Pentarte Ltda. contendo o seguinte repertório:-

01- Have you ever see the rain – 02- Last train to Clarksville – 03- In my life – 04 – Everybodys loves a clown – 05 – Em la fronteira Del México – 06 – Coimbra – 07 – Sultans of swing – 08 – Midnight – 09 – Açores – 10 – Maryan – 11- Riders in the sky – 12- Sukiaki – 13- Driving Guitar – 14- Rhytm of the rain – 15- The High and the might –16- Kokorono-niji – 17 – Green Grass – 18 – Music to watch girl by

Participaram dessa gravação os seguintes músicos:

Edison Della Monica – bateria
Emilio Russo – guitarra-solo
Mauro Fabiano – guitarra- base
Mauricio Leite do Amaral – contrabaixo

Em 2002 – foi lançado pelo selo Bucanner Records um CD – de nº 003 chamado “Brasilian Instrumental Rarites Volume 3” com diversas bandas onde The Sparks aparecem na montagem com a faixa nº 11 – Come te adoro menina. (Quiereme Mucho)

Em 2004 – foi lançado o CD de nº 00149 – The Sparks – Celebration Forty Years pelo selo ALLEGRETTO – contendo o seguinte repertório:

Have you ever see the rain – Green Grass – Recordação – Hurtin Inside- Trombone – Another brick in the wall – Wholl stop the rain – Além das estrêlas – Lets train to clarksville – Ana Júlia– Lamento Apache – Midnight – Noites do Haway – Caravan – Ilusão – Bola de fogo – Rock das Arábias – Smoke on the water – Sultans of swing

Participaram dessa gravação os seguintes músicos

Edison Della Monica – bateria
Emilio Russo – guitarra-solo
José Aparecido Neiva – guitarra-base
Davi S. Russo – contrabaixo.

Nas faixas Midnight e Rock das Arábia participação especial de Mauro Fabiano (guitarra-base) e Mauricio Leite do Amaral (baixo).

Em 2005 – foi lançado o CD For Young Lovers – pelo selo Sky Blue – de nº 2477 contendo o seguinte repertório:

Look for star – Never my love – If – Airport love Theme – Sumertime — Don’t let it die – Ill be there – Je taime moi non plus – Rhythm of the rain – This Boy – Have you ever see the rain – The High and the might -Theme forQueen Elisabeth – In my life – Theme for young lovers

Participaram dessa gravação os seguintes músicos:

Edison Della Monica – bateria
Emilio Russo – guitarra-solo
José Aparecido Neiva- guitarra-base
Davi Souza Russo – contrabaixo
Claudio Calobrezi – teclados.

Em 2007 foi lançado pela gravadora Allegretto o CD The Sparks Greatest Hits com o numero ALCD.0194 – contendo o seguinte repertório:

Sultans of swing – Theme for Young lovers – Midnight – Apache – Blue Star– Sleepwalk – The Milionarie – Mississipi – Have you ever see the rain – The House of rising sun – Another brick in the wall – Smoke on the water – Hurtin Inside – Green Grass – Ronny Boy – Além das estrelas – Ana Julia – Recordação – Unchained Melody e Caravan.

Em 2010 foi lançado pela gravadora Allegretto o CD Guitarras da Jovem Guarda com o numero 0268 – contendo o seguinte repertório:

Pensando Nela, Devolva-me, A volta, Meu bem, Esqueça, O milionário, Quase fui lhe procurar, Quem não quer, O ritmo da chuva, Everbody loves a clown, Dont be cruel, olhando estrelas, Theme for Young lovers, Emoção, Lilian, O bom rapaz, O pica-pau, Coruja, Broto Legal, Feche os olhos, Festa de arromba, Anjo, Anos setenta.

O trabalho mais recente e último foi este disco lançado em 2012, gravado só com composições dos elementos da banda, “Beyond the Stars”…

Segue um vídeo com alguns flashes da história do conjunto fundado por Edison Della Monica, e também fotos raras de artistas da Jovem Guarda, incluindo participação em lançamento de livros sobre o Rock e a Jovem Guarda, finalizando com uma apresentação do conjunto ao vivo em 07-04-2013 em Guarulhos/SP, em um show para as Casas Andre Luiz promovido pela Rádio Nova de Guarulhos AM1450, , com a presença dos músicos Emílio Russo, Edison Della Monica, Vicente Vitché Sinisgalli e o contrabaixista Dimmy Adriano. O apresentador e um radialista chamado Manoel Bolonha (Fã Clube Manoel Bolonha), que tem um programa diário na Rádio Boa Nova de Guarulhos.

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Atualmente Edson Dellamonica está lançando uma nova banda intitulada “HIGIENE MENTAL”.

Joe Primo, o Precursor da História dos Jet Black’s!

(A verdadeira historia da fundação do conjunto instrumental dos anos 60, “The Jet Black’s”, está contada no livro O PROTAGONISTA OCULTO DOS ANOS 60, de Primo Moreschi.)

Primo pintando o retrato de sua mãe, suas feições ele só se recordava de memória...

Primo pintando o retrato de sua mãe, suas feições ele só se recordava de memória…

Joe Primo, nome artístico de Primo Moreschi, é uma dessas pessoas predestinadas e muito especiais, que vieram ao mundo para construir uma vida rica de fatos pitorescos e situações inusitadas, sempre convivendo com venturas e desventuras, desafiando a morte e a vida com muito bom humor e propriedade, tirando dos infortúnios, força para sobrepujar os obstáculos que permearam sua vida, sempre tirando ensinamentos ao longo de sua trajetória, sem jamais esmorecer.

Filho dos italianos Concheta e José Moreschi, Primo foi o caçula de nove irmãos e ainda muito pequeno perdeu a mãe e em seguida o pai, tendo que viver de um lado para outro, sem um lar, primeiro de favor na casa de irmãos, depois tendo que trabalhar desde tenra idade para pagar seu próprio sustento em pensão domiciliar.

Ainda quando tinha de sete para oito anos de idade, Primo teve o primeiro contato com os instrumentos musicais, pois acompanhava seu irmão mais velho nos ensaios de sua banda country chamada Rancheiros da Paulicéia. Eles tocavam na Rádio América e Primo acompanhava os ensaios e assim aprendeu também a tocar violão e guitarra.

Primo nasceu artista e por necessidade aprendeu a profissão de retocador de retratos para ter o seu próprio sustento, e também exerceu a profissão de fotógrafo. Além disso, costumava compor canções e um belo dia a oportunidade de entrar para o meio artístico surgiu em um encontro casual com o compositor Américo de Campos.

Joe Primo gravou seu primeiro disco e tornou-se conhecido em 1961, com as músicas “Ela me fez de limão” e “Água de cheiro” sendo transmitidas pela Rádio Nacional de São Paulo, chegando às paradas de sucesso.
Foi em suas andanças pelas rádios de São Paulo para a divulgação do seu 78rpm que Joe Primo teve oportunidade de voltar à Rádio Nacional para participar de um programa de lançamentos musicais, intitulado “Ritmos para a Juventude”, cujo apresentador era Antonio Aguillar. Foi nessa época que ele teve a ideia de formar um conjunto de Rock para acompanhar os cantores que se apresentavam naquele programa, e juntamente com o amigo Roberto Caldeira dos Santos, o Bobby de Carlo, fundou o conjunto The Vampires, que viria a ser The Jet Black’s, em um tempo em que o Rock’n’Roll começava a marcar presença no Brasil.

Foi assim que o menino órfão, que passou tantas privações na vida, tendo sido até mesmo acometido por grave doença, precisando ser internado no Sanatório Nossa Senhora das Mercês em Campos do Jordão para se tratar da doença que o acometeu devido a ter passado fome e frio em suas peregrinações pelas rádios e gravadoras em busca de divulgação dos discos do conjunto, iniciou os primeiros passos para que o Brasil tivesse uma das mais queridas e famosas bandas de Rock Instrumental, The Jet Black’s, cujo sucesso foi tanto que mesmo tendo já se passado mais de 50 anos do início de tudo, não há quem não tenha ouvido falar nela!

Primo Moreschi ainda formou Os Megatons, um grupo que se destacou pelos sons exóticos e criativos perpetuados na música jovem, antes de se retirar definitivamente do meio artístico para viver em Campo Grande/MS, onde constituiu família e tornou-se reconhecido empresário da indústria de moveis planejados e exclusivos.

Por Lúcia M. Zanetti de Araújo, uma fã de Primo Moreschi e dos Jet Black`s.

Bobby de Carlo fala sobre seu amigo e companheiro, Primo Moreschi.

Eu diria que Primo é um artista! Musico, pintor, compositor, poderia ser também um grande ator comediante. Lembro-me de um texto seu que em resumo seria isto:

“…Como você é linda, seu vestido branco, suas mãos tão delicadas, seu rosto tão lindo, sua pele clara, muito clara.
Porque não fala comigo?
Acorda! acorda! ACORRRRDA!!!
Pô! Não vê que ela tá morta?”

Desculpe o humor negro, mas isso era coisa do Primo…

No meu primeiro LP pela gravadora Mocambo, gravei com os Megatons. Foi certamente um dos momentos de maior prazer na minha vida.

Sem imposição alguma, gravei o que queria da forma mais descontraída possível.
Com o bom humor do grupo, o clima era maravilhoso. Criei arranjos, participei como musico, convidei para participar em algumas faixas o Wanderley pianista, (ex Roberto Carlos), o Nestico sax do Jet´s, e nunca houve por parte dos Megatons, Primo, Bitão, Luiz, Renato e Edgar qualquer tipo de estrelismo.

Nós nos divertimos muito. Coisa que não aconteceu quando da minha volta ao The Jet Black´s em l964, quando disse ao Jurandir para que criássemos algumas musicas, coisas próprias. Porem ele achava melhor “tirar” musicas de outros conjuntos, ou seja, copiar o original e tocar nos Jet Black´s. Coisas estas que fazíamos em nossa adolescência musical.

O Orestes saiu, e eu, desmotivado, saí também.

Serei sempre amigo do Primo, tenho-o em alta estima.

Tenho certeza que a década de sessenta será marcada positivamente em nossas vidas!

Um grande abraço
Bobby.

Emílio Russo e sua trajetória artística como um grande guitarrista desde os anos 60.

Fiz algumas perguntas ao guitarrista Emílio Russo, as quais ele respondeu e ainda contou mais historias sobre a sua trajetória artística, e também “causos” que lhe aconteceu quando fazia shows pelo Brasil.

1) Emílio, quando você começou a tocar no conjunto Os Freedmans, foi levado por quem? Como conheceu seus companheiros?

Resposta: Para o conjunto Os Freedmans não fui levado por ninguém; eu conheci o Raul de Barros através de um conjunto que ele tinha chamado Os Piratas; com a saída do Raul deste conjunto, que naquele momento queria fazer um conjunto comigo, ficamos de arrumar um bom baterista e através do saxofonista Gigi conhecemos Armandinho que conhecia por sua vez o Banzé, que era o Guitarra Base. E assim começamos a ensaiar no bairro da Pompéia, na casa do Gigi, saxofonista; dai por diante foi só tocar a bola pra frente.

2) Nesta foto da revista Intervalo de 24 de abril de 1966, você ainda não aparece… Estão no grupo o Alemão, Jurandi, Gato e Zé Paulo. Sabemos que você entrou nos Jet Black`s para substituir o Gato, então não foi em março que você entrou para a Banda, como diz a matéria da revista Intervalo? Teria sido em novembro, como está no livro de Edu Reis? Você chegou a tocar com o Gato?

Da esquerda para a direita: Alemão, Jurandi Trindade, Gato e Zé Paulo - Revista Intervalo de 24 de abril de 1966

Da esquerda para a direita: Alemão, Jurandi Trindade, Gato e Zé Paulo – Revista Intervalo de 24 de abril de 1966

Resposta: Às vezes brincávamos e trocávamos ideias.

Página completa com a Matéria da Revista Intervalo de 24 de abril de 1966…

Revista Intervalo - edição de 24 de abril de 1966. Na foto, da direita para a esquerda: Alemão, Jurandi, Gato e Zé Paulo

Revista Intervalo – edição de 24 de abril de 1966.
Na foto, da direita para a esquerda: Alemão, Jurandi, Gato e Zé Paulo

Guitarras do ie ie ie mandam brasa - página 2

Reportagem sobre a saída do Gato em março de 1966…

Por volta de Março de 1966, o conjunto era formado por Alemão, Zé Paulo, e Jurandi. O artigo da Intervalo diz que Gato estava prestes a ter um colapso nervoso devido a muitos compromissos como músico e não podia suportar mais. Os rapazes compreenderam e começaram a procurar seu substituto. Em 19 de março de 1966 Emilio Russo tornou-se oficialmente lead-guitarrista e foi apresentado por Roberto Carlos no programa Jovem Guarda num domingo, dia 20 de março de 1966 como sendo o mais novo membro da banda. Emilio tinha 21 anos (nasceu em 1945) e 1m 80cm de altura. / Around March 1966 Gato up and left The Jet Blacks who were then Alemão, Zé Paulo & Jurandir. The article at Intervalo says Gato was close to a nervous breakdown due to too many engaments as a musician and couldn't cope with it anymore. The guys understood Gato's predicament and went on the look out for a replacement. The boys went on a raid through most night-clubs in Sao Paulo and finally found lead-guitarrist Emilio playing with The Lions and popped the question to him. Emilio is an excellent guitarrist and a good looking one to boot. As of 19 March 1966, Emilio became the official lead-guitarrist with The Jet Blacks having been introduced by Roberto Carlos at 'Jovem Guarda' on the Sunday 20 March 1966 as the newest member of the band. Emilio was 21 years old (born in 1945) and 1.80 metres tall. Gato would then go into a detox joint and soon join Roberto Carlos's band.

Por volta de Março de 1966, o conjunto era formado por Alemão, Zé Paulo, e Jurandi. O artigo da Intervalo diz que Gato estava prestes a ter um colapso nervoso devido a muitos compromissos como músico e não podia suportar mais. Os rapazes compreenderam e começaram a procurar seu substituto. Em 19 de março de 1966 Emilio Russo tornou-se oficialmente lead-guitarrista e foi apresentado por Roberto Carlos no programa Jovem Guarda num domingo, dia 20 de março de 1966 como sendo o mais novo membro da banda. Emilio tinha 21 anos (nasceu em 1945) e 1m 80cm de altura. / Around March 1966 Gato up and left The Jet Blacks who were then Alemão, Zé Paulo & Jurandir. The article at Intervalo says Gato was close to a nervous breakdown due to too many engaments as a musician and couldn’t cope with it anymore. The guys understood Gato’s predicament and went on the look out for a replacement. The boys went on a raid through most night-clubs in Sao Paulo and finally found lead-guitarrist Emilio playing with The Lions and popped the question to him. Emilio is an excellent guitarrist and a good looking one to boot. As of 19 March 1966, Emilio became the official lead-guitarrist with The Jet Blacks having been introduced by Roberto Carlos at ‘Jovem Guarda’ on the Sunday 20 March 1966 as the newest member of the band. Emilio was 21 years old (born in 1945) and 1.80 metres tall. Gato would then go into a detox joint and soon join Roberto Carlos’s band.

Para quem como eu faz confusão entre Emilio Russo e Alemão, eis aqui uma foto do Alemão…
The Jet Blacks - Alemão

3) Se foi em março de 1966 que você entrou no conjunto The Jet Black`s, então você tocou com o Serginho Canhoto, que depois foi substituído pelo Alemão? Você se lembra dele? São amigos? E no final do ano, quando o Serginho saiu para a entrada do Alemão, você se recorda de como foi esta troca, quem indicou, etc?

Resposta: Você me pergunta se eu toquei com meu amigo Sérgio e posso lhe afirmar que não tive a oportunidade de tocar junto com ele. Quem fazia Base na época era o Alemão, mas se você me perguntasse hoje se eu toquei com ele, eu responderia que sim, fizemos um show no Restaurante Ed Carnes pela primeira vez que tocamos juntos e foi muito bom. Tive que improvisar alguma coisa para que tudo desse certo, mas foi bom.

“Meus dois compactos, quando entrei no The Jet Black´s” (Emílio Russo)

4) Como você entrou para Os Lions? Foi a convite de alguém?

Sobre Os Lions, viemos de uma mistura do conjunto antigo The Flamens Boys do Tatuapé. Fiquei conhecendo a banda e entrei como solista no lugar do Ziquito e a formação ficou assim: o Hajime Kamimura no contra baixo, António Galati na bateria, Wilson Tavares na guitarra base e eu na guitarra solo.
Ao passar do tempo recebemos uma proposta do grande comediante da extinta TV Tupi, Ubiratan Gonçalves, o meninão; ele fazia uma espécie de Jerry Lewis e tinha um programa de televisão só dele. Foi quando apareceu uma oportunidade de gravar um LP, seria o primeiro pela gravadora Farroupilha e gravamos o primeiro LP intitulado Os Inigualáveis, com a maior parte das musicas de autoria própria.
Depois veio o segundo LP, em seguida o compacto simples com as musicas “A bala mais rápida do oeste” e “O adeus”. Viajamos o Brasil inteiro em uma perua Chevrolet fazendo bailes e shows.
Depois disso resolvemos mudar para o Rio de Janeiro, onde o base do conjunto, o Wilson Tavares, tinha família morando e eles ofereceram um apartamento para a gente morar. O Ubiratã tinha muitos conhecidos no Rio, fizemos o programa do Chacrinha, programa Jair de Taumaturgo e o programa do Carlos imperial.
Depois voltamos a São Paulo e fomos logo tocar nas bocas do luxo. Foi na Boite Charman onde eu estreei o primeiro som de reverbere feito no Brasil. Era feito por mim e pelo Fafá, meu amigo; pegamos um alto falante, arrancamos o papelão dele e do outro lado colocamos uma bombona, passamos uma mola no meio e o som saia como se estivesse em cima de uma montanha, dando uma espécie de falso eco. Não contente com aquilo, peguei um amplificador com vibrato e pus após o eco e reverberava como uma câmara de eco falsa. Assim era que enchia de gente só para ver aquele som diferente que o conjunto tirava. Hoje em dia não é mais novidade, mas naquele tempo não existia nada parecido e foi realmente um sucesso!
Dai pra frente saímos do Charman e fomos para o Le Masque; me lembro como se fosse hoje quando entrou pela porta o baterista do The Jet Black´s, o Jurandi, para me convidar para entrar no conjunto The Jet Black´s e eu topei, dando adeus aos Lions.
Lembro-me do dia de minha estreia na Jovem Guarda, foi um mês antes do meu aniversário; eu teria que tocar uma musica do conjunto The Shadows chamada Wonderful Land e quando entrei no palco, após receber as boas vindas do rei Roberto Carlos, eu tremi na base, mas graças às minhas mãos, foi num sucesso. Depois me acostumei… a gente tinha que se apresentar e acompanhar vários artistas da jovem guarda. Depois de tudo isso o tempo passou e resolvi sair por motivos que não vou revelar, me recuso a falar a respeito; saiu eu, o Zé Paulo e o Alemão de uma vez só! Não posso revelar os motivos, mas deixo para a justiça divina que se incumbirá de julgar o que aconteceu.

Depois disso recebi uma proposta do meu grande amigo Eduardo Araújo para entrar na banda dele, que era composta de sax alto, sax barítono, piston, trombone, tumbadora, eu na guitarra solo, o Zé Álvaro no contra baixo. o grande Polvo na bateria, Dartanhã, Eduardo e Silvinha; fizemos muitos sons juntos. A banda era uma “porrada”, tanto é que muitos destes músicos de sopro estão no conjunto do Roberto Carlos até hoje.
Depois recebi uma proposta do cantor Nilton César, que estava com o maior sucesso na época e fiquei com ele por um bom tempo. Viajamos muito para fazer shows no Nordeste, Estados Unidos, Canadá, Angola, fazendo show para a colônia portuguesa.
Depois trabalhei como free lance, fiz shows com os cantores Antonio Marcos, Paulo Sérgio, Jane e Herondi. Waldireni, e muitos mais. Eu era um guitarrista muito requisitado para shows e esta é uma pequena parte de minha vida artística, sem mentiras e falsidades.

Emilio Russo

Emílio Russo

Emílio Russo e as historias que aconteceram com ele!

Emílio Russo18 de setembro de 2015 08:13

COISAS QUE TALVEZ VOCÊS NÃO SAIBAM, O EMPRESARIO DE ROBERTO CARLOS NA ÉPOCA, MARCOS LÁZARO, JUNTAMENTE COM GERALDO ALVES COMANDAVAM A AGENDA DE SHOWS EM QUE OS CANTORES E CONJUNTOS DA JOVEM GUARDA PARTICIPAVAM.
DEPOIS DE DUAS SEMANAS DE JOVENS TARDES DE DOMINGO, LOGO QUE ACABAVA O SHOW A GENTE IA PARA O APARTAMENTO DO ROBERTO CARLOS PARA SERRAR UMA BOIA E TROCAR FIGURINHAS A RESPEITO DAQUILO QUE DEVÍAMOS FAZER APÓS OS SHOWS. FOI QUANDO EM UMA DESSAS IDAS NA CASA DELE, VEIO A NOTICIA DE QUE O ROBERTO CARLOS TINHA COMPRADO UM ESPAÇO PARA SHOWS NA AVENIDA SÃO GABRIEL (NÃO ME PERGUNTE O NUMERO QUE EU NÃO ME RECORDO, SÓ SEI QUE FICAVA A DOIS QUARTEIRÕES A SUA DIREITA, BEM NA ESQUINA); NESSE DIA ME LEMBRO BEM, FOI O DIA DA INAUGURAÇÃO DA CASA DE SHOWS COM O NOME DE BARRA LIMPA; ROBERTO CARLOS CONVIDOU PARA FECHAR O SHOW A GRANDE ATRAÇÃO MUNDIAL QUE ERA O CANTOR FRANCÊS JOHNNY HOLLYDAY, QUE ESTAVA COM UM GRANDE SUCESSO NO MUNDO INTEIRO COM A MUSICA “BLACK IS BLACK”. EU ME LEMBRO QUE EU ESTAVA BEM ATRÁS DO CONJUNTO APRECIANDO O SHOW, QUE FOI UMA PORRADA DE SOM NA CARA! IMPRESSIONOU A TODOS! ELE VEIO COM UMA BANDA DE OITO FIGURAS TENDO TECLADO BAIXO, GUITARRA E BATERIA E MAIS SAX PISTON, TROMBONE E SAX BAIXO. FOI IMPRESSIONANTE E NESTE DIA EU TINHA LEVADO A MINHA SIMPLES FAMÍLIA, QUE ERA MINHA MÃE E MEU PAI, ORGULHOSOS DE MIM POR FAZER PARTE DAQUELA LINDA HISTÓRIA, E ELES COMENTARAM TAMBÉM QUE REALMENTE FOI UM GRANDE SHOW. ATÉ O GRANDE REI ROBERTO CARLOS, QUE SE APRESENTAVA SÓ COM QUATRO ELEMENTOS, RESOLVEU APÓS ESSE DIA AMPLIAR, E AO INVÉS DE RC4, PASSOU PARA UMA GRANDE BANDA, E AI VOCÊS JÁ SABEM DOS ESTOUROS DAS MUSICAS “QUANDO”, “ESTRADA DE SANTOS” E OUTRAS QUE VOCÊS CONHECEM BEM!DEPOIS DESTE SHOW ME LEMBRO QUE TERÍAMOS QUE VIAJAR, ERA UMA QUARTA FEIRA E A GENTE TINHA QUE PEGAR O AVIÃO PARA FAZER UM SHOW EM SERGIPE; ENTRAMOS TODOS NO AVIÃO JUNTO COM TODO ELENCO DA JOVEM GUARDA. AO EMBARCAR TUDO BEM, MAS QUANDO ESTÁVAMOS NO MEIO DA VIAGEM VEIO O PÂNICO TOTAL! O PILOTO FALOU PARA NÃO NOS APAVORARMOS E APERTARMOS OS CINTOS, ME LEMBRO QUE HOUVE UM PROBLEMA COM UM DOS MOTORES DO AVIÃO E AINDA BEM QUE O OUTRO MOTOR NÃO PAROU, SENÃO EU NÃO ESTARIA AQUI PARA CONTAR ESTA HISTÓRIA. GRAÇAS A DEUS ESTAMOS VIVOS E COM SAÚDE.APÓS MINHA SAÍDA DA JOVEM GUARDA, LÁ PELOS ANOS SETENTA EU MONTEI UM CONJUNTO CHAMADO OS AVENTUREIROS NA VILA MARIA. FAZÍAMOS BAILES E A GENTE TOCAVA TODOS OS SUCESSOS DAQUELA ÉPOCA EM QUE ERA PROIBIDO TOCAR MÚSICAS NACIONAIS. SÓ CANTÁVAMOS EM INGLÊS E O PÚBLICO ERA MUITO EXIGENTE TAMBÉM. O ESTUDO NO BRASIL NAQUELA ÉPOCA ERA MUITO MELHOR QUE O DE HOJE E AS PESSOAS NÃO SE DEIXAVAM LEVAR POR QUALQUER MUSICA ABACAXI COMO TEM HOJE… UM MONTE DE LIXO.DEPOIS DESTE CONJUNTO FIZEMOS O MELHOR CONJUNTO QUE VILA MARIA E ADJACÊNCIAS JÁ VIRAM: CRIAMOS O CONJUNTO VISÃO 6 – A GENTE ERA MUITO CHATO, FAZÍAMOS COVER DE TODOS OS CONJUNTOS QUE EXISTIA NA ÉPOCA, TOCÁVAMOS COM PERFEIÇÃO EM TUDO QUE FAZÍAMOS, E O CONJUNTO ERA MUITO REQUISITADO.
NESTA ONDA DOS ANOS 70 HAVIA OS SEGUINTES CONJUNTOS: ATUCO, DIMENSÃO 5, MEMPHIS KOMPHA, OPUS SOM POSITIVO, THUNDER BYRDS E PARA FORMATURAS ME LEMBRO DA GRANDE BANDA SUPER SOM T.A. TINHA TAMBÉM OS TRÊS DO RIO, RONALDO LARK E OUTRAS BANDAS. VOU LEMBRANDO E VOU CONTANDO.
UM ENORME ABRAÇO, EMILIO RUSSO, O BÃO. 😉
Emílio Russo 18 de setembro de 2015 08:29

E LÁ VAI MAIS HISTÓRIAS.

UM DIA DE DOMINGO EU ESTAVA NO APARTAMENTO DO ROBERTO CARLOS COMO SEMPRE E ME DEU UMA VONTADE DE TIRAR A CERVEJA E FUI AO BANHEIRO. QUANDO TERMINEI DE FAZER XIXI O ZÍPER DA CALÇA AO LEVANTAR QUEBROU. EU FIQUEI APAVORADO, POIS ESTAVA CHEIO DE GENTE E EU NÃO QUERIA PASSAR VERGONHA. ABRI A PORTA E CHAMEI O JURANDI PRA PEDIR UMA CALÇA DO ROBERTO EMPRESTADA E DEPOIS DE ALGUNS MINUTOS VEIO ELE COM AQUELA CALÇA PERTENCENTE A ROBERTO CARLOS!
A CALÇA SERVIU BEM MAS FICOU UM POUCO PULA BREJO, MAS TUDO BEM COISAS DA VIDA. RSRS

OUTRO APURO QUE EU PASSEI FOI QUANDO EU TOCAVA COM O EXCELENTE CANTOR NILTON CESAR E FAZÍAMOS MUITO CIRCO E NO DIA DA APRESENTAÇÃO MONTARAM O PALCO BEM ATRÁS DA JAULA DOS LEÕES. A CADA MUSICA QUE SE TOCAVA OS LEÕES FICAVAM BRAVOS, PARECIA QUE ELES NÃO GOSTAVAM DO REPERTÓRIO… AÍ EU PENSEI EM ME ARRANCAR DALI, SENÃO EU IRIA VIRAR CHURRASQUINHO DE LEÃO! ELES NOS OLHAVAM COM AQUELA CARA DE “Ó QUANTOS PETISCOS GOSTOSOS”… TÁ LOUCO…

OUTRO APURO QUE PASSEI (EU SEMPRE VITIMA DAS CALÇAS) FOI UMA VEZ ANTES DE UM SHOW, QUANDO EU SAÍ PARA FUMAR UM CIGARRO E RESOLVI, DE CURIOSO, DAR UMAS VOLTAS POR TRÁS DO CIRCO. ESTAVA TUDO MUITO ESCURO E FOI QUANDO ATOLEI O PÉ EM UMA FOSSA… CONSEGUI SAIR DELA COM MINHA CALÇA BRANCA CHEIA DAQUILO QUE VOCÊ CONHECE E JÁ ESTAVA NA HORA DO SHOW. ME LEMBRO DE NUNCA TER SIDO TÃO DESPREZADO QUANTO AQUELE DIA. ERA UM CHEIRO INSUPORTÁVEL… EU NUMA ESQUINA E O CONJUNTO NA OUTRA, E DEPOIS QUE TERMINOU O SHOW TIVE QUE JOGAR A CALÇA FORA E TOMAR UM BANHO DE BACIA POIS O CIRCO NÃO TINHA CHUVEIRO. AINDA BEM QUE O DONO DO CIRCO ERA AMIGO DO NILTON CÉSAR, SENÃO EU ESTARIA FRITO. ELE ME DEU UMA CALÇA VELHA, LARGA PRA BURRO, MAS TUDO BEM… CAVALO DADO NÃO SE OLHA OS DENTES.
ESTA É MAIS UMA HISTÓRIA DO EMILIO RUSSO, O FAMOSO CALÇA.

Emílio Russo 18 de setembro de 2015 08:54
MUITA GENTE ME PERGUNTA “PORQUE VOCÊ SAIU DO CONJUNTO SPARKS?” E EU LHES DIGO: EU NÃO GOSTO DE TRABALHAR COM PESSOAS QUE LEVAM O CONJUNTO PARA TRÁS, ISSO NÃO É BOM. PELA TEIMOSIA E INCOMPREENSÃO DO BATERISTA, EU PEDI A ELE VARIAS VEZES QUE DEVOLVESSE O NOME THE JET BLACK´S PARA QUEM FOSSE SEU LEGITIMO DONO, MAS MEU PEDIDO ENTRAVA PELA ORELHA ESQUERDA E SAIA PELA DIREITA E UM DIA, NÃO VENDO MAIS POR PARTE DELE EVOLUÇÃO NENHUMA NA BATERIA, RESOLVI PARAR. AJUDEI-O MUITO A SE TRANSFORMAR EM UM BOM BATERISTA E ELE SABE DISSO, MAS INFELIZMENTE NÃO CONSEGUI. AGUENTEI TODO ESTE TEMPO POR CAUSA DE NOSSA LONGA AMIZADE DE ANOS QUE NUNCA SERÁ APAGADA, MAS A VIDA NOS LEVA A TOMAR DECISÕES CRUÉIS… MAS, O QUE SE HÁ DE FAZER?
PRETENDO DAQUI PRA FRENTE ESPERAR DE VOCÊS QUE DEEM UMA FORÇA PARA QUE A MUSICA INSTRUMENTAL NUNCA ACABE. PARA ISSO VAMOS PRECISAR DE UM BOM EMPRESARIO QUE GOSTE E CURTA O ESTILO THE VENTURES E THE SHADOWS PARA LEVAR A BANDA NO LUGAR QUE ELA MERECE FICAR!EMILIO RUSSO, O BÃO. SE LEMBRAR MAIS HISTORIAS, DEPOIS TE CONTO.

“Em verdade, o Emílio Russo foi um dos poucos que assimilaram na integra o verdadeiro som que diferenciava os Jet Black´s de outras bandas, sem querer desmerecer nenhuma delas. O Fato de ter me afastado (contra vontade), não me impedia de acompanhar em silencio, os acertos e erros praticados na minha banda. Quando se cria alguma coisa com amor, jamais se apagará de nossa lembrança.” (Primo Moreschi, o Joe Primo)