Podcast gravado na ocasião dos 50 anos do álbum “Please Please Me” dos Beatles faz citação a Renato e Seus Blue Caps!

Em 04 de agosto de 2013, quando o álbum dos Beatles intitulado “Please Please Me” completava 50 anos, DJ Bongoboy e MC Zirconium publicaram este PODCAST onde a banda Renato e Seus Blue Caps foi citada e seu guitarrista Renato Barros recebeu elogios sobre a maneira de executar a sua guitarra.

O que eles dizem é mais ou menos assim:

… A faixa número 3 do álbum “Please Please Me” foi composta por Arthur Alexander e vamos ouvir aqui uma versão em português feita por Renato e Seus Blue Caps intitulada simplesmente “Ana”…

Renato e Seus Blue Caps traduziu a faixa “Anna” de uma forma particularmente mais brasileira.

A pessoa fala que esta versão é muito mais brasileira do que a original (this is much more Brazilian than original version)… e comenta que ele particularmente gostou daquela parte em que a guitarra estava arrasando (“chorando”) => “I particularly enjoyed that part of wailing guitar”) – aquela “puxada” diferente da guitarra (os músicos entenderão)! 😉

A pessoa continua falando… “você escuta alguns sons diferentes, estranhos, de guitarra ali no meio! Você não costuma mais escutar esses sons de guitarra normalmente (you don´t hear this sound of guitar any more).

Então eles escutaram um som diferente da guitarra e por isso acharam esta versão muito mais abrasileirada, digamos assim, do que a original.

Áudio original do Podcast

O guitarrista Renato Barros!

Renato Barros comenta sobre o guitarrista que tocou na gravação de “Negro Gato”!

Em 25 de dezembro de 2019 publiquei no Facebook o vídeo do clipe da música “Quando” com a seguinte descrição:

Uma curiosidade: para quem não sabe, nos filmes o som das músicas era de Renato e Seus Blue Caps e a dublagem mostrava o conjunto RC- 7. Isto não foi comentado na época pra não tirar a ilusão do público, mas nas filmagens sempre foi feito assim, e era uma orientação do Sr. Evandro Ribeiro, Presidente da CBS na época.
Também para quem não sabe, o Gato nunca gravou com Roberto Carlos quando fazia parte das formações do RC7, assim como nenhum músico do RC-7 também não gravava com Roberto.
Nas gravações quem executava o contrabaixo sempre foi Paulo Cezar Barros.

Quando publiquei estas informações, gerou muita curiosidade por parte do pessoal interessado em saber quem tocava em cada música nos Anos 60, quando os discos não traziam seus nomes, e muitos acreditavam que a guitarra na gravação da música “Negro Gato”, por exemplo, havia sido executada pelo Gato, o José Provetti dos Jet Black’s e RC-7, devido à existência da ficha técnica incluída nos CDs lançados nas caixas da coleção “Pra Sempre Anos 60, 70, 80 e 90”, relatando os nomes dos conjuntos que acompanharam Roberto Carlos nas músicas.

Foi então que no dia seguinte, em 26 de dezembro de 2019, enviei o vídeo oficial de “Negro Gato” a Renato Barros e perguntei a ele se ouvindo a gravação ele reconheceria quem era o guitarrista nesta gravação, sabendo-se que ele próprio não era, pois Renato não gravou neste disco do Roberto…

Renato então respondeu assim:

Olha… É por isso que eu não gosto de falar de coisas muito antigas, de muito tempo, por que as coisas naquela época rolavam assim… muito atropeladas, uma coisa em cima da outra, havia aquela empolgação e eu sinceramente não me lembro mais de muita coisa que acontecia nas gravações.
Agora… por eliminação, eu vou dizer a você que não acredito que tenha sido o Gato, sinceramente, por que o Gato não tinha acesso ao Rio de Janeiro naquela época, ele era do The Jet Black’s, entendeu? Mas eu arrisco dizer que pode ter sido o GB (Carlos Roberto), o guitarrista de um grupo chamado “The Angels” que depois passou a se chamar The Youngsters.
Nós éramos amigos e eles participavam muito na CBS e participavam muito dos discos do Roberto Carlos também, entendeu?
Eu acho que o Gato com certeza não foi, por que o Gato era guitarrista do The Jet Black’s e vivia em São Paulo, ele não vinha para o Rio de Janeiro e muito menos pra gravar, não tinha cabimento a CBS chamar um músico de São Paulo pra gravar o disco aqui no Rio de Janeiro.
Então, até por uma questão de economia, o Sr. Evandro não permitiria isso, sabe? Eu acho que pode ter sido os Youngsters.
O Roberto gostava muito dos Youngsters também.

Então é isso… Agora por favor Lucinha, não me faz pergunta muito antiga por que a memória é curta! (risos)
Ah! E outra coisa: eu estou dizendo que essa guitarra não é minha, essa guitarra desse disco do Roberto Carlos, mas depois eu gravei Splish Splash, depois eu participei de todas as gravações naquela fase mais romântica do Roberto Carlos.
Era aquela fase mais romântica e eu não me lembro de cabeça os nomes dos discos, mas tinha “As curvas da estrada de Santos”, aquela coisa toda naquela época, e outra coisa, depois o Roberto foi gravar nos Estados Unidos com músicos lá dos Estados Unidos, músicos americanos, entendeu?
O guitarrista lá era o Vincent Bell, aquele que fez sucesso com a música Tema do Aeroporto, daquele filme “Aeroporto”, então durante um bom tempo o Roberto gravou nos Estados Unidos com músicos americanos.
O Gato era do The Jet Black’s.
É que as pessoas, no caso os historiadores, eles confundem muito as coisas. O Gato era guitarrista do Roberto Carlos pra tocar nos Shows. Fazia parte do RC-7, que antes era RC-4, RC-5 até chegar ao RC-7.
Muitas vezes, por dedução, as pessoas podem pensar que tenha sido o Gato, mas tenho quase certeza que era o GB do Youngsters.

Sabe Lucinha, parece que agora tudo que eu falo é sujeito a confirmação, mas eu adoro isso, eu aprendo também sabe?
Outra coisa, eu acho que é uma obrigação do músico se auto reconhecer através do som do seu instrumento, através da sua maneira de tocar, mas eu não vou ficar respondendo um a um “ah! fui eu, ou então não fui eu!”
Então é bom que você faça esta matéria mesmo por que a gente esclarece para as pessoas, não é? Todo mundo gravava naquela época, todo mundo!
Primeiro gravava só os Youngsters, misturava depois com elementos dos Fevers…

Mas olha, existe uma possibilidade de ter sido o Gato o guitarrista, por exemplo, eu toquei e gravei junto com Tom Jobim uma música (risos). Mas foi um acidente … É que tem coisas que aconteciam esporadicamente, então pode ter acontecido de exatamente nessa música o Gato ter participado por que estava lá por perto no estúdio naquele momento… Mas pra mim eram os Youngsters, não era o Renato e Seus Blue Caps nem eram os Fevers, pra mim eram os Youngsters por que Youngsters nessa época participava mais, mesmo por que o Renato e Seus Blue Caps estava estouradíssimo, a gente não tinha mais tempo de trabalhar dentro da CBS e eu fui muito prejudicado na minha carreira de produtor, por exemplo, por que a gente naquela época viajava durante dois meses seguidos, a gente ficava fora do Rio de Janeiro viajando pelo Brasil e a gente ia cedendo o terreno para os outros colegas…
Então eu, sinceramente, sobre essa música “Negro Gato”, eu não tenho como dar informação nenhuma sobre a gravação do Roberto Carlos por que eu não estava lá, eu não estava. Com certeza não fui eu, mas, por intuição, eu acho que foi o GB, não sei…

Eu me lembro de que o RC-7, por volta de 1966 até mais ou menos 1970, por aí, além do Gato tinha o Wanderlei, tinha o Dedé, tinha o Bruno, o Clécio, o Maguinho e o Dironir… Não sei se nesta mesma época já estava o Nestico, que foi também dos Jet Black’s, como o Gato.
Eu conheci todos eles, conheci ainda quando era RC-4, aí foi aumentando, passou a RC-6 até chegar a RC-7.

(Nota: Fui pesquisar depois e verifiquei que o RC-4 passou a RC-7 com Maguinho no Trumpete, Nestico no Sax Tenor e nos arranjos dos metais e Raulzinho (Raul de Souza) no Trombone de Vara, informação esta publicada por Lilu Aguiar no grupo Eternos Anos 60).

Poxa… Essa rapaziada era muito forte, era muito boa, nessa banda do Roberto Carlos, todos os componentes eram de São Paulo, a gente se via pouco, mas eu admirava muito, muito mesmo o RC-7.
De todos eles só tinha um que era carioca, que era o Dedé, que era com quem eu mais convivia e até hoje de vez em quando eu vejo o Dedé, ou tenho notícias dele, falo com ele, mas o RC-7 foi muito importante pra música do Roberto Carlos.
E o RC-7 fazia exatamente como o Roberto Carlos gravava nos discos. E nos discos ou era o pessoal do Renato misturado com os Fevers, ou eram os Youngsters, mas não importa, quando chegava ao vivo o RC-7 fazia tudo copiadinho, direitinho, era uma rapaziada muito, muito boa.

O nosso baterista Gelson Moraes, por exemplo, também não participava das gravações de Renato e Seus Blue Caps como baterista, quem participava era o Toni.

O Roberto Carlos usava uma guitarra Phelpa e antes da Phelpa, os instrumentos musicais como guitarra, baixo, eles eram fabricados todos lá em São Paulo pela Giannini até que surgiu a Phelpa, uma nova marca criada em São Paulo e a Phelpa fabricava guitarra, contrabaixo, e além de instrumentos ela fabricava também os amplificadores.

E a Phelpa dava de presente pra gente os instrumentos e a gente adorava isso… Então nós tivemos uma fase da Phelpa que veio tomar o lugar da Giannini na época. Eram instrumentos muito bons também, tanto quanto os da Giannini e os amplificadores também eram muito bons. Nós do Renato e Seus Blue Caps tivemos um bom tempo usando Phelpa e virou moda em São Paulo, o pessoal do Roberto Carlos também usava.

Isso até me fez lembrar que no começo nós e o Roberto Carlos, a gente tocava em Circos, e isso de tocar em circos era muito comum aqui no Rio de Janeiro, sabe… As coisas aconteciam de repente, às vezes o Roberto Carlos ligava pra mim, ou ligava para o Paulo Cezar e falava “você vai tá ocupado logo mais à noite? Não? Então vamos tocar lá no Circo tal?” Era mais ou menos assim… Nós íamos aos programas de rádio na Rádio Nacional, inclusive teve uma vez lá na Rádio Nacional que ele chegou um pouquinho atrasado, a gente ia fazer o programa Paulo Gracindo, o Roberto chegou um pouquinho… tipo cinco minutos atrasado e o Paulo Gracindo odiava a gente né, ele odiava negócio de Jovem Guarda, de Rock, ele não gostava! E o Roberto chegou um pouquinho atrasado e deu margem para o Paulo Gracindo tirar do programa. Eu me lembro de o Paulo Gracindo ficar falando “eu já não gosto desses cabeludos…”, mas a gente acabou fazendo o programa. Havia muito preconceito dos caras mais antigos do Rádio, não é! Com exceção, e eu estou falando do Rio de Janeiro, do César de Alencar, este adorava e enquanto o Paulo Gracindo não gostava, o César de Alencar dava a maior força pra gente…
Grande César de Alencar! Então era isso…

Mas eu não sou historiador e acho que a pessoa pra ser uma historiadora ela tem que realmente usar a verdade dos fatos e como tem muito tempo, difícil saber com precisão e principalmente não se pode confiar muito na memória de coisas que aconteceram há tantos anos…

Eu sinceramente Lucinha, eu terminava uma gravação, pra mim aquilo ali era um dia de trabalho e eu quando terminava eu pegava meu carro e ia pra casa e não pensava nunca mais naquilo… Aquilo já tinha ficado pra trás, mas hoje estão desencavando essas coisas… Eu acho importante, muito importante, mas desde que sejam verdadeiras.
Eu continuo te dizendo, tem certas coisas que eu não me lembro mais mesmo! Eu me lembro das brincadeiras, das farras no estúdio, mas detalhes assim eu não lembro mesmo, eu deixo por conta dessas pessoas que vão falando um monte de coisa… (risos).

O engraçado é que as pessoas não citam os contrabaixistas nestas pesquisas, só citam o guitarrista e tinham que citar todo mundo. O Lafayette, por exemplo, o músico mais importante nessa época era o Lafayette. Este sim participou de todas as músicas, marcou o som do órgão dele e, no entanto, as pessoas não falam no Lafayette, ou pelo menos eu nunca soube que falassem sobre o Lafayette.

Expliquei ao Renato que surgiram dúvidas quanto à participação do Wanderlei no filme, se era ele ou Lafayette tocando, e também houve um comentário da parte de Lilu Aguiar, irmã do saxofonista Nestico, que disse o seguinte:

“No filme meu irmão Nestico fez vários solos!!! Um logo no começo de “EU SOU TERRÍVEL” assim que o Roberto dá uma baforada de cachimbo na cara de um “inimigo”!!! A música ‘QUANDO’ foi gravada e tocada por eles. Basta ver o vídeo. Raul de Souza também faz um solo lindo durante o filme e mais para o fim há uma música do Nestico, “Coisa Blues”, que foi mais de improviso e o nome também.”

Deixe-me esclarecer bem à irmã do Nestico, que era meu amigo, eu não estou dizendo que alguém não tocou, o que eu estou querendo dizer é o seguinte: as músicas cantadas e tocadas originalmente pelo Roberto Carlos no filme eram dubladas, assim como em todos os filmes, até em filme americano, filme europeu, filme brasileiro principalmente, aquilo tudo ali era dublagem. O cara não tá cantando ali, entendeu? Como é que pode o Roberto Carlos cantar a minha música, por exemplo, “Você Não Serve Pra Mim”, no meio de umas bombas explodindo, como é que ele pode cantar dentro de um helicóptero entrando pelo túnel novo ali em Copacabana, então as pessoas têm que entender isso, é impossível você fazer essas coisas, mas aí que tá, isso não pode ser falado ou pelo menos não podia, que é pra não tirar o glamour da coisa né!
Quando eu era criança eu também achava que o cara estava cantando… Oscarito cantando, o Ivon Curi, aquela turma toda, o Cauby Peixoto, mas o cinema não permite que isso seja feito, então tudo era dublagem.
Agora veja bem, se o Nestico tocou seu instrumento, eu acho que sim também, assim como os outros músicos do Roberto Carlos, e ali só tinha gente boa. Mas quando eu falo na gravação específica, quando você ouve a gravação de uma música qualquer, aí é dublagem! O próprio cantor, tudo é dublagem por que tecnicamente seria impossível fazer ao vivo.

Mas Lucinha, eu gostaria de falar mais do Renato e Seus Blue Caps (risos), por que isso pra mim não soma nem diminui, eu não sinto nenhum acréscimo na minha vida falar sobre essas coisas.
Deve ter músicos que participaram nessa época aí e que tenham mais interesse de falar sobre esta fase, sabe, mas eu sou muito na minha, gosto muito de falar sobre o meu trabalho, sobre o trabalho da banda, um trabalho tão rico, tão bonito, com tanta história…

Tem tanta história que você até lançou um livro e eu vou ser grato a você a vida inteira por esse livro.

Pra mim isso não faz muita diferença não e eu não gosto de falar muito sobre isso, eu vou repetir, por que foi há muito tempo, já faz muito tempo!
É diferente a pessoa que ouve um disco e a pessoa que participou da feitura do disco.
São ouvidos completamente diferentes, sabe?
Rolava tanta coisa… Tanta coisa… Até recentemente eu te contei que durante uma gravação lá um dos músicos fez xixi na garrafa de guaraná do Maestro… Acontecia muita, muita coisa mesmo…

Sobre o Wanderlei e o Lafayette, vou voltar a dizer, eram muitos detalhes que aconteciam…
Eu me lembro, por exemplo, que no “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura” o Wanderlei participou ativamente tocando os teclados, tocando órgão, tocando piano, mas se você pegar (vou chutar) 90% do trabalho do Roberto Carlos foi o Lafayette!
Sei lá por que o Roberto Carlos gostava muito do Lafayette, todos nós gostávamos e eu gosto até hoje, então ele participou muito mais nas gravações não só do Roberto Carlos como nas gravações de todo mundo, inclusive nas nossas, nas de Renato e Seus Blue Caps ele participava também.

E é isso… Eu tenho que ir contando essas coisas devagarzinho por que fica tudo muito embolado na minha cabeça!
Eu sinceramente adoro o Roberto, sempre fomos amigos, não constantes assim né, por que a gente não se vê todo dia, todo mês e todo ano, mas é uma pessoa que eu admiro muito. O talento dele nem preciso falar, é uma pessoa que eu admiro como ser humano e tudo… Admiro muito o Roberto Carlos, mas sinceramente, Roberto Carlos é Roberto Carlos, entendeu?

Eu enquanto músico, eu era um músico comum lá no estúdio, era escalado ou não pra tocar determinadas músicas, eu sempre me dediquei muito mais a este meu lado de compositor e o meu lado Renato e Seus Blue Caps.
Eu sempre me dediquei muito e a este meu lado Renato e Seus Blue Caps, eu me dedico muito até hoje.
O lado compositor eu estou um pouco relaxado atualmente, mas quem sabe eu volte a compor aí…

Músico, como músico mesmo, eu já falei a você numa entrevista bem antiga, eu não me considero um músico assim e sabe por quê? Eu conheço tantos músicos maravilhosos, não só no Brasil mas no mundo, então eu sempre digo pra todo mundo assim “eu não sou músico, eu não sou músico não, eu sou compositor”… Aí em função de eu desempenhar uma arte, eu digo “eu sou um artista”, junto com meus colegas do Renato e Seus Blue Caps. Nós somos um nome que representa um artista que é o Renato e Seus Blue Caps. Agora músico eu nunca me considerei e nem faço questão de me considerar.
Eu queria deixar isso bem claro! Eu tenho bem claro na minha vida o que eu admiro em mim e o que eu não admiro, entendeu?

O músico no Brasil nunca foi muito valorizado né… Mas até que de alguns anos pra cá tá havendo uma valorização legal pra alguns músicos, eu acho isso muito bom!
Mas ninguém fala, por exemplo, que aqueles vocais, aquele coro nas gravações do Roberto Carlos era o Golderança quem fazia, que era uma mistura dos Golden Boys com o Trio Esperança, uma família né, são irmãos, mas eu sinceramente não ouço ninguém falar nos Golden Boys os quais participavam daquilo, no Trio Esperança, que participava também daquilo, é isso entendeu? Tem muita gente pra ser citada!

É complicado sabe, depois de tantos anos você falar essas coisas, ainda mais no meu caso, eu não ganho nada e nem perco nada em ter participado do disco do Roberto Carlos e dos discos de tanta gente… Não ganho nem perco nada, serve só pra história mesmo e é o que nós estamos fazendo aqui.

Eu estou tentando colaborar com você em nome da história não é, da história do que acontecia por que isso tudo acontecia também na nossa concorrente, na Odeon.
A Odeon tinha os artistas dela também entendeu? Tinha Celly Campello, Tony Campello e tantos outros, mas que já funcionava mais em São Paulo.
É difícil explicar para o leitor, muito difícil!

Disse a Renato que ele sempre diz que não se considera um músico, mas que todos discordam disso, por que sua maneira de tocar é diferenciada e muito elogiada inclusive por músicos!

Lucinha, eu estou me estendendo assim, eu sou aquele cara que dá um boi pra não entrar numa briga e eu dou uma boiada pra esclarecer tudo (risos), pra deixar tudo claro.
Só pra terminar, deixe-me te falar uma coisa: aquela época dos primórdios do Rock, todo mundo estava aprendendo…
De lá pra cá todos, inclusive eu, nós nos aprimoramos muito no decorrer do tempo, entendeu, muito, muito, muito, eu pelo menos, eu não fiquei estacionado.
Eu acredito que eu seja elogiado como guitarrista, aliás, eu vejo comentários também mas não é por isso não, é por que eu enveredei por um outro lado e eu tenho uma maneira de tocar Rock and Roll que eu fui adquirindo com o tempo.
Eu realmente, principalmente nos Shows ao vivo, as pessoas elogiam muito minha maneira de tocar, mas é uma coisa minha sabe… Própria minha, não copiei de ninguém, só que a gente vai ouvindo as coisas, vai ouvindo outros guitarristas e tudo e eu consegui ficar no meio termo, então tem pessoas que falam assim: “poxa Renato, depois de tantos anos você está tocando assim, assado e tal”… E eu fico feliz, mas tudo o que eu faço é muito natural, é muito do coração.

Também falei ao Renato que talvez ele não soubesse que o vocal da banda Renato e Seus Blue Caps é sempre muito elogiado, é um vocal muito diferenciado e que se destaca entre bandas de todos os tempos…

Os vocais do Renato e Seus Blue Caps, realmente a gente tem muito cuidado com isso, a gente tem cuidado com tudo né, na verdade a gente parece que tá começando a carreira todo dia por que pelo menos em meu nome eu devo dizer a você que eu morro de vergonha de fazer uma coisa mal feita! Quer me ver ficar com vergonha é fazer uma coisa mal feita!
Então é a dedicação mesmo, é o tempo de palco, o tempo de instrumentista, entendeu?
Uma coisa que é minha nata é que eu nunca copiei guitarrista nenhum, mas sofri influências de vários guitarristas, de vários! Principalmente os internacionais e eu coloco isso tudo humildemente na minha guitarra lá, e como eu sou muito crítico com os outros, eu sou autocrítico também e me policio demais, eu tenho uma tendência a achar que eu não fiz legal e que eu posso sempre fazer melhor… É mais ou menos isso.

Mas eu agradeço a oportunidade de fazer este esclarecimento, mesmo por que é sempre bom esclarecer certas coisas, principalmente por que a gente vê tanta besteira por aí, em vários lugares, então é bom a gente esclarecer.

Obrigado Lucinha.

O Guitarrista, Compositor, Cantor, Produtor, o Músico Renato Barros!

NOTA: Luiz Carlos Siqueira, que pertenceu ao conjunto The Youngsters, também fala sobre esta gravação:

“O GATO COM CERTEZA NÃO FOI, EU ACHAVA QUE TIVESSE SIDO RENATO E SEUS BLUE CAPS MAS PODE ATÉ TER SIDO O GB, NÃO SEI. LUCINHA MUITA COISA FICOU PERDIDA, NÃO SABÍAMOS QUE IRIA VIRAR HISTÓRIA E NÃO HAVIA REGISTRO DE PRATICAMENTE NADA. SÓ O ROBERTO DEVE SABER…BJS…PAZ”

Em 04 de abril de 2022, Paulo César Barros confirmou que foi o GB dos Youngsters o guitarrista que tocou em “Negro gato”.

SHOWS DA BANDA RENATO E SEUS BLUE CAPS EM PERNAMBUCO E BAHIA / JAN 2018

A banda Renato e Seus Blue Caps desembarcou em Recife sexta-feira, dia 19 de janeiro, e de lá seguiu para a cidade de Limoeiro onde participou das festividades da “126a. Festa de São Sebastião”.
No palco em frente ao templo da Matriz, Renato e Seus Blue Caps emocionou pessoas de todas as idades com seu carisma e Show de Rock and Roll. Quem esteve presente viu Renato Barros fazer sua guitarra chorar!

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Assistam aqui ao Show completo da banda Renato e Seus Blue Caps na cidade de Limoeiro, em Pernambuco, durante a 126a. Festa de São Sebastião, em 19 de janeiro de 2018.
Filmagem: WEB TV:

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No dia seguinte pela manhã a banda seguiu para mais um Show, agora na cidade de Salvador, Bahia, no tradicional, sofisticado e disputado espaço de eventos, o Cerimonial Rainha Leonor, na Pupileira.

Show impecável, seguem fotos e vídeos.

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RENATO E SEUS BLUE CAPS NA PUPILEIRA EM SALVADOR – 20-01-2018

– Dona do Meu Coração
– Eu Não aceito o teu adeus
– Eu sou apenas alguém
– Hotel California
– Ana
– Playboy
– Não volto mais
– Cláudia

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ENTREVISTA DE RENATO BARROS AO BN CULTURA (JORNAL ON LINE BAHIA NOTÍCIAS)

Sábado, 20 de Janeiro de 2018 – 00:00
Renato e Seus Blue Caps fazem ‘Festa de Arromba’ com The Fevers em Salvador
por Jamile Amine

Formado atualmente por Renato Barros, Cid Chaves, Gelsinho Moraes, Darci Velasco e Amadeu Signorelli, o grupo carioca Renato e Seus Blue Caps retorna a Salvador neste fim de semana com a “Festa de Arromba”, desta vez ao lado dos amigos do The Fevers. Os shows, que remontam o universo dos anos 1960 e a Jovem Guarda, acontecem neste sábado (20), a partir das 21h, no Cerimonial Rainha Leonor, situado na Pupileira. “A gente está muito feliz de voltar já, acho que num espaço de três meses. É uma volta muito rápida, e a gente gosta tanto da Bahia, então é muito bom”, diz o líder do grupo, Renato Barros, lembrando as últimas apresentações, na AABB e no Teatro Castro Alves, em 2017.

A ideia da “Festa de Arromba” não é novidade, mas sua dimensão foi modificada ao longo dos anos. “O formato já existe desde 1999, que foi quando a gente fez pela primeira vez, só que naquela época eram várias bandas, era um negócio gigantesco. Era Renato e Seus Blue Caps, Os Fevers, Os Pholhas, Os Incríveis, Golden Boys…”, lembra Barros. “Fizemos um número grande de shows assim e depois foi diminuindo, e acabou que nós voltamos a nossa realidade, que é o que a gente gosta mesmo de fazer, show solo. A gente gosta, pra não misturar as coisas, porque cada banda tem seu estilo, a sua concepção e a nossa é de cantar para as pessoas ouvirem, nem tanto para dançar. Mas eu acho ótimo, acho que a gente vai conseguir fazer um bom show junto com os Fevers, que são nossos amigos”, acrescenta o músico, destacando o que avalia como um dos principais pontos positivos de eventos desta natureza: “mostrar seu trabalho para um público que não é cativo”.

No repertório, os maiores hits de Renato e Seus Blue Caps, como “Menina Linda”, “Feche os Olhos”, “A Primeira Lágrima”, “Meu Primeiro Amor” e “Meu Bem Não Me Quer”, além de duas canções em tributo a Tom Jobim, considerado por Renato Barros “o maior compositor brasileiro”. Mas o grupo poderá lembrar ainda um grande nome da música baiana. “Eu estava pensando em homenagear o Dorival Caymmi, mas não sei se vai dar tempo… Tomara que dê!”, conta Barros, destacando que, apesar do set list contar com canções já conhecidas, o modo de executá-las é sempre renovado. “A gente sempre tenta ficar bem próximo do que rola, mantendo a energia de tocar. É claro a gente não toca essas músicas da forma que tocava nos anos 1960, a gente vai mudando”, diz ele, explicando que a proposta dos artistas de sua geração é trazer um clima de nostalgia para aqueles que viveram a época, mas também mostrar seu trabalho para os mais novos.

60 anos de História nas páginas de um livro
Em 2019 o Renato e Seus Blue Caps faz 60 anos, mas o peso das décadas parece não romper a naturalidade com a qual Renato Barros encara a trajetória da banda. “É o tipo do negócio que não faço questão de falar, porque espanta o povo”, comenta o músico. “Eu quero que caia no esquecimento (gargalhadas)”, brinca. “Mas é verdade. A gente começou bem cedo e conseguiu muita coisa. Eu pelo menos não esperava nunca que fosse conseguir. Mas as coisas aconteceram e a gente tem que aceitar o tempo”, acrescenta ele, reafirmando sua forma de encarar a longeva carreira: “Eu acho que a gente tem que focar mais em outros detalhes, focar mais na feitura do show, da produção”. Diante disto, as seis décadas provavelmente chegarão sem celebrações ou grandes alardes, mas a história do grupo deve ser eternizada em páginas de papel. “Eu pessoalmente estou envolvido em um provável lançamento de um livro. Estou pensando muito nisso. Estou naquela fase de colher dados antes de Cristo (risos)”, conta Barros, sobre o projeto de lançar uma obra biográfica. “Estou na fase da pesquisa, de me lembrar, ter certeza mesmo do que eu falo. Porque tem tanto tempo, que a gente pode se enganar. Eu estou com muito cuidado, principalmente quando a gente fala de outras pessoas. Embora fale bem, mas fazer um livro é uma responsabilidade muito grande. É o que eu estou focado agora”, revela o cantor, que para esta empreitada conta com o apoio da jornalista paulista e amiga Lucia Zanetti. “Ela é muito competente e legal, e na verdade, quem está me cobrando isso é ela”, destaca.

Renato Barros, o maior roqueiro do Brasil e sua “Fuzz Guitar” além das fronteiras.

Renato

Ano passado publiquei aqui um texto de Henrique Kurtz, intitulado “A importância de Renato Barros e sua guitarra Fuzz para o Rock e a Jovem Guarda!

Segue agora outro texto sobre a guitarra de Renato, escrito por um dos seus maiores fãs, o músico e compositor Sérgio Moraes, da banda Canibais do Sertão, de Recife/PE

Em 1961 Renato e Seus Blue Caps gravou o disco “Twist”, e não por acaso, o primeiro Rock and Roll gravado no Brasil.

E Renato Barros nos anos 60 aterrorizou toda a MPB com a sua guitarra elétrica distorcida. A nova adaptação das sonoridades beat, merseybeat e Beatles foi genial, afirmando uma sonoridade particular que contribuiu decisivamente para construir a versão brasileira da Beatlemania e do Rock brasileiro.

Fernando Rosa escreveu no livro “A Historia Secreta do Rock Brasileiro”: “A guitarra de Renato Barros teve um papel fundamental no desenvolvimento do Rock brasileiro, da mesma forma que a Tropicália não não seria a mesma sem a guitarra de Lanny Gordin; o Rock no Brasil não teria afirmado sua particular sonoridade sem a guitarra de Renato Barros.”

Os álbuns “Isto é Renato e Seus Blue Caps” e, especialmente, “Um Embalo com Renato e Seus Blue Caps” são exemplos dessa sonoridade que marcou a música jovem brasileira dos anos sessenta.

Renato Barros foi além dos limites da comportada guitarra iê-iê-iê, criou seu próprio estilo, sua marca, sua identidade. Uma sonoridade FUZZ inconfundível, como uma espécie de “Link Wray”** da Jovem Guarda, ele deixou as marcas do FUZZ da sua guitarra, da sua agressividade e da sua genialidade em músicas como “Sim, sou feliz”, (com a sua banda), “Coração de Pedra” (com Os Jovens) ou na clássica “Você não serve pra mim” (de autoria do próprio Renato, gravada por Roberto Carlos nos vocais, Renato na guitarra e os Blue Caps, no disco Roberto Carlos em Ritmo de Aventura.
**Link Wray, ou seja, Fred Lincoln ‘Link` Wray Jr., que foi um guitarrista de rock and roll americano, compositor e vocalista que tornou-se muito popular nos anos 50 com o som de sua guitarra elétrica distorcida nas suas primeiras gravações.

Junto com Roberto Carlos, a guitarra de Renato Barros cruzou as fronteiras latinas.

Ele também era o guitarrista mais requisitado para acompanhar os grandes artistas da época, muitas vezes sozinho, outras vezes com seu irmão Paulo César Barros no Baixo (considerado o maior baixista do Brasil) e às vezes com a sua banda, os Blue Caps.

Sua guitarra pode ser ouvida nos principais discos de Roberto Carlos dos anos 60 (Splish Splash, É proibido Fumar, Roberto Carlos Canta para a Juventude, Jovem Guarda, Eu te Darei o Céu, RC Em Ritmo de Aventura, As Flores do Jardim da Nossa Casa e o clássico épico, O Inimitável).
Algumas mais singelas, mas não menos impactantes como no disco O Inimitável, de Roberto Carlos, nas canções “Eu te amo, te amo, te amo”, “Nem mesmo você” e em tantas outras.

A Jovem Guarda produziu grandes guitarristas, como José Provetti, o Gato do The Jet Black`s, Risonho, dos Incríveis, ou ainda outros nomes como Bogô, dos Beatniks, que acompanhava Roberto Carlos nos programas da TV Record, mas entre todos, destaca-se a figura de Renato Barros.
Assim, pode-se afirmar com total convicção que Renato Barros é o verdadeiro pai do Rock brasileiro!

Por Sergio Moraes, da banda Canibais do Sertão (Recife/PE)

Uma curiosidade: em 1972 Renato lançou um disco com o pseudônimo de Richard Brown…

Richard Brown LP 1

Richard Brown LP 2

Richard Brown LP 3

 

Morre o músico Marcus Rampazzo, o George Harrison Brasileiro!

Marcus  no Teatro Crowne Plaza, onde a banda Beatles 4ever se apresentou durante 8 anos e meio. Foto do arquivo de Maria Helena Alberti

Marcus no Teatro Crowne Plaza, onde a banda Beatles 4ever se apresentou durante 8 anos e meio.
Foto do arquivo de Maria Helena Alberti

WHILE MY GUITAR GENTLY WEEPS…

Eu tinha Marcus R. Rampazzo na conta de um homem gentil cuja bondade parecia brotar dos olhos.

Era a meu ver o tipo de fã dos Beatles que qualquer um de nós gostaria de ser. Ele tocava guitarra com tanta destreza e maestria que aquilo só podia ser um dom.

Um fã especial como ele podia quando quisesse fazer brotar de seus dedos as canções que nos arrebatam há muito tempo.

Rampazzo era dos tais que fazia até um leigo compreender o papel de George Harrison quando nos apresentava os solos e sutilezas que enriquecem a melhor música da história do rock.

E a identificação dele com George ia além das guitarras.

Rampazzo tinha todas elas, mas contava muito mais a veneração e reverência dele ao nosso ídolo comum quando tocava George e extraia com minúcias os sons que nos são tão íntimos daquelas canções que aprendemos com os discos e a vida.

“Feche os olhos e ouça George tocando”, diziam seus admiradores; alunos e amigos mais chegados.

Rampazzo deixa a vida aos 62 anos após cair na rua, fulminado por um AVC.

E já que a morte é um mistério teremos o tempo que nos resta para tentar entender porque foi assim.

Perdemos um cara que era tão fã que gostava de se vestir de George todos os dias, e assim os modelos das roupas que usava sempre tinham algo a ver com o nosso ídolo e dele em particular.

Marcus R. Rampazzo sai de cena e deixa uma lacuna que não se preenche. E condena ao silêncio eterno a notável coleção de guitarras iguais as de George Harrison, as quais ele cuidava com dedicação de um pai zeloso.

George disse um dia que guitarras encostadas num canto de parede não significam nada, porque o que verdadeiramente faz a diferença é o cara por trás da guitarra.

Então quem se vai pra nunca mais com Marcus R. Rampazzo é a essência, ao som de um solo infinito que chora mansamente…

Por Cláudio Teran

Marcus será velado no Velório do Cemitério da Quarta Parada em São Paulo. A chegada do corpo no local deverá acontecer por volta das 19h de hoje, 29 de março de 2016.
Ele será sepultado neste mesmo local amanhã, ao meio-dia.

Marcus Rampazzo

Emílio Russo e sua trajetória artística como um grande guitarrista desde os anos 60.

Fiz algumas perguntas ao guitarrista Emílio Russo, as quais ele respondeu e ainda contou mais historias sobre a sua trajetória artística, e também “causos” que lhe aconteceu quando fazia shows pelo Brasil.

1) Emílio, quando você começou a tocar no conjunto Os Freedmans, foi levado por quem? Como conheceu seus companheiros?

Resposta: Para o conjunto Os Freedmans não fui levado por ninguém; eu conheci o Raul de Barros através de um conjunto que ele tinha chamado Os Piratas; com a saída do Raul deste conjunto, que naquele momento queria fazer um conjunto comigo, ficamos de arrumar um bom baterista e através do saxofonista Gigi conhecemos Armandinho que conhecia por sua vez o Banzé, que era o Guitarra Base. E assim começamos a ensaiar no bairro da Pompéia, na casa do Gigi, saxofonista; dai por diante foi só tocar a bola pra frente.

2) Nesta foto da revista Intervalo de 24 de abril de 1966, você ainda não aparece… Estão no grupo o Alemão, Jurandi, Gato e Zé Paulo. Sabemos que você entrou nos Jet Black`s para substituir o Gato, então não foi em março que você entrou para a Banda, como diz a matéria da revista Intervalo? Teria sido em novembro, como está no livro de Edu Reis? Você chegou a tocar com o Gato?

Da esquerda para a direita: Alemão, Jurandi Trindade, Gato e Zé Paulo - Revista Intervalo de 24 de abril de 1966

Da esquerda para a direita: Alemão, Jurandi Trindade, Gato e Zé Paulo – Revista Intervalo de 24 de abril de 1966

Resposta: Às vezes brincávamos e trocávamos ideias.

Página completa com a Matéria da Revista Intervalo de 24 de abril de 1966…

Revista Intervalo - edição de 24 de abril de 1966. Na foto, da direita para a esquerda: Alemão, Jurandi, Gato e Zé Paulo

Revista Intervalo – edição de 24 de abril de 1966.
Na foto, da direita para a esquerda: Alemão, Jurandi, Gato e Zé Paulo

Guitarras do ie ie ie mandam brasa - página 2

Reportagem sobre a saída do Gato em março de 1966…

Por volta de Março de 1966, o conjunto era formado por Alemão, Zé Paulo, e Jurandi. O artigo da Intervalo diz que Gato estava prestes a ter um colapso nervoso devido a muitos compromissos como músico e não podia suportar mais. Os rapazes compreenderam e começaram a procurar seu substituto. Em 19 de março de 1966 Emilio Russo tornou-se oficialmente lead-guitarrista e foi apresentado por Roberto Carlos no programa Jovem Guarda num domingo, dia 20 de março de 1966 como sendo o mais novo membro da banda. Emilio tinha 21 anos (nasceu em 1945) e 1m 80cm de altura. / Around March 1966 Gato up and left The Jet Blacks who were then Alemão, Zé Paulo & Jurandir. The article at Intervalo says Gato was close to a nervous breakdown due to too many engaments as a musician and couldn't cope with it anymore. The guys understood Gato's predicament and went on the look out for a replacement. The boys went on a raid through most night-clubs in Sao Paulo and finally found lead-guitarrist Emilio playing with The Lions and popped the question to him. Emilio is an excellent guitarrist and a good looking one to boot. As of 19 March 1966, Emilio became the official lead-guitarrist with The Jet Blacks having been introduced by Roberto Carlos at 'Jovem Guarda' on the Sunday 20 March 1966 as the newest member of the band. Emilio was 21 years old (born in 1945) and 1.80 metres tall. Gato would then go into a detox joint and soon join Roberto Carlos's band.

Por volta de Março de 1966, o conjunto era formado por Alemão, Zé Paulo, e Jurandi. O artigo da Intervalo diz que Gato estava prestes a ter um colapso nervoso devido a muitos compromissos como músico e não podia suportar mais. Os rapazes compreenderam e começaram a procurar seu substituto. Em 19 de março de 1966 Emilio Russo tornou-se oficialmente lead-guitarrista e foi apresentado por Roberto Carlos no programa Jovem Guarda num domingo, dia 20 de março de 1966 como sendo o mais novo membro da banda. Emilio tinha 21 anos (nasceu em 1945) e 1m 80cm de altura. / Around March 1966 Gato up and left The Jet Blacks who were then Alemão, Zé Paulo & Jurandir. The article at Intervalo says Gato was close to a nervous breakdown due to too many engaments as a musician and couldn’t cope with it anymore. The guys understood Gato’s predicament and went on the look out for a replacement. The boys went on a raid through most night-clubs in Sao Paulo and finally found lead-guitarrist Emilio playing with The Lions and popped the question to him. Emilio is an excellent guitarrist and a good looking one to boot. As of 19 March 1966, Emilio became the official lead-guitarrist with The Jet Blacks having been introduced by Roberto Carlos at ‘Jovem Guarda’ on the Sunday 20 March 1966 as the newest member of the band. Emilio was 21 years old (born in 1945) and 1.80 metres tall. Gato would then go into a detox joint and soon join Roberto Carlos’s band.

Para quem como eu faz confusão entre Emilio Russo e Alemão, eis aqui uma foto do Alemão…
The Jet Blacks - Alemão

3) Se foi em março de 1966 que você entrou no conjunto The Jet Black`s, então você tocou com o Serginho Canhoto, que depois foi substituído pelo Alemão? Você se lembra dele? São amigos? E no final do ano, quando o Serginho saiu para a entrada do Alemão, você se recorda de como foi esta troca, quem indicou, etc?

Resposta: Você me pergunta se eu toquei com meu amigo Sérgio e posso lhe afirmar que não tive a oportunidade de tocar junto com ele. Quem fazia Base na época era o Alemão, mas se você me perguntasse hoje se eu toquei com ele, eu responderia que sim, fizemos um show no Restaurante Ed Carnes pela primeira vez que tocamos juntos e foi muito bom. Tive que improvisar alguma coisa para que tudo desse certo, mas foi bom.

“Meus dois compactos, quando entrei no The Jet Black´s” (Emílio Russo)

4) Como você entrou para Os Lions? Foi a convite de alguém?

Sobre Os Lions, viemos de uma mistura do conjunto antigo The Flamens Boys do Tatuapé. Fiquei conhecendo a banda e entrei como solista no lugar do Ziquito e a formação ficou assim: o Hajime Kamimura no contra baixo, António Galati na bateria, Wilson Tavares na guitarra base e eu na guitarra solo.
Ao passar do tempo recebemos uma proposta do grande comediante da extinta TV Tupi, Ubiratan Gonçalves, o meninão; ele fazia uma espécie de Jerry Lewis e tinha um programa de televisão só dele. Foi quando apareceu uma oportunidade de gravar um LP, seria o primeiro pela gravadora Farroupilha e gravamos o primeiro LP intitulado Os Inigualáveis, com a maior parte das musicas de autoria própria.
Depois veio o segundo LP, em seguida o compacto simples com as musicas “A bala mais rápida do oeste” e “O adeus”. Viajamos o Brasil inteiro em uma perua Chevrolet fazendo bailes e shows.
Depois disso resolvemos mudar para o Rio de Janeiro, onde o base do conjunto, o Wilson Tavares, tinha família morando e eles ofereceram um apartamento para a gente morar. O Ubiratã tinha muitos conhecidos no Rio, fizemos o programa do Chacrinha, programa Jair de Taumaturgo e o programa do Carlos imperial.
Depois voltamos a São Paulo e fomos logo tocar nas bocas do luxo. Foi na Boite Charman onde eu estreei o primeiro som de reverbere feito no Brasil. Era feito por mim e pelo Fafá, meu amigo; pegamos um alto falante, arrancamos o papelão dele e do outro lado colocamos uma bombona, passamos uma mola no meio e o som saia como se estivesse em cima de uma montanha, dando uma espécie de falso eco. Não contente com aquilo, peguei um amplificador com vibrato e pus após o eco e reverberava como uma câmara de eco falsa. Assim era que enchia de gente só para ver aquele som diferente que o conjunto tirava. Hoje em dia não é mais novidade, mas naquele tempo não existia nada parecido e foi realmente um sucesso!
Dai pra frente saímos do Charman e fomos para o Le Masque; me lembro como se fosse hoje quando entrou pela porta o baterista do The Jet Black´s, o Jurandi, para me convidar para entrar no conjunto The Jet Black´s e eu topei, dando adeus aos Lions.
Lembro-me do dia de minha estreia na Jovem Guarda, foi um mês antes do meu aniversário; eu teria que tocar uma musica do conjunto The Shadows chamada Wonderful Land e quando entrei no palco, após receber as boas vindas do rei Roberto Carlos, eu tremi na base, mas graças às minhas mãos, foi num sucesso. Depois me acostumei… a gente tinha que se apresentar e acompanhar vários artistas da jovem guarda. Depois de tudo isso o tempo passou e resolvi sair por motivos que não vou revelar, me recuso a falar a respeito; saiu eu, o Zé Paulo e o Alemão de uma vez só! Não posso revelar os motivos, mas deixo para a justiça divina que se incumbirá de julgar o que aconteceu.

Depois disso recebi uma proposta do meu grande amigo Eduardo Araújo para entrar na banda dele, que era composta de sax alto, sax barítono, piston, trombone, tumbadora, eu na guitarra solo, o Zé Álvaro no contra baixo. o grande Polvo na bateria, Dartanhã, Eduardo e Silvinha; fizemos muitos sons juntos. A banda era uma “porrada”, tanto é que muitos destes músicos de sopro estão no conjunto do Roberto Carlos até hoje.
Depois recebi uma proposta do cantor Nilton César, que estava com o maior sucesso na época e fiquei com ele por um bom tempo. Viajamos muito para fazer shows no Nordeste, Estados Unidos, Canadá, Angola, fazendo show para a colônia portuguesa.
Depois trabalhei como free lance, fiz shows com os cantores Antonio Marcos, Paulo Sérgio, Jane e Herondi. Waldireni, e muitos mais. Eu era um guitarrista muito requisitado para shows e esta é uma pequena parte de minha vida artística, sem mentiras e falsidades.

Emilio Russo

Emílio Russo

Emílio Russo e as historias que aconteceram com ele!

Emílio Russo18 de setembro de 2015 08:13

COISAS QUE TALVEZ VOCÊS NÃO SAIBAM, O EMPRESARIO DE ROBERTO CARLOS NA ÉPOCA, MARCOS LÁZARO, JUNTAMENTE COM GERALDO ALVES COMANDAVAM A AGENDA DE SHOWS EM QUE OS CANTORES E CONJUNTOS DA JOVEM GUARDA PARTICIPAVAM.
DEPOIS DE DUAS SEMANAS DE JOVENS TARDES DE DOMINGO, LOGO QUE ACABAVA O SHOW A GENTE IA PARA O APARTAMENTO DO ROBERTO CARLOS PARA SERRAR UMA BOIA E TROCAR FIGURINHAS A RESPEITO DAQUILO QUE DEVÍAMOS FAZER APÓS OS SHOWS. FOI QUANDO EM UMA DESSAS IDAS NA CASA DELE, VEIO A NOTICIA DE QUE O ROBERTO CARLOS TINHA COMPRADO UM ESPAÇO PARA SHOWS NA AVENIDA SÃO GABRIEL (NÃO ME PERGUNTE O NUMERO QUE EU NÃO ME RECORDO, SÓ SEI QUE FICAVA A DOIS QUARTEIRÕES A SUA DIREITA, BEM NA ESQUINA); NESSE DIA ME LEMBRO BEM, FOI O DIA DA INAUGURAÇÃO DA CASA DE SHOWS COM O NOME DE BARRA LIMPA; ROBERTO CARLOS CONVIDOU PARA FECHAR O SHOW A GRANDE ATRAÇÃO MUNDIAL QUE ERA O CANTOR FRANCÊS JOHNNY HOLLYDAY, QUE ESTAVA COM UM GRANDE SUCESSO NO MUNDO INTEIRO COM A MUSICA “BLACK IS BLACK”. EU ME LEMBRO QUE EU ESTAVA BEM ATRÁS DO CONJUNTO APRECIANDO O SHOW, QUE FOI UMA PORRADA DE SOM NA CARA! IMPRESSIONOU A TODOS! ELE VEIO COM UMA BANDA DE OITO FIGURAS TENDO TECLADO BAIXO, GUITARRA E BATERIA E MAIS SAX PISTON, TROMBONE E SAX BAIXO. FOI IMPRESSIONANTE E NESTE DIA EU TINHA LEVADO A MINHA SIMPLES FAMÍLIA, QUE ERA MINHA MÃE E MEU PAI, ORGULHOSOS DE MIM POR FAZER PARTE DAQUELA LINDA HISTÓRIA, E ELES COMENTARAM TAMBÉM QUE REALMENTE FOI UM GRANDE SHOW. ATÉ O GRANDE REI ROBERTO CARLOS, QUE SE APRESENTAVA SÓ COM QUATRO ELEMENTOS, RESOLVEU APÓS ESSE DIA AMPLIAR, E AO INVÉS DE RC4, PASSOU PARA UMA GRANDE BANDA, E AI VOCÊS JÁ SABEM DOS ESTOUROS DAS MUSICAS “QUANDO”, “ESTRADA DE SANTOS” E OUTRAS QUE VOCÊS CONHECEM BEM!DEPOIS DESTE SHOW ME LEMBRO QUE TERÍAMOS QUE VIAJAR, ERA UMA QUARTA FEIRA E A GENTE TINHA QUE PEGAR O AVIÃO PARA FAZER UM SHOW EM SERGIPE; ENTRAMOS TODOS NO AVIÃO JUNTO COM TODO ELENCO DA JOVEM GUARDA. AO EMBARCAR TUDO BEM, MAS QUANDO ESTÁVAMOS NO MEIO DA VIAGEM VEIO O PÂNICO TOTAL! O PILOTO FALOU PARA NÃO NOS APAVORARMOS E APERTARMOS OS CINTOS, ME LEMBRO QUE HOUVE UM PROBLEMA COM UM DOS MOTORES DO AVIÃO E AINDA BEM QUE O OUTRO MOTOR NÃO PAROU, SENÃO EU NÃO ESTARIA AQUI PARA CONTAR ESTA HISTÓRIA. GRAÇAS A DEUS ESTAMOS VIVOS E COM SAÚDE.APÓS MINHA SAÍDA DA JOVEM GUARDA, LÁ PELOS ANOS SETENTA EU MONTEI UM CONJUNTO CHAMADO OS AVENTUREIROS NA VILA MARIA. FAZÍAMOS BAILES E A GENTE TOCAVA TODOS OS SUCESSOS DAQUELA ÉPOCA EM QUE ERA PROIBIDO TOCAR MÚSICAS NACIONAIS. SÓ CANTÁVAMOS EM INGLÊS E O PÚBLICO ERA MUITO EXIGENTE TAMBÉM. O ESTUDO NO BRASIL NAQUELA ÉPOCA ERA MUITO MELHOR QUE O DE HOJE E AS PESSOAS NÃO SE DEIXAVAM LEVAR POR QUALQUER MUSICA ABACAXI COMO TEM HOJE… UM MONTE DE LIXO.DEPOIS DESTE CONJUNTO FIZEMOS O MELHOR CONJUNTO QUE VILA MARIA E ADJACÊNCIAS JÁ VIRAM: CRIAMOS O CONJUNTO VISÃO 6 – A GENTE ERA MUITO CHATO, FAZÍAMOS COVER DE TODOS OS CONJUNTOS QUE EXISTIA NA ÉPOCA, TOCÁVAMOS COM PERFEIÇÃO EM TUDO QUE FAZÍAMOS, E O CONJUNTO ERA MUITO REQUISITADO.
NESTA ONDA DOS ANOS 70 HAVIA OS SEGUINTES CONJUNTOS: ATUCO, DIMENSÃO 5, MEMPHIS KOMPHA, OPUS SOM POSITIVO, THUNDER BYRDS E PARA FORMATURAS ME LEMBRO DA GRANDE BANDA SUPER SOM T.A. TINHA TAMBÉM OS TRÊS DO RIO, RONALDO LARK E OUTRAS BANDAS. VOU LEMBRANDO E VOU CONTANDO.
UM ENORME ABRAÇO, EMILIO RUSSO, O BÃO. 😉
Emílio Russo 18 de setembro de 2015 08:29

E LÁ VAI MAIS HISTÓRIAS.

UM DIA DE DOMINGO EU ESTAVA NO APARTAMENTO DO ROBERTO CARLOS COMO SEMPRE E ME DEU UMA VONTADE DE TIRAR A CERVEJA E FUI AO BANHEIRO. QUANDO TERMINEI DE FAZER XIXI O ZÍPER DA CALÇA AO LEVANTAR QUEBROU. EU FIQUEI APAVORADO, POIS ESTAVA CHEIO DE GENTE E EU NÃO QUERIA PASSAR VERGONHA. ABRI A PORTA E CHAMEI O JURANDI PRA PEDIR UMA CALÇA DO ROBERTO EMPRESTADA E DEPOIS DE ALGUNS MINUTOS VEIO ELE COM AQUELA CALÇA PERTENCENTE A ROBERTO CARLOS!
A CALÇA SERVIU BEM MAS FICOU UM POUCO PULA BREJO, MAS TUDO BEM COISAS DA VIDA. RSRS

OUTRO APURO QUE EU PASSEI FOI QUANDO EU TOCAVA COM O EXCELENTE CANTOR NILTON CESAR E FAZÍAMOS MUITO CIRCO E NO DIA DA APRESENTAÇÃO MONTARAM O PALCO BEM ATRÁS DA JAULA DOS LEÕES. A CADA MUSICA QUE SE TOCAVA OS LEÕES FICAVAM BRAVOS, PARECIA QUE ELES NÃO GOSTAVAM DO REPERTÓRIO… AÍ EU PENSEI EM ME ARRANCAR DALI, SENÃO EU IRIA VIRAR CHURRASQUINHO DE LEÃO! ELES NOS OLHAVAM COM AQUELA CARA DE “Ó QUANTOS PETISCOS GOSTOSOS”… TÁ LOUCO…

OUTRO APURO QUE PASSEI (EU SEMPRE VITIMA DAS CALÇAS) FOI UMA VEZ ANTES DE UM SHOW, QUANDO EU SAÍ PARA FUMAR UM CIGARRO E RESOLVI, DE CURIOSO, DAR UMAS VOLTAS POR TRÁS DO CIRCO. ESTAVA TUDO MUITO ESCURO E FOI QUANDO ATOLEI O PÉ EM UMA FOSSA… CONSEGUI SAIR DELA COM MINHA CALÇA BRANCA CHEIA DAQUILO QUE VOCÊ CONHECE E JÁ ESTAVA NA HORA DO SHOW. ME LEMBRO DE NUNCA TER SIDO TÃO DESPREZADO QUANTO AQUELE DIA. ERA UM CHEIRO INSUPORTÁVEL… EU NUMA ESQUINA E O CONJUNTO NA OUTRA, E DEPOIS QUE TERMINOU O SHOW TIVE QUE JOGAR A CALÇA FORA E TOMAR UM BANHO DE BACIA POIS O CIRCO NÃO TINHA CHUVEIRO. AINDA BEM QUE O DONO DO CIRCO ERA AMIGO DO NILTON CÉSAR, SENÃO EU ESTARIA FRITO. ELE ME DEU UMA CALÇA VELHA, LARGA PRA BURRO, MAS TUDO BEM… CAVALO DADO NÃO SE OLHA OS DENTES.
ESTA É MAIS UMA HISTÓRIA DO EMILIO RUSSO, O FAMOSO CALÇA.

Emílio Russo 18 de setembro de 2015 08:54
MUITA GENTE ME PERGUNTA “PORQUE VOCÊ SAIU DO CONJUNTO SPARKS?” E EU LHES DIGO: EU NÃO GOSTO DE TRABALHAR COM PESSOAS QUE LEVAM O CONJUNTO PARA TRÁS, ISSO NÃO É BOM. PELA TEIMOSIA E INCOMPREENSÃO DO BATERISTA, EU PEDI A ELE VARIAS VEZES QUE DEVOLVESSE O NOME THE JET BLACK´S PARA QUEM FOSSE SEU LEGITIMO DONO, MAS MEU PEDIDO ENTRAVA PELA ORELHA ESQUERDA E SAIA PELA DIREITA E UM DIA, NÃO VENDO MAIS POR PARTE DELE EVOLUÇÃO NENHUMA NA BATERIA, RESOLVI PARAR. AJUDEI-O MUITO A SE TRANSFORMAR EM UM BOM BATERISTA E ELE SABE DISSO, MAS INFELIZMENTE NÃO CONSEGUI. AGUENTEI TODO ESTE TEMPO POR CAUSA DE NOSSA LONGA AMIZADE DE ANOS QUE NUNCA SERÁ APAGADA, MAS A VIDA NOS LEVA A TOMAR DECISÕES CRUÉIS… MAS, O QUE SE HÁ DE FAZER?
PRETENDO DAQUI PRA FRENTE ESPERAR DE VOCÊS QUE DEEM UMA FORÇA PARA QUE A MUSICA INSTRUMENTAL NUNCA ACABE. PARA ISSO VAMOS PRECISAR DE UM BOM EMPRESARIO QUE GOSTE E CURTA O ESTILO THE VENTURES E THE SHADOWS PARA LEVAR A BANDA NO LUGAR QUE ELA MERECE FICAR!EMILIO RUSSO, O BÃO. SE LEMBRAR MAIS HISTORIAS, DEPOIS TE CONTO.

“Em verdade, o Emílio Russo foi um dos poucos que assimilaram na integra o verdadeiro som que diferenciava os Jet Black´s de outras bandas, sem querer desmerecer nenhuma delas. O Fato de ter me afastado (contra vontade), não me impedia de acompanhar em silencio, os acertos e erros praticados na minha banda. Quando se cria alguma coisa com amor, jamais se apagará de nossa lembrança.” (Primo Moreschi, o Joe Primo)

O Guitarrista George Harrison!

Opiniões de músicos e amigos sobre George Harrison como guitarrista, publicados na Revista ‘Guitar Player’.

Les Paul: “Não houve muitos grandes guitarristas – mesmo com bilhões de instrumentistas por aí. Poucos têm
algo a dizer e o privilégio de fazer isso. Devemos ser gratos a esses guitarristas. George foi um deles.”
Brian Setzer: “Sentimos falta dos grandes riffs que Harrison criou. Além de suas próprias composições, quase
todas as músicas de Lennon & McCartney possuem um grande riff de guitarra. George era quem tinha de pensar
nessas coisas – isso já é dois terços de uma grande música.”
Joe Walsh: “Se vc tocar algumas partes da guitarra de George, conhecerá o lugar único e especial em que
estava sua cabeça. Seus solos eram impressionantes! Ele foi subestimado, uma vasta quantidade de técnica foi
necessária para criar seus solos – eles tem seu próprio som. Foi isso que me atraiu. Toda vez que eu tentava tirar
músicas como ‘And Your Bird Can Sing’ ou ‘Drive My Car’, eu acabava coçando a cabeça e pensando ‘onde neste
mundo está esse cara?’ Eu não conseguia dizer de qu
em ele estava roubando seus licks!”
Steve Lukather: “Comecei a tocar guitarra em 1964, depois de comprar ‘Meet The Beatles’. Ouvi o solo de George
em ‘I Saw Her Standing There’ e minha vida mudou para sempre. Mais tarde, George se tornou meu amigo e
tenho muitas lembranças ótimas dele. Uma vez, ele veio à minha casa com seu filho, Dhani, que queria
conhecer Slash. George sabia que Slash era meu amigo e levei-o para conhecê-lo. Em outra ocasião, toquei na
casa de Jeff Lynne com Bob Dylan, no baixo, e eu e George nas guitarras. Cara, sempre irei lembrar disso com
carinho.”

Brian May: “George Harrison foi um guitarrista fabuloso e um exemplo maravilhoso de como um rock star deve
ser. Eu o reverenciava como um inovador. Ele sempre foi original, corajoso e melódico. Era repleto de qualidade
espiritual e consciente da estrutura de acordes sob o solo. Ele teve a coragem de tocar de maneira simples.
Nunca se refugiou em efeitos ou tentou impressionar com velocidade. Espero que Harrison tenha sabido o quanto
nós o amávamos e respeitávamos.”
Wander Taffo: “Se vc me perguntasse qual solo eu gostaria de ter criado, o de ‘Something’ é o primeiro que me
vem à cabeça. Toquei essa música milhões de vezes. Sempre que eu executava o solo achava horrível, pq eu
não conseguia tocar igual. As notas eram as mesmas, mas nunca me senti à altura de fazer aquilo. Tocar como
Harrison naquele solo é quase impossível. Ele tinha um feeling intraduzível. Toca aquilo com uma emoção tão
grande que, quanto mais vc estuda o instrumento, mais percebe a dificuldade de se criar coisas simples. Harrison
é a melhor escola de criação de coisas que se fixam à mente. É exemplo de feeling, criatividade e estilo.”
Sérgio Dias: “George sempre fazia coisas muito inteligentes, musicais e melódicas. O arpejo de ‘Help’ é muito
avançado para aquela época. Ninguém conseguiu reproduzir seus sons. O solo de ‘Something’ é mais forte do
que a melodia da música. George determinou o estilo de outros guitarristas – ele era o estilo. Harrison é tão
gênio quanto Beethoven ou Jimi Hendrix e possui algo que outros guitarristas não têm: classe.”

George em preto e branco

Dylan também comentou, mas na Revista Rolling Stone…
“George ficou marcado por ser o Beatle que tinha que brigar para colocar as suas canções nos discos, por causa
de Lennon e McCartney. Bem, quem não ficaria marcado? Se George tivesse tido sua própria banda e
escrevesse as próprias canções, teria sido tão grande quanto qualquer um deles. George tinha a esquisita
habilidade de apenas tocar acordes que não pareciam estar conectados e daí… Surgia com uma melodia e a
canção. Não conheci mais ninguém que fizesse isso, também. O que posso te contar? Ele era daquela antiga
linha de instrumentistas em que cada nota era uma nota a ser contada.”

“Amo o som da guitarra do George. Acho ele um passo à frente (É o que os meus ouvidos dizem, desculpem-me os
técnicos). (José Luis Queiroz em 17/10/2008)

“George Harrison foi um grande gênio nas guitarras! Conseguia através de seus slides emocionar a todos! Estas opiniões de grandes guitarristas mostram o quanto Harrison era querido e admirado! Me impressionou o comentário de Brian May, já que adoro seu estilo, e saber que também era um fã de George me trás ainda mais alegria, pois se George era a alma dos Beatles, May era o mesmo para o Queen!” (Jorge Washington Antunes Sobrinho em 17/10/2008)

“Brian May é fantástico, consegue combinar o virtuosismo com solos lindos. E um cara como ele dizendo o que disse sobre o Harrison, o que mais se pode falar? Eu não falo nada, já que sou suspeito, pois é o meu preferido após o fim dos Beatles…” (José Carvalho em 17/10/2008)

E ainda o comentário do Luis Fernando, da Banda Golpe Sujo, publicado na Revista Guitar Player:

“Comentário do Mês” da edição de setembro de 2011 da Guitar Player brasileira, by Luiz Fernando (do
Golpe Sujo):

“Tenho de parabenizar a Guitar Player pela reportagem de capa com o inesquecível George Harrison. Acho que a revista tem o dever de mostrar aos mais jovens o trabalho de guitarristas cujo som excede as notas frias de uma partitura e ganha a dimensão cultural de uma época especial, na qual a canção não representava somente uma diversão imediata e superficial, mas um compromisso com as imprescindíveis mudanças que o mundo merecia (e ainda merece) sofrer. E isso deve se refletir no trabalho de um guitarrista, que com sensibilidade e talento, qualidades mais relevantes que somente a habilidade e técnica, deve tentar traduzir o espírito de uma época. Não se aprende George Harrison somente lendo uma partitura. Aprende-se George Harrison escutando e entendendo as nuances de seu magnífico legado musical”.

Hoje, 24 de fevereiro de 2015, George Harrison estaria aniversariando e seria o seu aniversário de 72 anos!

George nasceu em 24 de fev segundo o Diário dos Beatles” de Barry Milles, Editora Madras.

George Harrison nasceu às 23h42 do dia 24 de fevereiro, mas só soube disso pouco tempo antes de sua morte em 2001, e sempre comemorou seu aniversário no dia 25 de fevereiro. (George Harrison nasceu em 24 de fevereiro, segundo o livro “O Diário dos Beatles” de Barry Milles, Editora Madras)
Em 1992, em entrevista à Billboard Magazine, George contou que apesar de sempre ter comemorado seu aniversário no dia 25, ele havia descoberto recentemente que havia nascido no dia 24.

Portanto, hoje seria o aniversário de George Harrison, que foi guitarrista dos Beatles mas hoje também é lembrado pelo músico fantástico que sempre foi e por sua importante contribuição à música Pop do século XX.

“A contribuição de Harrison para a música do Século XX é muito maior do que se pode imaginar: ele formatou o modelo da canção Pop e como instrumentista, seu estilo é algo muito difícil de ser imitado e a sua digital sonora é praticamente única. George Harrison sempre abdicou dos virtuosismos exasperados, optando por um caminho mais sóbrio como instrumentista, com destaque para o slide em detrimento das longas improvisações.
Durante sua passagem pelos Beatles, as composições próprias começaram a aparecer timidamente e foram evoluindo com o passar dos anos para temas do calibre de “If I Needed Someone”, “Taxman”, “While my guitarr gently weeps”, “Here comes the Sun” e seu grande sucesso enquanto um Beatle, que foi “Something”.
Foi ele quem conduziu o grupo no caminho da meditação transcendental e da música indiana, sendo também o introdutor da cítara na música ocidental.
Com o final da banda em 1970, Harrison deslanchou com seu álbum de estreia, “All things must pass”, um bolachão triplo onde desfilavam mega sucessos comerciais como “My Sweet Lord” e “What is Life”, miscigenadas a canções mais introspectivas e impregnadas de uma muito bem dosada carga espiritual e religiosa. Para ajudar o pais de seu amigo Ravi Shankar, protagoniza em 1971º primeiro mega concerto beneficente da história, que foi o lendário Concert for Bangladesh, no Madison Square Garden.
A partir de 1972 a carreira e a vida de George oscilam entre altos e baixos vertiginosos. Junto a sua banda de apoio, fez uma desastrosa digressão pelos Estados Unidos em 1974; no mesmo ano, a esposa dele na época, Pattie Boyd, o abandona para dividir a cama com Eric Clapton, seu melhor amigo e confidente naqueles tempos de amor livre; mas vida que segue, logo em seguida ele acaba encontrando a tão almejada alma gêmea, a mexicana Olivia Arias, que lhe daria seu único filho, Dhani.
Em 1981 grava o sucesso “All Those Years Ago”, homenageando o amigo John Lennon, assassinado no ano anterior. Meia década depois retorna às paradas dos dois lados do Atlântico com o álbum “Cloud Nine”, considerado pela crítica e pelo público um e seus melhores trabalhos.
No final dos anos 80 integra ao lado de Bob Dylan, Tom Petty, Roy Orbison e Jeff Lynne o quinteto “Travelling Wilburys”, uma banda de super astros que demarca sua comunhão e parceria em dois álbuns muito elogiados.
Em 1991 Harrison volta aos palcos, reaproximando-se de Eric Clapton, numa clara demonstração de grandeza e ausência de ressentimentos, na festejada turnê pelo Japão, que deu origem a um LP duplo, ao lado do velho amigo camarada.
Nos anos seguintes, junto a Paul McCartney e Ringo Starr, participa do projeto Anthology, revivendo com seus antigos partners os anos dourados do fabuloso quarteto fantástico do Rock´n´Roll.
Nos três últimos anos de vida, enquanto lutava contra um câncer, dedicava grande parte do tempo a uma de suas maiores paixões: a jardinagem.
Harrison não queria ser lembrado como um astro Pop – ele era conhecido por ser o mais tímido e discreto dos Beatles – como também fugia acintosamente dos holofotes e de toda a purpurina do mainstream, preferindo sempre a companhia da família e o isolamento como estilo de vida.
Em 2001 finalmente perde a batalha para o câncer e retorna para o jardim…
Após a sua morte, Bob Dylan disse em uma entrevista: “Ele tinha a força de cem homens. O mundo se tornou um lugar mais solitário sem George”.
Um ano depois chega às lojas o álbum póstumo “Brainwashed”, um interessante registro da última safra de composições de Harrison, um trabalho que foi dedicado a todos os jardineiros do mundo!
Outro belo recado do eterno menino tímido daquela banda inglesa que mudou o mundo nos anos 60! Segundo um velho provérbio oriental, em grande parte das vezes a felicidade está escondida no próprio jardim, mas é muito provável que ela esteja coberta pelo mato e ervas daninhas. Quem sabe em um dia qualquer desses iguais a tantos outros, sigamos o conselho de George, voltando os olhos para o nosso próprio quintal e até mesmo, quem sabe, transformando o mundo num lugar bem mais bonito e agradável de se viver.
Precisamos urgentemente retornar ao jardim!”

Por Eduardo Lenz de Macedo & Márcio Grings / 2006

Oito Solos de Guitarra para a Canção “How do You Sleep”, por George Harrison

No dia em que estaria fazendo 69 anos, vale a pena destacar em sua homenagem, os oito solos que George fez para a canção de John Lennon, “How do You Sleep”!

Takes 1 e 2

Take 3

Takes 4 e 5

Takes 6 e 7

https://vimeo.com/91110867

How Do You Sleep? (Takes 5 & 6, Raw Studio Mix Out-take) – John Lennon & The Plastic Ono Band

Take 8

https://vimeo.com/91111046

.
John Lennon – vocal, guitarra rítmica
Klaus Foreman – baixo
Alan White – percussão
Nikki Hopkins (Inglês) – piano elétrico
George Harrison – slide guitar
Flush Fiddlers – strings

John Lennon ensaiando com George Harrison para o álbum Imagine: