Vicente Telles, um Cancioneiro do Amor!

Ator, Cantor, Compositor e Produtor Musical, atualmente Vicente Telles atua como Presidente da ABRACNE – Associação Brasileira de Arte e Cultura do Nordeste.

O “homem que não ri”… rindo muito!

Iniciou no meio artístico na década de 70, nos programas de auditório do Cine Art Palácio, na cidade de Santa Inês no Maranhão, apresentado pelo locutor Clélio Silveira. Vicente era convidado cativo nas programações.

No início de 1975 foi montar seu bazar de sonhos no Rio de Janeiro.

Em 1998 estreou na TV Globo como ator, durante o programa Domingão do Faustão, no quadro “Faça-me sorrir”, tendo enorme repercussão. A produção do Faustão levou Vicente para todos os cantos do Brasil em busca de algum “santo milagreiro” que o fizesse dar um sorriso. O ator Eri Johnson, os jogadores como Ronaldinho Fenômeno, Cafu, Zagalo, Romário, Raí, Zico, Leonardo, Edmundo, entre outros da Seleção Brasileira também tentaram, mas ele tornou-se “O homem que não ri”.

Em 1999 Vicente Telles participou como ator em novos trabalhos, como a novela Mandacaru, contracenando com Roberta Close, e de vez em quando participava do programa Linha Direta, da Rede Globo.

Cantor e compositor com mais de 10 discos gravados, carreira que teve inicio em 1979, teve um dos seus discos produzido por Raimundo Fagner e outros com participações de Belchior, Cláudia Telles e Guilherme Arantes, entre outros nomes da MPB.
Seu primeiro LP intitulado Olhar de Vagalume, de 1984, teve Jairo Pires como diretor artístico.
Além de cantor, também compôs muitas músicas gravadas por cantores populares.

Em agosto de 2003 idealizou e realizou junto com Getúlio Côrtes e direção musical de Leno Azevedo o show ,”O pulo do Negro Gato”, um tributo a Getúlio Côrtes, compositor de inúmeras composições gravadas pelo Rei Roberto Carlos, com a presença de grandes estrelas como Fagner, Luiz Melodia, Jerry Adriani, Dr. Silvana & Cia, Golden Boys, Renato e Seus Blue Caps, entre outros artistas da Jovem Guarda.

Em 2009 Vicente Telles lançou o CD “O Romântico Apaixonado”, fazendo incursões por sucessos antigos, interpretando com sentimento de alma, grandes pérolas da Música Popular Brasileira como, “Devolvi”, “Memória de uma Velha Canção”, “Eu daria a minha vida”, “O amanhã espera por nós dois”, entre outras. O disco foi lançado na Feira de São Cristóvão, tendo tido ótima aceitação. Neste disco está a canção interpretada por Caetano Veloso, “Você não me ensinou a te esquecer”, e também outras canções inéditas.

Em 2012 lançou o CD “Vicente Telles Por Todos”, fazendo grande sucesso ao divulgar os cantores de Santa Inês, sua terra no Maranhão.

Ouvir Vicente Telles é ter a certeza de que cantar é um ato de prazer!

Vicente “brincando” na Web:

Devolva-me

Negro Gato – do CD “Outros Caminhos”, lançado em 2012

Uma versão que compôs para a canção dos Beatles, Here There and Everywhere, intitulada “A Canção de Nós Dois”:

“Hoje acordei, ouvindo o teu beijo e sonhei
Quem, Ouvir a canção de nós dois
Verá que o tempo não pode apagar
O amor que eu te dei
E o bem que eu te fiz sonhar
Meu bem, Um novo encanto nasceu
Dentro do meu coração que é teu
O nosso amor é canção em noites de verão
Quando a noite vem faço da solidão tinta e pincel
E pinto uma saudade na tela do céu
Fico a desenhar nosso amor
numa moldura da cor da paixão
que me fez querer morar no teu coração…
Outra noite vem…
Faço da solidão tinta e pincel
E pinto outra saudade na tela do céu
Fico a desenhar nosso amor
Nessa moldura da cor da paixão
Que me fez querer morar no te coração
No teu coração”

“…Sempre que a minha emoção passeia pelo universo interior de alguém que se sente tocado por essa força que emana do meu coração, na minha sensibilidade maior externada nas canções que canto, numa letra que escrevo ou mesmo nas palavras carregadas de poesias ditadas pelo calor de uma ternura infinda, assim me vejo voando no céu dos sonhos de uma alegria que brinca dentro de mim e lava as ruas do meu coração com as lágrimas das realizações. Impulsionado por uma admiração que em mim povoa e leva-me aos caminhos do amor. “A canção de nós dois” Letra de Vicente Telles sob melodia dos Beatles.”

Vicente Telles fez homenagem ao cantor Marcos Roberto, que faleceu recentemente, em julho de 2012:

“Marcos Roberto vai com Deus/Jesus meu irmão, segue esse caminho que te foi destinado. Aqui você fez tudo certo amigo e certamente estará nos braços da ternura, nos campos da felicidade grande poeta do amor… Só plantastes amor!… Os poetas são assim, desde que nascem só plantam amor e a colheita ao lado de Deus/Jesus é certa!… É com carinho que agradecemos pelas canções que nos embalaram os sonhos. Amigo a vida é assim mesmo!… É simplesmente o inicio de um fim!… Deus te acompanhe querido, e agora, saudoso amigo de belas canções. Tenha certeza que estará “Longe dos nossos olhos, mas, dentro dos nossos corações”. Esta é para você “A ultima Carta”.
Este vídeo traz uma canção a qual mostrava a força da sua juventude fazendo soar em todos nos a sua verdadeira emoção e sensibilidade. Ainda sonhávamos o amor, todos na mesma voz!. Momentos guardados nas nossas belas lembranças. Esta é a minha homenagem ao querido amigo Marcos Roberto.
Com carinho Vicente Telles”

Citações, Versos e Prosa

“Prender uma alma é mesmo que prender um pássaro, ele canta pela necessidade de ser livre”.

“Somos uma luz muitas vezes ofuscadas pela ambição e vaidade dos homens pequenos”.

“Eu tenho um cavalo de aço que corte o deserto e vai pro Japão, eu tenho a mão direita livre na noite estrelada de alucinação e, já comi a chama acesa de um dragão chines”.

‎”Nessa Selva de Pedra onde os leões são homens das mentes de aços com as suas lanças de vaidade, meu coração se sente ferido e perdido em meio a todas essas verdades”.

“Assim como não há rios que não vençam obstáculos também não há obstáculo que impeça os seus sonhos”.

“Eu sendo eu verdadeiramente despido de tudo e vestido de emoção”.

“Happiness is the most powerful weapon that exists that can exist in the heart of someone”.

“Os nossos sonhos são os investimentos das nossas verdades para a realidade concreta do amanhã!”.

“Os sonhos são correntes que nos sustentam nas adversidades do dia a dia, por isso sonhar é o único remédio para a realidade da vida!”

“A humildade não é uma opção ela já nasce com o ser humano, ele só precisa ter a humildade de assumir.”

“O meu amor é a singularidade de uma canção impar na pluralidade dos meus versos”.

“A inveja é uma flor roxa que nasce nos corações dos trouxas, dos incapazes, dos mesquinhos e dos homens pequenos de atitudes e caráter. Transforme a força dessa inveja pela doçura de saber ver e reconhecer o talento e a grandeza de cada um”.

“Ser Brega é viver com estilo e com amor.
É não ter vergonha de dizer eu te amo, nem de mandar flores.”

“A inveja nos distancia das pessoas queridas e ainda nos veste com o uniforme da cólera”.

“A inveja é um espelho que só reflete incapacidade”.

“Aos Amigos!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!… Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar… Porque amigo sofre e chora. Amigo não tem hora pra consolar!… Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção. Amigo é a base quando falta o chão! Amigo é colo, é ombro, palavras sinceras, carinho e força para seguirmos em frente sem duvidas.
Com a minha ternura e gratidão aos amigos.
Com carinho e ternura”.
Do amigo Vicente Telles

“Ninguém viveria um grande amor sem passar pelas ruas do romantismo e muito menos sem ter como trilha sonora, canções do nosso rei Roberto Carlos. “Eu tenho tanto pra lhe falar mas com palavras não sei dizer como é grande o meu amor por você”. Também nunca ao término de uma relação, alguém deixa de passar pelos desencantos poéticos de Odair José. “Depois que você casou comigo, nunca mais você se arrumou…. Assim você mata nosso amor”. Se você não beber um trago, vai fazer uma oração, sentar na famosa calçada dos lamentos, desabafar com um (a) amigo (a), chorar pelos cantos, fazer uma poesia, rabiscar o nome da pessoa amada em todos os lugares… Ou com uma lata de spray, dar uma de pichador, grafitando o nome dela no ponto mais alto da cidade, mesmo afirmando não estar nem ai, para não assumir o surto da “breguice”. Nessas horas, tanto faz curtir um Odair José ou um Bartô Galeno num “pé sujo”, ou Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Caetano Veloso ou outros chiques, num piano bar. As tristezas e as desilusões, doem do mesmo jeito no brega ou no chique. As canções falam dos mesmos sentimentos, com vocabulários, melodias e arranjos diferentes. A tristeza é tristeza em qualquer lugar do mundo. O triste nem sempre está triste por ser triste. Acho que para ter alegria de grego ganhando presente de troiano é melhor não tê-la. Do meu ponto de vista, a felicidade independe de qualquer humor, você pode estar triste e ser feliz e vice versa. Eu por exemplo sofro de tristeza crônica. Quem me conhece bem sabe disso. Porém, quem me “avistar” de relance numa prosa, contando “causos” e piadas, não vai perceber essa minha faceta. Roberto Carlos parece ter essa tristeza, Vinicius de Moraes e muitos outros também. Essa tristeza muitas vezes é denunciada através do olhar. No caso do Roberto Carlos. Ele parece querer deixar claro quando fala numa canção bem famosa, só de sua autoria: “Olha dentro dos meus olhos vê quanta tristeza…” A pessoa triste não é obrigatoriamente infeliz. Ela canta, sorri, bebe, vai à praia, ao futebol etc… Enfim, tem a felicidade em fatias. (A felicidade de todo mundo pode ser de variadas formas, mais também é em fatias). Sou triste mais sou feliz. Dentro do meu universo feliz, existem pensamentos tristes que talvez já sentisse na raiz da minha concepção e sendo assim, não tem cura. Essa minha tristeza está muito ligada ao amor, a ternura, a generosidade, ao carinho, a humildade e isso me faz educado. Muitos escondem a tristeza atrás de palavras filosóficas, para não mostrar o lado “brega”, sentimental. Quem não entende a tristeza não sabe tirar proveito dela, por isso precisa esconder os seus sintomas ou disfarçá-los. Muitas vezes, os chiques usam biombos intelectuais para não parecerem bregas. Suas atitudes e ações precisam sempre ser clássicas. Costumo dizer que: “Sou brega por que amo ou não sou brega sou apenas um cara colorido”. “A breguice está mais para a literatura que para a matemática, por isso é mais passional”. O povão elege como porta voz do seu coração os cantores bregas com suas vozes chorosas e canções simples. O escritor Paulo César de Araújo, no seu livro Eu não sou cachorro não, diz: “O Brasileiro é um ser triste”. Ele chora de alegria e de tristeza e caminha com felicidade entre esses dois sentimentos. A minha vida é toda essa mistura e o meu coração é latino.
Cecília Meireles dizia: “Não sou alegre e nem sou triste, sou poeta”. Já eu prefiro dizer: “Sou alegre, sou triste e sou poeta”. Que atire a primeira geladeira, quem nunca teve sobre ela um pingüim ou que não seja brega como eu.”

“Teu sorriso em mim ecoa,
como se a alma voa,
correndo em tua direção,
para buscar na tua mão,
O coração de uma mulher
linda tal qual a lua
Venha ser só o meu céu,
pra eu ser teu menestrel
E cantar na tua rua”.

“Bem que o destino em mim plantou você
esplendoroso rumo que me leva a ti
ternura imensa que aquece minha alma
somos um presente de Deus
que em nosso destino plantou a calma”.

“ ÁGUIA ERRANTE”
(Vicente Telles)

Desperta um sentimento teu grito é meu silencio
meu velho amigo do peito vadio é o teu defeito
seguimos a mesma estrada a mesma velha morada
és o meu lado perfeito, es o meu lado banal

Muda tua maneira de ser não sofre mais
me mostra o teu lado forte afinal… Afinal
dois seres que são incompletos
são parte de um mesmo teto… Coração!

Guarda esse teu momento não deixa ele ir embora
não deixa o sofrimento pegar-te ao romper da aurora
correr esse mundo em campo abrir novos horizontes
bater as asas ao vento qual águia que segue errante.

“Quando nada mais restar”
(Vicente Vicente Telles)

Quando te sentires só
E todos os galanteios se calarem
Quando voares por todos os céus
E todos os sóis te aquecerem
Todas as estrelas te seguirem
Se te olhares no espelho sem esperança
Para que sejas simplesmente amada
Quando a ninguem mais interessares
E o sentimento rude da solidão te alcançar
E tomar conta dos teus pensamentos
Para mim ainda estará se preparando pra vires
Saberei dar-te o valor antes de qualquer depois
Se tudo que sofre é a paga do teu erro
Que todos os meus desejos sejam o teu perdão
Esperando-te estarei para um repouso perfeito
nos abraços meus e as mãos que eu aprendi chamar
Eternamente teu, me fiz
Não fique triste por tudo o que já passaste
Estou passando por aqui pra ti

“Quisera eu poder fazer voar meus sonhos para juntos realizarmos com a ternura dos colibris e a candura dos anjos o encontro do grande amor que a vida me destina”.

“Hoje acordei sentindo os ventos acariciando os meus sonhos como se fosse uma cantiga ninando a inocência de quem sonhou ser poeta!” – Vicente Telles:)

“O amor me leva ao mais terno caminho que a vida esconde dos insensíveis”. – Vicente Telles:)

“A vida transcorre calma e lenta como as águas, embora existam pedras no caminho, desviará para tranquilamente desembocar no mar que é a sua a terra prometida!” – Vicente Telles:)

“A verdade é o investimento maior dos nossos sonhos, para uma realidade concreta no amanhã”. – Vicente Telles:)

“O principio da caridade é o amor ao próximo e a sublime aplicação é amar os seus inimigos.
Das maiores virtudes essa é a maior vitória sobre o egoísmo e o orgulho”. – Vicente Telles:)

“Faça aquilo que for melhor para o seu coração;
nós somos as nossas emoções!” – Vicente Telles:)

“Faça aquilo que for melhor para o seu coração;
nós somos nossas emoções!” – Vicente Telles:)

“Tudo e todas as coisas nessa vida são feitas pela vaidade dos homens; só lamento pelas vitimas”. – Vicente Telles:)

“Quisera eu poder fazer voar meus sonhos para juntos realizarmos com a ternura dos colibris e a candura dos anjos o encontro do grande amor que a vida me destina”. – Vicente Telles:)

LIÇÃO DE VIDA

Santa Inês era só uma pequena cidade escondida no interior do maranhão e que me abrigou até os meus 16 anos. Eu era apenas um rapaz franzino, de olhar sonhador e com o peito cheio de coisas pra contar e pra cantar, rindo e chorando mais cheio de poesia. A música, com seu inigualável poder, segurou-me firme e serenamente como presa feliz, arrancando-me da família e dos amigos de infância que, entretanto, continuaram a povoar meu pensamento e meu trabalho como fonte perene de inspiração, de um sonho pungente que ganha espaço na voz plangente de quem canta ébrio de paixões. Eu, Vicente Telles, durante toda a minha trajetória artística sempre procurei levar o nome de Santa Inês a todos os quadrantes do planeta, através de uma luta séria, cheia de dedicação e carinho, que graças a Deus enche de orgulho os despidos de vaidade e de um orgulho mesquinho, os que se sentem pequenos diante da bravura dos que buscam correr atrás do sol, para registrar seus sonhos nas calçadas da realidade, como a própria Santa Inês, na representação dos seus governantes. Por este e outros motivos é que apoio a candidatura de quem tem as mesmas digitais das ruas que guardaram as minhas pegadas entontecidas de sonhos e embriagadas de luz. Como disse certa vez em uma nota o nosso talentoso poeta, músico e cantor Guilherme Arantes, quando afirmou sobre a minha luta que inseri na contracapa de um dos meus discos ainda de Vinil: “… E por isso estou aqui”: “Seu trabalho é marcado pela sinceridade e o carinho com que é feito transparece”, Guilherme Arantes.
Tudo isso é motivo de orgulho para mim e deveria ser para a minha cidade de Santa Inês! Contristado me vejo por não ter tido até hoje o reconhecimento das autoridades que governaram por mais de três décadas essa pobre cidade, mas aos trancos e barrancos e pelos versos que canto: “Casa velha luz de lamparina sem telha por cima esteira pra deitar, um prato que não tem comida enxergo a historia que não sei contar, na parede olho um triste santo que um dia disse ia me ajudar eu sei que como eu há muitos esperando a sorte, quem sabe mudar”, me empenho na caminhada deste moço que fala a língua do meu, do seu e dos nossos corações, que tiveram por muitas vezes lagrimas, risos, sonhos e alegrias enfeitando essa cidade que amo com ternura, carinho e coração. Saí de Santa Inês no dia 09 de janeiro de 1975, como um pássaro empurrado de seu ninho ainda sem asas, tendo que se virar para não ser engolido pelas cobras. Cheguei aqui em 12 de janeiro sem sobrenome e sem deixar família de posses, caí num rio de jacarés e cobras, o meu matulão era apenas pureza, inocência e os sonhos que explodiam num peito sentido, que foi o combustível para que um pássaro sem asas se tornasse um leão. Sempre acreditei muito em Deus e na luz que dera numa conversa que tivemos quando se plantou em meu coração. A partir dai a única luz que existia no meu caminho era apenas eu.
Isso tudo se encontra no meu livro, “O SEGUNDO FILHO DE JOSÉ”, que um dia termino!… É este o motivo de eu estar com Ribamar, por ele ter andado os caminhos que a minha infância andou, por ter as digitais das mesmas ruas e entender a linguagem do coração de um poeta.

Carinhosamente,

VicenteTelles

Entrevista com Vicente Telles

Tour em Liverpool

Recentemente, mais precisamente em janeiro de 2012, estive visitando Liverpool com a minha filha Michelle, e pude viver a emoção de passar pelos lugares relacionados à carreira dos Beatles, sonho de todo Beatlemaníaco!

Registrei em fotos e imagens momentos de emoção, viajando no Magical Mystery Tour, um ônibus de turismo que possibilita a todo turista visitar os lugares que fazem parte da história dos Beatles.

Outra alternativa é fazer o roteiro em um taxi (ou cab), como fez o cantor Jerry Adriani, mostrando no video que segue, juntamente com Edu Henning, toda a emoção de uma visita a Liverpool, onde inclusive eles mostram o palco da Igreja de Saint Peter, em Woolton, onde Paul foi apresentado a John por Ivan Vaughan, em 06 de julho de 1957. A emoção é indescritível!

De saída para a “Magical Mystery Tour”

Memórias de Raul de Barros, o Tremendão!

Raul de Barros, também conhecido como Raul Tremendão, é músico, cantor e compositor, e também foi contrabaixista da banda “Os Tremendões”, de apoio do cantor e compositor Erasmo Carlos, durante os programas Jovem Guarda e também durante o movimento de mesmo nome, nos anos 60!
Hoje Raul vive nos Estados Unidos, mais precisamente no Estado da Flórida, em uma cidade de nome Sarasota e adotou o nome artístico de “Paul Albert”. Lá montou um estúdio de gravações, onde grava seus CD executando todos os instrumentos.

Os Tremendões: Da esquerda para a direita, Rubinho, Raphael, Raul, Regis, e Erasmo Carlos

Antes de tocar nos Tremendões, Raul tinha um grupo que se chamava Os Freedmans, e sobre eles já falamos neste post aqui.

Raul era tão amigo de George Freedman que até deu o nome dele ao seu conjunto, e um belo dia, sabendo que Erasmo Carlos precisava de um músico para integrar sua banda de apoio, indicou Raul, e foi assim que ele tornou-se um dos “Tremendões”!

Certa vez o compositor Oscar Fornari publicou esta foto do LP de Erasmo Carlos, perguntando ao Raul se ele havia tocado neste lançamento:

A resposta veio esclarecer nossas dúvidas, e soubemos então que o LP fora gravado em 1967, e recebeu o título de “Erasmo Carlos”:

Raul DE Barros

Raul DE Barros 22 de Julho de 2012 13:57

“Oscar, esse LP foi gravado em 1967 e o nome é Erasmo Carlos. Que eu me lembre, gravamos kaiser – Nenen, Corta Essa (O Erasmo fez o solo com um pente e um papel selofane) – O Caderninho, que fizemos tambem o vocal – Larguem Meu Pé (ele fala de cantoras da época) do lado B; só escutando prá lembrar, algumas vezes a gente gravava uma base e depois iam colocando outros instrumentos. Voce até me fez lembrar da minha coleção de LPs do Erasmo e vou colocá-los em exposição aqui no Facebook; o curioso é que quando fui me casar em 1969, fui com a Veva até a casa do Erasmo em São Paulo, levei os 5 LPs dos quais participei de alguma forma prá que ele os autografasse e comuniquei minha saída dos Tremendões. Ele autografou cada LP com uma dedicatória diferente e atrativa. Amanhã começo a coloca-los.”

Foi assim que pudemos desfrutar destas históricas dedicatórias nos LPs de Erasmo Carlos, publicadas pelo Raul de Barros no Facebook, e adicionadas aqui neste post para que mais pessoas possam tomar conhecimento destas raridades, pois isso é a mais pura história da Jovem Guarda!

O Primeiro LP: “A Pescaria”!

Primeiro LP lançado por Erasmo Carlos

Este foi o primeiro LP que Erasmo Carlos gravou em sua carreira solo, e recebeu o nome de “A Pescaria” (RGE).

Uma curiosidade: Cleudir Borges, ex-Fevers, escreveu: “QUEM FEZ O ARRANJO DESTA MÚSICA (A PESCARIA) E QUEM ESTÁ TOCANDO O PIANINHO, SOU EU ((**🎹CLEUDIR BORGES FEVERS🎹**)) HOJE TENHO MINHA NOVA BANDA ((**🔥MISTURA EXPLOSIVA🔥**))

Em 1969, depois do término do Programa Jovem Guarda, Raul de Barros conta que mudou radicalmetne de vida, pois parou de tocar para o público e foi ser comerciante. Sempre gostou disso e logo comprou um bar com sinuca na Rua Teodoro Sampaio, em São Paulo, perto da casa onde morava Genoveva, Veva, na época sua noiva.

Nesse mesmo ano eles se casaram e certa noite, ele pegou  seus 5 LPs que de certa forma faziam parte do seu trabalho com Erasmo, e foi com Veva até a casa dele no Brooklim Paulista, anunciar sua saída dos Tremendões. Quando lá chegaram, Raul pediu a Erasmo que fizesse dedicatórias nos LPs, e ele prontamente o atendeu. escrevendo em cada um uma dedicatória diferende da outra, todas muito significativas para o Raul. Este foi o primeiro, e como se pode notar, Erasmo fez a dedicatória e completou com o desenho de um peixinho pulando fora d`água e dizendo: “oba! que pão…Hummm!” e desenhou tambem o bondinho do Pão de Açucar…

O Segundo LP: “Você Me Acende”!

“Esse é o LP “VOCÊ ME ACENDE”, título da primeira faixa do disco, uma versão do próprio Erasmo para a música “You Turn Me On”. Esse foi no auge da Jovem Guarda, tudo que se gravava se vendia muito e nos shows a gente já tinha uma quantidade boa de sucessos prá tocar. A dedicatória por si já fala tudo: “AMIGO RAUL, MEU ABRAÇO E SAUDADE DA MELHOR ÉPOCA MUSICAL DE NOSSA VIDA…” ERASMO CARLOS.”

(texto por Raul de Barros)

Este LP eu comprei na época do seu lançamento, e como bem disso o Raul, no auge da Jovem Guarda!

Uma curiosidade:

Raul DE Barros escreveu:Lucinha Zanetti, na nossa primeira apresentação em Recife PE, estivemos numa boite convidados por uma pessoa da produção do show que iríamos fazer e dentro dessa boite estava o Reginaldo Rossi, ele pegou o Erasmo pelo braço e falou: tenho uma música prá voce gravar e que será o maior sucesso, vamos lá fora e vou te mostrar, o Erasmo me chamou e fui com ele, o Rossi mostrou a melodia O Pão e enquanto cantava o Erasmo que estava estourado nas paradas com Vem Quente Que Eu Estou Fervendo me olhava de rabo de olho como quem diz “Como Vou Gravar O Pão”? se estou nas paradas com Vem Quente!!!, voltamos pra boate e mais tarde o Reginaldo em SP estourou com a música, isso quer dizer que o Rossi passou perto mas não participou.

É uma das minhas relíquias, e esta foto a seguir é do meu disco, que guardo desde aqueles tempos, com o maior amor e carinho!

O terceiro LP: “O Tremendão”!

Este é o terceiro LP da coleção de Raul de Barros, que Erasmo Carlos. usando o título do disco, fez a dedicatória: “Ao Tremendão Raul, um abração do Tremendão: Erasmo Carlos.

A primeira faixa deste disco é justamente a música “O Tremendão”, composição de Marcos Roberto e Dori Edson, participação especial de “Os Tremendões”.

O quarto LP: Erasmo Carlos!

Mais um LP da fase Raul Tremendão e Os Tremendões. Este foi o penúltimo da série Erasmo Carlos 1967, e a dedicatória diz: RAUL, DEPOIS DESTA FOTO, NÃO SOBROU NENHUMA “GATA” PARA OS OUTROS, ERASMO CARLOS”.

Erasmo ficou encantado com a foto da capa desse LP. Na contra-capa tem uma montagem com 6 fotos do Erasmo no seu Rolls Royce. Neste LP estão as músicas Nenen, Corta Essa (O Erasmo fez o solo com um pente e um papel selofane) – O Caderninho, que teve Raul ajudando no vocal – Larguem Meu Pé (Erasmo fala de cantoras da época).

Os Tremendões tiveram diversas participações, destaque para a música “Só Sonho Quando Eu Penso Que Você Sente O Que Eu Sinto” composição de Martinha.

O quinto e último LP: “Erasmo”!

“Este é o quinto e último LP da série Raul Tremendão nos Tremendões, gravado em 1968. Nesse LP o Erasmo escreveu simplesmente assim: “O INICIO DO FIM…!
E assim foi minha despedida dos Tremendões, me casei em 1969 e sou muito feliz com minha familia, eu e a Veva etamos juntos há quase 50 anos. Nesse LP, gravamos apenas 4 músicas que são, Meu Disquinho (de Luiz Fabiano) – Todas As Mulheres Do Mundo (de Erasmo Carlos) – Mil Bikinis (de Elizabeth), a gravação dessa música teve história, nosso guitarrista Raphael estava doente e não podia gravar, Erasmo chamou Sergio e Arnaldo (Mutantes), Sergio fez guitarra e Arnaldo tocou gaita, eu no baixo e Rubinho na bateria, a quarta musica foi – Para O Diabo Os Conselhos De Voces (de Carlos Imperial e Nenéo). Depois gravei a última música com Erasmo, “Sentado À Beira Do Caminho” e peguei minha estrada…”

Por Raul de Barros, em 27 de julho de 2012.

Nós que vivemos nossa juventude nos anos 60, e que não perdíamos aqueles programas especiais nas tardes de domingo, sabemos o valor destas informações tão despretenciosamente publicadas pelo querido amigo Raul no Facebook, as quais ele gentilmente me autorizou a publicar, pois faz parte da história do movimento Jovem Guarda no Brasil!

“Esse foi o CD com a dedicatória que Erasmo me mandou quando gravou o CD Erasmo Rock’n’Roll Carlos: “Alô amigo raul: Aceite muitos beijos do “cover”do Erasmo…valeuuuu! Rio 2009. Erasmo sempre muito criativo e brincalhão com seus amigos.”
Erasmo em 2009 com Raul

“Outro CD do Erasmo lançado no mesmo ano, foi Erasmo Carlos Convida – Volume II, e na dedicatória ele escreveu: “AO AMIGÃO RAUL “TREMENDÃO” O CARINHO ESPERTO DO AMIGO DESSES ARTISTAS TODOS…BEIJOS. RIO 2009.”
CD Erasmo de 2009

Imagens dos Tremendões, não as temos, pois que o incêndio na TV Record privou-nos dos registros, mas a música, as fotos e o próprio Tremendão continuam aqui, pra nos contar estas maravilhosas estórias de vida!

Foto de Raul, na época em que tocava com os Tremendões

Raul e seus famosos anéis, formando seu nome…

Estes anéis tive o privilégio de ver pela WEB CAM, a mim mostrados pelo meu amigo Raul… privilégio para poucos, obrigada Raul!

E Raul continua nos contando suas memórias, que na medida do possível, vou registrando aqui…

Segue mais uma foto do Erasmo na Cachaçaria Tremendão, Praia do Canto, Vitória/ES.
Nesta foto ele autografa o CD “Erasmos Carlos *HOMEM DE RUA*”. A dedicatória diz assim:
“RAUL NÓS SOMOS OS “TREMENDÕES DE RUA” BEIJOS ERASMO CARLOS 92.”
Esse é um CD com 10 músicas e um destaque para “A Carta” com a participação de Renato Russo. Muitos pensam que essa música é uma composição do Erasmo porque no final diz: “Do sempre sempre teu, Erasmo”, mas é uma composição de Raul Sampaio e Benil Santos.

A seguir, mais uma foto do Erasmo com o Raul, que escreveu: “MAIS UMAZINHA DO ERASMO QUANDO ESTEVE NOS VISITANDO NA CACHAÇARIA TREMENDÃO-PRAIA DO CANTO-VITÓRIA ES. ELE INVENTOU UM PAPO DE ASSOBIO E NÃO PARAVA DE ASSOBIAR, SE COMUNICAVA EM FORMA DE ASSOBIO.”

Mais fotos ilustrando as memórias do Raul, nesta sequência de quando o Erasmo visitou a Cachaçaria Tremendão em Vitória. Ele empunhando um cigarrinho e apontando para o fotógrafo, na mesa um litro da Cachaça Tremendão e uma garrafinha com o mesmo produto, a pequena o Raul tem com ele até hoje, a grande o tempo levou…

Mais uma foto da sequência “Erasmo visitando a Cachaçaria Tremendão em Vitória/ES

No momento em que Erasmo entrega ao Raul o CD com a dedicatória, ele fez questão de registrar o acontecimento. O baterista de sua banda aparece no meio e o amigo do Raul,  Alexandre Alvares, que filmou tudo, também aparece com sua câmera e sua pochete a tiracolo.
Erasmo segurando uma daquelas garrafinhas de cachaça Tremendão que Raul fabricava em seu Alambique Artesanal, no quintal da casa dele e que distribuia aos amigos como brinde.
Detalhe: em Vitória ele usava um spray de pimenta que está pendurado num chaveiro do seu lado direito na foto abaixo:
E quem não se lembra do Rubinho, RUBENS DOMINGUES BASTOS CRUZ, amigo e companheito do Raul e do Erasmo, responsável pela formação dos Tremendões, e que teve uma morte pré-matura em um acidente de vespa (lambreta) há alguns anos… ele faz falta para os amigos e companheiros, um músico aplicado e dedicado!

Rubinho Tremendão – R.I.P.

As fotos mostradas a seguir, terão a narração do próprio Raul de Barros:

“Meu compadre Eduardo Araujo e eu no quintal de casa e nosso Alambique Artesanal no meio. Esse alambique destilava com capacidade de 30 litros de caldo prá processar em média 3 litros de cachacinha pura em cada alambicada, eu comprava a cana, lavava, muía e colocava nos côxos prá fermentação, após a fermentação que era natural, eu fazia a bendita…” (Raul de Barros)

Eduardo Araújo e Raul Tremendão na Cachaçaria em Vitória/ES

“Erasmo e eu passamos para a parte principal da Cachaçaria Tremendão e fizemos um brinde cachaçal; o Alcides, secretário do Erasmo, brindou com um copo de água, ele não bebia. O brinde foi feito e degustamos em pose de amizade enlaçada, uma forma inédita na vida do meu Amigo. (Detalhe: perto do rosto do Alcides está uma foto, eu e Erasmo numa de nossas viagens. No balcão, barricas com cachaça envelhecendo).”

“Mais fotos da visita do Erasmo Carlos na Cachaçaria Tremendão, Vitória ES. Foram muitas fotos e porisso as coloco uma de cada vez. DAS MELHORES COISAS QUE HAVIAM NO JOVEM GUARDA, DESTACO AS AMIZADES INGÊNUAS QUE SE FORMAVAM; MUITOS SE FORAM E EU SINTO MUITO MAS ALGUMAS CONTINUAM ATÉ HOJE.”

Erasmo autografando a camiseta de Raul, que ele guarda até hoje!

Erasmo na parte de dentro da Cachaçaria Tremendão em Vitória/ES (dando conselhos ao Raul…)

“Erasmo e Banda foram fazer um Show em Anchieta/ES, durante uma comemoração da cidade. Erasmo me ligou antes de chegar me convidando prá que eu fosse com eles no ônibus que os pegaria no aeroporto de Vitória; falei que ia no meu Furgline, chamei meu amigo Baddini (gerente do Itaú – Praia do Canto) e fomos prá la. Encontramos com Erasmo num Kiosque da praia e já tomamos umas, não vimos banheiro por perto e fomos num terreno onde tinha uma construção, ficamos atraz dessa mureta e molhamos o mundo; falei pra ele que ele deveria parar de fumar e ele fez uma gracinha me apontando o cigrarro. Baddini registrou, conforme foto abaixo. Isso foi quando o Erasmo estava fazendo 50 anos de idade, percebe-se pela camiseta que usava. Isso já faz bem uns 20 aninhos…”

“A foto que segue abaixo foi tirada no programa Jovem Guarda em Alta Tensão -TV Rio – Rio de Janeiro. Rubinho na bateria, eu no contra-baixo e Erasmo na guitarra. O baixo que estou tocando foi fabricado pelo Claudio Cesar Dias Baptista irmão do Arnaldo e Sergio Mutantes, foi o primeiro baixo com distorcedor e tinha 4 captadores na horizontal sendo um prá cada corda. O Claudio estava com epatite e de cama, fui até sua casa para tirar a medida do braço do baixo e isso foi feito com ele na cama, estava proibido pelos médicos de se levantar, era repouso total. Tinha lugares que a gente ia tocar e alguns músicos iam nos assistir prá ver de perto esse baixo que viam através dos programas.”

Programa Jovem Guarda em Alta Tensão -TV Rio – Rio de Janeiro. Rubinho na bateria, Raul no contra-baixo e Erasmo na guitarra.

“Mais uma foto foi no PROGRAMA JOVEM GUARDA EM ALTA TENSÃO, que ia ao ar pela TV Rio às terças-feiras, no Rio de Janeiro. O baixo era um Giannini Apollo cedido gentilmente pela Giannini; meu cabelão e meus 4 anéis, cada um com uma letra do meu nome, são visíveis nesta foto de maio de 1967.”

Raul de Barros no Programa Jovem Guarda em Alta Tensão – Maio de 1967

RESTAURANTE TREMENDÃO – SP

O Erasmo abriu um restaurante e não poderia ter nome diferente, “Restaurante Tremendão” e uma vez por semana a gente fazia uma apresentação destinada às crianças e isso acontecia toda quinta-feira; ele dava autógrafos e brincava com as crianças, era bem divertido. Eu sempre estava presente nas fotos que tiravam, eu tinha as manhas de ficar sempre atraz do Erasmo e assim saia em todas as fotos. No restaurante “The Rebels” tocavam com frequência e a gente usava seus instrumentos e equipamentos.

Restaurante Tremendão

SHOW DO ERASMO E OS TREMENDÕES EM SOROCABA QUASE ACABA EM TRAGÉDIA!
Fomos fazer um show na cidade de Sorocaba/SP e na saída do Clube houve uma encrenca com uns boyzinhos que não se conformaram com o acesso de suas namoradinhas ao Erasmo e Os Tremendões, nos esperaram na saída e queriam encrencas, depois do Erasmo distribuir algumas porradas num tal de alemão, a policia nos deu cobertura até pegarmos a estrada. Estávamos no Karmanguia do Erasmo, os caras furaram o cêrco da policia e nos cercaram na estrada, o cara que estava no lado do carona numa caminhonete, atirou por 6 vezes em nossa direção mesmo em velocidade, mas felizmente nenhum tiro nos atingiu. Fomos ainda de madrugada fazer a queixa na Delegacia e já tinha fotógrafo esperando. A foto que segue foi tirada na delegacia. Eu e Erasmo Carlos.

Erasmo Carlos e Raul de Barros quando estiveram dando queixa na delegacia de Sorocaba

Os Tremendões no Programa Ronnie Von da TV Record, anos 60. Ronnie Von, Garçon da Record, Caçulinha bunda grande, Vicente (Wandeko) Baterista (Wandeko), Bobby Di Carlo, Eduardo e Seus Menestreis, Cata Milho (Regional do Caçulinha), Rita Lee, Arnaldo Baptista, Raul Tremendão, mais um músico do Eduardo (Menestreis), Rubinho na bateria. Erasmo ao microfone com sua guitarra correia curta.

Tremendões no programa Ronnie Von TV Record anos 60

Jovem Guarda em Alta Tensão era o nome do programa apresentado pela TV Rio toda terça-Feira no Rio de Janeiro. No palco, por falta de espaço, ficava sempre uma só bateria montada e no caso era sempre dos Fevers, grupo que acompanhava a maior parte dos cantores que se apresentavam.
Na foto abaixo, Rubinho na bateria e Raul de Barros com seu baixo de 4 captadores (um para cada corda) e com distorcedor, uma invenção do irmão do Sérgio e Arnaldo Baptista (Mutantes).

Raul Tremendao e Rubinho

A História do Movimento chamado Jovem Guarda

Quando a Jovem Guarda completou 30 anos em 22 de agosto de 1995, na época o programa “Globo Repórter” apresentou uma reportagem sobre o movimento, e com a repórter Neide Duarte, pudemos fazer uma viagem àquelas tardes de guitarras, sonhos e emoções…
Na mesma época, aconteceu um evento no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, onde artistas se apresentaram.

Nos vídeos abaixo, mais precisamente na parte 2, vemos Márcio Augusto Antonucci produzindo a série de CDs lançados em homenagem aos 30 anos da Jovem Guarda.

Parte 1

Era 1965, numa tarde de domingo, que na TV estreava um programa que iria marcar a música e o comportamento de uma geração.
Nós, os jovens daquela época, amávamos os Beatles e os Rolling Stones, e no Brasil imperava o futebol e a bossa nova.
Tudo teve seu começo quando Roberto Carlos gravou Splish Splash e Parei na Contra Mão, lançamentos estes que fizeram tanto sucesso, deixando Roberto Carlos assustado, pois não esperava tamanha aceitação do público!
Com isso, foi convidado para fazer um programa para preencher o espaço deixado pelo futebol na TV, e o produtor escolhido foi Carlos Manga, que ainda não sabia quem era aquele cantor que fazia sucesso com uma música de nome esquisito.
Logo no primeiro programa, Roberto Carlos levou um susto com a reação das fãs, reflexo da Beatlemania na Inglaterra.
Estavam lá naqueles programas, tudo que nós, os jovens, queríamos ser, fazer, vestir, viver!
E lá se apresentavam conjuntos e cantores que nos davam alegria e embalavam nossos sonhos.

Parte 2

Antes do Jovem Guarda, o som que chegava ao Brasil vindo de fora, animava as rodas de amigos e inspiravam os artistas, e foi quando Ronnie Cord surgiu com sua “Rua Augusta”.
Cantores faziam versões dos sucessos que vinham dos Estados Unidos e muitos chegaram a usar pseudônimos estrangeiros, mas a América era para os americanos e a grande dupla de compositores que havia no Brasil, Roberto e Erasmo Carlos, foram os primeiros a perceberem que era preciso haver também músicas nacionais.
O movimento foi assim tomando força e mexeu com os tradicionalistas da MPB, e em 1967 fizeram a passeata contra as guitarras, mas que perdeu força e logo os instrumentos começaram a se misturarem entre guitarras e violões. (Vide no final, trecho do livro Tropicália sobre este assunto).
Foi então que vieram os Festivais da Record, com suas vaias e protestos!
Roberto Carlos conta que eles, da Jovem Guarda, nunca tiveram preconceito contra qualquer tipo de instrumento musical.
Em 1966 Elis Regina participou do seu programa, e foi muito bem recebida.

Parte 3

– O Brasil dos militares
– A revolta estudantil
– 1967 – tempo de guerra e dos festivais
– As vaias
– Lilian conta que Geraldo Vandré lhe perguntou se ela não conseguiria cantar como Maria Bethania.
– Os artistas são convidados a deixar o Brasil: estávamos ficando mais pobres.
– 1966 – Roberto Carlos vai a Portugal

Parte 4

– Roberto Carlos fala das manifestações do público e o preconceito contra os cabeludos.
– Jerry Adriani conta o episódio em que um caminhoneiro joga seu caminhão sobre o carro de Roberto, só por que eram cabeludos.
– Roberto Carlos fala da vontade de todos em ter o cabelo lisinho, influenciados pelos Beatles.
– Ronnie Von explica por que jogava a franja ao cantar Meu Bem.
– Wanderléa mostra as roupas que usava, inspiradas nos Beatles.
– Erasmo e os carrões.
– Nenê, dos Incríveis, e seu Oldsmobile.
– Roberto Carlos e a canção “As Curvas da Estrada de Santos”.
– Sérgio Reis canta Coração de Papel.
– Martinha fala de suas composições para os Sertanejos.

Parte 5

https://vimeo.com/70704887

– Lulu Santos e o Rock and Roll
– Jerry Adriani era produzido por Raul Seixas.
– Rita Lee e os Mutantes acompanhavam Ronnie Von.
– Caetano Veloso diz que a Tropicália nasceu de um conselho de sua irmã Bethania: “Você precisa assistir um programa do Roberto Carlos!”
– Roberto Carlos descreve a Jovem Guarda e a gente recorda seu famoso gesto…

Parte 6

– Bastidores da Jovem Guarda
– As fofocas e os romances
– As fãs de Jerry Adriani
– O fã clube de Roberto Carlos
– Roberto diz que sua canção da qual ele mais gosta é “Detalhes”.
– Cenas da Beatlemania

Parte 7

– Jerry Adriani conta como eles tinham as roupas rasgadas pelas fãs.
– Roberto Carlos diz que ficava feliz em não poder sair às ruas, por que era uma constatação do sucesso que faziam.
– Wanderléa fala sobre o preço que pagavam, muitas vezes tendo o amor obsessivo dos fãs.
– Os filmes
– Waldirene conta que de fã tornou-se colega.
– Martinha e a canção “Eu Daria a Minha Vida”.
– Martinha conta que pediu a um amigo comum para apresentá-la a Roberto Carlos. Este amigo a levou até ele às 04h da madrugada.

Em recente entrevista a Pietro Jr. do SBT, Martinha revela o nome de Elmar Tocafundo, da CBS, como sendo o amigo que a ajudou:

– A namoradinha de um amigo meu e os romances trocados.

Parte 8

– As brigas entre Leno e Lilian
– As paixões de cada um.
– O namoro de Roberto Carlos e Wanderléa
– A briga de Jerry Adriani e Wanderley Cardoso.
– A briga de Leno e Lilian não permitiu que eles cantassem nos 30 anos da JG.
– A guerra entre Ronnie Von e Roberto Carlos.

Parte 9

https://vimeo.com/70705007

– Ronnie Von nunca foi convidado a ir ao programa Jovem Guarda, e nunca conseguiu falar com Roberto Carlos na época.
– A verdade sobre a rivalidade.
– Os produtos da marca “Calhambeque”.
– Erasmo diz que não ganhou nada com a venda dos bonecos.
– 1968 – Roberto Carlos volta do Festival de San Remo diferente, mais romântico, e vai fazer programa em horário noturno.
– Erasmo Carlos e Wanderléa ainda tentaram levar adiante o programa, mas não deu mais certo.

Roberto Carlos diz que a Jovem Guarda viveu o tempo exato determinado por Deus, mas é eterna, por que é um trabalho que ficou, foi um movimento que fez a felicidade e deu alegria às pessoas.
Assim como a Beatlemania, a Jovem Guarda também durou pouco, mas ficou para sempre, e será eternamente lembrada por aqueles que fizeram parte dela, eternizada em lembranças, fotos e músicas.
O legado dos Beatles e de Roberto Carlos e sua turma permanecem vivos em minha vida. Vivi intensamente aquela juventude que fez história, pois foram tempos de mudanças comportamentais…

Finalizando, não poderia deixar de citar uma pessoa que foi muito importante para que muitos alcançassem o sucesso e certamente sem ele, não haveria o Rock no Brasil!

Ele é cantor e compositor, e foi um dos pioneiros do Rock no Brasil, mas lamentavelmente não aparece nos vídeos, porém fez parte do movimento e também se apresentou no Anhangabaú em 1995, onde cantou seu sucesso de 1967, o qual lhe rendeu o prêmio Chico Viola, que foi a canção “Coisinha Estúpida”, versão de Leno para “Something Stupid”, de Frank Sinatra. Seu nome: GEORGE FREEDMAN!

George Freedman faz reverência em agradecimento ao público – Anhangabaú, 1995 – 30 anos da Jovem Guarda


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Sobre a passeata contra as guitarras, Carlos Calado escreveu:

Guerra ao iê-iê-iê – Um trecho do livro Tropicália, de Carlos Calado.

O ambiente jamais estivera tão tenso nos bastidores da TV Record. Desde que o Ibope de O Fino da Bossa começara a cair, logo após o programa comandado por Elis Regina ter entrado em seu segundo ano, os ânimos do elenco começaram a se exaltar. Nem mesmo o reforço de Miele e Ronaldo Bôscoli convocados às pressas para assumir a direção do musical, reverteu queda de audiência.

Assim, em 19 de junho de 67, quando a emissora decidiu tirar o programa do ar, Elis e seus colegas mais radicais já tinham declarado guerra ao inimigo que, aparentemente, estaria roubando a atenção do público: o Iê-Iê-Iê de Roberto Carlos e seu programa Jovem Guarda.

Duas semanas antes, durante o show do dia 7, o especial mensal em que a Record reunia os astros e estrelas de seu cast, a Pimentinha já tinha deixado bem claro, frente às câmeras, que não iria aceitar aquele estado de coisas. Escalada para fechar o programa, Elis sentiu a plateia mais apática, depois da euforia demonstrada durante a apresentação de Roberto Carlos com Eliseth Cardoso ao cantar Roda (de Gilberto Gil e João Augusto), irritada, Elis interrompeu a música, enfatizando os versos “quero ver quem vai sair / quero ver quem vai ficar” e com o dedo em riste mandou uma mensagem ameaçadora para os adversários: quem está conosco, muito bem. Quem não está, que se cuide!

A temperatura subiu nos bastidores da Emissora, mas o astuto Paulinho Machado de Carvalho, chefão da Record, soube utilizar comercialmente o conflito.

Um novo musical foi criado às pressas para substituir O Fino, com uma fórmula na verdade pouco diferente da anterior. A maior novidade estava no comando do programa. Sete artistas passariam a se revezar semanalmente: Elis, Jair Rodrigues, Geraldo Vandré, Wilson Simonal, Chico Buarque, Nara Leão e Gilberto Gil.

Seguindo o clima de ebulição política do país, o novo programa foi intitulado “Frente Única – Noite da Música Popular Brasileira”, nome que assumia a animosidade de alguns dos apresentadores, como Vandré, criador do conceito do programa, e Elis (na verdade, para um “comitê” de mestre-de-cerimônia formado por cantores e compositores de estilos tão diferentes, seria bem mais apropriado chamá-lo de Frente Ampla).

Também escancarado nas reuniões de preparação do programa, o rancor dos emepebista contra o Iê-Iê-Iê foi canalizado pela Direção da emissora em uma maquiavélica estratégia de Marketing. Às vésperas da estréia surgiu a ideia de se organizar uma espécie de ato público em defesa da música brasileira, com a presença de todos os apresentadores e artistas convidados do “Frente Única”. Esse episódio, que ficou conhecido como “A passeata contra as guitarras”, rendeu uma boa dor de cabeça a Gil, na época, já completamente fascinado pelos Beatles e ansioso por expandir os limites poéticos e sonoros de sua música, Gil se viu em uma encruzilhada. Apesar de não ter nada contra o Iê-Iê-Iê, deixar de participar dessa manifestação estava fora de questão. Não bastassem as pressões corporativas, tanto por parte da direção da emissora como dos próprios colegas da ala emepebista, nesse caso também estava em jogo a relação de Gil com Elis Regina. Foi graças a ela, gravando suas canções e convidando-o a participar do Fino da Bossa, que o compositor baiano se tornara popular em todo o país. E, para piorar mais ainda a situação, assim que conheceu Elis, Gil cultivou durante alguns meses uma paixão recolhida por ela, o que geralmente o levava a aceitar sem muita discussão todas as vontades e decisões da “Pimentinha”. Por tantos motivos, no dia 17 de julho, lá estava ele, meio sem jeito, marchando ao lado de Elis. Jair Rodrigues, Edu Lobo, Geraldo Vandré, MPB4 e outros cantores, compositores, músicos e fãs, que foram apoiar “a causa” emepebista. A passeata saiu do Largo São Francisco, no centro da cidade, e seguiu até o Teatro Paramount, na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio. Na verdade, “o protesto” não foi dirigido especialmente contra as guitarras elétricas, como diz a lenda, mas sim contra a invasão da música estrangeira no país.

Gil não era o único manifestante constrangido, no meio do grupo de cantores e compositores manifestantes. Chico Buarque também apareceu, para marcar presença. Minutos depois, envergonhado, sumiu à francesa. Já Caetano e Nara Leão recusaram-se a aderir à passeata mesmo estando envolvidos com o novo programa. Se ainda tinha alguma dúvida sobre a questão, Caetano foi convencido de vez pela clareza e inteligência da cantora, durante uma das reuniões preparatórias do “Frente Única”. Sem se deixar impressionar pela retórica nacionalista dos colegas, Nara observou que, antes de qualquer coisa, a questão era comercial. O que estava em jogo não era o aparente conflito ideológico entre a MPB e o Iê-Iê-Iê mas sim a queda de audiência de um programa de TV e o consequente prejuízo econômico para os envolvidos, no caso os artistas e a emissora.

(Capítulo 7 – Guerra ao Iê-Iê-Iê – Tropicália, a História de uma Revolução Musical, de Carlos Calado – Pág. 107 e 108)

Antonio Aguillar em depoimento fala sobre o Movimento Jovem Guarda e a evolução do Rock no Brasil.

Wanderléa fala sobre a Jovem Guarda para o programa de Antonio Aguillar pela Rádio Capital de São Paulo, e conta como ela e Erasmo foram chamados a comandar o programa com a saída de Roberto Carlos.

A Verdade sobre o encontro de Jerry Adriani com George Harrison

Muito já se falou a respeito da veracidade deste encontro, cuja foto e reportagem saiu na revista Contigo, e finalmente temos o esclarecimento, pelo próprio cantor Jerry Adriani.

Jerry Adriani fala de seu encontro com George Harrison

A mensagem me foi enviada por ele, como segue:

Jair Souza 21 de Julho de 2012 01:16

DE FORMA MAIS PRIVADA, ESTOU LHE ENVIANDO UMA MENSAGEM DE CARINHO E ADMIRAÇÃO. EU TBÉM SOU FAN DOS BEATLES E ESTIVE LÁ NO CAVERN CANTANDO, EXATAMENTE NO ANO DE 2001,QUANDO HOUVE O ATENTADO NOS EUA. GRAVEI ATÉ UM TIPO DE REPÓRTER POR UM DIA, QUE ESTÁ NO YOUTUBE…NÃO SEI SE VC. JÁ VIU…AGORA, SOBRE O GEORGE HARRISON DIZER QUE A MINHA VOZ É BONITA, NÃO É VERDADE. A VERDADE É QUE ELE GEORGE, DEU UMA ENTREVISTA NO ESCRITÓRIO DA GRAVADORA WARNER E EU FUI CONVIDADO PARA IR ASSISTIR…FIQUEI NO MEU CANTO SENTADO QUIETINHO E AO FINAL, DEPOIS DE DAR A ENTREVISTA, COM MUITA SIMPATIA, ELE PEDIU AO PESSOAL DA WARNER DEIXAR ENTRAREM UMAS TRINTA GAROTAS QUE ESTAVAM NA RUA QUERENDO VÊ-LO, JÁ QUE ERAM TRINTA E NO AUGE DOS BEATLES SERIAM 30.000. CLARO QUE O PESSOAL DA WARNER NÃO DEU PERMISSÃO PARA AS MENINAS SUBIREM, O QUE ABORRECEU AO GEORGE, QUE ERA UM CARA DE UMA SIMPLICIDADE ENORME.ELE, ME VENDO LÁ NO CANTO, ME CHAMOU PARA TIRAR UMA FOTO, PORQUE ALGUÉM DO LADO DEVE TER DITO PRÁ ELE QUE EU ERA UM CANTOR, ETC…EU CHEGUEI A OLHAR PRÁ TRÁS QUANDO ELE ME CHAMOU, PRÁ VER SE HAVIA ALGUÉM LÁ, MAS ERA COMIGO MESMO…AÍ A REVISTA CONTIGO FEZ A ONDA, PUBLICOU A FOTO E AQUELES COMENTÁRIOS QUE ESTÃO MUITO DISTANTES DA REALIDADE. FICOU DESSE EPISÓDIO PARA MIM, UMA IMAGEM DELE QUE JAMAIS SE APAGARÁ NA MINHA MEMÓRIA, DE UM SER SENSÍVEL, EDUCADO E HUMANO. TROQUEI MEIA DÚZIA DE PALAVRAS COM ELE, ENALTECENDO A ATITUDE DELE PARA COM OS FANS. FOI AQUILO QUE EU DISSE,. O ARTISTA, TEM QUE RESPEITAR O SEU PÚBLICO OU A LUZ DELE SE APAGARÁ COM CERTEZA…ACEITE UM ENORME E AFETUOSO ABRAÇO… ESPERO QUE NOS TORNEMOS AMIGOS…TEREI MUITO PRAZER EM CONVERSAR COM VC. SE ALGUM DIA FOR FAZER UM SHOW POR AÍ E VC. APARECER… MUITO OBRIGADO PELA FORMA CARINHOSA COM QUE SEMPRE ME TRATOU. BOA NOITE, UM BEIJO…VOU DORMIR QUE DAQUÍ A TRÊS HORAS TENHO QUE ESTAR DE PÉ… JERRY ADRIANI

Também recebi do cantor Jerry Adriani uma foto inédita do encontro dele com Harrison…

George e Jerry

Addendum:

Durante o Programa do Ratinho, “Sabe Tudo com Jerry Adriani”, levado ao ar em 24 de julho de 2012 pelo SBT, Jerry Adriani confirma o que contou a mim em 21 de julho de 2012, conforme podemos comprovar no video a seguir, trecho retirado do site do programa.

Addendum 2: Em resposta a quem acredita ser uma montagem a foto que foi capa da revista na época, Jerry Adriani informa:

Jair Souza escreveu:
“OLÁ AMIGOS, A TODOS OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS, E EU DIRIA A VOCÊS QUE A FOTO NÃO É UMA MONTAGEM…REALMENTE PORQUE O FOTÓGRAFO APROVEITOU A OCASIÃO E FOI FOTOGRAFANDO, ESSE ÂNGULO REALMENTE FICOU MEIO DESENGONÇADO PORQUE O GEORGE ESTAVA EM MOVIMENTO. TENHO OUTRA EM MINHA SALA QUE ESTAMOS PARADOS. DIGO-LHE MAIS, QUEM ME CHAMOU PARA TIRAR A FOTO FOI O PRÓPRIO BEATLE. EU FUI COM O FOTÓGRAFO PARA ASSISTIR A ENTREVISTA E PEDI A ELE QUE NÃO FORÇASSE A BARRA EM FOTOS ETC. PORQUE FIQUEI COM MEDO DE SER INCONVENIENTE. É MUITO CHATO…AFINAL EU NÃO CONHECIA NINGUÉM DO STAFF DELE E NEM ERA ARTISTA DA WARNER…FIQUEI QUIETINHO NO CANTO, COMO ALIÁS JÁ CONTEI…REALMENTE A SCARLET MOON ESTAVA LÁ E FOI UMA DAS MAIS ATUANTES NA ENTREVISTA. GEORGE PEDIU QUE DEIXASSEM SUBIR ALGO PERTO DE 30 OU 40 FÃS QUE ESTAVAM LÁ EMBAIXO. ALGUÉM BARROU E AS FÃS NÃO SUBIRAM. EM DADO MOMENTO NO FINAL DA ENTREVISTA EU ESTAVA MAIS ATRÁS, QUANDO FUI CHAMADO PARA TIRAR A FOTOGRAFIA. ALGUÉM DISSE AO OUVIDO DO GEORGE ALGO, ELE SORRIU, EU ME APROXIMEI, ELOGIEI A ATITUDE DELE PELO EPISÓDIO DAS FÃS, QUE SEGUNDO ELE ANTIGAMENTE SERIAM 30.000 E SABEMOS QUE É VERDADE, COMO ALIÁS GUARDANDO-SE PROPORÇÕES DEVIDAS, ACONTECIA CONOSCO NA ÉPOCA DA JG. .E LHE DIGO MAIS: ELE ME CONVIDOU PARA IR AO COPACABANA PALACE, E MAIS UMA VEZ EU NÃO FUI… EU RECUEI, ACHANDO QUE ISSO PODERIA TER SIDO POR EDUCAÇÃO E NA HORA H EU PODERIA SER BARRADO, COMO ALIÁS ACONTECEU QUANDO JUSCELINO KUBISTCHEK ME CONVIDOU PARA IR À CASA DELE PARA UM JANTAR E EU NÃO FUI PORQUE ACHAVA QUE ERA MUITA AREIA PRO MEU CAMINHÃO…A NOTICIA DE QUE GEORGE ERA MEU FÃ, ME ENCHEU DE VERGONHA, MAS DISSO EU NÃO TENHO CULPA…COM CERTEZA, HONESTAMENTE EU NÃO PRECISARIA USAR DESTE ARTIFÍCIO. NÃO USARIA UMA MENTIRA, PARA ACRESCENTAR ALGUMA COISA À MINHA CARREIRA, À MINHA HISTORIA QUE JÁ VAI PARA CINQUENTA ANOS. TENHO OUTRAS HISTÓRIAS QUE SERÃO PUBLICADAS EM MEU LIVRO QUE ESTÁ CAMINHANDO MUITO BEM, AGORA COM A PARTICIPAÇÃO DO RODRIGO FONSECA JORNALISTA DO “O GLOBO”. E TALMA, ACREDITE QUE MESMO OS SUPER ÍDOLOS COMO O NOSSO QUERIDO GEORGE UM BEATLE, OU UM PAUL McCARTNEY QUE ESTAVA NA FILA DE UM SHOW DO IVAN LINS EM NOVA YORK E FOI RETIRADO DE LÁ POR ALGUÉM DA EQUIPE DO IVAN QUE COM CERTEZA SÃO PESSOAS EQUILIBRADAS E PÉS NO CHÃO, TODOS TÊM SEU LADO HUMANO E É POR ISSO QUE SÃO VERDADEIROS ÍDOLOS…PORQUE ELES NÃO SE DEIXARAM INEBRIAR POR ESSA COISA MONSTRUOSA QUE É O SUCESSO…GEORGE ERA REALMENTE UMA GRANDE FIGURA HUMANA…UM GRANDE ABRAÇO JERRY ADRIANI”

RAM, o Segundo álbum de Paul McCartney.

Paul McCartney lançou seu primeiro álbum em carreira solo, ainda no ano de 1970, mesmo ano em que os Beatles chegaram ao fim enquanto um conjunto.

Em seguida, em 1971, veio o excelente álbum RAM, creditado a Paul e Linda McCartney, tema desta postagem de hoje.

‘Ram’ teve o cuidado de produção que o ‘McCartney’ não teve. Foi gravado em NYC, com músicos ‘top’ de estúdio, como Hugh McKraken e David Spinozza. No entanto, apesar de várias harmonias muito bonitas, é um álbum bastante heterogêneo, podendo se dizer que contém  ‘Too much information’…

RAM – Um aquecimento para o Wings!

 No final de 1970, Paul McCartney estava pronto para retornar ao estúdio. Seu álbum “McCartney” tinha sido gravado em condições precárias e era basicamente um produto caseiro, mas para o próximo, Paul tinha grandes aspirações. O novo álbum teria músicos de estúdio, a Orquestra Filarmônica de Nova Iorque, e a expectativa de ser o melhor trabalho de Paul até então.

Os McCartney foram para NYC em janeiro de 1971. Após visitarem a família de Linda, foram à Manhattan fazer audições com músicos locais. “Eu estava usando uma barba enorme, parecendo como qualquer pessoa, ninguém me reconhecia”, disse Paul. “Eu também estava com uma jaqueta do exército e jeans, completamente anônimo.”
“Fomos ao Apollo uma noite, chegamos atrasados, mas Linda persuadiu o porteiro a nos deixar entrar, e descobrimos que devíamos ser os dois únicos brancos no recinto. Era a época dos Panteras Negras, mas achamos que tudo ia dar certo… Foi com esse espírito que começamos a trabalhar no RAM.”

Vários músicos compareceram as audições, mas não sabiam que era para Paul McCartney. Denny Seiwell foi um dos bateristas a comparecer. Ele tinha mais de 1,90, era de Leighton, Pennsylvania e tinha sido percussionista no Exército antes de se mudar para NYC, lá trabalhou como músico de estúdio e em clubes de jazz.

Seiwell chegou ao local da audição, que era um prédio ‘caindo aos pedaços’, num porão, onde não havia estúdio, apenas um kit velho de bateria, “o pior que já tinha visto”. “Paul me pediu para tocar, ele não estava com a guitarra, então só sentei e comecei a tocar. Ele estava com um olhar esquisito…”
Muito músicos passaram pelo teste, mas Seiwell sentiu que Paul estava procurando por “uma certa atitude. Eu apenas toquei…Se eu não conseguisse fazer isso ali por minha conta, com certeza não conseguiria de nenhum outro jeito.”

Oito bateristas foram testados, e Seiwell escolhido ao final. O que decidiu a favor de Seiwell foram os seus “tom toms” disse Paul. “Isto pode não significar muito para quem não é músico… Mas se a gente presta atenção num baterista tocando tom toms,  aprende-se muito sobre ele.”

McCartney selecionou também Ron Carter e Richard Davis para tocar baixo em várias faixas, e David Spinoza foi escolhido para as guitarras. Spinoza era um músico de estúdio top; ele começou cobrando 15 dólares uma sessão de 3 horas, quando foi contratado por Paul em 1971, já cobrava 90 dólares.
Foi Linda quem ligou para Spinoza e se apresentou como Sra. McCartney. “Quem?” Spinoza respondeu. Linda argumentou que seu marido gostaria de vê-lo. Spinoza ainda não sabia quem era ela ou seu marido. Finalmente, Linda disse que seu marido era Paul McCartney. “Como eu iria imaginar que Paul McCartney ligaria prá mim,” David pensou.
Spinoza se surpreendeu ao ver que não fora apenas ele convidado para a audição, havia muitos outros que já estavam tocando a três dias.
David tocou sua parte, deu tchau e foi prá casa. Não demorou muito, recebeu outro telefonema de Linda informando que ele tinha sido escolhido e pedindo prá ele comparecer nas sessões da próxima semana. Ele, no entanto, estava com a agenda não totalmente disponível e disse à Linda, que não poderia comparecer toda a semana. Linda pediu 5 dias. David disse que poderia conseguir só 2. Ela pediu prá ele reconsiderar. “Ela realmente falava por Paul e cuidava dos negócios”, Spinoza lembra.

A maioria das gravações foram feitas no estúdio A&R de Phil Ramone. Paul ensaiou 2 dúzias de canções, das quais 12 chegaram ao álbum. O álbum foi construído com Paul cantando enquanto os músicos o acompanhavam, desenvolvendo a música aos poucos. “Foi simples”, lembra Seiwell. “Foi um procedimento legal, porque eram apenas 3 pessoas (não incluindo Linda).”

Para David Spinoza, entretanto, estava difícil, ele se sentiu relegado a um papel secundário e não criativo. Não havia nenhuma dificuldade ou desafio. Ele simplesmente tocava o que lhe pediam. David também notou que Paul era muito profissional, começando ás 9 da manhã, escutando tudo o que tinha sido gravado no dia anterior e isto era seguido de 8 horas de ensaios e gravações. Não havia “fumo, nem drinks ou embromação, nada,” ele lembra. “Só trabalho direto.”

Outra situação difícil para Spinoza lidar era com a constante presença de Linda no estúdio – e seus filhos. Até ás 4 da manhã as crianças estavam por lá, caindo de tão cansadas – segundo suas lembranças – o que Spinoza e os outros não achavam certo.
Paul ainda insistia para Linda se envolver nas gravações.
“Eu forcei ela um monte em NYC porque pensei que seria uma boa ter ela nas harmonias,” Paul lembra. “Mas eu queria harmonias legais, então trabalhei com ela prá valer, pois ela nunca tinha feito isso.”
“Se você escutar o RAM, todas aquelas harmonias lá são apenas eu e Linda. Legais muitas delas, mas foi trabalho duro.”

Spinoza lembra da contribuição de Linda para o álbum como apenas “comentários do que ela achava bom ou ruim.” Ele também sentia que Linda cantava… “bem – como qualquer garota iniciante.” Mesmo assim, ele imaginava, “O que ela está fazendo cantando com Paul McCartney?”
Após Spinoza completar seu trabalho em algumas faixas, Linda ligou e lhe disse educadamente que ele não precisava mais aparecer na próxima sessão, que eles fariam no dia seguinte. Ele esperava ser chamado nos próximos dias, mas não o foi. Possivelmente a sua desaprovação íntima à Linda, não fora tão íntima assim. Denny Seiwell recomendou o guitarrista Hugh McCraken, que foi contratado e completou o trabalho no álbum.

RAM foi lançado em maio de 1971 e foi creditado à ‘Paul and Linda McCartney’. Na foto da capa, Paul segura uma ovelha pelos chifres, junto com desenhos de Paul e Linda. As iniciais “L.I.L.Y” escritas num canto da capa, significavam “Linda, I Love You.” A contra-capa mostrava um casal de besouros trepando, uma referência óbvia de Paul sobre como ele se sentia a respeito de seus ex-companheiros de banda.

Paul ficou chocado com as críticas negativas ao álbum. Embora muitos críticos apenas discutissem o disco, alguns atacaram Paul e Linda pessoalmente. Em retrospecto, o álbum não era tão ruim quanto os críticos achavam, e era notório que as críticas eram uma ‘vingança’ por Paul ter ‘acabado’ com os Beatles. 

John Lennon não gostou de RAM, e descobriu ofensas pessoais em “Dear Boy” e “Too Many People”, que descreve hipócritas que dão uma opinião em público e seguem outra direção na vida privada. Lennon iria retaliar com “How Do You Sleep?”.
Ringo também não gostou, comentando que Paul era um artista brilhante, mas que o disco era apenas uma sombra do que ele era.
O produtor George Martin disse simplesmente que: “Eu não acho que Linda seja substituta para John Lennon.”

Pelo lado positivo, “Record Mirror”, viu que Paul e Linda soavam tão bem como os “Everly Brothers”. E o público gostou de RAM. Ele foi bem nas paradas nos EUA e Europa. Na Inglaterra chegou ao nº1, e nos EUA ao nº2, atrás apenas de “Tapestry” de Carole King.

Enfim, um aquecimento para os WINGS!

Documentário sobre o “making of” RAM

John Lennon e Ringo Starr não gostaram deste álbum do ex-companheiro de banda…

Neste álbum está a faixa “Too Many People”, um clássico e que tem aquela famosa frase dirigida a John e Yoko: “Too many people preaching practices, don’t let them tell you what you wanna be…”

John Lennon provavelmente não gostou de ouvir o disco, por entender que algumas ofensas eram dirigidas a ele; John achava que todo o álbum tinha algo falando mal dele, mas Paul disse mais tarde que somente dois versos em “Too Many People” eram dirigidos a Lennon.

Paul disse: “In one song, I wrote, ‘Too many people preaching practices,’ I think is the line. I mean, that was a little dig at John and Yoko. There wasn’t anything else on Ram that was about them. Oh, there was ‘You took your lucky break and broke it in two.'”

Outra coisa interessante, ‘piece of cake’, para quem ouve, também pode ser ‘piss off, cake’!! Aliás, é assim que começa a música, e quem sabe já não é recado de Paul para John? rsrs
Quanto ao Ringo não ter gostado, talvez seja por que ele estava acostumado com o Paul dos Beatles, e esperava algo no mesmo estilo, mas isso nunca mais tivemos!

Too Many People – Letra e tradução:

TOO MANY PEOPLE GOING UNDERGROUND,
Muitas pessoas chegam no fundo do poço
TOO MANY REACHING FOR A PIECE OF CAKE.
Muitas tentando alcançar um pedaço de bolo.
TOO MANY PEOPLE PULLED AND PUSHED AROUND,
Muitas pessoas são puxadas e empurradas aqui e ali,
TOO MANY WAITING FOR THAT LUCKY BREAK.
Muitas esperando por um momento de sorte.

THAT WAS YOUR FIRST MISTAKE,
Aquele foi seu primeiro erro,
YOU TOOK YOUR LUCKY BREAK AND BROKE IT IN TWO.
Você pegou seu momento de sorte e separou-o em dois.
NOW WHAT CAN BE DONE FOR YOU?
Agora o que pode ser feito por você?
YOU BROKE IT IN TWO.
Você se partiu em dois.

TOO MANY PEOPLE SHARING PARTY LINES,
Muitas pessoas compartilhando festas,
TOO MANY PEOPLE EVER SLEEPING LATE.
Muitas pessoas sempre dormindo tarde.
TOO MANY PEOPLE PAYING PARKING FINES,
Muitas pessoas pagando por estacionamentos caros,
TOO MANY HUNDRED PEOPLE LOSING WEIGHT.
Muitas centenas de pessoas perdendo peso.

THAT WAS YOUR FIRST MISTAKE,
Aquele foi seu primeiro erro,
YOU TOOK YOUR LUCKY BREAK AND BROKE IT IN TWO.
Você teve seu momento de sorte e separou-o em dois
NOW WHAT CAN BE DONE FOR YOU?
Agora o que pode ser feito por você?
YOU BROKE IT IN TWO.
Você separou-o em dois.

MM-MM-UH-UH.

UH!

TOO MANY PEOPLE PREACHING PRACTICES,
Muitas pessoas pregando certas práticas,
DON’T LET ‘EM TELL YOU WHAT YOU WANNA BE.
Não as deixe dizer-lhe o que você deve fazer

TOO MANY PEOPLE HOLDING BACK,
Muitas pessoas empurrando para trás,
THIS IS CRAZY, AND BABY, IT’S NOT LIKE ME.
Isto é loucura, e meu bem, este não é como eu.

THAT WAS YOUR LAST MISTAKE,
Aquele foi seu último erro,
I FIND MY LOVE AWAKE AND WAITING TO BE.
Quando encontrei meu amor ela estava acordada e esperando para ser alguém.
NOW WHAT CAN BE DONE FOR YOU?
Agora o que pode ser feito por você?
SHE’S WAITING FOR ME – YEAH.
Ela está esperando por mim – Sim.

As músicas que compõem o álbum RAM de 1971

“Too Many People” (P. McCartney)

A faixa de abertura é um rock direto que tem algumas citações ao ex-parceiro John Lennon. Ela começa com Paul no violão cantando o que parece ser “A piece of cake”(um pedaço de bolo), que é uma frase da canção. McCartney mais tarde admitiu que ele cantou algo ‘menos inocente’. “Piece of cake” virou “Piss off cake”(vá se f….).
Outras pistas eram mais óbvias, Paul explica, “John vinha fazendo muito discurso. Eu escrevi, ‘Too many people preaching practices'(Tem gente demais fazendo discurso)…foi um pequeno toque em John e Yoko.”
A frase “You took your lucky break and broke it in two”, era originalmente, “Yoko took your lucky break and broke it in two.” Felizmente, Paul resolveu mudar esta parte.

A canção tem mudanças grandes de ritmo e tem Paul nos vocais, violão, guitarra elétrica e baixo, Linda no backing, Hugh McCraken na guitarra e Denny Seiwell na bateria.
“3 Legs” (P. McCartney)

“3 Legs” é um rock blueseiro com uma letra bobinha. Apresenta Paul no vocal, violão, guitarra e baixo, Linda no backing, Dave Spinoza na guitarra e Denny na bateria e pandeiro.
Spinoza adorou tocar nessa canção, descrevendo ela como “uma coisa bonitinha, uma melodia de blues, eu acho que ela tem um som único.”
“Ram On” (P. McCartney)

“Ram On” começa com uma guinada de uma ‘tape recorder’ enquanto Paul ‘brincava’ no piano. Depois do engenheiro de som anunciar, “Take One”, Paul responde, “OK”, e começa a música. McCartney canta, toca ukelele, teclados e baixo, além de uma imitação de bateria e tom toms. Linda canta backing, e a faixa termina com Paul assoviando.
“Dear Boy”

“Dear Boy” é uma linda canção mid-tempo. É a primeira de seis canções em que Linda ganha crédito de co-autora. Apesar de alguns acharem que a música se referia à John, Paul nega. “Dear Boy foi na verdade uma canção para o ex-marido de Linda.” ‘Eu acho que vc não sabe o que perdeu’, Paul canta.
A canção foi gravada em Los Angeles, com Denny Seiwell presente nas sessões, em 9, 10 e 12 de março de 1971. Além da bateria de Seiwell dobrada, a faixa tem Paul no vocal, piano, guitarra e baixo, Linda no backing, e Paul Beaver no sintetizador(adicionado em 7 de abril). O piano de Paul é o instrumento dominante, acompanhado pelo backing vocal estilo Beach Boys.
“Uncle Albert/Admiral Halsey”

Esta é a canção mais interessante e popular do disco. É cheia de melodia e de mudanças de tempo, ela parece juntar pedaços de canções como no lado B de “Abbey Road”. O segmento de abertura foi inspirado pelo tio de Paul, Albert, “que costumava citar a Bíblia para todo mundo qdo estava de porre”. E Admiral Halsey era um herói de guerra que Paul gostava do nome(William Frederic Halsey Jr,. era o Comandante-em-Chefe da Terceira Frota da Marinha Naval Americana durante a 2ª Guerra Mundial).

Durante a parte inicial da música, Spinoza tocou guitarra. Enquanto o trabalho se desenvolvia ele foi substituído por Hugh McKraken. Paul tocou piano, guitarras e baixo além de cantar, Linda tb cantou e Denny tocou bateria. Foram incluídos ‘overdubs’de vocais, efeitos de som(chuva) e orquestração por membros da Filarmônica de NY. George Martin fez o arranjo das cordas e metais. Linda foi creditada co-autora.
O segmento final leva a introdução de guitarra da última canção do lado A.
“Smile Away” (P. McCartney)

“Smile Away” é um rock rascante que tem Paul nos vocais, baixo e guitarra, Linda no backing, McCraken na guitarra e Seiwell na bateria.

“Heart of the Country”

Prá começar o lado ‘B’, esta é uma canção com sabor ‘country’, parecida no tema com “Mother Nature’s Son”. A faixa tem Paul nos vocais, violão e baixo, McCraken na guitarra e Denny na bateria. Um take anterior tinha Spinoza na guitarra. Linda tb foi co-autora.
“Monkberry Moon Delight”

Uma das canções mais esquisitas do álbum. Paul explicou que a inspiração para a letra veio de ouvir suas filhas, que no vocabulário infantil criaram a palavra ‘monk’ para milk(leite). Então monkberry moon delight não deixava de ser um ‘milk shake de brinquedo’.
A canção é uma das mais longas do disco, mais de 5 mns. e meio, e tem Paul nos vocais, piano, guitarra e baixo, Linda no backing, McCraken na guitarra e Denny na bateria. Paul ‘grita’ a maior parte da canção e no final os vocais lembram alguma coisa daquele final de “Hey Bulldog” entre John e Paul. Linda foi co-autora de novo, mas nenhuma de suas filhas recebeu créditos pela descoberta de ‘monk’!!! hehehe.
“Eat at Home”

“Eat at Home” é um rock agradável com toques de Buddy Holly e insinuações sexuais. Paul depois admitiu que ele estava querendo dizer muito mais do que uma ‘boa refeição em casa’.
“[É uma] desculpa para cozinhar em casa, é bem safadinha.” Linda recebeu crédito na canção que tem Paul nos vocais, guitarra e baixo, Linda tb nos vocais, Spinoza na guitarra e Denny na bateria.
“Long Haired Lady”

É a combinação de duas músicas. “Long Haired Lady” e a melodia de “Love is Long”. O resultado é que a canção ficou longa, com mais de 6 minutos. Apesar de ser escrita por Paul como uma homenagem à Linda, ela ganhou créditos na composição. A faixa tem Paul nos vocais, guitarras, teclados e baixo, Linda nos vocais, McCraken na guitarra e Denny na bateria, junto com orquestrações e metais.
A parte final da música mais longa do álbum leva ao início da reprise de “Ram on”.
“Ram On” (P. McCartney)

“Ram On – Reprise”, tem o arranjo e a instrumentação similares a primeira versão, com o ukelele de Paul se sobressaindo. Enquanto a canção se encaminha para o final, Paul canta:”Who’s that coming ‘round that corner, who’s that coming ‘round that bend.” Esta seria mais tarde a abertura de outra canção, “Big Barn Bed” que apareceria no “Red Rose Speedway”.
“The Back Seat of My Car” (P. McCartney)

Última canção do álbum, “Back seat…”foi tocada ao piano durante as sessões de “Get Back” na manhã de 14 de Janeiro de 1969. Foi uma performance solo, pois George tinha deixado a banda temporariamente, John e Yoko não haviam chegado ao estúdio e Ringo, embora presente, não participou. A letra não tinha sido finalizada, mas a melodia já estava toda no lugar certo, e Paul já imaginava como a canção soaria pela vocalização das partes da bateria.
Aparentemente, Linda ajudou a terminar a letra, pois foi co-creditada como autora.
Paul descreve “Back..” como a “canção adolescente definitiva”, combinando, “uma boa música de estrada” com elementos como “encarar-os-pais” e fazer amor no banco de trás do carro.
A faixa tem Paul nos vocais, piano, guitarra e baixo, Linda no backing, McCraken na guitarra, Denny na bateria, e orquestrações.
A canção dá uma pausa no final,e há uma mudança para um pedacinho reminiscente do grande final que encerrava a música “Hello Goodbye.”

“Another Day” (P. McCartney)
“Oh Woman, Oh Why”

Essas duas canções tb foram gravadas nas sessões de RAM. Ambas apresentam Paul nas guitarra e baixo adicionado depois, Dave Spinozza na guitarra e Denny Seiwell na bateria e percussão (incluindo um batucar na lista telefônica de Manhattan em “Another Day”). Paul e Linda depois colocaram os vocais.

Paul deve ter começado a escrever “Another Day” no final de 1968, pois em 9 de Janeiro de 1969, nos estúdios Twickenham durante as filmagens do projeto, “Get Back/Let It Be”, ele tocou um pedaço da canção durante seu aquecimento no piano. Até então, Paul tinha mais de dois versos, mas faltava escrever o ‘middle eight’. Ele voltou à música em 25 de Janeiro, desta vez no violão, antes dos ensaios de “Two of Us”.

O produto final foi uma melodia pop bonitinha, que foi ridicularizada por muito tempo. Um crítico chegou a dizer que era um bom comercial para algum desodorante. John imortalizou a canção na sua resposta à Paul em “How Do You Sleep?” com a frase, “The only thing you done was ‘yesterday’, and since you’ve gone you’re just ‘another day’.”
Uma pena que a maioria das pessoas não entendeu nada, achando a letra banal. A personalidade feminina em “Another Day” é uma versão ‘operária’ de “Eleanor Rigby”, no caso, uma batalhadora, enfim uma personagem do cotidiano, mas nem por isso menos bela. 
“Oh Woman, Oh Why” é o oposto de “Another Day”. Enquanto “Another..” foi uma canção cuidadosamente trabalhada por dois anos, antes de ser gravada, a outra nasceu de uma ‘jam’ no estúdio.
A letra feita de improviso, fala de um cara perguntando o que ele tinha feito para ser ameaçado de morte por sua amante.
O tema lembra a canção “Hey Joe”, mas em situação inversa. “Hey Joe” apareceu no primeiro álbum de Jimi Hendrix, e fala de um cara[Joe] armado, indo atirar em sua amante por ela andar com outra pessoa, mas Paul neste caso, estava na defensiva, sendo ‘baleado’ sete vezes durante a música.
“Oh Woman, Oh Why” estaria deslocada em RAM, mas foi boa o suficiente para ser o lado 2 de “Another Day”.

Pesquisa realizada por Dado Macedo no livro ‘The Beatles Solo on Apple Records’ compilado por Bruce Spizer, 2005, e publicada na comunidade do Orkut, PAUL MCCARTNEY ★♪♪

Recentemente, o álbum de Paul e Linda McCartney foi relançado (21 de maio de 2012 no Reino Unido e em 22 de maio nos Estados Unidos e no resto do mundo) em uma grande variedade de formatos, com embalagem nova e exclusiva, incluindo um lindo pacote em uma caixa em edição de luxo.

Este pacote foi adquirido pelo nosso amigo Beatlemaníaco Aldo Angelim, do grupo no Facebook, Beatles Memorabilia, como podemos ver na foto postada por ele:

Tópico relacionado: http://wp.me/p28OqV-jp

De como o conjunto The Jordans se desfez depois do sucesso de “Tema de Lara”.

Em 1968 Aladdin, nome artístico de  Romeu Mantovani Sobrinho, montou uma banda e com esta nova formação pós Jordans, gravaram dois LPs, sendo um deles este, pertencente a Oscar Fornari, que enviou a foto:

Aladdin saiu dos Jordans e formou esse outro grupo, mais tarde os outros integrantes, Foguinho, Sinval, Tony e Irupê, o chamaram de volta.

Em 1966 o conjunto The Jordans fizeram muito sucesso com a música “Tema de Lara”, e o que sobressaía nesta música eram os metais, muito embora Aladdin tivesse tocado bandolim na gravação.

Em 1967, depois que voltaram da Europa, ocasião em que encontraram com os Beatles casualmente em Londres, Aladdin  decidiu-se por abandonar The Jordans. Foi então que os outros integrantes, Foguinho, Sinval, Tony e Irupê convidaram Marco Aurélio Rocha, apelidado de Porquinho, para ocupar o lugar de Aladdin, pois ele solava e também cantava legal.

Neste meio tempo, depois de sair do grupo, Aladdin formou um outro, que recebeu o nome de Aladdin Band e gravaram dois LP, um deles este da foto.

O tempo passou e em 1970 o novo guitarrista dos Jordans, Porquinho, saiu do grupo e Foguinho convidou José Aroldo Binda para ser o novo solista e cantor; ele tocava no grupo SOM BEAT junto com Norival, que é o baterista de Roberto Carlos até hoje.

José Aroldo ficou um ano com os Jordans e chegou a gravar um LP intitulado THE JORDANS, com 3 elementos de cada lado da capa num gramado. Depois ele foi para Os Incríveis e os Jordans chamaram o Porquinho de volta.

Foguinho (Waldemar Botelho Jr.) ficou no grupo até 06-01-1973, quando terminando um baile no GDR PIQUERI, ele pegou sua bateria, colocou no porta malas de seu Chevrolet Opala e saiu para ficar na história!

Em seu lugar entrou o baterista Chicão e em 1976 o grupo se desfez, chegando ao fim aquele que foi um dos principais e mais famosos grupos instrumentais dos anos 60 e da Jovem Guarda!

Terminava ali o conjunto The Jordans, o único grupo brasileiro a se encontrar com os Beatles enquanto estes ainda eram uma banda!

“Essa foi, no meu modesto entender, uma das melhores bandas brasileiras dos anos dourados. Lembro, com muita saudade, nossos tempos de Rua Augusta, em que eles se apresentavam, madrugada a dentro na boate Lancaster e, eu, me realizava cantando acompanhado pela banda e, o Foguinho me dava a “colher de chá” de substituí-lo na bateria. Que tempo gostoso!!! Até hoje, quando sou convidado para fazer uma apresentação ao vivo, tento encaixá-los para me acompanhar. Eles sempre me transmitiram segurança,, além de uma amizade que já dura, aproximadamente, uns 55 anos!!!” (George Freedman)

Tópicos relacionados:

1 – O Encontro dos Jordans com os Beatles

2 – The Jordans e o LP “Studio 17”

Depoimentos de Eduardo Reis, dos Jet Black`s, Raul de Barros, dos Tremendões, e Foguinho, dos Jordans, sobre os fatos:

Eduardo Reis

Eduardo Reis 16 de Julho de 2012 07:15
Esta foi a outra banda que o Aladin montou e chegou a gravar dois discos. O Foguinho estava fora desta formação.

Raul DE Barros

Raul DE Barros 16 de Julho de 2012 08:55
Edu, mandou bem mas vale completar, nessa banda não é só o Foguinho que tá fora. O Aladim mandou embora todos os elementos dos Jordans,Os Jordans por sua vez colocaram no lugar do Aladrim um tal de Porquinho, gordinho que tocava muito e tinha um pai com uma certa graninha e isso despertou um certo interesse nos elementos dos Jordans, eles ficaram iteressados no garoto ou seria interesseiros!!! O Aladim pegou um conjunto de nome The Donkeys que tocava na boite do sogro dele, Boite La Ronde, da rua Rego Freitas, SP. Nessa foto o Aladim é o primeiro e o último que está sentado é o Ligeirinho e o último que está em pé se chama Jota, todos com cara de bahianos mas tinha entrosamento. Oscar Pegada é novo e só conhece esses grupos pelos LPs que compra, não sabe nadinha da historia, não viveu em Rio/São Paulo, é de outras paradas. Os Jordans poderiam se considerar um conjunto dos mais antigos em atividade não fosse essa interrupção…

Vou escrever em minúsculas senão o RAUL me...

Waldemar Botelho Jr. 16 de Julho de 2012 17:55
Vou escrever em minúsculas senão o RAUL me chama de cegueta.O que aconteceu foi o seguinte:em 1966 fizemos o sucesso com o tema de lara e quem se sobresaía nesta música eram os metais apesar do ALADIM tocar um bandolim.Como seu ego não permitia dividir a fama com mais ninguém em 1967 ele resolveu abandonar os THE JORDANS e aí convidamos o MARCO AURÉLIO ROCHA,vulgo PORQUINHO pra ocupar o lugar dele que apesar de solar muito bem também cantava legal.Nisso depois de saír o ALADIM foi atras de um outro grupo para formar o ALADIM BAND e sei que gravaram 2 lp’s,depois disto não tomei mais conhecimento dele.Em 1970 o PORQUINHO saiu e convidei o JOSE AROLDO BINDA pra solista e cantor,ele ficou um ano conosco depois foi para OS INCRÍVEIS e chamamos o PORQUINHO de volta,eu fiquei no grupo até 06/01/1973 quando terminando um baile no GDR PIQUERI peguei a batera coloquei no porta malas do meu opala e me mandei,entrou um tal de CHICÃO no meu lugar e em 1976 todos pararam,acabando o grupo nesta data,tenho dito.

Lucinha Zanetti

Lucinha Zanetti 16 de Julho de 2012 18:13
Foguinho, mas por que você se mandou com a sua batera? Você fez como Ringo Starr em 1968? rsrs Não foram te buscar com flores? hehe

LUCY,eu tinha uma veraneio e quando tinha uns...

Waldemar Botelho Jr. 16 de Julho de 2012 18:31

LUCY, eu tinha uma veraneio e quando tinha uns dias de folga eu saía pelo interior pra vender bailes nos clubes e assim o grupo tinha bailes todas as semanas inclusive Reveillon vendido com um ano de antecedência, e para isso acontecer eu cobrava 10% de comissão, pois eu gastava com combustível, hoteis e refeições. Pois bem, em 1972 o grupo fez uma reunião e me comunicou que não iriam mais me pagar nada pelos bailes que eu arrumasse; eu aceitei e disse: muito bem, então vou cuidar dos meus interesses e vocês se virem pra arrumar os bailes. Na época eu já tinha 2 lojas de óculos (atacadista) uma no Braz e outra na 25 de março e os bailes começaram a minguar até que quase não tinha mais nada e no dia 06/01/1973 foi o ultimo baile que eu tinha arrumado, e quando terminou eu peguei meu instrumento e me mandei.

Curiosidades contadas pelo Foguinho:

LÁ NO COMEÇO DOS ANOS 60,OS MAIORES NOMES...

Waldemar Botelho Jr. 11 de Agosto de 2012 21:46

LÁ NO COMEÇO DOS ANOS 60,OS MAIORES NOMES ARTÍSTICOS DO BRASIL ERAM WILSON MIRANDA E CARLOS GONZAGA, E GRUPOS MUSICAIS INSTRUMENTAIS QUASE NÃO EXISTIAM.CONHECEMOS O GONZAGA NOS SHOWS RONDA DOS BAIRROS DA RÁDIO RECORD E ELE NOS CONVIDOU PARA ACOMPANHA-LO NOS SEUS SHOWS,E ASSIM INICIAMOS UMA AMIZADE MUITO BOA COM ELE.DEPOIS DE UM TEMPO APARECEU O MIRANDA E ME PERGUNTOU COM SEU JEITO DE FALAR MUITO RÁPIDO “FOGUINHO,QUANTO É QUE AQUELE CARA ESTA TE PAGANDO?”EU RESPONDI E ELE DISSE “VOU PAGAR 50% A MAIS PRA VOCÊS ME ACOMPANHAREM A PARTIR DE HOJE”.FICAMOS SEM AÇÃO PRA NÃO OFENDER O GONZAGA. ENTÃO COMO TINHAMOS FEITO UNS NÚMEROS DE ABERTURA NOS SHOWS DO GONZAGA E VIMOS QUE AGRADAVA BEM O PÚBLICO,RESOLVEMOS DEIXAR OS DOIS DE LADO E PARTIR PRA FAZER OS SHOWS SOZINHOS E DEU CERTO.ESSES SHOWS ERAM EM CIRCOS E PAVILHÕES EXISTENTES NA ÉPOCA.O WILSON ACABOU GRAVANDO UMA MÚSICA DO ALADIM CHAMADA “SUZANA”,BONS TEMPOS.

Waldemar Botelho Jr. disse em 12 de agosto de 2012

CHEGUEI NO AEROPORTO DE MILÃO SÓ COM OS PRATOS QUE COMPREI EM LONDRES,PEGUEI UM TAXI E CORRI PARA O CENTRO,PRAÇA DUOMO,PAREI EM FRENTE A CATEDRAL E ENTREI NA GALERIA AONDE TINHA A CASA RICORDI,JA ESTAVA FECHADA MAS TINHA UNS FUNCIONÁRIOS DENTRO,BATI NA PORTA E UMA SENHORA ME ATENDEU,EXPLIQUEI QUE QUERIA COMPRAR UMA BATERIA URGENTE AÍ ELA ME MANDOU ENTRAR E ME MOSTROU UMAS QUE ESTAVAM NO TÉRREO,NÃO GOSTEI,DEPOIS TINHA OUTRAS NO SUBSOLO,NÃO GOSTEI,ENTÃO PERGUNTEI SE NÃO TINHA UMA PROFISSIONAL,ELA FALOU,TENHO UMA NA SOBRE LOJA MAS É CARA,DISSE A ELA VAMOS VER E AO SUBIR AS ESCADAS VI ESTA BELEZA AÍ DA FOTO MONTADA NUM STANDER E DISSE VOU LEVAR ESTA, ACHO QUE ELA PENSAVA QUE EU NÃO TINHA GRANA PORQUE ME DISSE QUE ERA CARA,QUANTO PERGUNTEI,MIL DÓLARES,TEM UMAS CAPAS?SIM AQUI,DESMONTEI A BATERA ENFIEI NAS CAPAS,PAGUEI,COLOQUEI-A NO TAXI QUE FICOU ME ESPERANDO E FUI PARA UMA CASA NOTURNA QUE A NOITE IRIAMOS TOCAR PRA MONTA-LA E AFINA-LA E JA ESTREEI A LUDWIG

“Quando saí do grupo em 06/01/1973, estava tão bronqueado que liguei pro meu primo em SERTÃOZINHO e perguntei se ele queria comprar a bateria completa com pratos cimbal e cases,no dia seguinte ele veio buscar em minha casa.” (Foguinho)

TIGUEIS, SIVAL, BILLY E ALADIM NA FOTO A SEGUIR – THE JORDANS FORMAÇÃO DO INÍCIO,1958 ATÉ 1961 QUANDO EU ENTREI NO LUGAR DESTE BATERISTA “TIGUEIS”,COMPREI ESTA BATERIA CARAMURU DELE POR CR$7.000,00 CRUZEIROS…

TIGUEIS , SIVAL, BILLY E ALADIM

Registrando aqui outros fatos históricos ocorridos com a Banda The Jordans

Waldemar Botelho Jr Foguinho: “EM 61/62 NOS ACOMPANHÁVAMOS O CARLOS GONZAGA EM SHOWS EM CIRCOS E PAVILHÕES QUE EXISTIAM NA ÉPOCA PELA PERIFERIA E ATÉ EM SANTOS.NUM DESTES SHOWS O GONZAGA ESTAVA MEIO ROUCO E NOS DISSE PRA TOCARMOS UMAS MÚSICAS PARA ABRIR O ESPETÁCULO.MANDAMOS MÚSICAS INSTRUMENTAIS COMO ROCK,TWIST O QUE ACABOU AGRADANDO MUITO A PLATÉIA,COMO A BATERA FICA SEMPRE ATRÁS NO PALCO DAVA PRA EU VER A CARA DO GONZAGA PREOCUPADO COM O NOSSO SUCESSO,AÍ ELE ENTROU E CANTOU PÓREM NÓS FOMOS MAIS APLAUDIDOS QUE ELE.NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA PEDIMOS PARA TOCAR NOVAMENTE E ELE RECUSOU,AÍ EU VOLTEI NOS CIRCOS QUE JA TINHAMOS TOCADOS E MARQUEI SHOWS COM OS THE JORDANS E ASSIM COMEÇAMOS A DESLANCHAR NA CARREIRA.”

Uma Curiosidade contada por Marquinho, um dos músicos que integravam The Jordans:

Marco Aurélio Carvalho Rocha
Marco Aurélio Carvalho Rocha 25 de fevereiro de 2015 21:48
Eu fiz a minha estréia no programa Jovem Guarda, exatamente no dia em que o Roberto retornou, consagrado como o Campeão do Festival de São Remo, foi a primeira vez que eu falei com o Rei , pessoalmente, apresentado pelos músicos dos Jordans que já gozavam de muita intimidade com o Roberto.
Na oportunidade, eu, como o novo guitarra solo dos Jordans, executei o solo de Aranjuez, tocando viola e guitarra.
Foi um momento marcante da minha vida, onde pude constatar, in loco, o grande magnetismo do Rei
Foi um privilégio. Isso foi em 1968, não me lembro o mês, o Roberto não liderava mais o programa.
Marquinho.

Ouçam o Marquinho e sua Fender => https://www.facebook.com/video.php?v=450303861789131

“Os Freedmans”!!!

Este foi o nome que Raul de Barros escolheu para dar ao conjunto que ele formou, antes de atuar com o “tremendão” Erasmo Carlos.

Raul de Barros tinha um conjunto que costumava tocar em algumas boates de São Paulo nos ano 60, e na época não sabiam que nome dar ao grupo.
Como o cantor George Freedman também freqüentava os lugares onde eles tocavam, e sendo eles muito amigos, decidiram colocar o nome no conjunto de “Os Freedmans”, em homenagem a ele!

O conjunto de Raul de Barros tocava na boate Serenata, que ficava na Rua Augusta e também no Bel Boliche, na Avenida São João.

Era na Rua Augusta que ficavam as três boates mais famosas da época:  Serenata,  Saloon, onde The Jordans tocaram na maior parte do tempo, e Lancaster, onde os Clevers (Incríveis) tocavam…

O conjunto havia sido formado fazia pouco tempo e eles não estavam preocupados com o nome. George Freedman, ou simplesmente Freedman, como é chamado pelo amigo, sempre ia nos mesmos lugares onde eles sempre tocavam e assim Raul de Barros resolveu colocar o nome “Os Freedmans”, em sua homenagem.

Algumas pessoas pensavam que era por causa de um seriado infantil que passava na TV mas eles faziam questão de falar que era por causa do grande amigo e admirador recíproco.

Fotos do arquivo particular de Raul de Barros, o Tremendão

Da esquerda para direita: Banzé, Armandinho, Raul e Emilio.

Esta foto acima foi tirada em frente a boate Serenata (Antigo San Quentin). Detalhes: O relógio da Willis marcava meia-noite e 32min. e logo abaixo, uma plaquinha com o nome “A.Cerello e Cia Ltda”. Isso foi há mais de 40 anos, hoje talvez esta seja uma grande marca de bolsas e calçados.

Os Freedmans na Rua Augusta / SP

Eduardo Reis, autor do livro The Jet Black`s, escreveu que como Raul de Barros não aceitou entrar para o conjunto The Jet Black´s, foi fazer parte dos Tremendões para acompanhar Erasmo Carlos.

Raul e Armandinho em cima, Banzé e Emílio embaixo, sentados em um carro na Rua Augusta.

Raul e Armandinho em cima, Banzé e Emílio embaixo, sentados em um carro na Rua Augusta.

Comentário de :

Lauro Aidar
Nossa musica teve um dos seus maiores ápices nos anos 60, durante a pré-jovem guarda e a jovem guarda em si.
Houveram alguns protagonistas responsáveis pelo movimento e o George Freedman, junto com Ronnie Cord, Demetrius, Tony e Cely Campelo, Carlos Gonzaga, Sergio Murilo, entre outros, foram os primeiros a fazer sucesso nas radios e nos primeiros programas de TV que deram espaço à “Juventude Transviada”.
Acho muito importante que todos estes ícones façam seus relatos e contem suas estórias para que o movimento Jovem Guarda nunca fique esquecido na mente de qualquer brasileiro e os façam saber da importância que tiveram na musica e nos costumes de um povo.
Raul Tremendão (que era muito amigo de Nossa Syl e do Dudu) é uma dessas memórias vivas e assim como o Foguinho sempre narram peripécias desse passado recente.
Obrigado ao Georjão e aos seus amigos por tudo o que fizeram pela musica, por nós contemporâneos e por tudo que ainda fazem pela nossa saudade.
Parabéns a você, Lucinha Zanetti, por resgatar estas relíquias e homenagear esses heróis utilizando do meio comunicador mais abrangente da atualidade.”

Fãs e Amigos de George Freedman Unidos numa Corrente pela sua Recuperação!

Quem é Jovem Guarda, guarda o que ficou, sabe o que passou, lembra e não esquece seus ídolos do passado. Um deles, talvez o mais carismático de todos, é George Freedman, que no momento encontra-se hospitalizado e recebe o carinho de seus fãs, amigos e familiares, que desde o começo de julho se uniram em uma corrente de orações e energia positiva para a sua rápida recuperação.

George sofreu um AVC na noite de sábado, 30 de junho de 2012, em São Paulo.

Hoje algumas representantes de seu grupo no Facebook estiveram lhe visitando no Hospital, e para nossa alegria e felicidade, George Freedman se recupera bem e em breve estará de volta ao nosso convívio!

Eliana Leite, George Freedman e Tania Avellar, membros de seu fã clube no Facebook

“O que houve com Você” (George Freedman)

Felicidade para o eterno baterista dos Beatles, Ringo Starr!

Neste dia 07 de julho, data em que Ringo Starr aniversaria, vou transcrever um comentário feito pelo músico Oscar Fornari a respeito do ex-baterista dos Rory Storm and The Hurricanes e dos Beatles, Ringo Starr, atestado pelo experiente Foguinho, baterista dos Jordans.

“Na época em que Ringo Starr começou sua história como músico e mesmo durante o tempo em que fez parte dos Beatles até o ano de 1966, não existia metrônomo, nem fones de ouvido apropriados para apresentações ao vivo e que pudessem facilitar o desempenho dos músicos nos shows.

Ringo marcava o ritmo na bateria para que os outros três conseguissem tocar, pois era ensurdecedor os gritos que vinham da platéia e o equipamento que usavam era muito simples e fora de qualquer padrão na época.

Ringo Starr sempre foi muito criativo, tornando a batida nas músicas dos Beatles, únicas! Ele mudou totalmente o conceito de bateria no Rock and Roll,  chegando até a colocar lençóis nos tambores para fazer um som grave, entre outros recursos.

Para leigos no assunto, ou mesmo para aqueles mais jovens, sem ainda muito conhecimento, o melhor baterista é aquele que fica em pé em cima de uma bateria, faz piruetas com as baquetas, dá salto mortal, toca numa bateria com 500 peças e faz solos chatíssimos de 15 minutos ou mais, esse não é um baterista, mas sim um artista de circo!

Ringo é baterista de estúdio, não de shows ao vivo, tanto que ele nem gosta de tocar sozinho, ele sempre dá oportunidade a outros bateristas.
John Bonhan, por exemplo, foi um baterista fantástico, mas ele era fã número “1” de Ringo Starr, assim como Keith John Moon (The Who), portanto, quem foi baterista da maior banda de todos os tempos, só pode ser um baterista fantástico, além de ter sido o elo de ligação dos outros três!

Quem escuta Rain, The End, Tomorrow Never Knows, Straberry Fields Forever, percebe a categoria do baterista… e principalmente depois de Rubber Soul, a bateria é totalmente fora de qualquer padrão, é um estilo único, estilo Ringo Starr!”

(Por Oscar Fornari, músico, compositor e baterista.)

Oscar Fornari – Músico e Compositor

Waldemar Botelho Jr.

  • PERFEITO RACIOCÍNIO, ASSINO EMBAIXO!

Durante o mês de julho, Ringo Starr está presente no programa Informason, de Don Sepulveda, pela Rádio Namaste, Rio de Janeiro